Memórias sob as estrelas escrita por ChattBug


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá! Eu falei que ia voltar com uma shortfic Ladynoir para fechar a "série", não falei? Hahah!

Boa leitura, nos vemos nas notas finais!



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— E um agradecimento especial aos nossos heróis por terem comparecido ao evento — dizia a prefeita, acenando para a equipe dos portadores de miraculous que estavam no evento em comemoração ao dia dos heróis daquele ano. — Convido Ladybug para dizer algumas palavras. — Aplausos foram ouvidos e a heroína se aproximou do palco montado próximo a torre Eiffel, cumprimentando a prefeita.

— Agradeço mais uma vez pelo convite, é uma honra para todos nós estarmos aqui esta noite, celebrando mais um dia dos heróis com vocês. Aliás, a programação do dia inteiro foi incrível! — Ladybug começou a dizer, sorrindo. — Obrigada por confiarem em nós durante esses seis anos. E pensar que quando tudo isso começou eu ainda estava no ensino médio… 

— Mentira! Você tem três mil anos, esqueceu? — Chat Noir gritou da plateia, fazendo todos rirem ao lembrarem da informação dada por Alya na primeira batalha contra O Faraó.

— Chat, não explana minha verdadeira idade para todo mundo! — ela brincou e mais risadas foram ouvidas. — Enfim, no começo éramos só eu e o Chat, e... agora eu sinto tanto orgulho de ter essa equipe que sempre posso contar, muito obrigada. Obrigada Chat Noir também, por estar comigo desde o início. — Ele mandou um beijo para ela, que riu, e as pessoas presentes aplaudiram os heróis. — Bom, vou parar de falar antes que me emocione, então… vamos curtir essa noite! — ela gritou por fim, erguendo a taça, gesto seguido pela plateia.

Logo, Ladybug se juntava aos super-heróis, que a parabenizaram pelo discurso.

— E você não podia perder a piada, né? — ela disse a Chat Noir.

— Você sabe que eu simplesmente não consigo deixar nada passar — o loiro respondeu e os dois fizeram seu conhecido cumprimento de mãos. — Quem tá de vigia hoje?

— Vesperia e Viperion — respondeu.

— Colocou logo o casal pra vigiar, é?

— Eles não são um casal.

— Tá por fora da fofoca, hein?

— Você que tá vendo coisa onde não tem.

— Como é? Eu acertei quase todos os casais da equipe!

— Uhum — disse com um tom cético, apesar de concordar com ele. De fato, Chat Noir acertou o palpite de todos da equipe que eram namorados na vida civil, antes mesmo de descobrir a identidade deles.

— Menos eu e você — pontuou antes de tomar um gole da taça, fazendo Ladybug corar. — Eu disse que simplesmente não consigo deixar passar, não disse?

— Gato bobo. — Ela tocou o sininho do uniforme dele, rindo.

— Estão nos chamando para a foto oficial — disse Purple Tigresse e logo toda a equipe se encontrava no painel iluminado abaixo da torre Eiffel, atraindo todos os olhares.

A noite seguiu muito agradável para a maioria, até Ladybug perceber que, assim como ela, Chat Noir não estava mais com tanta animação, parecendo um tanto alheio e distante daquele lugar. Talvez estivesse cansado, o dia tinha sido cheio, com certeza fora uma das maiores festas do dia dos heróis desde que tinham iniciado. Ela pediu licença às pessoas que conversava e se aproximou do parceiro, que estava sozinho em uma mesa encarando um copo de suco quase vazio.

— E aí? — Ladybug falou, sentando-se ao lado dele.

— E aí — respondeu sorrindo, mas logo voltou a olhar para o copo.

— Olha, se estiver cansado, pode ir, não se obrigue a ficar. Estou pensando em sair de fininho também — Ladybug confessou, rindo um pouco.

— Eu não estou cansado não, fala para o Carapace tomar conta da mesa do DJ pra ver se eu não danço. — Riram levemente. — Eu só estou… pensativo. Sei lá, já faz tanto tempo desde que tudo começou e… tanta coisa já aconteceu. Hawk Moth, Mayura, Shadow Moth, viajamos no tempo e espaço e, ao mesmo tempo, tanta coisa na minha vida pessoal aconteceu também. Quando começamos éramos praticamente crianças, Bugaboo. — Ela concordou com a cabeça. — Só estava refletindo sobre tudo isso, acho que nunca realmente parei para pensar com calma em tudo o que aconteceu.

— Acho que eu também nunca fiz isso. — O momento foi interrompido por um garçom, que oferecia bebidas para os dois, mas eles recusaram.

— Obrigada, mas acho que já estou de saída — disse Chat.

— E você, Ladybug? — o homem perguntou.

— Eu também vou, foi um dia incrível, mas um tanto cansativo. — Ela encarou o parceiro.

— Bom, então nesse caso, podem levar essa lembrancinha — a prefeita falou ao ver os dois heróis se levantando. — Nem tentem recusar porque ela é até personalizada. — A mulher mostrou a caixa de uma garrafa de vinho, que exibia uma arte de Ladybug e Chat Noir em sua primeira batalha.

— Nossa, isso está muito lindo — Ladybug elogiou, sorrindo ao lembrar daquela luta contra Coração de Pedra. Encarou o parceiro, que também mostrava um olhar nostálgico. 

Ela aceitou o presente e os dois agradeceram mais uma vez à prefeita, se despedindo do restante da equipe. Logo, se encontravam saltando sobre os telhados da cidade.

— Então, com quem vai ficar a garrafa? Eu quero provar um pouquinho do vinho feito especialmente para nós, viu? — Chat Noir brincou, fazendo-a rir.

— Eu estou curiosa para tomar também. — Ela olhava a caixa. — Talvez, só talvez, se sobrar, eu te entrego na próxima semana. — Ladybug riu com a careta do parceiro. 

— E talvez, só talvez, eu roube a garrafa agora de você — disse ele, segundos antes de correr atrás dela, que gargalhava.

Pouco tempo depois, a dupla se encontrava sentada em um telhado, ofegante com a pequena corrida.

— Será que seu talismã entrega duas taças para nós agora? Eu não bebi nada além de suco na festa. Além disso, estou curioso, e sabe o que acontece com gatos curiosos, né?

— O quê? Permanecem com a sua curiosidade até que sua parceira tenha a boa vontade de lhe entregarem a garrafa? — Ele a empurrou levemente e ela riu. — Ok, ok, eu também estou curiosa, vamos abrir a caixa e eu vejo onde arrumamos as taças.

Para a surpresa deles, havia duas taças pequenas ali dentro, uma com um desenho de joaninha e outra de um gato.

— Essa é a coisa mais linda que eu já vi, depois de me olhar no espelho, claro — brincou Chat Noir, arrancando risadas da parceira.

— Bom, vamos ver… — Ela pegou a pequena carta que estava dentro da caixa. — À dupla que está conosco desde o começo, obrigada por cumprirem a promessa feita no topo da torre Eiffel naquele dia.

— Ok, eu estou chorando agora — Chat Noir disse, realmente passando as mãos pelos olhos marejados.

— E agora serei eu que vou ficar reflexiva, obrigada por me contagiar.

— De nada. — Os dois sorriram.

— Mas é sério, não dá para acreditar que já fazem seis anos! Eu consigo lembrar nitidamente do dia em que caímos de cabeça para baixo com os pés amarrados no meu ioiô!

— Também lembro nitidamente de seu primeiro nome de super-heróina ser “a maior desajeitada” —  O loiro fez aspas com as mãos, e dois riram com a lembrança.

— É… naquela época eu era ainda mais desajeitada do que sou hoje, principalmente com o cara que eu gostava. — Ele a encarou.

— Nossa, do nada essa revelação, e isso porque não tomamos vinho ainda. — Ela empurrou o ombro dele levemente, rindo.

— Lembrar da nossa primeira batalha me fez pensar também na época da escola e, consequentemente, nisso.

— Hum, então o cara que você gostava era da sua turma, é? É uma revelação atrás da outra, continue, uma hora chegaremos na sua identidade secreta. — Ladybug fez uma careta. — Estou zoando, Bugaboo, descobrir sua identidade hoje não é mais tão necessário para mim como era há seis anos, você sabe. Hoje confiamos um no outro sem precisar saber quem somos por trás das máscaras.

— É verdade, a Ladybug de 14 anos nunca imaginaria estar falando com você sobre o cara que eu gostava.

— É porque hoje somos mais que amigos, somos friends.

— Tirou o meme do fundo do baú, hein? — Os dois riram.

— Mas enfim, pode continuar o desabafo sobre o moleque que você era apaixonada, eu sou fofoqueiro e quero saber onde isso deu. — Ele deitou sobre o telhado com as mãos atrás da cabeça. — Faz tempo que você não me atualiza sobre sua vida amorosa, acho que a última informação que tive foi no dia que preparei aquela surpresa pra você aos 14 anos e você disse que gostava desse cara aí, então pode contar. — Ladybug riu.

— Ainda bem que posso contar essas coisas agora sabendo que não vou magoar você. — Ele concordou com a cabeça, contudo, sem encará-la. — Bom, basicamente eu era apaixonada por esse garoto da minha turma, mas acho que ele só me via como amiga, sabe? Porque não é possível que ele não tenha reparado nos sinais que eu dava, eu literalmente dizia que ele era lindo e que eu o amava na cara dele! Inclusive teve uma vez no museu de cera que… — Ela se interrompeu, atraindo o olhar de Chat.

— Que foi? Vai contar o início da história e sair correndo logo na melhor parte?

— Não, é que… acho melhor eu parar, posso acabar revelando algo da minha vida civil e você pode descobrir minha identidade.

— Nossa! A Ladybug de 14 anos voltou, é? Desde quando umas histórias da sua vida pessoal oferecem riscos para isso? Você já me contou várias e nunca aconteceu nada.

— Eu sei, só que… — Foi interrompida.

— Lembra daquela vez, na noite do dia dos namorados, no ano passado, que eu e você ficamos chorando no telhado contando nossos desastres amorosos enquanto bebíamos até não aguentar mais? — disse ele, sentando-se novamente.

— Mais ou menos.

— Exatamente! Você lembra de alguma das histórias que contei? Dos nomes que eu disse? Porque tenho certeza que, com aquela quantidade de álcool, eu contei a história sem me preocupar com identidade secreta nenhuma. 

— Eu não lembro de quase nada do que falamos, só lembro de acordar toda perdida com uma garrafa sequinha ao meu lado e você quase caindo do outro lado do telhado. — Riram.

— É disso que estou falando! Abrimos a garrafa, desabafamos, e amanhã não nos lembramos de nada, e mesmo que lembrássemos, tenho certeza que sua história não vai ter nada de revelador.

— Não sei não… 

— Ah, se tudo der errado, a Bunnix do futuro abre um portal e resolve tudo, relaxa. — Ladybug riu.

— Você sabe que não é bem assim que funciona. — Ele deu de ombros e colocou um pouco do líquido nas taças.

— Então vamos para a primeira opção. — Ela sorriu, brindando com ele e provando um pouco. — E aí? Vocês chegaram a dar uns beijos ou nem? — Ladybug riu do modo que ele falou.

— Bom, teve esse dia do museu de cera, que eu estava falando.

— Humm, beijoqueira ela. — Ela riu novamente.

— Mas ele achou que era tudo uma brincadeira, até porque eu meio que sugeri isso, de tanta vergonha que senti.

— Espera aí, o cara achou que você beijou ele na zoeira? E isso com você dando vários sinais de que estava gostando dele? Mas é burro, viu. — Ladybug gargalhou.

— Para, Chat! Vou acabar engasgando. — Ele riu também. — Mas é sério, eu não posso colocar tanta culpa nele, ele vivia meio isolado em casa por causa do pai. — Fez uma pausa e bebeu um gole de vinho, mostrando por um instante um semblante cabisbaixo ao parecer lembrar de alguma coisa. — E também eu nunca deixei as coisas muito claras. Quer dizer, eu tentei me declarar algumas vezes, várias vezes, mas quase nunca dava certo. O mais perto que cheguei foi no dia que saí da casa dos meus pais para ir morar mais perto da faculdade. Fui até a casa dele disposta a resolver aquilo de vez, mas desisti antes de chegar lá quando me dei conta que nunca daria certo, eu estava indo embora e ele provavelmente seguiria outro caminho também. 

— Nossa, eu sinto muito, Ladybug.

— Está tudo bem, o tempo passou e ele virou só uma paixonite da escola mesmo, sabe? Mas de vez em quando ele aparece para me assombrar em algum sonho, às vezes tenho até a impressão de que o vejo nas ruas. — Ela soltou uma risada um tanto triste. — Será que te contei isso no dia dos namorados naquela vez e nós não nos lembramos?

— Provavelmente. — Riram. — Mas assim, ainda estou impressionado que o cara deixou uma mulher incrível como você ir embora assim, sem dizer que gostava dele.

— Já disse que a culpa não foi totalmente dele, ele tinha uma vida complicada, e além disso eu poderia ter simplesmente dito que gostava dele ao invés de elaborar planos mirabolantes que envolvessem todas as minhas amigas com codinomes de flores.

— Ok, não vou nem perguntar sobre isso. — Ela riu.

— Mas enfim, duvido muito que se eu tivesse me declarado a gente estaria junto hoje. O Adrien teve toda aquela coisa do pai dele e… 

— Espera aí! Adrien?

— Ai caramba, eu falei o nome?

— Relaxa, tem vários “Adriens” na cidade.

— Ainda bem que não falei o Agreste junto então. — Ela nem percebeu que saíra em voz alta, até olhar o rosto pálido de Chat Noir.


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Notas finais do capítulo

AAAAAAA e aí? O que acharam?

Vou postar o segundo capítulo na quinta-feira (02/12) por volta desse horário.

Obrigada por ler :)



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