Best Option escrita por JP


Capítulo 5
Capítulo 5: JOGOS INTERNOS - PARTE 2


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo dessa fic :O

Foi legal demais escrever e acompanhar os comentários de vocês. Agradeço demais por tudo!! :D :D


Boa leitura!!



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 CAPÍTULO 5: JOGOS INTERNOS – PARTE 2

PDV Sam

Era tarde da noite quando acertei a porta de casa. Aos prantos, fui acolhida pela minha mãe.

— Minha nossa, onde você estava, Sam? Quem fez isso com você? – ela se referia ao meu corte de cabelo bem curtinho. Apenas tentei enxugar as lágrimas, mas sem sucesso. – Responde, garota!

— E-eu... – solucei.

— Vem, vou te preparar um chá. – Pam me puxou até a cozinha.

Ela me deixou sentada numa cadeira enquanto ia preparar o meu ‘chá tranquilizante’. Há muito tempo não via a minha mãe em frente a uma boca de fogão para preparar algo para mim. De alguma forma, ela sentiu que o dever de ‘ser mãe’ lhe chamava. Eu necessitava do seu apoio naquele momento conturbado.

— Aqui. Beba tudo! – me entregou uma xicara com o líquido fervente. Peguei de um jeito cuidadoso e assoprei o favorzinho para longe. Me senti mais calma após ingerir o chá. Porém, ainda teria de encarar a expressão curiosa de Pam: - Vai me explicar o que aconteceu?

— Eu tive uma crise. Só isso. – contei de um jeito apressado, fazendo pouco caso.

— “Só”? – ela me fitou, estranhando. – Tem mais coisa aí. Sim, porque de uma hora para outra você corta os seus cachos e me aparece aqui chorando. Logo você!?

As pessoas não esperavam que eu chorasse. Diziam que eu era forte demais para demonstrar os sentimentos.

— Não quer se abrir?

Esse era o problema. Eu não conseguia me abrir!

— Por que eu sou assim, hein? – quis chorar mais uma vez. – Me sinto... Sei lá... Incapaz! Eu vim com defeito de fábrica.

— Não há nada de errado em você, Sam. – ela arfou, massageando meus ombros. – A culpa é toda minha. Eu que devia ter mais cuidado com você, especialmente durante... – hesitou por um instante. - Durante a morte do seu pai. Desde então você mudou drasticamente o seu comportamento, quis se mostrar mais durona do que realmente é; tentava a todo custo se encaixar nos clubes e times esportivos da sua escola... Eu fechei os olhos para os seus problemas. Me desculpe. Eu fui uma péssima mãe.

A partir daquele dia, Pam se comprometeu de corrigir os erros passados.

Dia após dia, ela me fazia levantar da cama para comer alguma coisa ou apenas conversar. Mas, claro, eu estava sem cabeça para nada. Faltei muitos dias de escola, inclusive os treinos de handebol.

Por fim, ela me fez frequentar um terapeuta (o que me ajudou bastante). As sessões foram fundamentais para que eu pudesse ‘me entender’ e ‘me aceitar’.

Longas semanas depois...

— Bom dia. – Pam me acordava sempre por volta das 5 da manhã. Já era o seu ritual matinal: invadir o meu quarto, abrir as cortinas e puxar as minhas cobertas. Mas naquele dia foi diferente...

— Bom dia. – respondi, sonolenta. Levantei-me da cama por vontade própria. Fui ao armário, recolhi umas roupas limpas e lhe dei o aviso: – Estou indo para a escola.

A notícia pegou Pam de surpresa.

— Jura? – ela questionou, animada.

Assenti com a cabeça, decidida. Por mais que eu estivesse ‘melhor’, ainda me sentia meio tensa; pois, além de ir para a escola, resolvi que iria para o treino mais tarde. A minha maior preocupação seria com o Freddie. A nossa situação estava mal resolvida.

— Mãe, vou precisar de uma peruca loira. – contei, enquanto me vestia apressada.

— Peruca loira pra quê, Samantha? – ela me fitou, desconfiada.

— É uma longa história. – revirei os olhos. – O pessoal da escola não pode saber que eu cortei o cabelo.

Pam deu de ombros e arranjou um jeito de me dar a peruca aloirada.

 

[ *** ]

Pela manhã (na escola) as pessoas me reconheciam como Sam; porém, durante a tarde (nos treinos), os caras me chamavam de Tim. Chegava horas antes, entrava no vestiário, tirava a peruca loira e trocava de roupa.

Estava com saudades da quadra. Até mesmo de implicar com o Billy e seus dois seguidores palermas... Quem diria, né?

Eles também sentiram a minha falta:

— Você sumiu, cara. O que rolou? – quis saber Kaio, feliz em me ver.

— Estive doente. – contei, sem entrar em muitos detalhes.

— Doente ou não, vai ter que treinar dobrado se ainda quiser participar dos jogos internos. – disse um Billy debochado. – O primeiro jogo será daqui a 5 dias. Vamos jogar contra os Hamsters de Seattle.

Arregalei os olhos, espantada. Havia me esquecido completamente dos jogos internos.

O meu coração bateu acelerado quando avistei Freddie e o treinador Wayne se aproximando da quadra. Freddie, ao me notar na arquibancada, fechou a cara e desviou o olhar para outra direção. Querendo ou não, eu me sentia na obrigação de falar com ele.

Aproveitei um momento em que o treinador Wayne chamava os demais jogadores para ter uma palavrinha a sós com o seu assistente:

— Freddie. – cheguei nele. Minha voz saiu mais afeminada do que o normal (sorte que não havia ninguém próximo). – Será que podemos conversar?

— Não. – ele me destratou, enquanto alongava o próprio corpo. – Se a sua preocupação for ‘eu te entregar para o treinador Wayne’, fique despreocupada: vou deixar que sustente o seu ‘disfarce masculinizado’.

— Obrigada. – esbocei um sorriso de alívio. Antes que ele se afastasse, segurei o seu braço, fazendo-o ficar um pouco mais. - Olha, eu sei que pisei na bola, mas você precisa entender o meu lado...

— Sam, chega. Esse assunto está encerrado. – ele deu um tapinha na minha mão, desprendendo-se de mim. – Eu já te superei.

Me superou? Rum, eu duvidava muito. Por mais birrento, o seu olhar dizia outra coisa. Ele ainda me deseja.

Bufei, voltando a me enturmar com os demais jogadores. O treinador Wayne estava prestes a começar as atividades e, ao final, iria dar os nomes de quem iria integrar o time oficial dos jogos internos.

— Você e o Freddie vivem de papinho, né, Tim? – Billy me provocou, dando cutucadas no meu braço. – Toma cuidado, viu? Daqui a pouco vão ficar comentando coisas...  

— Está com ciúmes? – o provoquei de volta, fazendo-o se calar de uma vez.

Billy era desprezível.

O deixei de lado e tentei focar apenas nos exercícios do treinador Wayne. Queria mostrar serviço, pois - como o nosso time era composto por 16 integrantes (incluindo eu) - apenas 8 iriam jogar nos jogos internos (os outro 8 iriam ficar no banco de reserva, chupando dedo).

— Muito bem. – o treinador Wayne reuniu todos os jogadores ao final do treino. Ele já tinha os nomes do time oficial anotado em sua prancheta.

Quase tive um troço com todo aquele suspense. Sinto que dei o meu máximo e merecia participar daquele time. O desespero subiu só de relembrar que as vagas eram limitadíssimas.

— Os nomes são... – Wayne leu a sua prancheta: - Vince... Rick... Paul... Sebastian... John B.... Joey... Charles... e...

O treinador fez mais mistério ao dizer o último nome. Parecia ser o mais disputado de todos, afinal, os que não foram chamados até então, começaram a se olhar entre si. Eram olhares feios, de desprezo. Todo mundo queria fazer parte do time, assim como eu.

— E... – mais um pouco de tensão. – Tim.

— EU? – arregalei os olhos, surpresa. Minha pressão derrapou.

— ELE?! – Billy espumou, não gostando nada do resultado. – Qual é? Ele faltou muitos treinos! Devia ser eu!

— Tim foi o que mais se esforçou, Billy. Ele, sim, merece estar nesse time. Da próxima vez se empenhe mais. – disse o treinador Wayne, rígido, puxando uma salva de palmas para o ‘time oficial’. - Parabéns a todos!

Pulei de felicidades e comemorei com os ‘selecionados’, enquanto os ‘reservas’ (Billy, Kaio e os que sobraram) faziam cara feia.

Troquei olhares com o Freddie. Reparei que o moreno olhava para mim (de um jeito sério), mas me parecia contente com a formação do time. Até batia palmas com os demais.

 

[ DIAS DEPOIS ]

Havia chegado o dia dos jogos internos. Minutos antes de entrar na quadra, o treinador Wayne reuniu todos os jogadores no vestiário e nos fez ouvir o seu discurso. Não dei muita atenção ao que o técnico dizia, estava mais interessada em apreciar o Benson. Ele continua indiferente comigo, porém, tentava fingir não haver algum conflito comigo.

— Que a sorte esteja conosco hoje! – desejou o treinador.

— É, vocês vão precisar. – Billy, com a camisa de reservista, desdenhou. Ele não parava de me encarar, furioso.

— Agora, todos para a quadra! O jogo já vai começar! – disse o treinador, pedindo para formarmos uma fileira indiana.

Saímos do vestiário e fomos diretamente para a quadra. Passamos pelas líderes de torcida. Acabei ficando cara a cara com Carly Shay. A patricinha saltitante me desejou ‘boa sorte’ e ainda me pediu o meu número: ‘você é o mais sexy do time’.

— Desculpa, você não faz o meu tipo, gata. – dei de ombros, deixando-a de lado e seguindo com o restante dos jogadores para a quadra.

A arquibancada estava lotada de gente para ver nós - os Buldogues do Ridgeway— enfrentar os Hamsters de Seattle.

Posicionei-me em campo, pronta para o grande jogo.

A disputa começou bem acirrada. Os Hamsters eram bons, melhores que os integrantes do meu time. Levamos um gol logo nos primeiros 10 minutos e tivemos que segurar firme na defesa para não levar outro. Consegui ser o centro das atenções por marcar um gol nos adversários justamente nos últimos segundos de jogo. Foi divertido ver toda a plateia vibrar e chamar o nome do meu pseudônimo: “TIM! TIM! TIM!”.

O primeiro tempo acabou em empate. Apesar do clima tenso, fui levada carregada na corcunda do Vince até o vestiário, onde levamos uma dura do nosso treinador:

— Vocês estão péssimo! – disse ele, sem papas na língua.

— Eu avisei para me colocarem. – Billy resmungou, ainda insatisfeito.

— Duvido muito que iria melhorar com você presente. – retruquei o Billy.

— SILÊNCIO! OS DOIS! – Freddie precisou intervir entre Billy e eu. O olhei, incrédula.

Voltamos as atenções para o treinador Wayne, que continuou falando qual seria a nossa estratégia de jogo para o segundo tempo.

— Pra cima, Buldogues! – gritou o treinador ao final.

Os rapazes optaram por voltar para a quadra com o treinador. Já eu, fiz questão de ficar mais um tempinho no vestiário, refletindo a estratégia de jogo.

Nesse meio tempo, fui surpreendida com a aproximação do Freddie. Não havia mais ninguém, além de ele e eu naquele espaço; então ele me chamou pelo meu nome verdadeiro:

— Sam. - o moreno coçou a cabeça, meio tímido: - Você está jogando bem, está mais focada e sendo fiel à sua equipe. Continue assim e vamos vencer essa rodada.

Assenti com a cabeça, confiante. Porém, não estava satisfeita apenas com esse apoio motivacional dele.

— Era só isso que você queria falar comigo? – pisquei freneticamente o olhar.

Ele não soube como responder aquela resposta, muito menos a forma como eu fui até ele. Aconcheguei o meu corpo no dele. De início Freddie se esquivou, me dando um empurrãozinho de leve.

— NÃO! – ele apontou o dedo para mim. – Devia ter te posto limites desde o início... Eu não vou cair nessa de novo. Fui seduzido por você!

— Confesso, eu não sabia o que eu estava fazendo naquela época. Só sei que você mexeu comigo... – finalmente tive a oportunidade de dizer o que eu tanto queria: - Precisei de um tempo para colocar à cabeça em dia e pensar naquilo que você me contou. Se naquele dia havia dúvidas, hoje não resta mais nenhuma. Não teve um dia que eu não pensei em você, nos seus beijos molhados, na sua pegada selvagem... – fui chegando de fininho. - É com você que eu quero ficar, Freddie, e estou disposta a largar tudo por esse amor!

Pelo visto as minhas palavras amoleceram o seu coração partido. Ele se entregou de corpo e alma ao meu toque, permitindo também que eu unisse os seus lábios aos meus. O beijo começou calmo, evoluindo para algo quente em questão de segundos. Gostava da forma como ele se dedicava aquilo, manobrando o seu rosto e abocanhando a minha boca de um jeito profundo/devorador. Nossas línguas se cruzavam como se confrontassem em uma batalha ‘amistosa’.

Durante o fervor dos nossos hormônios, o Benson me carregou pela cintura, direcionando-me até a pia daquele vestiário. Sentei-me naquela bancada molhada (a torneira não parava de gotejar), enquanto ele cafungava a minha nuca.

— Mais que porra é essa? – Billy (logo o BILLY para nos flagrar?) ficou surpreso com a cena que presenciou. Não havia para onde correr, nem como disfarçar. Freddie e eu estávamos na maior pegação. Faltou o bom senso (de ambas as partes) em considerar que ‘alguém poderia nos ver’.

O palerma do Billy riu, vitorioso, correndo para dedurar ao treinador. Corri atrás dele, numa tentativa de impedir que ele abrisse a boca.

— BILLY, ESPERA! – o chamei. Nem me dei conta de que a minha voz soou natural, mais feminina.

Ele virou no mesmo instante, faltando pouco para alcançar o nosso treinador.

— OH, MEU DEUS. SAM!? EU SABIA! SABIA! ISSO TÁ AINDA MELHOR! – ele vibrou, correndo ainda mais rápido na direção do Wayne.

Chegou na metade da quadra, já abrindo o bocão para geral. Porém, pulei com tudo nas costas daquele ser desprezível, impedindo que continuasse com aquela fofoca. Caímos bem aos pés do nosso técnico.

— O que diabos está acontecendo aqui?  – quis saber o treinador.

— ‘Ele’ é ‘ELA’! Tim, na verdade, é UMA MULHER! – ele me dedurou com o maior prazer. Até tentei falar por cima, impedindo que contasse o restante, mas já era tarde demais: - É A SAM, treinador! E tem mais! Ela e o seu assistente, o Freddie, andam tendo um caso!

O treinador Wayne avistou Freddie, vindo logo atrás de nós.

— Flagrei os dois agorinha no vestiário. Estavam se beijando!

— Isso é verdade, Freddie? – o treinador fitou o Benson.

Silêncio em todo o estádio, como se quisessem ouvir os detalhes de toda a confusão.

O moreno abaixou a cabeça, confirmando a versão do Billy. Foi um choque para todos (técnico, jogadores, líderes de torcida, arquibancada...).

 

...Continua


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Notas finais do capítulo

Calma, ainda não é um 'adeus' para essa história rsrs. Ainda irie publicar o epílogo...

Qual será o desfecho??? Alguém arrisca?? Irei adorar ler os comentários de vocês sobre isso hahaha

OBS.: Irei publicar o epílogo na quinta! Até lá ;D



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