A Princesa Prometida escrita por Jane Tudor


Capítulo 1
• Um Jogo Perigoso


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal! Depois de anos resolvi arriscar postar uma fanfic, eu espero que vocês gostem e deixem um comentário, mesmo que seja uma crítica para melhorias, um elogio ou o que acharam da história ❤️



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— Não entendo, sou uma princesa, única herdeira do seu trono, eu posso governar sozinha, não preciso de um marido. – falava convicta e aflita.

— Ophelia, uma mulher não seria respeitada no trono, não tem a força de um homem, além de que, a aliança entre nossos reinos seria muito valiosa, rainha de Alderich e Aloïs, teria muito poder.

— Meu marido... teria muito poder. – eu sabia bem o que aconteceria se me casasse, não seria livre, assim como nunca fui em dezessete anos, sempre aos comandos de alguém.

Meu pai me olhou com descontentamento, apenas me lançando uma expressão de impaciência.

— O seu casamento já está arranjado, filha. Preciso garantir que tenha um bom futuro, segura, sabe que não estou em tão boa saúde, preciso assegurar que você ficará bem.

— Posso me proteger sozinha. – Alderich era uma terra próspera, com muitas riquezas, assim como Aloïs, ao qual meu pai queria se aliar de uma vez por todas. Gostaria de escolher meu marido por mim mesma, sei que apesar de todo perigo, fui ensinada e projetada para ser uma rainha, com a ajuda do exército de meu pai, eu ficaria bem.

— Você sabe que não pode, por inúmeros motivos.

Parei e refleti sobre isso, meu pai era forte e respeitado, exceto pelo reino de Rowan, este queria as terras que meu pai possuía, e creio que só não a roubou porque meu pai estava vivo e tinha uma gama de seguidores. Perderia muitos aliados se outra pessoa subisse ao trono em seu lugar, mesmo assim, não era motivo para um casamento.

— Vai se casar, Ophelia, seu noivo chega essa noite, ele é filho de meu melhor amigo e sei que irá te tratar com muito respeito. – fez menção de sair da sala.

— Qual o nome do meu futuro marido? – perguntei arqueando a sobrancelha, cuspindo todo desdém que possuía.

— Príncipe Hadel, filho do rei Ares. Myrena e Kassaya irão vesti-la, não faça nada estúpido, por favor. – ele disse com um olhar suplicante.

Caminhei por entre os corredores até meu quarto, me sentei na grande cama e ali permaneci por longos minutos, divagando sobre os acontecimentos recentes que me trouxeram até aqui.

Hoje faziam dois meses que estava morando no castelo de meu pai, e meu castelo também, embora ainda não me sentisse parte dele. Fui criada numa casa de família há quilômetros daqui, meu pai tinha medo de retaliações que pudessem me ferir, por isso me guardou á sete chaves longe do reino desde que tinha cinco anos e minha mãe faleceu devido á um ataque inimigo. Lembro-me pouco dela, mas era uma rainha amável e a mais bela de todas.

Meu pai se culpava por sua morte, pois ele não conseguiu salvá-la a tempo quando Lorde Conrad a atacou numa invasão, não sei de muitos pontos da história, mas sei que Lorde Conrad nunca mais foi visto, apesar de meu pai gastar muitas energias para encontrá-lo. Ele é o irmão  do rei de Rowan.

Quando estava me acostumando á vida aqui, achando que teria uma liberdade mesmo que ilusória, meu pai ordenou que me casasse, estava aflita, com medo, não estava preparada para um casamento. Sempre fui muito impulsiva, tempestuosa, as minhas cuidadoras na vila costumavam dizer que eu que era um perigo para os homens de lá, e não o contrário.

Não nego, eu sempre fui de tomar as iniciativas e rédeas antes que algum homem pudesse faze-lo, isso me deixava á frente, visto que não era atitude de uma “senhora".

Em meio a muitos pensamentos, acabei caindo no sono.

•••

— Milady? – ouvi a voz de Kassaya me chamar bem ao fundo, enquanto despertava lentamente. – Princesa?

Despertei por completo agora, com um leve susto.

— Entre. – disse ainda sonolenta.

— Viemos vesti-la, o rei de Aloïs chegou mais cedo do que o esperado.

Levantei-me depressa, como se uma lâmina tivesse me espetado.

— O príncipe está aqui? Por quanto tempo eu dormi?

— Sim, princesa. A senhorita está repousando há três horas.

Meu estômago embrulhou, não estava preparada para conhecer meu noivo, não queria casar-me, queria ser livre dessas convenções.

Respirei fundo e olhei para a ama a minha frente.

— Prepare meu banho, Kassaya, por favor.

Depois que Kassaya preparou o banho, fui até os armários e peguei as essências e perfumes que tinha, coloquei um pouco na banheira e afundei na mesma, ficando absorta em pensamentos novamente, precisava sair desse quarto, precisava de ar.

Sai rapidamente da banheira e coloquei um vestido simples de linho, de cor creme e que tinha um caimento reto, ao contrário da maioria dos meus vestidos, este eu conseguia vestir sem um corpete, apenas abotoando-o na frente.

Sai rapidamente do quarto e fui até os jardins, era quase noite, a meia luz inundava as flores e copas das árvores, caminhei por entre a grama, me afastando do castelo e me aproximando de um túnel de folhas que havia no jardim.

— Hey! – senti trombar em alguém, que logo exclamou em minha direção e me segurou pelos braços.

— Quem... – olhei para cima e dei de cara com um homem alto, de cabelos escuros e olhos azuis que me encaravam curiosos. Minha fala se perdeu por alguns segundos, era sem dúvidas o homem mais bonito que já tinha visto.

— Está tudo bem? – perguntou preocupado, me tirando do transe.

— Quem é você? – falei com rispidez, nunca o tinha visto, provavelmente era da caravana do meu querido futuro noivo

— Acho que lhe fiz uma pergunta primeiro, madame, seria educado responder. Uma moça tão bela deveria ser mais gentil. – ele respondeu com calma, arqueando a sobrancelha e seguido de um sorriso de lado.

Abri a boca um pouco, surpresa pela ousadia do homem.

— Você sabe com... – olhei para o homem a minha frente, Deus, ele era muito bonito, e obviamente essa seria a última chance de conduzir uma conversa mais... intensa com um homem sem ser comprometida.

— Sou apenas uma cortesã, ninguém com quem se preocupar. – sorri amável para ele.

— Uma cortesã? – sua expressão agora era quase libertina, com evidente interesse. – O que uma cortesã faz aqui?

— Vim visitar uma amiga, uma das damas da princesa. – respondi olhando em seus olhos.

— Que sorte a minha então... – ele agora desceu suas mãos sob meus braços, me fazendo arrepiar, ele percebeu o efeito que o movimento tinha surtido.

— E o senhor? Quem é? – disse caminhando até o muro de folhas, mexendo com algumas flores ali e ficando de costas para o homem.

— Vim com a caravana do Rei Ares, apenas um súdito do rei. Com um grande interesse em conhecer mais sobre a mulher que arrancou-me do meu sossego. – ele cerrou os olhos de maneira sedutora, bom, aos meus olhos foi.

Sorri largamente para mim mesma, ao mesmo tempo, sentia um frio na barriga, sabia que esse jogo era perigoso, mas ao mesmo tempo queria jogá-lo.

— O que o senhor deseja saber? – perguntei inocente ainda sem me virar.

— Bom, antes de tudo, se é uma cortesã, podemos nos divertir um pouco no processo de nos conhecer, não acha? – respondeu na maior simplicidade do mundo e senti seu corpo se aproximar do meu.

— Por exemplo?... – falei virando-se pra ele, seu olhar era predatório. O homem aproximou-se e acariciou meu rosto com o dedo indicador, num movimento suave, me olhando com desejo, mas também ternura, foi intenso e estranho ao mesmo tempo.

— Não é possível que você seja uma cortesã. Uma mulher tão bonita, com uma beleza angelical eu diria, um corpo tão belo... não é possível que tenha se entregado a qualquer homem.

Suas palavras me deixaram perdida.

— Cortesãs tem fama de serem bonitas. Quem sabe não é sua noite de sorte? – sorri em sua direção. – Você acha que dá conta?

— Ter encontrado uma beleza como a sua por acaso não é sorte. – ele deu um sorriso largo, sem tirar os olhos dos meus, ele era quente!

Mordi os lábios em sua direção, ele agora tinha seus olhos escurecidos, isso me deixou assustada mas ao mesmo tempo excitada para saber o que viria a seguir.

Com um movimento rápido, ele me virou de costas e me puxou de encontro ao seu corpo, suas mãos deslizaram da minha cintura e desceram até as coxas, onde ele deu uma leve apertada.

— Você dá conta? – ele então subiu até a altura dos meus seios e passou as mãos suavemente por eles, subindo até meu rosto, segurando meu pescoço numa posição de autoridade.

O homem passou um dos dedos sobre meus lábios, e em seguida puxou minha cabeça para que ficasse deitada sobre seu ombro, passando rapidamente suas mãos para meus cabelos e segurou firmemente ali, fazendo uma trilha de beijos ao longo do pescoço e ombro.

Acho que nunca me senti tão rendida a um homem, normalmente eu costumava a fazer os rapazes caírem por mim, mas tão facilmente me desmanchava nas mãos de um homem totalmente desconhecido, e isso só tornava tudo mais excitante.

— Perfumada... – disse roçando a barba por fazer no meu pescoço, me arrepiando toda. Ele então me virou para ele, meus cabelos estavam bagunçados, meu rosto vermelho e estava ofegante pelo contato, ele então se deu conta que um dos botões do vestido tinha aberto e agora parte dos meus seios estavam a mostra.

Ele se surpreendeu com o fato e fez um som gutural ao olhar de volta para mim.

— Perdeu algo? – olhei para meus seios e olhei de volta para ele, que num impulso, me puxou pela cintura de encontro ao seu corpo, que parecia esculpido pelos deuses, diga-se de passagem.

Ele olhou para os meus lábios e passou o dedo sobre o lábio inferior, tão suavemente que parecia que ele estava admirando, apesar da urgência, também havia doçura em seus modos, isso me deixava confusa, mas estava inebriada demais para me importar com isso.

— Eu encontrei... – dito isso, ele tocou meus lábios com delicadeza, dando uma leve mordida, o que me fez sorrir e percebi que ele pedia passagem para aprofundar o beijo, o que concedi sem resistência. O beijo foi ficando cada vez mais feroz, o homem segurava meus cabelos e cintura, instintivamente, coloquei minhas mãos em sua nuca e o empurrei até a parede do outro lado.

Aprofundei mais o beijo, ele beijava muito bem, como se o encaixe fosse perfeito, sentia agora sua excitação evidente sob o meu corpo e aquilo me deixou com mais desejo sobre ele, todos os meus pensamentos lógicos foram embora naquele momento.

Ele me virou contra a parede num ato rápido, levantando meu vestido e segurando minhas pernas, me deixando suspensa entre a parede e ele, suas mãos subiram até quase perto da bunda, o beijo continuava cada vez mais intenso, nossas mãos já não tinham controle sobre nada.

— Droga, preciso ir. – ele disse parando o beijo, mas ainda ofegante e me segurando contra ele.

— O que?... – tentava recuperar meus pensamentos sãos.

— O sino... Meu rei precisa de mim. – só então ouvi o sino da corte, que indicava os eventos reais. Foi então que a minha consciência voltou em si e percebi que eu deveria estar pronta agora.

— Eu também preciso ir... – ele então me abaixou lentamente até o chão, mas ainda me olhando com luxúria e algo a mais, que não conseguia decifrar.

— Gostaria de vê-la novamente. – disse com a mão em meu rosto.

— O bom destes momentos de loucura é que eles são doses de uma só vez, para se tornar inesquecíveis. Foi um prazer conhecê-lo, cavalheiro. – disse com um sorriso amável e sai correndo para o outro lado do Jardim, dando a volta no mesmo até meu quarto.

— Princesa! Onde esteve? Procuramos a senhorita por toda parte! – Myrena disse ofegante, dava pra ver que estavam mesmo preocupadas.

— Me perdoem, eu acabei me distraindo olhando a paisagem, vamos, me vistam.

Kassaya e Myrena me vestiram com um vestido verde escuro, com pedrarias pelo busto e com as mangas rentes ao corpo, ele era todo bufante e tinha um caimento em V. Depois, fizeram um coque alto com alguns cachos caídos ao redor do rosto, para terminar, colocaram uma tiara de pedrinhas de diamante sobre minha cabeça.

— Está maravilhosa, princesa. – ambas sorriram. – Seu noivo tem muita sorte.

Suspirei baixo, a realidade me puxou novamente, os beijos e toques do homem misterioso ainda queimavam sobre meu corpo, talvez este tenha sido o último ato de loucura que pude ousar cometer, mas desejava vê-lo novamente, mesmo sendo uma relação impossível. Ele provavelmente estaria no baile, ficará surpreso em saber quem realmente sou, me senti egoísta por um instante por usá-lo como escape emocional e da realidade.

Caminhei pelo longo corredor até o salão de festas, os guardas estavam a minha espera, Kassaya e Myrena estavam ao meu lado todo tempo. Ao chegar na porta do salão, meu coração acelerou e bateu fortemente, não sabia qual sentimento estava mais evidente dentro de mim, se era o medo ou a ansiedade.

— Pode anunciar a entrada da princesa. – Myrena falou ao guarda, que prontamente foi até a porta chamando atenção das pessoas ali, que não eram muitas, mas haviam alguns convidados de meu pai e da caravana do rei, para dar as boas vindas aos nossos visitantes.

— Anuncio vossa alteza, a princesa de Alderich, Ophelia.

Dei os primeiros passos, de cabeça baixa e receosa, ao passar pelas enormes portas, ergui a cabeça tomando o máximo de ar possível, mas este me faltou quando olhei para frente, a sensação era de que uma pedra de gelo tinha entalado em minha garganta, parei por alguns instantes, congelada no lugar.

Ao lado de meu pai, estavam o príncipe e o rei de Aloïs, para meu completo espanto, o homem que há pouco estava fervorosamente me beijando, estava ali, ele não era um mero súdito.

Muito menos o príncipe ao qual estava destinada a me casar.

Ele era o rei Ares.


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Notas finais do capítulo

Antes que me ataquem pela personagem ser menor de idade (quase nós 18, vai?), fiz a história pensando sobre essas relações serem normais na época e até incentivadas!
Espero que tenham gostado, até o próximo capítulo



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