Ressurrecto escrita por Alyeska


Capítulo 4
Proposta


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal!
Desculpem pela demora em postar, mas eu PRECISAVA planejar o restante da história e fazer uma escaleta pra não me embaralhar depois. Como eu trabalho, ficou um pouco complicado.
Obrigada pela paciência e aproveitem o capítulo!



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— Ronald! — falei, deixando cair o garfo com estrépito sobre a bandeja —. O que você está fazendo aqui?

— Aqui… na ala hospitalar ou…? — ele perguntou, hesitante, coçando a cabeça  enquanto se aproximava vagarosamente.

— Hogwarts — respondi sucintamente, a voz tão inflexível quanto a corda de um arco prestes a lançar uma flecha.

— A professora McGonagall mandou me chamar — ele disse, de pé ao lado da maca —. Na verdade, todos nós: meus irmãos e meus pais também. Disse que precisa conversar conosco.

Ele se sentou na cadeira onde Harry passou a noite, enquanto eu o encarava em um misto de raiva e incredulidade.

— Mas eu também vim até aqui pra ver você — ele continuou, sem parecer notar minha expressão. Era o Rony, afinal de contas

—. Escute, Hermione, eu estive pensando…

— Francamente, Ronald — interrompi —, eu não consigo acreditar que você foi capaz de vir até aqui e simplesmente sentar ao meu lado como se nada tivesse acontecido.

Rony teve a decência de corar.

— Eu precisava ver você — ele disse, de cabeça baixa —. Eu fiquei preocupado.

Bufei, imaginando quem teria lhe avisado. Não imaginava que Harry teria feito aquilo, sabendo que eu ainda não estava pronta pra ter aquela conversa com Rony.

— Eu acho que precisamos conversar — ele soltou de uma só vez, vermelho feito uma beterraba, como se temesse perder a coragem no meio da frase —. Sobre o que aconteceu.

— Eu não acho que seja o momento — respondi, voltando a pegar o garfo e revirar os ovos e bacon —. Eu ainda me sinto fraca, depois de tudo o que aconteceu ontem. Acho que preciso descansar.

Ele levantou o rosto rapidamente, só então se dando conta do quanto aquilo parecia óbvio.

— Claro, claro… — ele se pôs de pé, retirando a varinha do bolso —. Você precisa se recuperar, primeiro. Conversamos depois. Aguamenti.

Rony aproximou a varinha de um vaso de vidro simples na mesa de cabeceira ao meu lado, que se encheu com água, e depositou as flores ali.

— Nos vemos depois — ele disse, se retirando —. Melhoras pra você.

Assenti, sem conseguir me sentir tão grata por seu gesto ao perceber que as flores foram arrancadas de qualquer forma dos jardins do castelo. Balancei a cabeça, quase achando graça da situação, pensando que aquele era mesmo o "jeito Rony" de ser.

*

Rony se aproximou da mesa ao centro do Salão Principal, já sem as flores decrépitas na mão. Hermione tinha aceitado-as, então.

— Havia sangue pra todo lado, então eu o vi subir as escadas feito um foguete — Hagrid narrava os acontecimentos do dia anterior a quem quisesse ouvir, talvez pela décima vez naquela manhã — com a pobre Hermione nos braços… aliás, porque não usou magia para movê-la, Harry? Teria sido mais rápido e prático também.

— Eu… eu não pensei nisso, no momento — respondi aos olhares questionadores de todos os Weasley presentes, me sentindo o bruxo mais burro de todo o mundo —. Só conseguia pensar em trazê-la para cá.

— É perfeitamente compreensível, querido — a Sra. Weasley me assegurou, acariciando minha bochecha —. Você foi um herói.

— Um herói esquecido, mas ainda assim um herói — completou Jorge, rindo de mim.

Rony deu uma risada fraca, que eu acompanhei. Meu amigo puxou a cadeira ao meu lado e, tão logo sentou, montou uma pequena pilha de comida em um prato, atento à história que Hagrid continuava a contar. De minha parte, não tinha ânimo para me juntar a ele e acrescentar detalhes que meu amigo desconhecia. Só conseguia imaginar como os Weasley reagiriam ao saber de todos os detalhes por trás do ataque a Hermione.

A prof. Minerva comia em silêncio, ainda mais austera que o normal, relanceando um olhar ou outro para os que estavam sentados à mesa. Além dos Weasley — todos eles —, havia o pequeno Teddy Lupin, que quase passava mais tempo com eles do que com a avó que o criava, e Quim Shackebolt, agora Ministro da Magia.

Surpreendi-me com a visão de Hermione, pálida feito papel, se aproximando da mesa. Em um segundo eu estava ao seu lado, apoiando sua figura instável, ignorando as inexplicáveis batidas descompassadas de meu coração. Antes que ela pudesse se sentar ao meu lado, recebeu uma chuva de cumprimentos e perguntas. Todos pareciam querer ouvir a história em primeira mão, agora que a protagonista havia chegado.

Ainda assim, foi Hagrid quem terminou a história.

— Você está bem? — perguntei, imaginando porque ela não continuava na Ala Hospitalar —. Não precisa descansar?

— Eu estou bem. A professora McGonagall pediu que eu viesse.

Assim que as últimas informações foram contadas, a professora Minerva se pôs de pé, silenciando o grupo com apenas um gesto.

— Obrigada por comparecerem — disse, austera —. Graças a Hagrid, todos sabem sobre os últimos acontecimentos envolvendo a Srta. Granger. O que vocês ainda não sabem é que ela não foi a única bruxa atacada.

Pelas expressões perplexas nos rostos de todos, com exceção de Shackebolt, tive certeza de que ninguém sabia sobre isso.

— Dois nascidos trouxas foram mortos nos últimos dias e um bilhete foi deixado ao lado de um deles.

O papel contendo o recado sobre o retorno do Lorde das Trevas circulou e eu assisti, silenciosamente, o rosto de cada um que lia tornar-se tão pálido quanto o de Hermione. A expressão de minha amiga, no entanto, era apenas de ceticismo.

— Não pode ser! — alguém sussurrou e logo outras vozes se uniram ao coro de negação e pavor.

— E qual o motivo de o Ministério ainda não ter lançado nenhum alerta? — Gui Weasley perguntou, olhando diretamente para Quim.

— Tenho sido pressionado pelos secretários dos departamentos envolvidos na investigação para não dizer nada até que algo mais definitivo seja descoberto —. Ele respondeu, sem se deixar intimidar —. Infelizmente não posso apenas ignorar esse pedido.

— E qual a sua opinião sobre a veracidade do que contém no bilhete, professora? — perguntei, lembrando que ela havia prometido responder quando estivéssemos reunidos.

— Não acho que seja possível que Voldemort tenha retornado — disse, após alguns segundos de pausa, erguendo o queixo —. Mas não é impossível que outro tenha ocupado o seu lugar.

— Um impostor? — Gina perguntou, boquiaberta.

— Não um simples impostor. Não nos esqueçamos que Voldemort foi apenas um bruxo versado na Arte das Trevas, com uma determinação de ferro, uma crueldade sem limites e um carisma fora do comum, principalmente no início. Outros vieram antes dele e nada impede que outros surjam após sua queda.

Outras dúvidas surgiram, que foram respondidas pela professora McGonagall, antes que ela pudesse voltar ao cerne da questão:

— O primeiro objetivo desta reunião já foi cumprido. Eu desejava alertá-los sobre o que está acontecendo e pedir que tenham cuidado, mesmo não sendo nascidos trouxas. Se os últimos ataques nos servem como referência, podemos inferir que o novo Lorde das Trevas — ela pronunciou tais palavras com desdém — está seguindo os passos de Voldemort. Não precisamos de muita imaginação para saber quem está em sua lista.

Como se um feitiço houvesse sido lançado, todos os olhares se viraram para mim, me deixando desconfortável. Por baixo da mesa, senti a mão de Hermione envolver a minha com firmeza, me passando segurança.

— O segundo objetivo do nosso encontro é oferecer-lhes algo… fazer uma proposta aos que estiverem dispostos — a professora continuou —. Eu ofereço Hogwarts como seu lar novamente.

Levei apenas um segundo para compreender suas palavras.

— Fiquem aqui. Protejam-se e ajudem a proteger Hogwarts.


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Notas finais do capítulo

E então, quem vocês acham que vai aceitar a proposta? ❤️



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