Até o último suspiro escrita por Nara Garcia


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Pra encerrar a noite com chave de ouro, um capítulo fresquinho pra vocês! :)

BOA LEITURA! ❤



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No carro, a caminho da minha casa, ambos permanecíamos em silêncio. De vez em quando eu a olhava, mesmo que brevemente, somente para checar se tudo estava bem. Depois de um tempo, cansado de todo aquele silêncio, eu estendi minha mão até o rádio, pondo numa música que Stella e eu costumávamos ouvir quando estávamos juntos. 

— Quer comer algo diferente? Posso parar no mercado. - propôs Mac sem tirar os olhos da estrada. 

— Não precisa.. - respondeu com a voz baixa enquanto o olhava. - Acho que nada pararia no meu estômago, de qualquer forma. 

— Mas você precisa tentar comer alguma coisa, sabe disso. - afirmou carinhosamente. 

Stella desviou seus olhos da janela, passando a observar Mac pela primeira vez desde que entrara no carro. Ela sabia que no fundo Mac estava chateado, e ainda assim não deixava de cuidar dela. 

— Eu menti. - Stella sussurrou, fazendo Mac olhá-la brevemente. 

— Sobre o que? - ele perguntou, voltando a olhar para a estrada. 

— Quando eu disse que não precisava de você cuidando de mim. Na verdade eu preciso, mais do que gostaria de admitir. - sorriu timidamente. - Nós sempre fizemos isso, sempre cuidamos um do outro. E eu amo todo esse cuidado, mesmo não falando. 

Mac estacionou na esquina de seu prédio, finalmente a olhando. 

—... Você tem sido um anjo comigo, e eu uma completa chata. - riu levemente, arrancando um sorriso de Mac. - Me desculpe pelas coisas que eu disse antes, não eram verdade. 

— Não precisa se desculpar, Stell. Pra falar a verdade, eu é quem preciso. - suspirou, desviando o olhar por um momento. - Sei que não está sendo fácil pra você, e eu não quero te pressionar a fazer algo que não queira. Eu só quero o seu bem, e a sua felicidade. Te trazer aqui foi o que eu pensei ser melhor pra você, mas talvez não seja.. Então, se quiser ficar no seu apartamento, por mim tudo bem. Eu prometo te visitar sempre, e quando eu digo sempre, é sempre mesmo. 

Stella riu, sendo acompanhada por Mac. 

— Sobre isso.. Eu realmente gostaria de ficar aqui com você, se não se importar.. - Mac a olhou com uma sobrancelha arqueada. 

— Tem certeza? Porque se não tiver, posso levar você de volta agora mesmo. Levando em conta que nenhum dos dois guardou o macarrão na geladeira, talvez seria bom. 

Stella fechou os olhos, levando a mão imediatamente ao rosto. 

— Droga! - murmurou. - Eu sabia que tinha esquecido de alguma coisa. - ela riu de si mesma, voltando a olhá-lo. - Olha, eu só não quero te atrapalhar. Não quero invadir sua privacidade nem nada. 

— Você não vai, sabe que nunca me atrapalha. E eu amo sua companhia, então nós dois sairíamos ganhando. - afirmou, a olhando com expectativa. 

— Sendo assim, detetive, eu adoraria ficar na sua casa. - Mac sorriu. 

Foi depois daquela "simples" conversa, que voltamos ao nosso normal. Stella sorria e ria da forma mais genuína, fazendo meu coração se alegrar. Eu tentava não pensar no real motivo dela estar ali. Achei que seria um pouco mais fácil lidar com tudo aquilo se pensasse que ela estava apenas passando uns dias lá, simplesmente porque sentíamos falta de passar um tempo um com o outro. 

Quando finalmente entramos no meu apartamento, a vi se jogar no sofá com um sorriso de ponta a ponta. Ela estava a vontade, e aquilo me tranquilizou. 

— Já que a senhorita não quer comer nada, que tal um chocolate quente? 

— Um chocolate quente seria ótimo. 

Mac sorriu e foi para a cozinha, começando a prepará-los. Enquanto isso, Stella fechou seus olhos por alguns longos segundos. Foram muitas emoções para apenas um dia, e o cansaço começou a surgir. 

Depois de um tempo, ela se levantou e foi até a varanda, sentando em uma das cadeiras que Mac havia posto lá. Seus olhos admiravam a noite estrelada, enquanto a brisa suave do vento soprava em seu rosto. 

— Sabia que eu mal aproveito toda essa vista? Só venho aqui mesmo quando você está aqui. - disse Mac ao se aproximar, entregando uma caneca a Stella e depois sentando ao seu lado. 

— Acho que eu deveria passar a vir aqui mais vezes então. 

— Concordo plenamente. - respondeu Mac com uma risada. - Eu adoraria isso. - completou a olhando. 

Com o silêncio confortável que seguiu, Mac tomou um pouco do seu chocolate quente, enquanto Stella apenas encarava a caneca em suas mãos. 

— Posso te fazer uma pergunta? - indagou. 

— Claro. - disse Mac sem olhá-la, dando mais uma golada no líquido quente. 

— Alguma vez já acordou com a sensação de que aquele pudesse ser o seu último dia? 

Naquele momento, Mac sentiu seu corpo travar. Não era a pergunta em si que o afligia, mas sim o motivo pelo qual Stella perguntara. 

— Mais vezes do que eu posso lembrar. - disse com a voz baixa. 

— Hoje eu me senti assim.. - sussurrou Stella. - E algo me diz que vou me sentir assim de novo pelos próximos dias. 

— Eu não vou deixar. - as palavras saíram de sua boca imediatamente, sem sequer pensar duas vezes. Stella então o olhou com os olhos marejados. 

— Mac, nós dois sabemos que há uma possibilidade de.. 

— Não faz isso, por favor. - interrompeu-a cabisbaixo, sem coragem de olhá-la. 

— Mac.. 

— Eu tenho tanto medo de perder você. - admitiu. - Não posso cogitar essa possibilidade. 

Stella fez menção em dizer algo, mas nenhuma palavra foi dita, apenas algumas lágrimas escorreram pelo seu rosto. Mac começou a sentir seus olhos encherem-se d'água, mas chorar ali, na frente dela, não era algo que ele queria. Nem mesmo o rumo que aquela conversa tomou era algo de seu interesse. Expor seus sentimentos nem sempre fora fácil, mesmo sendo com Stella. E admitir algo como aquilo, não estava realmente em seus planos. 

Por outro lado, havia um desejo estranho dentro do seu coração de falar tudo que estava sentindo. Havia um misto de sentimentos dentro dele, e o medo de perdê-la era o maior. Ele nunca havia dito algo assim para ela, então uma certa timidez o invadiu. 

— Eu vou tomar um banho. - disse mudando de assunto. Stella simplesmente assentiu. - Se quiser pôr suas coisas no quarto, fique a vontade. 

— Obrigada. - sussurrou. Mac apenas sorriu de canto, retirando-se dali para o seu quarto. Ao vê-lo partir, Stella permitiu que mais algumas lágrimas rolassem. Àquela altura o chocolate na caneca já não estava tão quente, e a brisa até então suave do vento, ficava mais gelada a cada minuto que passava. 

Stella então se levantou, deixando a caneca na cozinha antes de ir até o quarto de hóspedes. Ela deixou sua bolsa em um canto qualquer e deitou cama, fechando os olhos em busca de descanso. 

Enquanto a água do choveiro caía sobre mim, eu me permiti chorar como há anos não fazia. As lágrimas desceram descontroladamente pelo que pareceram horas. Eu não suportava pensar na possibilidade de perdê-la. De entrar em seu escritório e não ver seu sorriso, ou ouvir sua voz meiga. 

Eu sabia que não conseguiria dar forças a Stella daquela maneira. Antes, eu precisava ser forte também. 

*** 

Stella abriu os olhos pouco mais de uma hora depois. Nada além das palavras de Mac estavam em sua cabeça. "Eu não posso perder você" repetia-se constantemente, fazendo-a levantar com um suspiro. 

Ao caminhar até a sala, Stella pôde ver Mac deitado no sofá vendo televisão. Seus olhos inchados entregaram as lágrimas de uma hora atrás, mas ela preferiu não comentar. 

— Ei.. - sussurrou, sentando no braço do sofá. Mac a olhou e sorriu de canto. 

— Ei. Eu ia te chamar pra ver um filme, mas não tive coragem de te acordar. 

— Eu não consigo voltar a dormir. Perdi o sono.. - explicou. 

— Eu também não.. Quer ver alguma coisa? Ou conversar? 

— Acho que não estou sendo uma boa opção pra conversar hoje. - sorriu timidamente, arrancando uma risada de Mac. 

— Isso é impossível. - discordou, ajeitando-se no sofá para dar espaço a ela. - Sobre o que quer conversar? 

Mac e Stella então engataram numa longa conversa, sem tocarem no assunto que mais os afligia naquele momento. Eles conversaram sobre seus medos e desejos mais íntimos - pelo menos aqueles que eles tinham consciência de ter - e relembraram diversos momentos ao lado da equipe. O tempo foi passando e logo o relógio marcava 1h. Por pegarem no turno cedo, ambos optaram por encerrar aquela conversa, pelo menos momentaneamente. 

Stella tomou um banho e logo foi se deitar, tendo Mac a checando de 5 em 5 minutos por pelo menos meia hora. Depois de confirmar que ela estava bem, ele finalmente se deitou, entregando-se ao sono assim como ela. 

*** 

Dessa vez foi ela quem acordou assustada após um pesadelo. O suor frio escorria por sua testa, enquanto seus olhos arregalados olhavam o quarto em que estava, tentando situar-se. Depois de perceber que tudo não passara de um mero sonho, Stella permitiu-se respirar. Com suas mãos meio trêmulas ela pegou o celular na escrivaninha, descobrindo que o despertador tocaria em menos de 5 minutos. 

Ao se levantar, o cheiro do café fresco invadiu seu quarto, fazendo-a sorrir. Rapidamente Stella pegou uma roupa que havia separado em sua bolsa para o trabalho e a vestiu, indo de encontra a Mac logo em seguida. 

— Que cheirinho gostoso! - exclamou apoiando-se no balcão. Mac estava devidamente vestido em seu terno impecavelmente passado e sem gravata, é claro. 

— O café ou eu? - perguntou com um sorrisinho charmoso. Stella deu a volta no balcão e se aproximou de Mac, cheirando seu pescoço. 

— O café. - provocou-o. 

— Engraçadinha. - murmurou afastando-se dela, enquanto a mesma ria. - A Melissa falou o horário que será sua consulta? 

— Ah, sim. Ela me mandou uma mensagem ontem a noite. Disse que marcou para às 15h30. 

— Ótimo! - exclamou. - Se estivermos enrolados com algum caso, ponho Danny à frente. - disse entregando uma xícara de café à Stella, que o olhou com um sorriso. - O que foi? Por que esse sorriso? 

— Achei que iria propor que eu ficasse na papelada. 

— E perder minha parceira? Eu não faria isso. - respondeu com diversão na voz. 

— Você não me engana, Taylor. Sei que pensou nisso. - Mac sorriu levemente, escorando-se na bancada. 

— Olha, se eu dissesse que não estou preocupado eu estaria mentindo. E apesar de querer muito te manter longe de campo por um tempo, eu não tenho direito de fazer isso, nem mesmo como seu chefe. Eu confio em você e sei que não fará nenhuma loucura. Só por favor, me prometa que vai tomar cuidado?! - pediu carinhosamente, mas com uma certa urgência em sua voz. 

— Eu prometo. - respondeu em meio a um sorriso. - Não se preocupe. 

— Impossível. - suspirou. - Vamos? Tenho que chegar um pouco mais cedo. - disse tomando o café rapidamente. 

— Claro. - Stella terminou seu café e pegou o celular que vibrava em seu bolso. - Temos um caso próximo a Times Square. 

— Eu te deixo lá. Preciso resolver umas coisas mas depois te ajudo com as evidências. 

— Tudo bem. Ah, não se esqueça do seu almoço com Christine. - lembrou com os olhos semicerrados. Mac riu levemente. 

— Você não vai me deixar esquecer. 

Com um último sorriso, ambos saíram do apartamento seguindo para o estacionamento. Mac não morava tão longe de onde era a cena do crime, e por isso chegaram em pouco menos de vinte minutos. 

— Qualquer coisa me liga. - pediu Mac ao parar o carro. 

— Ok chefe. - debochou. - Mais alguma coisa? 

— Na verdade, sim. - Mac esticou a mão até o porta luvas, pegando seu pager. - Esse daqui é o meu pager antigo. Quero que fique com ele. Se acontecer alguma coisa, qualquer coisa, ou se você não se sentir bem, me bipa que eu te encontro na mesma hora, ok? Com ele eu saberei que é uma emergência. - Stella pensou em fazer alguma piada ou até mesmo rir de toda aquela preocupação do amigo, entretanto, a seriedade no rosto de Mac a fez deixar as piadas para uma outra hora. Então, com um suspiro, ela pegou o pager de sua mão. 

— Tudo bem. Te vejo depois. - Stella saiu do carro, levando consigo a maleta de Mac, e logo o viu se afastar, respirando fundo em seguida. - Algo me diz que hoje será um dia daqueles! - exclamou para si mesma. 

— Eu também tenho essa impressão. - disse Don aproximando-se dela. - Pra onde ele foi? 

— Laboratório. Vai nos ajudar depois.. - respondeu o olhando. - E então, o que temos? 

— Um daqueles casos que você adora resolver. - disse com deboche, caminhando ao lado dela até a cena. - O cara caiu de cima daquele terraço. - acenou. 

— Já descartamos suicídio? 

— Ele tem hematomas por todo corpo e um ferimento a bala nas costas. 

— Talvez estivesse morto quando caiu. - Stella observava a cena cautelosamente, tentando recriá-la em sua cabeça. - Testemunhas? 

— Nenhuma que realmente tenha ajudado. 

— Como sabe que ele caiu do terraço? - perguntou enquanto fotografava o corpo. 

— Um dos policiais encontrou sangue na escada enquanto falava com uma testemunha. Eu fui lá dar uma olhada e encontrei sangue pra todo lado. Parece que tudo começou lá. 

— Vamos começar por lá então! - Flack simplesmente a olhou com um sorriso. - Por que o sorrisinho? 

— Um contato me disse que aquela gangue que estávamos investigando vai se encontrar no Queens hoje. O que me diz sobre me ajudar a fazer algumas prisões, hein? Posso até deixar você ser a policial má dessa vez. 

— Eu adoraria. Mas não posso. - disse com uma carranca. - Mac me fez prometer que ficaria longe de encrenca hoje, e me meter com uma gangue daquelas é a definição perfeita de "encrenca". 

— Ele só te pede isso depois de você ter aprontado alguma. O que fez dessa vez? - Stella pensou por um momento no que dizer, já que a verdade não era uma opção. 

— Nada, realmente. Acho que ele está com medo que eu leve outra queixa. - mentiu. 

— Bom, sendo assim.. Levo o Danny comigo. - disse com diversão, fazendo Stella olhá-lo decepcionada. 

— Droga! Não acredito que vou perder isso. - reclamou, voltando seu foco à cena. 

— Não se preocupe, na próximo eu te levo. 

— Flack! - chamou um policial. 

— Quando acabar aqui te encontro no terraço. - disse à Stella antes de se afastar. Ela simplesmente assentiu. 

Enquanto isso, do outro lado da cidade.. 

Ao chegar no laboratório, Mac foi direto para a sala de descanso, encontrando Danny com os olhos semiabertos sentado à mesa. 

— Bom dia, chefe. - cumprimentou ele sonolento. 

— Bom dia, Messer. O que houve? 

— Lucy não dormiu muito bem essa noite, e nós também não. - respondeu antes de tomar um pouco de seu café. - E você? Parece cansado. - Mac escorou-se na mesa com seu olhar sobre Danny. 

— Não tenho dormido muito bem nos últimos dias. 

— Algo te preocupando? - indagou Danny encarando seu café, tentando de todas as maneiras manter seus olhos abertos. Mac, por sua vez, simplesmente assentiu. - Tem a ver com uma certa grega? 

— Por que acha isso? - perguntou um pouco surpreso. 

— Foram poucas as vezes que te vi transparecer suas emoções, e pelo que eu me lembre, boa parte delas Stella estava envolvida de alguma forma. - Mac não sabia muito bem como responder àquilo. Contra aqueles fatos não existia qualquer argumento. Por fim, ele suspirou. 

— Já sentiu como se o seu mundo fosse desmoronar a qualquer momento? 

— Já perdi as contas. - respondeu com uma risada nervosa. - Olha, o Don estava querendo marcar de irmos na casa dele hoje assistir ao jogo. O que acha? Podemos conversar, vai ser bom distrair um pouco. 

Mac pensou por alguns breves segundos, e por fim esboçou um pequeno sorriso de canto. 

— É, vai ser bom. - Danny sorriu. Logo o celular de Mac tocou, fazendo-o lembrar-se automaticamente do porquê havia chegado cedo. - Sinclair está atrás de mim. - suspirou ao pegar seu celular. - Nos vemos depois. 

— Vai lá, chefe. 

— Ah, Danny.. - chamou-o antes de sair da sala. - Se surgir algum caso, deixe com Lindsay e Hawkes. Preciso que esteja disponível mais tarde. Depois te explico. - Danny assentiu, vendo Mac afastar-se. Logo ele voltou ao seu objetivo de manter-se acordado, enquanto buscava na máquina mais um pouco do líquido quente. 

Enquanto Mac passou boa parte da manhã resolvendo suas pendências com Sinclair, Stella corria atrás de mais evidências que provassem que Jake O'Connor, o principal suspeito, era o autor do crime. Ao voltar para o laboratório próximo ao horário do almoço, ambos se esbarraram. 

— Oi, já está indo? - perguntou Stella ao ver Mac vindo em sua direção pelo corredor. 

— Sim, Christine me pediu que a encontrasse em seu restaurante. E você, já vai almoçar? 

— Depois, antes preciso fazer o possível pra evoluir nesse caso. - suspirou cansada. - Meu suspeito tem o álibi perfeito, mas eu não sei, algo me diz que ele é o culpado. 

— Como alguém que já errou muito por não seguir a própria intuição, meu conselho é que você a siga. Pode ser que não dê em nada, como também pode ser a solução do caso. 

— Já estava com saudades dos nossos conselhos de corredor. - disse com um sorriso. - Vou pedir ao Danny mais tarde que volte à casa do nosso suspeito. Talvez tenhamos deixado passar algo. Aliás, já falou com ele? 

— Mais ou menos, só disse que precisaria dele mais tarde. - respondeu. - Umas 14h30 eu te busco na delegacia, pode ser? 

— Claro. - com um sorriso, Stella afastou-se de Mac, mas logo se virou novamente e o chamou. - Ei, aproveite o almoço. 

— Pode deixar. E você, por favor, coma algo que não seja um hot dog. 

— Vou tentar. - com um último sorriso, ela seguiu seu caminho. 

*** 

O restaurante de Christine ficava a apenas alguns quarteirões do laboratório, por isso Mac chegou lá em poucos minutos. Apesar de seus pensamentos estarem um pouco distantes, ele queria fazer aquele simples momento dar certo. Claro que essa idéia funcionaria melhor se ele não estivesse desde cedo checando seu celular a cada cinco minutos, preocupado com Stella. 

— O que você está fazendo, Mac? - perguntou para si mesmo. Conhecer Christine antes parecia ser uma ótima idéia, visto que Mac não dava uma chance ao amor há anos. Mas ali, sentado dentro de seu carro observando Christine do outro lado da rua, fez com que ele refletisse se era aquilo mesmo que ele queria. 

No fundo, Mac sabia muito bem onde ele queria e deveria estar. De qualquer forma, desmarcar um almoço a essa altura não parecia algo nobre a se fazer. Então com um suspiro, ele saiu do carro. 

— Por um momento achei que não fosse vir. - Christine disse ao vê-lo se aproximar. - Fico feliz em te ver. 

Ela o puxou para um abraço apertado que na mesma hora foi retribuído, mesmo Mac um pouco contrariado. 

— É bom te ver também. - respondeu forçando um sorriso. 

— Está tudo bem? - perguntou ela preocupada. 

— Vai ficar. Só não quero ser uma má companhia pra você hoje. 

— Isso é impossível, Mac Taylor. - Mac então tratou de pôr suas preocupações um pouco de lado, focando no almoço e em desfrutar da companhia de Christine. 

Já no laboratório, Stella analisava cada evidência que havia recolhido da cena do crime minuciosamente. Volta e meia sua mão era levada de maneira inconsciente à sua cabeça. 

— Encontrou alguma coisa? 

— Ainda não.. - respondeu sem olhar. Ao se dar conta de quem era, Stella o encarou. - O que está fazendo aqui? Pensei que fosse te encontrar na delegacia. 

Flack adentrou à sala de vez, observando as evidências que Stella analisava. 

— Fiquei com fome, e aqui do lado do laboratório tem um hot dog maravilhoso. Aliás, comprei um pra você. - Stella revirou os olhos. 

— Você e o Mac combinaram? - Flack a olhou confuso. 

— Como assim? - indagou sem entender. 

Quando estava prestes a responder, Stella sentiu a tontura de mais cedo voltar. Logo ela se apoiou no balcão, fechando os olhos momentaneamente. 

— Ei, você está bem? - perguntou Don visivelmente preocupado, aproximando-se mais da grega. 

— Sim, só um pouco zonza. - novamente Stella levou a mão à cabeça. Dessa vez a dor estava um pouco mais intensa, formando em seu rosto uma expressão de dor. 

— Eu vou chamar o Sheldon. - disse Flack já se virando, mas logo sendo impedido pela voz de Stella. 

— Não precisa, Don. - disse. - Eu vou ficar bem... É só.. - Stella começou a ver a sala girar, e um enjôo repentino tomá-la. 

— Droga, Stell, me deixe te ajudar! Você não está bem. 

— Preciso que ligue pro Mac. - pediu. Na mesma hora Don puxou o celular do bolso e discou o número de Mac. 

— Ele não atende. O que quer que eu faça? 

Stella pensou por um momento. Usar aquele pager não estava em seus planos, muito menos sabendo que Mac estava acompanhado de Christine. Mas ele era o único que sabia o que estava acontecendo, e de quebra a pessoa que ela mais confiava. Ele saberia o que fazer. 

— A minha bolsa está no meu escritório. Há um pager dentro dela.. - novamente ela hesitou, mas por fim viu que não tinha escolha. - Pegue-o pra mim, por favor. 

Continue... 


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