Sabores escrita por elda


Capítulo 1
único




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Aquele dia era diferente e nem era por conta do tempo alternar de calor pra frio a qualquer instante, nem mesmo por conta do navio da marinha que surpreendeu o bando em alto mar, mas sim porque era aniversário daquele marimo idiota. 

Como o bom cozinheiro do bando, Sanji anotava os aniversários de todos para fazer uma pequena comemoração que agradava muito seu capitão, aliás, era capaz de Luffy curtir mais que o próprio aniversariante. Contudo,  Zoro não lhe dera o seu, não sabia se era por que foi ele quem perguntou, mas Sanji achava que era capaz dele ter esquecido por ser tão despreocupado. Portanto, resolveu escrever uma data qualquer para representá-lo e essa data chegou. 

Com o passar dos dias no Merry, Sanji já havia percebido que Zoro não gostava muito de doces. Não estava muito tempo no bando, mas era tempo suficiente para ele perceber que o marimo era azedo e rabugento, o que era uma pena, porque estaria perdendo muitas receitas boas quando fazia desfeitas com as sobremesas. 

Mas Sanji notou também que ele era muito idiota e até um pouco burro, ele sorria bastante (principalmente quando bebia) e talvez só seria salgado, o que poderia ser um pouco melhor. 

Não entendia esses extremos, uma hora estava sério (quando lutava por exemplo), outra hora parecia uma criança teimosa, a ponto de não lhe dar o dia do seu aniversário.  

Suspirou e resolveu fazer um bolo de chocolate amargo, porque seria meio-termo exatamente como ele. Porém, Sanji se lembrou da sua infância e pensou se com Zoro fora igualmente difícil... pra ele ser forte, tinha que ter treinado um pouco pelo menos. Questões de segundos, e chegou na conclusão de que aquela comemoração poderia ser a primeira de todas. Talvez Zoro não tivesse tido mãe e nem pai, diferente dele, que teve o velhote de merda e o pessoal do Baratie ao seu lado. Mas Sanji ainda tivera uma infância difícil e um frio cobriu sua barriga ao se lembrar dos treinos que Zeff lhe submetera a fazer. 

Agora conseguia compreender por que esse idiota talvez não gostasse de doces, a sua vida deveria ter sido difícil e muito cruel, sem tempo para deixar um sabor lhe proporcionar uma alegria no peito. Portanto, refez a receita, pois prepararia um bolo doce com todo o seu esforço. 

Tinha certeza que conseguiria tirar um sorriso do marimo. 

A noite chegou e os dois ficaram responsáveis pela vigia, Zoro já estava no ninho do corvo e Sanji saiu da cozinha com o pequeno bolo, que trabalhou a tarde toda, e passou a subir o mastro para chegar na gávea, o bolo permaneceu intacto por conta de todo o cuidado que estava tendo em não o derrubar. Zoro piscou os olhos em confusão quando viu o cozinheiro entrar na cesta com ele. 

— Trouxe lanche? 

Sanji se sentou ao seu lado e estendeu a bandeja, com o bolinho no centro, para Zoro. — Feliz aniversário, marimo. 

— Ham?! 

— Como não me deu o dia do seu aniversário, eu decidi fazer de hoje o seu dia. — Disse com sua voz maçante, que Zoro não sabia como se comportar quando ouvia. Incomodava, mas era gostosa. — Agora coma, fiz pequeno porque gosta de ser discreto. 

Voltou a estender a bandeja para o marimo, que resolveu pegar aquele bolo todo verdinho e delicadinho, muito fofo. Sanji não devia saber que ele não gostava de doces, mas seria péssimo dizer isso nesse momento. Não esperava que o cozinheiro fosse atencioso, na verdade, Zoro já havia percebido que ele era bastante caloroso, e não somente com as mulheres. Deu uma mordida e, enquanto mastigava, ficou surpreso com o sabor. 

— Gostoso. 

Escapou sem querer, não pretendia encher o ego daquele tarado, mas era tarde demais. Sanji ouviu e estava com um sorriso satisfeito de todo tamanho na cara. 

— Sabia que ia gostar. 

— Quê?! Isso tá horrível! — Deu mais uma mordida. 

— Por que continua a comer, então? 

— Ah... sei lá, você colocou algo aqui. — Mastigava e continuava com as mordidas. 

Sanji riu alto. Claro, que Zoro não iria admitir, mas ele tinha certeza de que iria gostar. Zoro terminou de comer e até mesmo lambeu os dedos, enquanto Sanji já estava com o cigarro irritante na boca, mas seus olhos sempre o achavam charmoso quando fumava e, claro, não entendia esses sentimentos. Seu rosto estava rubro e agradeceu mentalmente por Sanji estar olhando o céu, limpou a garganta para falar algo. 

— Esse deve ter sido o meu primeiro parabéns. 

O cozinheiro abraçou as pernas e tombou a cabeça nos joelhos, olhando para Zoro com os seus olhos azuis, exatamente como o céu estrelado sobre eles, e deu um sorriso. Mas dessa vez o marimo não achou que ele estivesse tirando vantagens, na verdade, era muito bonito pra ser algo besta. 

— Obrigado, cozinheiro. 


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