P.O.V Da Sam

Entrei no ônibus triste, eu não queria voltar para casa antes que o verão chegasse ao fim. Fazer o quê se acabo fugindo quando as coisas não dão certo? Isso herdei da minha mãe... Ser tão covarde. Não sei encarar as coisas quando tudo se complica. E o Freddie estragou tudo, custava ele ser franco comigo? Precisava me enganar daquele jeito?

Claro que ele estava ficando com a irmã do amigo.

— SAM! - O grito me fez parar antes que eu passasse pela catraca.

Aquela voz familiar... Era ele.

— Sam! - Ele me alcançou o mais depressa antes que eu pudesse reagir.

Subiu no ônibus correndo, estava meio ofegante e com o rosto avermelhado.

— Por favor, não vá... - Foi uma súplica.

Ele tomou fôlego, respirando fundo e se apoiando sobre os joelhos.

— Rapaz, você não pode embarcar sem...

— Só um minuto, por favor, eu vim pegar minha garota. Não posso deixá-la partir! - Freddie disse em voz alta se recompondo.

Senti meu rosto arder, todos ali dentro nos observavam.

O motorista apenas assentiu.

— O que pensa que está fazendo? - Ajeitei a alça da minha mochila.

— O verão ainda não terminou. E como eu disse, vim buscar você. Volte comigo. Se for preciso, vou pedir de joelhos. - Ele já queria apelar.

Ouvi risadas e incentivos.

— Você vai embarcar ou não, loirinha? - O motorista já estava ficando impaciente.

— Só me dê um motivo para ficar, Benson! - Pedi séria.

— Sou um idiota e você tem razão. Não fiquei com a Quinn e nem com nenhuma outra garota nesse verão. Eu só fiquei com você... Eu só quero você! Passei na casa do seu pai, todos lá estão tristes, principalmente seus irmãos... Não queremos que vá embora agora! Sam, você precisa saber... Começou com um lance. Quem diria que eu iria te conhecer? E em tão pouco tempo me apaixonar por você? E eu gosto de você pra caramba... Droga! Acontece que estou mesmo apaixonado! - Se declarou.

Ele que deveria estar tremendo e não eu.

Fomos enxotados para fora do ônibus e eu vi o veículo partir para Glendale. Eu devia estar ali dentro, mas acabei ficando... Eu quis ficar.

— Seu boboca... Olha como você me deixa. - Eu sorria e tremia em seus braços.

— Diz logo que também está caidinha por mim. - Me deu um selinho.

— Me obrigue! - O encarei.

Acontece que seus lindos olhos castanhos e o sorriso de lado me derretiam.

Como não me apaixonar por Freddie Benson?

Ficamos ali no terminal abraçados aos beijos até nossos pulmões implorarem por oxigênio.

— Vamos para a casa do seu pai. Aposto que ele vai gostar de mim depois dessa. - Sorriu convencido.

— Ele não te detesta. - Falei.

— Sei... - Achou graça.

— Leva a minha mochila, tá pesada. - Empurrei para ele.

— Mandona. - Resmungou.

— O que disse? - Indaguei cruzando os braços.

— Gatona! - Me abraçou de lado e beijou meu rosto.

— Sou mesmo. Impressão minha ou você estava mesmo prestes a chorar lá no ônibus? - Eu queria zuar ele.

— Era impressão minha ou você estava quase chorando também? - Espertinho.

— Touché! - Prendi o riso.

— Idem! - Me fez rir.

Entramos no seu Jeep.

Ainda tínhamos o resto do verão pela frente.

Não sabíamos como seria depois.

Mas de qualquer forma encontraríamos um jeito de ficarmos juntos.

E sim, foi o melhor verão de nossas vidas.