Time Reversal/Reversão do Tempo escrita por LadyIce


Capítulo 1
Capítulo 1 - O Juízo Final


Notas iniciais do capítulo

Esta fanfic foi escrita em homenagem ao retorno da série animada em 2018. Todos os fatos seguem a obra original, sendo que é necessário o leitor ter conhecimento de toda a animação clássica ou as novels. O cenário, personagens, locais são bem descritos na obra clássica e portanto não serão descritos em detalhes aqui. As batalhas e embates políticos são bastante abordados na obra clássica sendo usados aqui apenas como pano de fundo. A história se passa 50 anos após o final da animação clássica. Este trabalho é feito apenas para diversão sem pretensão nenhuma de ser uma obra literária. Boa leitura! Um presente com amor aos fãs de LoGH.

Durante seu doutoramento em Física na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, o físico norte-americano Richard Philips Feynman começou a questionar o determinismo das equações diferenciais ordinárias da Mecânica Clássica, Quântica Não-Relativística e Relativística. A partir desse questionamento, Feynman partiu do princípio de que uma partícula poderia fazer o que quisesse, podendo, inclusive, voltar no tempo. 

Obra Original: Yoshiki Tanaka
Fanfic: Sara C P Rodrigues
© Copyright 2018
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Ano 53 Neo Calendário Imperial  (Ano 851 do Calendário Universal)

Zona Estelar de Rantemario

 

Finalmente, ela estava retornando para Phezzan depois de meses fora de casa. Estava sentada na ponte de comando e levemente inclinada olhando pela abobada transparente da nave, era possível ver o mar de estrelas. Uma pessoa a tirou de sua concentração.

— Não cansa de observá-las, Liz? - questionava um rapaz de cabelos loiros e olhos azuis iguais aos dela. Ele estava defronte a sua irmã, Elizabeth.

— As estrelas me acalmam, sinto como se meu lugar fosse desde sempre entre elas - ela o olhou e sorriu. - O que fará quando chegar em casa, Richard?

—Terminar a universidade - ele deu de ombros. Richard tinha apenas 18 anos, um gênio que avançou várias séries e era um grande destaque na área das ciências. Ele era bem mais alto que sua irmã de 23 anos. Elizabeth era uma mulher esguia e elegante, com cabelos castanhos claros presos num elegante rabo de cavalo. Ela vestia um uniforme prata com poucos detalhes, que se ajustava ao seu corpo, ressaltando suas belas curvas. Sua pele, assim como a de Richard, parecia uma porcelana. Apesar da aparência de fragilidade, seu olhar era forte e seguro. Richard havia acabado de prestar serviço militar, o que era obrigatório aos jovens de 17 anos.

Ambos irmãos imediatamente escutaram um ruído e olharam para a tela na frente deles. Uma imagem borrada que depois, aos poucos, ficava nítida. Elizabeth se levantou da cadeira subitamente e, ao reconhecer a imagem, questionou:

— Vó???  O que está acontecendo? Onde está meu pai?

— Elizabeth, não venha para Phezzan, conseguimos enviar Nathan ao seu encontro e as naves sobreviventes. Preste atenção ao que vou dizer, pegue todos e se escondam na antiga fortaleza de Iserlohn.

— Mas ela é um ferro velho e o que...

— Não, minha querida, ela está totalmente funcional, apenas desativada, só você ou seu irmão podem reativá-la.  Ao chegar lá descobrirá como. É importante que saiam imediatamente desta zona estelar  -  a senhora de cabelos brancos e olhos verdes azulados abaixou a cabeça e com olhos lacrimejantes disse: - Estamos condenados, Phezzan será totalmente destruída em menos de vinte minutos. Odin já foi totalmente arrasada, poucos sobreviventes fugiram em meio ao caos. Elizabeth, eles voltaram - ao dizer aquelas palavras um frio percorreu a espinha dela, seus olhos e de Richard se arregalaram diante daquelas informações. - Aqueles terroristas querem terminar o serviço que não fizeram há 50 anos. Seu pai está correndo para evacuar o planeta, não há como desativar a bomba de antimatéria que está quase atingindo o núcleo de Phezzan.

Era tudo muito surreal o que estava acontecendo, viviam uma época de paz e prosperidade, a humanidade evoluía em todas as áreas, como tudo aquilo podia estar acontecendo? Não acreditava. A senhora idosa continuava a falar.

— Não haverá tempo para nós, vocês devem seguir em frente e salvar a humanidade. Só resta Heinessen e por algum motivo eles não a destruíram ainda.  Só temos as forças de lá e o que restou de Odin e Phezzan.

— O que estes loucos querem é dizimar a humanidade?

— Em sua crença fervorosa, eles acreditam que não temos mais salvação e o que eles chamam de Apocalipse deve ocorrer, dizimando a humanidade para recomeçar do zero, criando um novo mundo baseado no que eles acreditam.

— Loucos...- ela brandia.  

— Vão meus queridos, o futuro de todos depende de vocês agora, mantenham-se unidos. Vocês são fortes. Restabeleçam a ordem e reconquistem o universo  -a senhora olhou para ela e o rapaz. - Você é tão parecido com ele Richard, até mais do que seu pai - o olhar dela se perdeu por alguns momentos e fixou-se no jovem com uniforme prata, como que recordando um tempo distante. - Finalmente me encontrarei com o avô de vocês. Lembrem-se de que em suas veias corre o sangue dos Lohengramms, eles não vão acabar com nossa dinastia - a imagem ficava borrada e o áudio quase se perdendo. - Seu pai e eu amamos vocês...- um estrondo muito forte e a interrupção súbita da transmissão.

Richard estava com as mãos na cabeça gritando que aquilo não podia estar acontecendo. Elizabeth foi até ele e os dois se abraçaram chorando, pois sabiam que naquele momento perderam tudo, seu lar, sua família, tudo. Quem estava ao redor estava atônito e tão perdido quanto aqueles dois.

Após o choque inicial, Elizabeth olhou para seus subordinados, o áudio foi transmitido a toda frota. Ela batalhou muito dentro do serviço militar para subir de ranking sem privilégios, assim como foi com seu pai e seu avô, sempre se espelhando em sua avó, a Kaiserina mãe Hilda. Uma mulher brilhante, que foi além do seu tempo e ajudou a construir o que mundo como era hoje. Elizabeth tinha como posto contra-almirante, como não havia mais guerras era mais complicado subir de posto, apenas com muito esforço, genialidade e o próprio tempo. As lutas de hoje se resumiam em perseguir piratas espaciais e focos de resistência dos herdeiros dos Goldenbaums. Automaticamente, ela decidiu contatar seu superior e ordenou:

— Abram canal com o almirante Bernhard Zimmermann - imediatamente isso foi feito e logo na tela apareceu um homem de cabelos escuros, esguio, aparentando seus 40 anos. Ela se levantou e com os braços prestou continência a ele. - Vossa Excelência deve ter escutado o áudio que a Kaiserina enviou a toda frota. Eu gostaria de solicitar que permitisse que minha nave fosse a Iserlohn, enquanto se dirigem a Heinessen.

O homem a olhou e prontamente respondeu de forma suave:

— A situação mudou - ele entendia o respeito dela, Elizabeth era assim com a hierarquia, mas agora ela era o expoente máximo do império. - Na falta dos parlamentares e primeiro-ministro que não sabemos se sobreviveram, cabe ao Kaiser tomar todas as decisões necessárias, não apenas militares como políticas também até que o parlamento se reconstrua e tenhamos um novo primeiro ministro - ele faz uma pausa e entendia que diante do choque da situação, a mulher diante de si não percebera que agora o poder estava nas mãos dela. - Vossa Majestade está no comando - ele inclinou o troco levemente para frente e abaixou a cabeça num gesto de saudação.

Elizabeth só tinha um pensamento, "eu não estou pronta para isso", ela buscou refúgio por um momento olhando para o irmão, realmente não tinha percebido o que tinha se tornado.

“Kaiserina”, ela pensou.

Richard se aproximou da irmã e apertou seus ombros, como dando forças e o olhar dele dizendo que ficaria tudo bem.

— Majestade - o homem continuou sua fala -, eu tenho uma sugestão, aguarde a chegada das naves de Phezzan para avaliarmos a real situação. Após isso poderemos discutir possíveis soluções.

Ele era mais experiente que ela sem dúvida, o almirante e seu pai eram grandes amigos, não poderia estar em melhores mãos. Era sensata a fala de Zimmermann.

— De acordo, por favor Almirante, peço que cuide da frota até a chegada das nossas naves. Preciso de tempo para assimilar tudo isso.

— Sim, Majestade. Permissão para desligar.

Elizabeth passou mais algumas instruções à ponte para chamá-la assim que as naves de Phezzan chegassem ao ponto de encontro. Ela se retirou para sua cabine juntamente com Richard. Chegando lá tinha duas poltronas simples e uma mesinha pequena. Ela abriu um compartimento e tirou uma garrafa de uísque, não era dada a beber, mas precisava de algo forte naquele momento. Então se serviu para ela e o irmão. Richard a princípio não queria, mas depois resolveu tomar também. Elizabeth resolveu tirar a parte de cima do uniforme e ficar apenas com a camiseta preta que usava por baixo.

— Estou tão perdida Richard, acabei me precipitando e nem me toquei - a voz dela sumiu e ela começou a chorar. -  Sobre o que me tornei, nosso pai e nossa avó se foram.

Richard também chorava, mas estava preocupado por ela, o peso agora em cima da irmã era enorme. Seu pai, Alexander, tinha traçado uma meta para preparar Elizabeth para assumir o cargo de Kaiserina, mas isso seria feito mediante mérito. Ela deveria mostrar eficiência no serviço militar e provar que poderia comandar.  Era o sonho dela desde criança, ao contrário de Richard, que queria apenas ser um cidadão comum. Infelizmente, ele teve que conhecer o mundo militar, pois enquanto não houvesse herdeiros ele estava na linha sucessão, mas, às vezes, pensava em simplesmente renunciar. A simples ideia já lhe causava aversão. Queria apenas ter seu laboratório e ficar no mundo das descobertas fantásticas. Graças ao seu professor, que notou sua genialidade, ele fazia parte de um grupo restrito de acadêmicos ilustres.

— Liz, sei que está sendo difícil, mas você vem sendo preparada para isso e não é de hoje, na verdade desde criança você já era louca por assuntos militares.

— Eu sei, mas ao contrário do papai, ele foi sempre assessorado pela nossa avó, Wolfgang Mittermeyer e outros almirantes fantásticos, eu estou sozinha.

— Você nunca estará sozinha. Tenha mais confiança em você. Nosso avô, se você se lembrar da história, trilhou o caminho dele sozinho a partir de certo momento.

— Mas ele era um gênio, eu não sou.

— Mas é uma Lohengramm.

— Assim como você.

— Mas eu não tenho todo o entusiasmo que você tem para estas coisas Liz, seus olhos brilham toda vez que embarcamos para o espaço. Você foi feita para isso.

Ela suspirou, pois ele de certa forma tinha razão. Sempre amou esta vida militar, mesmo sem guerras, o sangue dela fervilhava com uma nova batalha contra piratas espaciais ou os rebeldes Goldenbaums. Seu pai Alexander e Felix Mittermeyer lutaram lado a lado contra Erwin Joseph von Goldenbaum II, que a todo custo desejava restaurar a dinastia dos Goldenbaums. Todavia, mesmo após várias vitórias, nunca conseguiram dizimar de vez os rebeldes e Erwin.

Os dois ficaram ali um tempo compartilhando a dor da perda e vislumbrando sobre o que seria o futuro.

 

A Frota com os sobreviventes de Phezzan já estava quase chegando ao ponto de encontro. Na ponte de comando da nave Taranis de Elizabeth, esta recebeu um chamado do Almirante Zimmermann:

— Majestade, as naves estão chegando, o Almirante Kastner estará a bordo da nave capitânea Vali em uma hora. Informo também que o Comodoro Nathan Mittermeyer estará na comitiva com o primeiro ministro David Grenville, ele sobreviveu.

— Que noticia maravilhosa - ela se sentia mais animada, pelo menos com a parte política ela não precisaria se preocupar. - Estarei aí Almirante, até mais.

Zimmermann consentiu com a cabeça e Elizabeth desligou. Ela olhou para Richard e ambos saíram da ponte deixando para os subordinados a tarefa de controle da nave.  Eles  pegaram uma nave menor de transporte e rumaram para a nave capitânea. Ao chegarem, foram recebidos pelo Almirante e vários soldados, todos prestando continência, Zimmermann fez o mesmo.

— Bem-vindos a bordo, vossa Majestade e vossa Alteza.

Ela ia fazer o gesto de volta, como de costume, mas se conteve. Ambos foram conduzidos para a sala de reuniões. Por um momento, Zimmermann olhou Elizabeth após as portas se fecharem e estarem a sós.

— Sinto muito pela perda, Majestade e Alteza.

— Pode nos chamar pelos nomes quando estivermos a sós Zimmermann, você nos viu crescer - ela esboçou um leve sorriso. - Obrigada e estou feliz que esteja conosco - ele ao lado de seu pai e Felix eram os três invencíveis.

— Seu pai e Felix eram os melhores.

— Mas só restou você Zimmermann e espero que fique ao meu lado - ele sorriu e balançou a cabeça assentindo.

Um som surgiu na sala avisando que os outros haviam chegado ao encontro.

— Irei recebê-los Elizabeth, aguarde aqui com seu irmão.

Elizabeth olhou ao redor, era uma mesa enorme para umas trinta pessoas. Ela olhou a cadeira central, quantas vezes vira seu pai sentado em mesas assim, e agora seria ela...

— Vamos lá - ela se sentou no centro e Richard a sua direita.

Algum tempo depois ela escutou a porta se abrir e reconheceu, de imediato, o primeiro-ministro, o almirante de frota Kastner, outros almirantes e vice-almirantes. Eram em torno de 20 pessoas. E ali estava Nathan, aquele que ela considerava como um irmão, afinal, ela, Richard e Nathan cresceram juntos. Após cumprimentos formais todos se sentaram à mesa. Kastner tomou a palavra e ligou o painel a sua frente, com uma apresentação.

— Majestade, foi tudo tão repentino, primeiro recebemos com alarde um cataclisma em Odin. A única coisa que soubemos era que uma bomba antimatéria chegaria ao núcleo do planeta desestabilizando-o e provocando a explosão. Da população de 20 bilhões de habitantes, temos notícias que apenas 100 milhões de pessoas conseguiram escapar.

— Como a bomba foi lançada? Alguma frota, ninguém viu a chegada de alguém? - questionou Zimmermann.

— Este é o ponto, não apareceu nenhuma frota, nada e nem ninguém. Nossos sensores não captaram nenhuma atividade anormal - respondeu Kastner. - Todos os dados via satélite de Odin foram analisados. Ondas sísmicas começaram a ocorrer mais ou menos duas horas antes do cataclisma final. Estações de pesquisa encontraram a fonte, uma bomba se deslocando para no núcleo e em seu caminho pequenas quantidades de antimátéria sendo liberadas - ele explicava mostrando no painel. - Segundo pesquisas, a bomba foi implantada para ativar exatamente naquele momento.

— Não consigo compreender como uma quantidade significativa de antimatéria, cujo uso é proibido nos dias atuais, passou pelo sistema rigoroso de Odin. - questionou Richard.

— Não apenas Odin, como em Phezzan também - continuou Kastner. - Logo responderei a esta questão que é o ponto que ninguém compreende. Sabendo das condições em Odin, naves tentaram sair do planeta, mas não houve tempo suficiente para todos fugirem. O Kaiser Alexander desconfiando que algo assim poderia ocorrer também em outro planeta importante, imediatamente mandou os cientistas analisarem movimentos perto do núcleo do planeta e assinaturas antimatéria, isso foi feito em Phezzan e Heinessen. Em Phezzan foi detectada a assinatura antimatéria, seis horas antes do cataclisma. Todas as tentativas foram feitas até o ultimo minuto para impedir que a bomba alcançasse o núcleo ou desativá-la. Infelizmente não foi possível. Dos 22 bilhões de habitantes em Phezzan, conseguimos salvar apenas 1,25 bilhões.

Todos ali se incomodavam demais com os números, era um forte soco no estômago.

— Um genocídio - falou Elizabeth. - Perdemos praticamente 40 bilhões de vidas! - ela fechou os punhos..- Descobriram quem fez isso?

— O Kaiser recebeu uma mensagem onde alguém intitulado grão mestre da ordem dos cultistas da Terra dizia que o Juízo final chegara e que uma nova Terra seria reconstruída sob o evangelho deles.- respondeu o primeiro-ministro. -  A humanidade desde sempre havia perdido seus valores e moralidade. Era necessário recomeçar somente com os escolhidos. Os alvos seriam Odin, Phezzan e Heinessen.

— Malditos! - falou Elizabeth.

— Em Heinessen, por algum motivo, desconhecido e felizmente, não foi encontrada nenhuma assinatura de antimatéria - disse Kastner. - Todas as frotas estão se reunindo lá - ele fez uma pausa e continuou - Agora a parte mais intrigante, após análise das amostras obtidas em Phezzan, a bomba tinha pelo menos 50 anos. Não havia como desarmá-la sem explodir, mas pudemos analisar tudo. E o pior, a tecnologia utilizada só foi desenvolvida nos últimos anos.  Não havia indícios de haver tal tecnologia entre os cultistas da Terra 50 anos atrás, se o tivessem teriam definido a guerra naquele momento.

Todos pareciam extremamente surpresos, até que Nathan pediu a palavra:

— Majestade, alteza e senhores, acredito que eu tenha parte da explicação. Eu era encarregado da guarda pessoal da Kaiserina mãe Hildegard von Lohengramm. Ela me passou a missão de explicar o que está acontecendo. Com licença Almirante Kastner - ele levou um pequeno aparelho do tamanho de uma moeda, mas retangular e negro, até o painel e o colocou numa abertura, imediatamente um vídeo se projetou, com a imagem de Hilda uns vinte anos mais nova e ela começou a falar.

— Para quem assistir a este vídeo, espero que chegue até meus netos. O futuro de toda a humanidade agora está nas mãos deles. O que vou dizer aqui ocorreu há 50 anos mais ou menos, quando o Kaiser Reinhard ainda estava vivo.  Não pude saber todos os detalhes, pois poderia interferir na história, mas os cultistas da Terra se apossaram da tecnologia de viagem no tempo e retornaram na época do Kaiser Reinhard para mudar a história. Os cultistas da época conseguiram seus objetivos ao matarem Yang Wen-Li e provocarem a luta entre Reuenthal e o Kaiser, o que resultou na morte de Reuenthal. O que eles não contavam era que Julian Mintz e Reinhard se mantivessem vivos até o desmantelamento total dos cultistas por Kessler e o tratado de paz fosse firmado.  Se há um momento em que vão tentar mudar a história será quando o príncipe nascer, com Reinhard já bastante enfraquecido pela doença e a ex- Aliança sem forças. Caso algo falhe eles deixariam uma poderosa arma pronta para ser deflagrada quando retornassem ao seu tempo de origem. Ganhariam no passado ou no futuro. Na linha do tempo que estamos eles não conseguiram mudar a história, mas se estão vendo isso, infelizmente, as catástrofes ocorreram. Para isso foram me dada instruções para preparar para quem fica a tentar impedir os cultistas de causarem maiores estragos na história. Pode parecer loucura tudo que eu disse, há 50 anos também achei uma loucura quando soube, mas as provas foram irrefutáveis. A fortaleza Iserlohn foi desativada propositalmente com o objetivo de armazenar e guardar todo o arsenal necessário para lutar contra os cultistas no momento certo. Os únicos que podem reativá-la são os herdeiros Lohengramms pela identificação de DNA. Lá dentro há outras instruções, mas é necessária a construção do portal para viagem no tempo e apenas Richard será capaz disso. É importante que ambos Lohengramms retornem no tempo.

Todos ali ficaram surpresos com tudo aquilo. Após uma longa pausa foi a vez de Richard se manifestar.

— Há cerca de dois anos, quando iniciei a faculdade em Engenharia Física em Phezzan, fui designado ao meu tutor, o Prof. Pieter Hawking, que trabalha na área de teoria de campos e partículas espaciais. Começamos a estudar trabalhos de um cientista do século XXI, a humanidade estava tão preocupada em sair do sistema solar que estes assuntos foram totalmente esquecidos, principalmente com a guerra. Após o período de paz vários temas foram retomados e meu professor começou a se interessar por viagens temporais. O que vou dizer é do mais alto sigilo. Apenas poucos membros da academia de ciências de Phezzan têm conhecimento e mesmo assim não sabem todos os detalhes. Nem mesmo meu pai ou minha avó tinham conhecimento, apesar de que, ironicamente, eles pareciam saber.

— Por que este sigilo? - questionou Zimmermann.

— Porque viagens temporais são perigosas, principalmente quando usadas de forma incorreta. Podem trazer consequências catastróficas. E infelizmente parece que estamos vendo isso na prática - Richard baixou a cabeça apertando os punhos. - Nunca imaginei que usariam o que fiz.

— Explique por favor, Richard - dizia Liz com uma voz suave, acalmando o irmão.

— Meu professor trabalhou anos e nunca conseguiu nenhum resultado. Minha vontade e sede por conhecimento me fizeram debruçar e estudar por meses a fio. E finalmente eu consegui resolver o problema da incoerência no espaço-tempo. Com isso já seria possível poder viajar no tempo, o único problema era a estabilidade. Estava estudando isso quando parei e fui servir a frota imperial. Meu objetivo era retornar e terminar o que comecei. Mas...aconteceu tudo isso.

Kastner começou a mexer no seu tablet pessoal e logo em seguida disse:

— Prof. Pieter Hawking correto? Aqui consta que ele saiu de Phezzan faz três meses e ninguém sabe para onde foi.

— Ele foi capturado e devem tê-lo obrigado a falar - disse Richard.

— Me repasse os nomes dos que sabiam Alteza - pediu Kastner, Richard obedeceu e Kastner conferiu um a um. - Eles foram todos mortos em Phezzan, o único que sabia sobre a viagem temporal era seu professor.

Kastner acessou a rede de dados secretos e após alguns movimentos na tela, ele projetou uma foto.

Richard arregalou os olhos sabendo o que aquilo implicava.

— Não pode ser.

— Parece que o Prof. Pieter Hawking tinha ligações com os Goldenbaums, este é Sebastian von Goldenbaum - na foto havia dois homens dando um aperto de mãos. -  Certamente, ele desenvolveu a partir do ponto em que você parou Alteza, e obteve sucesso - Richard começou a tremer as mãos.

 Elizabeth segurou as mãos dele e pediu para ele se sentar. Em seguida, falou:

— Senhores, acho que está claro o que ocorreu e nossa missão. Meu irmão e eu iremos a Iserlohn, precisamos impedi-los no passado.

— Sou contra, Vossa Majestade deve ficar, assim como Vossa Alteza, vocês são os únicos herdeiros da dinastia Lohengramm - disse Krastner.

— A Kaiserina mãe foi explícita em dizer que eu e meu irmão devemos estar nesta missão. Se ela disse isso de alguma forma somente eu e Richard juntos podemos impedi-los no passado. Ela sabia, almirante Krastner.- ela faz uma pausa. - De alguma forma nos encontramos no passado e por isso temos que estar lá - ela respirou fundo. - Eu vou confiar na minha avó e nos meus instintos, Richard e eu partiremos para Iserlohn. Almirante Kastner e Zimmermann, rumem para Heinessen agrupando todas nossas frotas como última resistência, até nosso retorno - a fala dela foi tão firme e resoluta que os presentes ali sabiam que não podiam mais contestar.

— Majestade, eu gostaria de pedir para ir junto - disse Zimmermann. - Eu prometi ao Kaiser Alec que cuidaria de vocês até retornar a Phezzan. Infelizmente, como isso não será mais possível, gostaria de acompanhá-los.

— Mas só têm nós dois como Almirante de frota Zimmermann - falou Kastner.

— Você pode dar conta, tem outros excelentes Almirantes e vice-almirantes. Além disso, sinto que o problema está no passado - respondeu Zimmermann.

— Almirante Kastner, deixo todo o poderio militar imperial em suas mãos. Proteja o que restou da humanidade até nossa volta. É uma ordem - falou Elizabeth.

Suspirando e sem alternativas, Kastner acabou concordando.

— Majestade, como guardião da família Lohengramm peço para estar ao vosso lado e de vossa Alteza - disse Nathan.

— Poderá vir conosco Comodoro Nathan Mittermeyer. Bom, senhores, temos uma missão para cumprir, estarei partindo imediatamente para Iserlohn.


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