Detenção escrita por Yohnah


Capítulo 1
Capítulo 1.


Notas iniciais do capítulo

Postado orginalmente em outro site, no dia 29/04/2017.

Essa história é um presente de aniversário que eu escrevi para minha amiga Aline.
Ela não ficou 10 de 10, mas eu me esforcei o máximo que pude.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/804181/chapter/1

 

 O dia começou ensolarado. E Marinette adorava isso. A simples informação de que o sol estava brilhando e os pássaros estavam cantando, a deixava feliz. Uma vez, ela ouviu Adrien dizer á Nino, que os melhores dias para ele, eram os de sol. Mais uma coisa que ambos tinham em comum. E ele infelizmente não sabia.

 Ela caminhava calmamente, com uma expressão contente. Não havia problemas; não havia muito trânsito. Só um belo e acalentador sol. Ela, depois de uma pequena caminhada, encontrou se em frente a seu destino: Colégio Françoise Dupont.

 “- Será se o Adrien já chegou?” – Pensou ainda parada na entrada. Ela sempre se fazia a mesma pergunta toda vez que chegava à escola. As respostas, no entanto eram variadas.

  - Bom dia! – Uma voz disse animada atrás da garota. Ela não precisou se virar para saber que Alya estava atrás dela. A garota se colocou ao lado de Marinette, sorrindo.

  - Bom dia Alya! Tudo bem com você?

  - Eu tô ótima, principalmente por causa das notícias de ontem! – Disse Alya. Seus olhos brilhavam.

 O acontecimento era: Mais uma vez, o dia havia sido salvo, graças á Ladybug, Cat Noir, Queen Bee e Rena Rouge. E por algum motivo que Marinette não sabia, Alya havia criado uma pequena obsessão pela Rena Rouge. Ela sempre saia perguntando para todos o que eles achavam da heroína raposa. Todos diziam que ela parecia legal, até mesmo Chloe admitiu isso, mas a única pessoa que expressou uma opinião negativa era Lila; mas todos já sabiam o porquê. Ela já havia sido a raposa Volpina, uma vilã maléfica e mentirosa. Isso rendeu a ela muitas inimizades. Por isso, ela era ignorada por todos. Mas não era por maldade. Na verdade, muitos tentaram se aproximar dela depois do ocorrido, mas ela era grossa e arrogante com todo mundo, chegando a ser até pior do que Chloé, segundo muitos.

  - É ontem foi um dia legal! – Marinette disse. – Bom, é melhor nós entrarmos, não?

  - É, tem razão. – Disse Alya, e as duas se dirigiram para a sala de aula.

 Elas entraram e se sentaram em seus lugares. Era dia de prova. A maioria dos alunos já estava lá, mas para o desespero de Marinette, Adrien ainda não tinha chegado. Ela ficou preocupada, porque nas regras da escola, quem se atrasasse em dia de prova, deveria ficar na detenção.

 - Relaxa, ainda faltam 10 minutos para a aula começar. Ele vai chegar! – Alya disse á amiga.

 - Meu Deus, Alya! Você lê pensamentos?!

 - Não, eu só te conheço muito bem! – Disse com um meio sorriso.

 Chloé entrou na sala acompanhada de Sabrina. Olhou para as duas e sorriu. Mas não era um sorriso maldoso ou sarcástico. Era um sorriso sincero.

  - Bom dia! – Ela disse para as duas garotas e foi se sentar com Sabrina. Ambas retribuíram o cumprimento.

  - É impressionante como ela mudou né? – Alya comentou com Marinette, em voz baixa.

  - É. E eu adoraria saber mais sobre o porquê. – Marinette disse no mesmo tom.

 Chloé realmente havia mudado muito. Isso aconteceu depois que seu pai havia ficado doente e sua mãe havia voltado, depois de, praticamente, 14 anos. Todos sabiam pelo que a garota havia passado, mas muitos nem se importaram com isso, porque era “a Chloé”. Marinette viu como a garota sofreu e ficou triste por muito tempo, até que certo dia, ela apareceu contente e animada, mas sem sinal de maldade ou arrogância. Ela estava se tornando uma pessoa melhor. E todos estavam percebendo isso. Ela aos poucos, estava conquistando o respeito e a amizade das pessoas de sua classe.

  - Bom turma! A prova vai começar daqui a pouco, temos mais 6 minutos antes de começar. – A professora Bustier disse, entrando na sala. Marinette reparou que os olhos da professora estavam um pouco inchados, como se ela tivesse chorado muito. Sua voz estava um pouco mais fina do que o normal e ela estava um pouco cabisbaixa. O resto dos alunos parecia não ter notado, mas ela estava bem estranha.

  - Ei professora! – A voz de Nino tirou a atenção de Marinette. – O Adrien acabou de me enviar uma mensagem falando que vai se atrasar um pouco. Será se a senhora pode perdoar o atraso dele?

  - Desculpa Nino, mas, diga ao Adrien que são regras da escola. – A professora disse a ele.

  - Mas ele se atrasou por um acidente. Não dá para reconsiderar?

  - Eu já disse que não! – A professora disse num tom mais alto. Além de triste, ela aparentava estar também estressada.

  - Tá... Vou mandar uma mensagem pra ele. – O garoto disse meio sem graça.

  - Mande a mensagem e guarde o celular. – Disse a educadora séria.

 Marinette, mesmo percebendo que a professora não estava em um dos seus melhores dias, resolveu tentar convencê-la a não mandar Adrien para a detenção. Seja lá o que aconteceu com o loiro, se atrasar para a prova não era tão grave assim. E por isso ele não merecia ficar no castigo.

  - Ei professora! – Disse, chamando a atenção da ruiva para si. – O Adrien disse que aconteceu um acidente, por isso ele está atrasado. Eu não acho que ele mereça ficar depois da aula no castigo.

  - Marinette, são regras da escola. Eu não posso deixar que um aluno que se atrasa para um dia importante de provas, fique sem punição.

  - Mas... – A garota de cabelos azul meia-noite ia falar, mas foi interrompida pela professora.

  - "Mas" nada, Marinette. Se continuar assim, vai ficar na detenção com ele. – A ruiva disse brava. – Bom, sala, a prova já vai começar. Guardem seus livros e seus cadernos. Eu vou entregar as provas, mas vocês só podem virá-las quando eu mandar.

  - Com licença! – A voz de Adrien se fez presente na sala de aula. Ele parecia ter corrido muito, pois estava meio ofegante. – Me desculpe o atraso professora. Ainda posso fazer a prova?

  - Pode. Mas vai ter que ficar depois da aula, pois está atrasado.

  - Senhorita Bustier! Mas a senhora nem entregou as provas ainda! – Marinette argumentou para defender o amigo.

  - Eu já havia dado o recado antes Marinette. – A ruiva disse. – Vai ficar com ele depois da aula, na detenção, por ter me contestado.

 Marinette ficou desacreditada. Como a professora a puniu por simplesmente estar defendendo seu amigo? Ela não saberia responder. A professora Caline estava muito estranha para seu gosto.

  - Ouvi dizer que ela terminou o noivado. – Sussurrou Alya ao seu lado. Marinette a olhou. – Por isso ela está tão triste e nervosa. Sinto muito por você ter que ficar na detenção, mas veja pelo lado bom, o Adrien vai estar lá!

 Marinette sorriu de canto. Talvez ficar no castigo não seria tão ruim assim.

[...]

 Os alunos se preparavam para ir embora. Marinette e Adrien nem se preocuparam em arrumar suas coisas, pois teriam que ficar até mais tarde. A garota de cabelos azulados sentiu um misto de alegria e frustração. Seus pais não iriam ficar contentes ao saber que ela foi punida por, segundo a professora, “desdenhar das regras da escola”. Mas, pelo menos ela iria ficar fazendo companhia á Adrien.

 O sinal bateu e todos os alunos foram em direção á porta. Em menos de três minutos, todos já tinham ido. A professora Bustier também saiu da sala, pois iria pegar uma atividade para ambos os alunos fazerem. Adrien se sentou ao lado de Marinette, no lugar onde Alya se sentava. A garota corou imediatamente.

  - Marinette... – Chamou o loiro. Ela o olhou. - Eu gostaria de agradecer por ter me defendido. É uma pena que você teve que ficar na detenção por isso.

  - N-não precisa agradecer... – Disse gaguejando. – A-afinal n-nós somos amigos não é? – Riu meio nervosa.

 O loiro sorriu.

  - Marinette, posso te perguntar uma coisa? – Indagou meio receoso.

  - C-claro!

  - Promete que não vai ficar zangada? – Ele estava na defensiva. Marinette queria gritar com a expressão que o garoto fez. Ele estava muito lindo, como sempre.

  - S-sim. Eu prometo. Disse.

  - Porque você gagueja toda vez que fala comigo?

 Ela ficou em silêncio. O que poderia responder a ele? Ela sempre se esforçava para ser normal ao falar com o loiro. Mas não conseguia. Adrien tinha o dom de deixá-la em pânico. Tudo por conta do que sentia por ele. Deu a resposta mais prática que poderia imaginar, num tom rápido, para não empacar.

  - Não sei.

 Ele deu um meio sorriso. Marinette ás vezes era um enigma, assim como Ladybug. Ele suspirou, ao lembrar se de sua Lady. O que ela estaria fazendo nesse momento?

 Seus pensamentos foram interrompidos quando a professora Bustier entrou na sala, segurando uma pasta.

  - Bom, vou passar dois exercícios para vocês. Vão copiar, responder e me mostrar. Depois vocês podem ir embora. – Ela pegou a folha e virou-se para a lousa, começando a escrever.

   - Ela parece meio estranha. – Comentou Adrien, cochichando.

  - Alya me disse que ela terminou o noivado dela. Por isso está desse jeito. – Marinette respondeu distraída, e logo após, percebeu que estava muito próxima de Adrien. Corou e se afastou.

 Ele percebeu que daquela vez ela não tinha gaguejado. Mas não comentou nada sobre isso.

 Minutos se passaram e eles continuaram a copiar os exercícios, em silêncio. Marinette tentava ficar calma e não olhar para o garoto ao seu lado. Por um momento, lembrou se de Tikki, que estava dentro de sua bolsa, desde de manhã. Ela abriu sua bolsa discretamente e viu que a Kwami estava dormindo. Um barulho logo a frente chamou sua a atenção. Era a professora. Ela levantou se da sua cadeira bruscamente, e disse algo alunos, olhando para baixo.

  - Continuem fazendo as atividades. Eu volto logo. – Disse e correu para fora, com seu celular em mãos. Ela parecia estar chorando.

 Marinette e Adrien observaram a mulher sair correndo da sala. Ambos ficaram intrigados.

" -O que ela viu naquele celular para ficar com tanta vontade de chorar?" - A menina se perguntou.

 Marinette ia se levantar para ir atrás da ruiva, mas sem perceber, acabou fazendo com que o lápis dela escorregasse e caísse em baixo da mesa. Ela abaixou se e foi pegar o lápis. Nem percebeu que Adrien também havia se abaixado para pegar o objeto.

 Ela conseguiu pegar o lápis. Ia se levantar, mas seu olhar se encontrou com o olhar de Adrien. Seus rostos estavam muito pertos um do outro. Ela corou de imediato. Adrien estava a olhando com um olhar de espanto. Como se tivesse descoberto algo incrível.

  - Seus olhos... – Ele disse. – Eu conheço esses olhos... Muito bem.

Marinette se sentiu confusa com o que Adrien havia dito. Seu rosto estava quente, e ela percebeu que ainda estava abaixada sobre a mesa. Levantou-se, mas acabou batendo uma parte da cabeça na carteira.

 - Ai! – Disse massageando a parte que bateu. Ela olhou para Adrien e ele estava a olhando, com a mesma expressão espantada de antes. Parecia estar em choque. Ou em epifania.

  - A-Adrien? – V-você está b-bem?

  - Era você... Esse tempo todo?

  Ela estava prestes a perguntar a ele do que o mesmo estava falando. Mas, um estrondo na porta chamou sua atenção.

 Uma mulher, com cabelos vermelhos, uma maquiagem borrada preta e um vestido de noiva preto estava na porta. Os dois se afastaram da mulher, espantados.

  - Quem é você? – Marinette perguntou alarmada.

  - Eu sou a Noiva Sombria! – Disse a mulher gritando. – Onde estão Ladybug e Cat Noir?!

  - Ai droga! – Marinette se deu conta de quem era a mulher: Caline Bustier. Provavelmente foi akumatizada por Hawk Moth, já que não aparentava estar bem.

 A mulher ia em direção á Adrien, com uma espécie de anel, que estava em seu dedo, apontada para ele. Marinette pegou sua bolsa e, com a intenção de distraí-la, jogou um caderno em sua direção.

   - Como ousa?! – A vilã olhou para Marinette. – Você irá pagar por isso! – Disse, e correu na direção da menina.

  - Corre! – Marinette disse para Adrien e assim ele fez. Correu para a porta e saiu da sala.

 A garota tentava correr de sua professora, mas ela estava a cercando. Tentou correr até a porta, mas a mulher conseguiu a pegar pelo casaco. Ela apontou o anel para Marinette e ele parecia concentrar algum poder, que seria lançado nela.

  - Que tal não sentir mais amor? – Ela disse a Marinette. Estava prestes a usar o poder na garota, mas um bastão a atingiu nas costas. Marinette se sentiu puxada.

  - E que tal deixar essa linda garota em paz? – Cat Noir dizia, ainda segurando o braço de Marinette.

  - Cat Noir! Me dê o seu miraculous! – A mulher disse e mirou seu anel na direção dos dois. Com a rapidez de um gato, Cat pegou Marinette no colo e saiu pelo parapeito da janela. Ainda segurando a menina, usou seu bastão e os suspendeu até o telhado.

  - Obrigada! – A menina disse ao herói.

  - Eu é quem devo agradecer... My Lady.

  - O que disse?

  - Ah! Nada! – Parecia tentar disfarçar. - Bem... Fique aqui. Eu vou resolver o problema! – Disse e correu, pulando do telhado.

   Marinette abriu a bolsa, e Tikki saiu dela, em alerta.

  - Ei Marinette? Você ouviu do que ele te chamou?

  - Não, mas não temos tempo Tikki. Temos que entrar em ação! Transformar!

  - Mas é que... – A Kwami foi interrompida de sua fala, pois foi sugada pelos brincos de Marinette. A moça se transformou em Ladybug e correu até sua sala de aula, mas não encontrou ninguém dentro dela.

  “– Onde o Adrien deve estar? Espero que esteja bem.” – Pensou.

 Saiu pela janela novamente e usou seu ioiô para suspender-se e saltar pelos telhados. Correu entre eles, olhando para baixo, com a esperança de conseguir encontrar a akumatizada. Parou, ao ouvir um grito que vinha da praça. Correu e usou seu ioiô para chegar até o local.

 E lá estavam os três parceiros de Ladybug: Rena Rouge, Queen Bee e Cat Noir. Este último, quando a viu, deu lhe um sorriso sugestivo. Ela olhou sem entender nada, mas teve que usar sua agilidade, quando Rena Rouge gritou.

  - Ladybug! Cuidado! – A Noiva havia jogado seus poderes em sua direção. Ladybug conseguiu se desviar, e correu para mais perto de seus aliados.

  - Alguma ideia de onde o akuma esteja? – Rena Rouge perguntou.

  - Sem dúvida está no anel... – Disse Cat Noir.

  - Bom, temos que arranjar algum jeito de tirar dela. – Ladybug disse e preparou seu ioiô para usar sua habilidade especial.

  - Talismã! – Gritou e lançou seu ioiô para cima. Ele caiu de volta em sua mão, junto com uma arminha de agua plastificada.

  - Eu realmente espero que você tenha um ótimo plano. – Rena Rouge disse olhando o objeto.

  - Ela não seria a Ladybug se não tivesse. – Disse Queen Bee.

  - Concordo totalmente. – Disse Cat com um sorriso encantador.

 Ela observou a mulher, que estava indo lentamente em direção á eles. Olhou algumas coisas em volta de si e teve uma ideia. Cochichou algumas coisas com os amigos e eles se espalharam e se esconderam. Exceto Queen Bee, que continuou firme no mesmo lugar.

  - Ei gótica! – Disse Queen Bee, chamando a atenção da Noiva para si. – Não acha que é melhor ir chorar as tristezas em Notre Dame? Combina muito com você!

  - Insolente! – Disse a mulher e correu na direção da Loira.

  - Agora! – Ladybug gritou e todos entraram em ação.

 Rena Rouge correu em de encontro á noiva, e usou sua flauta para fazê-la tropeçar no chão, aos pés de Queen Bee. A loira por sua vez, usou a corda de seu pião e a prendeu no chão. Nisso, Ladybug junto de Cat Noir apareceu e, usando a arma de plástico, borrifou água na cara da mulher. O gato por sua vez, aproveitou a situação para pegar o anel e o quebrar. Uma borboleta saiu pela rachadura da jóia.

  - Agora é com você My Lady.

  - Hora de aniquilar a maldade! – Disse e purificou a borboleta, fazendo com que ela ficasse branca novamente. Tudo havia voltado ao normal, inclusive a professora Bustier.

Rena Rouge e Queen Bee, em seu íntimo, tentaram disfarçar o espanto. Soltaram a mulher, e ela ficou sentada no chão. Ladybug se agachou ao lado dela.

   - Olha... você me parece triste. – A menina disse.
               - E estou. – A mulher disse. – Meu namorado me deixou, e estávamos prestes a nos casar. E ele até já tem outra pessoa...

  - Eu não imagino o quanto isso deve ser difícil. Mas, eu desejo que você supere isso, e que encontre alguém que realmente te ame.

  - Obrigada Ladybug! – A mulher disse com um meio sorriso. Parecia um pouco melhor do que antes.

 Ladybug sorriu para ela e se levantou. Foi em direção aos outros heróis.

  - Um trabalho relativamente fácil, devo dizer. – Rena Rouge disse.

  - É, até que foi bem suave de resolver! – Brincou Queen Bee. – Bom, se me dão licença, eu preciso ir. – Saiu correndo.

  - Eu também. Até mais! – Rena Rouge disse e saiu correndo também.

 Ladybug olhou as duas garotas de longe e se virou para Cat. Ele a analisava.

  - O que foi? – Perguntou desconfiada.

  - Nada, My Lady.

  - Nos vemos por aí Cat. – Disse e saiu correndo. Seus brincos estavam quase apitando.

 Usou seu ioiô e se suspendeu até o telhado. Precisava correr, antes que a transformação acabasse, e antes que a professora Bustier chegasse na sala de aula.

  Estava quase chegando à escola, quando percebeu que alguém a seguia. Era Cat. Parou e suspirou fundo, olhando para o herói com os braços cruzados e uma cara de desaprovação.

  - Cat, o que pensa que está fazendo?

 Ele se aproximou dela.

  - Só estou seguindo meu sonho! – Disse brincalhão.

  - Isso não tem graça, já conversamos milhares de vezes sobre revelar nossas identidades. Isso não vai acontecer. Agora, pare de me seguir. - Disse ela e virou, se preparando para continuar a correr.

  - E do que isso adiantaria? Eu sei quem você é, Marinette Dupain Cheng.

 Ela congelou no lugar, por alguns segundos.

  - Como descobriu meu nome? – Perguntou assustada, se virando para ele.

  - Digamos que você sempre esteve na minha frente. Mas eu fui incapaz de te ver. – Disse ele, se aproximando.

 Os brincos de Ladybug mostravam que a transformação iria acabar a qualquer momento. Mas ela estava em choque demais para perceber.

  - Como assim?

  - Eu só consegui descobrir quem você era, quando eu olhei para os seus olhos, bem de perto.

  Ladybug olhou de lado, meio confusa. Mas, uma memória veio em sua mente: A de mais cedo, quando ela e Adrien se abaixaram para pegar o lápis que havia caído no chão; quando seus olhos azuis se encontraram com os verdes dele. Sua ficha caiu sobre quem Cat era.

  - Não acredito nisso... – Ela disse, e ao mesmo tempo, sua transformação se desfez. Tikki pousou em sua bolsa, meio sonolenta. Estava cansada demais. – A-Adrien? É- é você? – Disse, seus olhos começando a lacrimejar.

  Cat Noir desfez sua transformação. Era realmente Adrien. Aproximou-se dela, tocando em seu rosto, e enxugando uma de suas lágrimas. Ela o olhava, ainda desacreditada.

  - Ela está chorando porque está desapontada ou porque está surpresa? – A voz de Plagg chamou a atenção dos dois, quebrando o clima que se estabeleceu.

  - Plagg, não estrague o momento! – Disse Adrien ao seu Kwami que estava flutuando. Marinette riu.

  - E então, onde estávamos My Lady? – Falou no maior estilo Cat Noir. – Bom, acho que devo ser um pouco mais cordial. Muito prazer, sou Adrien Agreste. – Disse e fez uma reverência. – Sou modelo, estudante, herói e sou completamente apaixonado pela Ladybug, desde que a conheci.

 Marinette sorriu, meio boba. Mas, a pequena descoberta a deixou mais confiante. Então ela entrou na brincadeira do loiro.

  - Muito prazer, sou Marinette Dupain Cheng. Sou aspirante a estilista, estudante, heroína e sou apaixonada por Adrien Agreste desde que ele me deu um guarda chuva no meio de uma tempestade. Mas, eu sempre fui meio insegura e boba, porque quando ele vem falar comigo, eu troco as palavras e gaguejo.

  Adrien sorriu.

  - Então você realmente gosta de mim?

 Marinette deu um selinho nele.

  - Você realmente precisa de uma resposta gatinho?

 Ele sorriu e a abraçou, a beijando logo em seguida. Deram um beijo apaixonado, intenso, mas ao mesmo tempo delicado. Tikki, um pouco mais  recuperada, voou ao lado de Plagg, que observava a cena com uma careta.

  - A quanto tempo Plagg!

  - Oi Tikki...

  - Não acha isso uma cena linda? – Disse com os olhinhos brilhando.

  - Isso é nojento, eca! – Disse fazendo careta. Tikki riu.

 O beijo entre os dois cessou. Adrien estava prestes a beijá-la de novo, mas Marinette se deu conta de algo.

  - Adrien, a detenção! Temos que ir!

  - É mesmo... – Disse meio desapontado.

  - Droga! Não posso me transformar! - Ela disse. – Tikki ainda está um pouco fraca.

  - Não se preocupe, My Lady. Eu estou aqui... Plagg! Mostrar as garras!

  - Até mais Tikki... – O Kwami disse antes de ser sugado pelo anel. Tikki voltou para dentro da bolsa de Marinette.

  - Antes de irmos... – Cat disse. – Quero perguntar uma coisa.

  - O que?

  - Marinette, quer namorar comigo?

  Ela se aproximou dele e colocou seus braços ao redor de seu pescoço.

  - É claro que sim.

 Ele sorriu mais uma vez e a pegou no colo. Saiu correndo, em direção á escola, para o seu castigo. O melhor castigo que já recebeu.

 Quem diria que um simples dia na detenção mudaria a vida desses dois jovens desse jeito?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Detenção" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.