A Blue Criminal escrita por Mayara Silva


Capítulo 8
A Máfia Púrpura


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo, gente! É uma história curtinha, já estamos perto de saber quem é o culpado 'u'

Quer saber quem foi? Boa leitura! ♡



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Escritório de Love Symbol (atual) - 17:38 hrs

 

Prince estava sentado à beira de sua mesa quando Michael e Chris chegaram no local. A funcionária se retirou, os deixando a sós.

 

— Olá, Michael… a delegacia estava bem agitada naquele dia, não estava?

 

Provocou o homem. Michael suspirou.

 

— Eu soube que não fui o único a deixar a polícia naquele dia. Uma pena eles ainda terem conseguido te levar para o interrogatório...

 

Provocou, mas não contava que Prince também estava guardando uma consigo. O moreno sorriu, um sorriso discreto e malicioso.

 

— Isso é verdade. Se eu tivesse matado a Annie, eu teria medo de interrogatórios mesmo…

 

Tocou na ferida. Michael avançou sobre o homem, em passos firmes, porém Prince não se abalou. Catou seu cajado dourado e tocou com a ponta no peitoral do gangster, o empurrando.

 

— É melhor não fazer nenhuma outra besteira…

 

— Eu não vim trocar provocações de quinta série com você, Prince! O que você sabe sobre a Annie? Que droga de história de amantes é essa??

 

Prince suspirou. Aquela história novamente, apenas para lhe trazer as velhas lembranças… Ele finalmente se levantou e se afastou da mesa, indo até o homem. Ficou em uma distância considerável.

 

— É só isso que veio fazer aqui?

 

— E, por favor, não faça com que tenha sido em vão…

 

Disse, rispidamente. Prince deu ombros.

 

— Okay, amor, mas não sei como posso ser mais claro do que já fui. Annie e eu éramos amantes.

 

— Annie não se submeteria a isso…

 

Prince gargalhou.

 

— Ah, você não conhece essas mulheres, Michael…

 

— Pare de falar desse jeito de alguém que já morreu, isso é repulsivo… Você não conheceu a Annie como eu conheci.

 

— Está tudo bem, eu entendo você não aceitar… Pessoas do seu tipo, se é que me entende, geralmente são as últimas a saber mesmo.

 

Michael suspirou, precisava se conter ou realmente faria alguma besteira. Prince sabia provocar bem.

 

— Por que você é suspeito?

 

— Isso você tem que perguntar aos tiras…

 

Disse, se afastando. Ele lhe deu as costas, o que provocou a ira do homem.

 

— Você acha que eu sou idiota? Você é suspeito, você é “amante” da Annie, Annie estava com medo no dia em que morreu… Você fez o quê? Ameaçou ela? Não gostou de vê-la comigo? Você contratou alguém para matá-la? Você matou ela??

 

Deixando todos surpreendidos, Prince virou-se rapidamente e, armado, atirou na direção do Michael, que foi atingido por um dos disparos.

 

— Michael!!

 

Chris, agindo rapidamente, puxou sua arma e revidou os ataques. Prince se jogou atrás da mesa e apertou um botão de emergência para uma saída extra, enquanto Michael se arrastava para outra bancada ao lado. A derrubou e a fez de barricada.

 

— Onde você foi atingido?? Onde foi??

 

Indagou Chris, enquanto recarregava sua arma. Michael encostou-se na parede e começou a se examinar, havia sido atingido em seu braço esquerdo.

 

— Ah, que droga, droga…

 

— Onde foi??

 

— Vamos embora, agora! AGORA!!

 

De repente, toda a sala foi invadida por seguranças fortes e armados, enquanto Prince se retirava pela sua passagem secreta. Chris, percebendo que precisaria conduzir o amigo, o puxou pelo braço direito e o conduziu até a saída. Precisou ser rápido, se cometesse qualquer falta, aqueles trogloditas acabariam com eles sem dúvidas. Atirou na perna de um deles para criar uma “cortina de fumaça”, em seguida correu pelos corredores. Michael, mesmo com o braço dolorido, tentou puxar sua arma e revidar alguns disparos feitos pelos seguranças, que ficaram atrás, pelo caminho.

 

Após aquela fuga improvisada, Chris puxou um celular de emergência e solicitou reforços.

 

— Agora, irmão, agora!! O chefe foi ferido, cê entendeu a gravidade do problema?!

 

— Chris... manda eles saírem da estrada pra Los Olivos. Eu quero dois carros pretos, vamos despistar os caras do Prince.

 

— Boa, boa! Caraca, tu consegue pensar nisso com o braço estourado?? Meu herói!

 

Chris passou as instruções para outros gangsters Azuis e correu com o amigo até uma viela onde, em um dos becos, encontrava-se a porta dos fundos de um dos parceiros deles. Deram alguns toques específicos na porta e os homens permitiram sua passagem.

 

— Chris… Chris, presta atenção…

 

Murmurou Michael, já ofegante, ele estava perdendo muito sangue. Felizmente o ferimento no braço não era grave, mas a perda de sangue podia resultar em algo pior.

 

— Quando chegarem, entre em um dos carros e faça de tudo para que eles te sigam. Despiste eles. Vá pela estrada principal, ela é mais movimentada, depois pegue a interestadual e siga em frente, não tem muitos sinais e, à essa altura, você já vai ter despistado eles…

 

— Pode deixar com o pai, Mike! Não ensina o padre a rezar a missa, pô!

 

Michael deixou uma risada escapar, que logo mudou para uma expressão de dor. Ele passou a mão em seu braço mais uma vez, porém seu amigo o impediu.

 

— Toca nisso não, vai piorar... Olha, quando tu chegar na sede, não vai atrás de trabalho não, hein? Chama o teu médico pra tirar essa bala.

 

— Eu vou, fique tranquilo.

 

Os carros chegaram. Michael disfarçadamente entrou em um, enquanto Chris foi até o outro. Seguiram por caminhos opostos.

 

Como planejado, Michael teve uma viagem menos agitada que a de seu amigo. Retornou para a parte da cidade que estava sob seu domínio, muito mais segura para sua circulação. Rapidamente foi levado para a sede no qual o seu médico já o esperava.

 

Michael tirou o casaco e a camisa, em seguida sentou-se para que o seu médico removesse a bala. Ele era mafioso, aquela situação era mais comum do que parecia. Mordeu os lábios de dor e esperou que a anestesia local fizesse efeito.

 

— Hum… parece uma magnum 44, senhor Jackson…

 

Com auxílio de uma pinça cirúrgica, o doutor começou a cutucar o ferimento. Michael tentou suspirar o mínimo possível, pouco antes de chegar havia recebido sangue e já estava se sentindo melhor, mas era estranho sentir - mesmo que muito sutilmente - alguma coisa pincelando sua carne.

Assim que o médico removeu a bala, a colocou em uma bandeja ao lado, em seguida iniciou a sutura para poder fazer um curativo. Michael não conseguiu observar o elemento, a sala estava escura e apenas o seu ferimento estava recebendo luz.

 

— Pronto, como está se sentindo?

 

— Ferrado…

 

O homem riu e em seguida se levantou.

 

— Logo a anestesia vai passar. Descanse um pouco e beba água, mas não exagere.

 

Ele assentiu. O homem se afastou para ligar as luzes e Michael reparou no curativo do próprio braço. Ao lado, a bala, brilhando em dourado. Ele arqueou a sobrancelha.

 

— Doutor… posso ver a bala?

 

Indagou, não conseguia alcançar o objeto, ainda estava muito limitado. O homem assentiu e lhe ajudou, trazendo a bandeja para mais perto de si.

 

E foi aí que a ficha caiu. Michael, silencioso, ficou a observar aquele pequeno e dourado projétil cintilar a luz artificial da lâmpada, e, durante aquele tempo, não conseguiu pensar em outra coisa senão o fatídico dia da morte de sua amada.

 

No dia seguinte ao ocorrido, com a luz do sol revelando os estragos da noite passada, espalhado pelo piso como o sangue no carpete, balas douradas estavam por todo o espaço. Isso não significava muito, projéteis dourados eram de certa forma comuns, mas não os do Love Symbol. Ele se portava como um grupo terrorista, ele adorava glorificar-se de seus atos, ele se deleitava em deixar sua marca em seus crimes e nesse não foi muito diferente.

 

As suas balas possuíam um enfeite: uma linha simples em tons de rosa que rodeava toda a sua extensão e formava, muito discretamente, um símbolo peculiar: o símbolo do amor. Agora estava bem desgastado, mas Michael conseguiu notar perfeitamente a listra rosa arroxeada, a mesma que encontrou nos projéteis da cena do crime.

 

Essa era a bala que estava alojada em seu braço…

 

… e era a bala que estava no piso do apartamento de Annie.

 


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo:

— [...] Eu nunca quis matar a Annie… Você me convenceu, você me disse que seria uma boa vingança, mas, é isso… eu a matei, e sabe o que eu senti? Nada… nenhuma satisfação. E você, está satisfeita?

[...]

Abruptamente a ligação foi interrompida. Prince bufou e catou outra moeda do bolso para que pudesse prosseguir, quando, de repente, pelo reflexo do telefone, viu aquele que queria evitar.

Michael.



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