As Long As I Have You escrita por Buttercup


Capítulo 3
Destino




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Terça-feira, 07 de maio, 07:30, quarto de Buttercup

Na manhã seguinte, a morena sentiu-se mais disposta do que em muito tempo. Não havia tempo a perder. Iria começar uma nova vida.

Tomou o café rapidamente, fez suas higienes e correu com os documentos até a faculdade. Ou melhor dizendo, foi “correndo” de moto.

— Olha a rua, garota! – Berrou um motorista que Butter havia cortado a frente.

Ela, por sua vez, deu o dedo do meio para aquele homem aparentemente da mesma idade que ela e saiu ainda em alta velocidade. A faculdade não ficava tão longe de sua casa, mas para ela, pareceu uma eternidade com tantos carros e pedestres lentos.

Quando finalmente chegou, estacionou do outro lado da rua e entrou pelo portão principal do campus. Ficou maravilhada com o tamanho daquele lugar. Dava para se perder lá dentro. Ela não escondia a cara de surpresa.

Foi até a central de atendimento, onde retirou uma senha para ser atendida. Sentou-se em uma das cadeiras de espera, onde haviam mais duas pessoas esperando, um garoto parecido com ela e uma mulher com seus 30 e poucos anos.

O garoto que parecia com Buttercup sorriu para ela.

— Oi!

Butter ficou surpresa por alguém puxar conversa com ela do nada. Mas seria falta de educação ignorá-lo, ainda mais alguém com um sorriso tão simpático quanto o dele.

— Ah, oi. – Ela forçou um sorriso. – Beleza?

O garoto assentiu com a cabeça.

Depois disso, ambos ficaram em silêncio. Eles sequer se conheciam, sobre o que iriam conversar?

A mulher mais velha foi atendida primeiro e logo depois, foi o garoto. Por último, foi a vez de Buttercup.

Ela observou que o garoto também era calouro e tinha ido fazer sua matrícula. Esticou o pescoço para ver qual curso aquele estranho simpático iria ingressar.

“Educação física?” – Pensou, com os olhos arregalados. – “Puxa, coincidência!”

— Está matriculada, Srta. Utonium. – Sorriu a moça da central de atendimento, revelando ter dentes separados.

— Valeu. – Agradeceu a verde e se virou para olhar para o garoto mais uma vez. Iria estudar com ela. – A gente se vê.

O garoto não entendeu muito bem e Buttercup teve que explicar.

— Vamos estudar juntos. – Explicou a morena. – Também me matriculei em educação física.

— Legal! – Ele abriu um largo sorriso, verdadeiramente feliz. – A gente se vê!

Algo naquele garoto era familiar para ela, mas não conseguia lembrar o que era, além do fato de ser bem parecido com ela fisicamente. Ele era realmente simpático e era um alívio ter um rosto conhecido em sua sala. Buttercup tinha a impressão que se encontrariam muito dali para frente.

Observando o papel com os horários, Buttercup tentava desviar de todas aquelas pessoas apressadas. Ela poderia começar naquele dia mesmo, na parte noturna. Começou a ficar nervosa de novo.

— Calma... Está tudo bem... – Tocou o peito e fechou os olhos, respirando fundo. – O Ace estará comigo e ficará tudo bem...

Ace era uma segurança para ela, mesmo não estando de corpo presente. Ela sabia ser independente apenas em certos momentos. Em alguns, o passado vinha à tona.

19:00 – PRIMEIRA FASE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

POV BUTCH

Meus batimentos cardíacos estão a mil por hora, mas estou muito animado. Finalmente decidi o que fazer da vida, mesmo que meus irmãos fossem contra. Eles não querem estudar, pelo menos, não agora.

Fiquei pensando o dia todo na garota que encontrei hoje de manhã na hora da matrícula. Ela me parece muito familiar... Não nego que se parece muito comigo. Mas eu acho que eu já a conheço. Gostei do jeito dela, parece ser diferente das demais garotas que conheço. Sem contar que estudaremos juntos.

A cada passo que dou no corredor rumo à sala de aula, sinto que meu coração aumenta os batimentos. Entrei na sala e observei que só haviam meninos até o momento. Será que aquela garota não se sentiria deslocada por isso?

Falando nela, ela chegou. Nem ao menos sei o nome dela, mas quando a vi, eu sorri e a cumprimentei.

— E aí! Bom te ver de novo! – Eu disse.

— Opa! – Gostei do jeito dela cumprimentar. – É bom te ver também.

Ela olhou em volta e acho que notou que até então só tem meninos por aqui. Espero que ela não desista do curso por causa disso. Mas ela parecia bem à vontade.

— Qualé, rapaziada! – Ela disse e todos olharam pra ela. – Que caras de bundões são essas? É primeiro dia de faculdade, galera!

Os demais começaram a comemorar e naquele momento, percebi que aquela menina, de cabelos curtos, olhos verdes e sorriso sapeca era diferente mesmo. Aquela situação para ela não parecia ser nada de mais. Sorri de volta. Acho que vou gostar de conviver com ela.

Notei que ela tinha uma tatuagem de caveira com labaradas no ombro esquerdo. Engraçado. Eu tenho uma igual só que é no ombro direito. Até nisso nós combinamos.

A aula enfim começou quando um professor alto, forte e com cabelo espetado (como eu) entrou marchando.

— Boa noite, pessoal! – Disse ele, animando a galera. – Meu nome é David Jones e serei o professor de vocês de introdução à educação física.

Nós comemoramos. Já gostei do jeito desse professor. Parece bem animado e disposto. Fiquei observando as reações da garota e ela sorria e parecia animada também.

Engraçado que as aulas começaram na terça e não na segunda como de costume. Acredito que seja porquê ontem a universidade estava fechada.

— Vejo que temos uma mocinha perdida por aqui. – Disse o professor, fitando a única garota da sala. – Vamos, se apresente para a classe.

Cara, como ele pôde fazer isso? Eu morreria de vergonha se fosse o único garoto da sala. Como ela não deve estar se sentindo ainda mais agora que é o centro das atenções? O professor não pensa nela? Por acaso isso virou curso de homens agora?

— Primeiro, eu não sou uma mocinha perdida. – Ela sorriu, sarcástica, ficando em pé e fitando o professor. – Eu tenho nome, é Buttercup Utonium, fessor. – Ela levou as mãos a cintura. – Segundo, não ligo de ser a única garota aqui. Não é um curso só para homens. Fique o senhor sabendo que há muitas mulheres que se destacam nos esportes.

Todos ficaram de queixo caído com o discurso dela, inclusive eu. A cada minuto, ela fica cada vez mais interessante. Eu acho que estou com a boca aberta, quase babando por essa garota. Essa sim é decidida e de atitude! Lutando por seus direitos e indo contra os preconceitos.

Buttercup, né? Interessante...

— Desculpe, Buttercup. Foi apenas uma brincadeira. – Respondeu o Profº David, meio envergonhado pelo comentário infeliz. – Eu admiro as mulheres dos esportes, sim, e fico feliz que tenha escolhido nosso curso. Uma pena que as outras garotas não pensem como você.

— É, uma pena. Só eu que enxergo certas coisas. – Disse ela, mas acho que ela não queria dizer aquilo em voz alta. – Não podemos depender de homens, afinal.

Notei que ela ficou com o olhar perdido ao dizer aquilo. No que será que ela pensou?

Bom, depois daquilo, a aula começou de verdade e fiquei até zonzo do tanto que aquele professor fala!


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