True Love - KonoHana escrita por Saberus


Capítulo 1
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O retorno de uma missão um pouco complicada, sem dúvida era motivo para comemorar. Era isso que o capitão da equipe sete acreditava, por isso encontrava-se num bar "quase" aleatório de Konoha, selecionado estrategicamente por ser perto da residência de seu antigo mestre, Uzumaki Naruto. Pelo rubor suave que tingia o rosto do Sarutobi mais velho, dava para imaginar que estava por lá a certo tempo, bebendo e se divertindo com outros capitães de equipes, mas um após o outro foram deixando o bar quando notavam como a hora avançou. No fim, sobrou apenas o Sarutobi e a capitã da equipe quinze, Hyuga Hanabi cujo rosto estava tingido de um rubor suave, ou seja, não bebeu na mesma quantidade que o capitão da equipe sete. Os dois passaram minutos conversando sobre as missões que fizeram recentemente, mas o assunto se desviou para algo em comum: Uzumaki Boruto. Hanabi era tia do Uzumaki, Konohanaru era capitão da equipe que o loiro integrava, e também considerado como um "irmão mais velho". Por isso, conversaram com energia sobre o garoto e se esqueceram do tempo que passava, e Konohamaru bebia sempre uma dose pequena de sake, bem diferente de Hanabi que mantinha seus olhos perolados nele. A atenção do Sarutobi desviou para a entrada, mantendo o copo de sake na mão direita, enquanto olhava para a incomum visitante que aparecia por ali. A visitante era uma garota de dezesseis anos, de cabelo loiro e olhos azuis e usando um conjunto agradável de roupas. E possuía o símbolo do clã Yamanaka na manga esquerda de seu qipao vermelho. A garota era Misa Yamanaka.

— Konohamaru-sensei… Naruto-sama pediu para que eu fosse à sua procura. Para que você me ensinasse o Rasengan. — Misa comentou, engolindo em seco naquela pausa e apontou para si mesma com a mão disponível. — Me chamo Yamanaka Misa. —

Hanabi ficou em silêncio enquanto ouvia aquele pedido. Inexpressiva, na realidade. Não acreditava que alguém fosse querer aprender uma técnica difícil como o Rasengan. Seus olhos perolados retornam para Konohamaru que gargalhou, levantou a mão que segurava o copo de sake.

— Uma segunda aprendiz! Eu vou trazer orgulho para o Yondaime! — O Sarutobi vociferou com certa energia. Fazendo um brinde imaginário, sem ninguém para o acompanhar já que a Hyuga estava distraída, mas retornou sua atenção para a garota. — Campo de treinamento da minha equipe amanhã. Às nove horas, Misa. —

Hanabi olhou enfim para a mão erguida num brinde silencioso. E levou seu copo de sake para o do Sarutobi e tocou com sutileza. A Yamanaka deixou o bar. Konohamaru retornou sua atenção para a outra capitã e sorriu antes de levar seu copo para os lábios e virar de uma vez, bebendo o sake e balançando a cabeça enquanto sentia a bebida quente escorrer por sua garganta. Hanabi levou a mão direita para frente da boca e abafou um riso por conta da reação do Sarutobi.

— Quantas já foram, Konohamaru? — Hanabi perguntou e girou devagar seu copo, desta forma fazendo com que a bebida girasse também. 

— Quantas o que já foram? — Konohamaru perguntou. Levando seus cotovelos para o balcão e os deixando apoiados enquanto mantinha um olhar ébrio para a mulher que o acompanhava. 

— Quantas já bebeu. — Hanabi respondeu. Então, se aproximou um pouco mais do Sarutobi. Muito próxima dele. E levou a mão disponível para a bochecha dele. — Seu rosto está quente. Eu diria que já foram muitas, Konohamaru. Já está na hora de irmos embora, não acha? —

Aquela situação não era necessária, mas Hanabi queria tocá-lo um pouco. A um longo período havia se apaixonado pelo Sarutobi. Ela não se importava com o que o mesmo era — neto do terceiro Hokage e aprendiz do seu sogro. Não, ela aprendeu a amá-lo por quem o mesmo era, mas guardava aquele sentimento. Como sua irmã mais velha fez em certa época por muitos anos. Ela até sentia-se hipócrita por esconder aqueles sentimentos. 

— Acho que você está certa. Já está na hora de irmos mesmo. — Konohamaru comentou. Ele não se incomodava tanto com aquele toque em suas bochechas. Acreditava que a Hyuga estava apenas medindo sua temperatura. Ele pôs seu copo no balcão. — Amanhã já tenho algo para fazer mesmo… —

— Vamos, eu te acompanho até a sua casa. Não seria bom se você caísse e decidisse por dormir na rua. — Hanabi comentou e removeu sua mão da bochecha do Sarutobi. Ela foi a primeira a sair do assento.

Konohamaru pagou a conta. E foi o segundo a deixar seu assento. Seu equilíbrio estava péssimo, por isso que Hanabi o ajudou e pegou o braço direito dele e passou por seus ombros. Daquela forma que a dupla caminhou silenciosamente por uma Konoha adormecida, com poucos comércios abertos. A única fonte de iluminação, fora os comércios que começavam a fechar, eram dos postes. O caminho dos dois não era silencioso, já que continuavam a conversa que tinham no bar. Hanabi parecia contente por manter-se tão próxima do Sarutobi, mas internamente sabia que não queria apenas a amizade dele. Ela levantou sua cabeça quando escutou a voz suave dele em sua orelha.

— Chegamos. — Foi tudo o que Konohamaru disse.

Hanabi levantou um pouco mais sua cabeça. E olhou para o muro alto com portão antigo e para a casa não muito distante com um jardim em volta. Próximo da casa havia uma construção pequena, usando seu Byakugan ela percebeu que só haviam tralhas no interior. Ela removeu o braço do Sarutobi de seus ombros, mas manteve a proximidade entre eles. Os dois se olharam por alguns segundos em silêncio, enquanto um poste iluminava ambos. Hanabi engoliu em seco enquanto seus olhos perolados se concentram nos lábios do Sarutobi, mas retornam para os olhos dele e um sorriso ocupa seus lábios. Konohamaru estava bêbado para entender qualquer coisa que poderia acontecer entre eles, não era justo se aproveitar daquela situação. Ela se afastou um pouco e levou as mãos para suas costas, entrelaçando-as e se afastando um pouco, mas parando depois de quatro ou cinco passos e olhando para trás. Konohamaru continuava olhando para ela, sem entender o motivo para ela ter parado.

— Konohamaru… — Hanabi o chamou.

— Oi? — Konohamaru falou.

Ele estava bêbado. Ele não entenderia a situação. Talvez, nem mesmo se lembra-se de qualquer coisa dita naquela ocasião. Ela sorriu um pouco.

— Eu te amo. Eu te amo muito, Konohamaru. — Hanabi revelou.

Ela não estava tão bêbada. Não tinha bebido o suficiente para ficar confusa. Ela só falava o que tinha guardado em seu interior. E gostaria de falar aquilo por mais tempo. E dizer muitas coisas, mas sabia que ele acabaria se esquecendo. Por isso, aquelas palavras bastavam. Ela viu como ele havia se espantado com aquela revelação. E aproveitou para virar seu rosto e tentou seguir embora, mas sua mão esquerda foi segurada. Nesse momento olhou para trás, vendo desde a mão direita e sua extensão, até o Sarutobi olhando para ela com seriedade apesar de estar levemente embriagado, mas na realidade aquela declaração, ou melhor, o inesperado o deixou um pouco mais sóbrio. Sóbrio o suficiente para compreender a situação e não deixar a garota no vácuo com seus sentimentos. 

O silêncio dominou com vontade os arredores. Era como se a própria noite quisesse que os dois ficassem sozinhos. A iluminação do poste servia naquele momento para eles… assim como o sutil brilho das estrelas no céu noturno e uma bela lua minguante. 

Sarutobi Konohamaru usou a mesma mão para subir um pouco, alcançando desta vez o pulso da garota e a puxando para perto de si. Hyuga Hanabi não fez força para rejeitar aqueles puxões sutis, ela aceitou de bom grado que o homem a puxasse para perto dele. Se fosse qualquer outra pessoa teria rejeitado, até mesmo usado uma das técnicas de seu clã, mas não com Konohamaru. Ela sentiu a mão dele alcançando seu cotovelo, depois chegando ao seu ombro e, por fim, sua bochecha. E sentiu o polegar acariciando sua bochecha, por isso fechou devagar seus olhos perolados e aceitou o afago.

— Desculpe não ter percebido antes. — Konohamaru sussurrou enfim algumas palavras.

— Eu não esperava menos do aluno do meu genro. — Hanabi sussurrou. Era óbvia a brincadeira que a Hyuga fez com aquela resposta.

Aquelas palavras o acertaram num ponto sensível. A quanto tempo Hanabi vinha guardando aquele sentimento? Ela demonstrava publicamente o que sentia e ele não percebeu? Ele semicerrou seus olhos um pouco enquanto as dúvidas eram mantidas. Os olhos de Hanabi se abrem, desta forma os concentrou nos belos olhos de Konohamaru, que aproximava um pouco mais seu rosto ao da Hyuga enquanto separava pouco a pouco seus lábios. A Hyuga manteve seus olhos abertos até certo momento, mas então os fechou ao sentir os lábios dele tocando os seus. Aquele estava sendo o primeiro beijo deles, por isso foi desenvolvido com calma, mas os lábios de Konohamaru foram os primeiros a se afastarem. Ele abriu um sorriso pelo canto esquerdo dos lábios quando interrompeu o beijo, acariciou ainda a bochecha da Hyuga por alguns segundos antes de encostar sua testa na dela.

— Vou dar o meu melhor para corresponder ao que sente por mim, Hanabi. — Foram as gentis palavras do Sarutobi.

Hanabi ainda assimilava o que aconteceu, mas balançou sua cabeça, desta forma aceitando as palavras gentis. A Hyuga tentou se afastar novamente, e desta vez conseguiu. Lentamente tomando distância do Sarutobi que fazia questão de segurar sua mão até o último segundo possível, até a capitã da equipe quinze se distanciar de um jeito que suas mãos não se tocaram… exceto se ele desse um passo adiante, mas ele não saiu do lugar. Aquela era a despedida apropriada para aquela noite. Ele pôs as mãos nos bolsos da calça e continuou atento em Hanabi que se distanciava e olhava para ele de vez em quando, mas realmente se afastava cada vez mais. No fim, Hanabi desapareceu em algum momento, Konohamaru levantou sua cabeça e olhou para a lua e estrelas que tinham assistido aquela cena e um sorriso gentil escapou de seus lábios.

A partir de agora, por causa de uma bebedeira quase excessiva, deveria corresponder aos sentimentos de outra pessoa. Sem dúvida que se esforçaria.


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