Nascido Trouxa escrita por aflmmart


Capítulo 2
Capítulo 2 - Uma aposta toda errada


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas o/
Chegamos com o segundo e último capítulo desse crossover :'( espero que tenham gostado da fic tanto quanto eu gostei de escrever.
Boa leitura!!!



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(POV Kakashi)

Era final de outubro e as primeiras provas haviam finalmente terminado. Aproveitando que eu tinha o resto do dia livre, chamei Sakura para jogar xadrez de bruxo. Estávamos sentados em uma mesa, cercados por Rony, Harry, Hermione e Naruto. Quem vencesse a partida jogaria contra o ruivo — ou, como ele mesmo se denominava, o maior jogador que Hogwarts já teve.

Se tivesse jogado com Naruto, a partida teria terminado rapidamente, mas contra Sakura eu tive que me dedicar bem mais. Apesar disso, consegui vencê-la. 

— Preparado para perder, Kakashi? — Um sorriso maligno brotou no rosto de Rony, mas tampouco me intimidou. 

— É o que veremos. 

— Então vamos deixar isso um pouco mais interessante. — Ele mal terminou de falar e Hermione o acertou com o livro que tinha em mãos. — Ai! 

— Você deveria ser um exemplo, Rony, ao invés de ficar apostando com os calouros. 

— Tudo bem, Hermione. Não é como se eu fosse perder. Se ele quer apostar alguma coisa, então estou de acordo. Me diga Ronald, o que quer apostar? 

— Hum… me diga, da turma de vocês, quem é o novo Malfoy? — Pensei a respeito, mas foi Sakura que respondeu primeiro.

— Sasuke Uchiha. — Todos encaramos a garota, que estava vermelha de vergonha. 

— Então se você perder deve prender esse Uchiha a você por pelo menos meia hora. 

— Isso está ficando interessante. E se eu ganhar? — Pelo sorriso amplo no rosto do ruivo, ele realmente não contava com isso. 

— Eu faço o mesmo com o Malfoy. 

— Cuidado Rony, você parece estar me subestimando. 

A partida demorou bem mais do que contra Sakura. Sem dúvidas o Weasley era um exímio jogador, apesar de ele se deixar provocar facilmente e sua concentração não ser lá das melhores. No entanto, suas habilidades acabaram por me derrotar após uma hora e meia de jogo. Bom, já que era para eu perder, que fosse mesmo para o maior jogador de xadrez bruxo de Hogwarts. 

— Devo admitir que foi uma partida mais acirrada do que eu esperava. — Rony estendeu a mão em minha direção. 

— Se continuar assim, na próxima ele vai te vencer — Hermione falou, provocando o colega. Eu desconfiava que as provocações de ambos tivessem um algo a mais por trás, mas eu não seria louco de me meter entre aqueles dois. Olhei pelo pátio, procurando pelo Uchiha, e o avistei — como sempre cercado por garotas. O que aquele cara tinha demais? 

— Devo fazer isso agora? — Não contive a careta ao perguntar. 

— Acho que seria bem mais interessante se o fizesse à noite. Como temos o Halloween hoje, ninguém vai perceber se não estivermos no jantar. 

— Eu não perco isso por nada — Sakura falou, encarando o Uchiha. 

— Claro que você não perderia a oportunidade de ficar perto do Sasuke — Naruto comentou, revirando os olhos. 

— Mandarei um bilhete para que ele me encontre no corredor do segundo andar perto dos banheiros, esteja lá às sete. — Rony sorriu maldoso.

— Combinado. 

Eu sabia que Harry estaria por lá também, só não tinha certeza quanto a Hermione. Ela parecia certinha demais para arriscar sua posição como monitora-chefe apenas para ver uma aposta sendo paga.     Todavia, às sete em ponto, lá estava o trio de desajustados original, ansiosos enquanto, ao meu lado, Sakura tremia e Naruto praticamente pulava no mesmo lugar de tanta animação. Apesar de estar aparentemente calmo por dentro, eu me perguntava se aquilo ia mesmo funcionar. 

— O que todos vocês fazem aqui? — A voz grave de Hagrid se fez presente, nos assustando. 

— Er… nada demais — Rony respondeu, inseguro. 

— Não ouse subestimar minha inteligência, Ronald Weasley. Conheço bem vocês três para saber que estão aprontando alguma coisa. E quanto a vocês... — ele apontou para mim, Sakura e Naruto — podem não saber, mas ninguém conseguiu se meter em tantas confusões nessa escola como eles, eles são imãs para problemas. 

— Hagrid o que é isso aí? — Hermione tentava olhar para a caixa que o guarda-caças tentava inutilmente esconder. 

— Nada de mais. — Dessa vez era o gigante que parecia inseguro. 

— No mínimo algum bicho esquisito. — Rony torceu o nariz.

— Eles não são esquisitos Rony. — Me aproximei até ter uma visão melhor da caixa e me assustei ao perceber o que era aquilo.

— Uma acromântula! — Não vi o momento exato que Rony se escondeu atrás de Hermione, mas quando voltei para perto deles, o ruivo tremia de medo.


    —Shh… vai assustá-lo. 

Tarde demais, a aranha fugiu pelo corredor e deu de cara com ninguém menos que Sasuke Uchiha. 

— Mas que diabos…! 

Aquilo virou um completo caos, e mesmo sem saber como parar um bicho daqueles, segui Harry e Hagrid para tentar ajudá-los. Seguimos por direções diferentes para tentar achar a acromântula, e eu estava prestes a desistir quando me virei e dei de cara com ela avançando sobre uma garota, que eu lembrava ser do primeiro ano. O rosto assustado da menina me fez andar até lá, tentando buscar uma solução para tudo aquilo. Não conhecia muitos feitiços, mas lembrava de um que Harry mencionava sempre que me contava uma de suas aventuras. 

— Estupefaça! — A aranha se chocou contra a parede, e a garota (agora me lembrava que se chamava Rin) escondeu-se atrás de mim. 

— Finalmente os encontrei! — A voz aliviada da professora McGonagall se fez presente e, para ser sincero, aquilo me assustou bem mais do que a besta desacordada. Atrás dela, vinham os demais, incluindo o Uchiha, que tinha uma cara de poucos amigos. Hagrid, por sua vez, estava de cabeça baixa, provavelmente envergonhado. — Todos na minha sala agora! Já você, Rin, dirija-se para a enfermaria, Madame Pomfrey irá lhe dar algum calmante.  

Seguimos em silêncio pelos corredores. Hermione transparecia seu arrependimento, ao contrário de Harry e Rony, que andavam tranquilos. Sakura estava branca como um papel, e até mesmo Naruto estava com os ombros tensos. 

Nota mental: jamais aceitar outra aposta com o Weasley. Hagrid tinha razão, aqueles três atraíam confusão. 

— Eu achei que, depois de tudo o que passaram, eu não precisaria mais ter que dar bronca por mal comportamento. — Os olhos castanhos fitavam Harry, Rony e Hermione com intensidade. — Talvez eu estivesse esperando demais, mas tinham que arrastar esses quatro com vocês? — Ela apontou para mim, Naruto, Sakura e Sasuke. 

— Com licença professora, mas não entendo o porquê dessa bronca se estender até a mim — o Uchiha falou e, ao meu lado, escutei Rony sussurrar algo para Harry, que segurou uma risada. 

— Não estou com paciência para discussões, Uchiha. Todos estarão sob os cuidados de Hagrid para essa detenção. Não se preocupem, ele também será punido. Vocês terão que achar um lugar seguro na floresta para aquela acromântula. 

— A senhora disse floresta? — perguntei, sem me conter. Senti meu corpo inteiro arrepiar de medo. 

— Isso mesmo, Hatake. A floresta proibida, mas não se preocupe, seus veteranos a conhecem bem, não é mesmo?  

(...)

O clima ameno não impedia que eu tremesse por inteiro, ainda com medo de entrar na floresta. Talvez, se não soubesse que havia centauros, aranhas gigantes, entre outras inúmeras criaturas, ficasse mais tranquilo. O que não era a situação. 

— Não se preocupe, eles enfrentaram inúmeros bruxos malignos, assim como variadas criaturas mágicas. Você está seguro. — Se aquela era a ideia de Sakura para me tranquilizar, tinha que admitir que havia funcionado. Bom, pelo menos um pouco. 

— Não acredito que terei que deixá-lo na floresta — Hagrid resmungava enquanto olhava para a gaiola improvisada de seu bichinho. 

— Eu me recuso a seguir com vocês para dentro dessa floresta. — Claro que o Uchiha estava quieto demais. 

— Então fique aí sozinho nos esperando voltar — Hermione falou com certa frieza. De relance, observei o sonserino olhar ao redor e estremecer, nos seguindo de perto. 

Nunca tinha entrado em uma floresta à noite, mas tinha plena consciência de que aquela tinha um ar bem mais sombrio do que as normais. Me aproximei ainda mais dos veteranos, tentando não transparecer o medo que sentia. O que se tornou uma tarefa quase impossível, uma vez que eu praticamente pulava sempre que ouvia qualquer barulho diferente dos nossos passos. 

— Como será que anda Firenze? — Hermione perguntou. 

— Nunca mais o vimos desde aquele dia com Umbridge, não é mesmo? Se bem que os centauros ajudaram na guerra, então ele certamente estava lá lutando. — Harry ficou pensativo. 

— E o Grope, Hagrid? — Dessa vez foi Rony a questionar. Vendo a confusão em nossos rostos, ele completou: — Ele é o meio-irmão do Hagrid. Se já o acham alto é porque não viram o tamanho de Grope. — Tentei imaginar alguém ainda maior que o guarda-caças e não consegui. 

— Ele se estabeleceu em uma floresta na Armênia, pretendo visitá-lo ainda esse ano. — O gigante parou rente a um salgueiro. — Fiquem aqui. — Sua voz séria colocou todos em alerta. Ele deixou a gaiola ao lado de Harry e fez sinal para que permanecessemos em silêncio. Observamos ele dar a volta na árvore com cautela, e o que quer que estivesse atrás urrou, ao que parecia, com dor. — Bane! 

Num salto Hermione foi até os dois. O centauro estava caído no chão ao lado de uma poça de sangue. Ele explicou para os mais velhos o que havia acontecido, mas eu não conseguia prestar atenção; estava incomodado demais, sentia como se estivesse sendo observado, e isso era preocupante. Olhei ao redor, tentando localizar a fonte dessa sensação. Foi quando o avistei caído atrás de outro daqueles enormes salgueiros. 

—Ali! — Apontei para onde o outro centauro estava caído. 

— Fiquem aqui! — Harry falou, deixando a gaiola com o Uchiha, que tentava não parecer enojado com o bicho em suas mãos. Ignorando o pedido de Harry fui até ele. 

— Ele está ainda mais ferido que o outro… — falei, ao notar um imenso ferimento em sua garganta. 

— Firenze, Hermione irá lhe ajudar. — Os olhos do centauro encontraram os de Harry, e percebi uma conversa silenciosa. — Vá chamar Hermione, por favor. 

Fiz o que ele me pediu, preocupado se ela seria mesmo capaz de cuidar de todos aqueles ferimentos. Observei enquanto ela enfiava o braço inteiro em uma bolsinha de contas que provavelmente não era normal, uma vez que ela era pequena demais para ter um fundo tão grande. Não questionei. Tentei me oferecer para ajudar, mas eu não sabia o suficiente sobre magia para fazer qualquer coisa. 

Aos poucos, ela estancou os sangramentos e fechou as feridas de ambos os centauros. Hagrid analisava algumas pegadas pelo chão com interesse, e tive a pequena impressão de que eu não gostaria de saber do que se tratava. 

— Hagrid, acho melhor voltarmos — Harry falou quando as coisas se acalmaram. Seu olhar caiu sobre os mais novos e parou focado em mim. Apesar de tentar parecer despreocupado, era evidente que havia algo o incomodando. 

— Há tempos não vejo uma dessas — Rony comentou, agora tbm analisando as pegadas ao lado de Hagrid. — Quem será o novo lobisomem em Hogwarts? 

— Lobisomem? — Sakura perguntou, assustada, e logo se escondeu atrás de mim. 

— Obrigada Rony, precisava mesmo assustar eles? — Hermione estava ocupada demais finalizando uma atadura em Firenze, então Harry tomou a frente e deu um tapa na cabeça de Rony, o reprovando. 

— Firenze, você acha que consegue voltar para o esconderijo dessa forma? — Deveria ser a primeira vez que via Hagrid agir como um adulto, e isso só mostrou o quão séria era a situação. Bane, que estava menos ferido, se levantou. 

— Daremos um jeito, obrigado pela ajuda. — Fez uma curta reverência para Hermione e foi ajudar o outro centauro. 

— Sendo assim, quero que vocês todos voltem já para o castelo. Deixarei Mosag em algum lugar seguro da floresta. 

Ninguém discutiu, mas foi só nos afastarmos um pouco que Harry decidiu ficar para ajudar o guarda-caças. Hermione e Rony se entreolharam, antes de assentirem em concordância. 

— Não se preocupe, eles vão ficar bem — Hermione falou para mim. — Você parece bem preocupado, mas talvez deva saber que não é a primeira vez que Harry luta com um lobisomem. — A forma como ela deu de ombros fez parecer que aquilo era algo corriqueiro, e me perguntei que tipo de criaturas mais assustadoras que lobisomens eles já tinham enfrentado. 

Mal háviamos saído da floresta, quase na altura do chalé de Hagrid, quando uma nuvem se mexeu descobrindo a lua cheia. Um uivo soou pela noite escura, me fazendo arrepiar. 

— Eu jamais vou perdoá-los por me colocarem nessa fria. — Sasuke apontou para Naruto. Este estava silencioso demais, o que eu percebi ser uma característica que aparecia quando ele estava com medo. 

— Cala a boca, Uchiha — falei, já sem paciência. Me aproximei de Naruto e ele me sorriu minimamente. 

— Vem, vamos todos para dentro. Precisamos reportar tudo isso para a professora Minerva. 

Dentro do salão principal, todos estavam animados com o banquete de Halloween, completamente alheios aos terrores da floresta proibida. Hermione pediu para que seguíssemos para nossos lugares, dizendo que ela e Rony se encarregariam de conversar com a professora. 

Durante o resto da noite, não vi nenhum deles e tentei me concentrar no que o garoto ao meu lado falava empolgado.

Tinha que admitir, a vida no mundo dos trouxas era bem mais tranquila e sem perigos, mas não se comparava com as emoções do mundo da magia. 


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