5 Meses depois...

P.O.V Da Sam

Freddie decidiu presentear nossa pequena com um book de fotos bem fofo. Alice está completando 7 meses hoje. Aprovei a ideia e juntos escolhemos as roupinhas para as fotos. Ele tem o próprio estúdio fotográfico em casa, as mães trazem seus bebês para vários ensaios. Eu até ajudo meu namorado. Arrumamos a nossa filha. Alice já engatinha e fica sentada, mexe nas coisas e não para quieta, vive tentando colocar tudo na boca.

É uma bebê muito energética.

O estúdio já está pronto para a Alice ser fotografada, Melanie conversou com o Freddie sobre o book do seu bebê recém-nascido. Ela está no último mês de gestação, a bolsa pode romper à qualquer momento. Nos falamos à vezes, nossa relação não é mais a mesma.

Infelizmente.

Eu não consigo entender.

Como ela consegue dormir tranquila com a consciência pesada? Se é que ela sente o peso das coisas que tem feito. Enganando o Edward, fazendo-o acreditar que ele é o pai da criança que em breve irá nascer. E ainda tem o Gibby e a Carly. O Gibson foi proibido de contar a verdade. E eu guardo esse segredo horrível da minha melhor amiga. E isso pesa em minha consciência.

Como Melanie é capaz de mentir tanto?

Freddie passou o dia fotografando a nossa pequena.

Era paciente e tinha amor pela profissão. Alice até que colaborou um pouco. Fiquei ali no estúdio vendo de perto, estava feliz e orgulhosa. A bebê estava ótima, muito saudável e sorridente.

Come bem e raramente adoece.

— Minha boneca virou modelo por um dia. Deixou o seu pai todo derretido, sabia? - Peguei Alice.

Ela estava faminta e agoniada com a roupinha.

A deixei apenas de fralda, sentei para amamentá-la.

— Ela é muito fotogênica. - Freddie falou sorrindo.

Estava satisfeito com as fotos que tirou. Me mostrou algumas.

Alice era muito linda, encantava a todos, recebia elogios por onde passava. Parecia uma bonequinha de olhos azuis e bochechas adoráveis.

— Meus pais nos convidou para o Dia de Ação de Graças. Podemos levar nossos amigos. Ligue para a Carly. - Ele informou.

— Está bem. Minha mãe pode ir? - Perguntei.

— Claro, amor. Ela será bem-vinda. - Afirmou.

Terminei de amamentar, coloquei a bebê para arrotar.

Eu sabia que seu irmão e a minha irmã iriam ao jantar na casa dos meus sogros. Era importante ter a família reunida no feriado.

— Sua mãe vai precisar de ajuda na cozinha? - Indaguei.

— Ela costuma dispensar os empregados. Gosta de seguir a tradição cozinhando para a família. - Explicou.

— Farei uma torta de pêssego para levarmos. - Decidi.

Coloquei nossa filha no berço. Ela precisava dormir.

— O que acha de ter sua própria confeitaria? - Me encarou.

Eu ainda fazia encomendas para o campus. Os universitários amavam os doces que eu vendia para a lanchonete móvel.

— Não temos dinheiro para investir. E eu não quero aceitar o dinheiro dos seus pais! - Falei.

— O que é meu, é seu. É nosso. Temos o suficiente para montar algo pequeno. Você terá seu próprio negócio. Sabe a padaria que tem aqui perto? Hoje vi a placa de venda. Conversei com o proprietário. - Contou.

— Vou pensar... Podemos dar uma olhada no local amanhã. E depois resolvemos, ok? - Eu ia pensar com carinho.

A ideia de ter uma confeitaria me alegrava muito.

[...]

No dia seguinte...

P.O.V Do Freddie

Como a Sam havia dito que queria dar uma olhada no padaria. A levei para ver o estabelecimento. O proprietário era um senhor muito simpático. Mostrou todo o local com calma. Tudo estava bem, espaço bom e arejado. Com algumas pequenas reformas, a padaria seria uma bela confeitaria. Bastava a Sam dar a resposta, seria tudo do jeito dela.

Alice estava no Sling roxo pendurado em mim. Era prático para carregá-la para todos os lados.

Fiquei calado, esperando Sam analisar tudo cuidadosamente. Eu nem iria opinar.

— Queremos fechar negócio com o senhor. - Ela que se dirigiu ao Sr. Caruzzio.

Fiquei feliz com sua decisão. Minha namorada tinha aceitado.

Íamos pagar pela metade do preço que o estabelecimento valia. Fizemos um bom negócio mesmo.

Voltamos para casa felizes.

— Já pensou como quer a confeitaria? O local precisa de uma reforminha. Melhor decidir tudo, um amigo meu pode fazer o orçamento. - Eu disse a ela.

— Vamos com calma, meu amor. Por enquanto estou satisfeita com as coisas, tudo ao seu tempo. Só precisa de uma pintura nova. Trocar o piso. E retirar aquele forno de pizza. Quero aumentar a cozinha e colocar um novo balcão de atendimento. - Ela já tinha pensado em tudo.

Tirei a Alice do Sling.

— Vai ajudar a sua mãe com os bolos e doces? - Dei uma pequena sacudida nela, a fazendo rir.

Já estava nascendo o segundo dentinho de baixo.

— Meu Deus... Quem vai ficar com a Allie? - Era o apelido da bebê.

Sam ficaria bastante ocupada.

— Ela pode ficar com os meus pais. - Sugeri.

Os avós eram loucos pela netinha.

— Não mesmo! Não quero incomodar eles. - Se recusou a concordar.

— Contratamos uma babá. - Dei a ideia.

— Não é uma má ideia. - Cogitou.

— Ela ficará comigo durante as minhas folgas. Não se preocupe. - Tranquilizei ela.

Eu não trabalhava todos os dias. Sam acabou concordando.

O Dia de Ação de Graças estava chegando.

— Obrigada. - Me agradeceu.

— Não precisa me agradecer. - Beijei seus lábios macios.

Sam aprofundou o beijo.

[...]

3 dias depois...

23 de Novembro, às 18h:56min...

P.O.V Do Edward

— Onde você estava? Te liguei tanto! - Melanie parecia estressada.

— No trabalho. Onde mais eu estaria? Eu não tô com meu celular. Esqueci em casa... Deve estar no quarto sem bateria. - Era verdade.

— Acabei de vir do hospital. Senti dores. Eles disseram que foi alarme falso. Mas eu não tô bem! - Estava pálida e transpirando.

Logo me preocupei. Nosso filho poderia vir à qualquer momento.

— Senta, Mel, vou pegar um copo d'água. - Me apressei.

— Não quero água! Não quero sentar! Só quero empurrar esse menino para fora de mim. Minhas costas estão me matando! - A gravidez tinha deixado ela uma pilha de nervos. - Tô enorme e toda inchada, não aguento mais... - Choramingou.

— Ainda sente dores? Quer que eu ligue para a sua mãe? - Perguntei ficando nervoso.

Ela não parecia nada bem.

Melanie começou a dar voltas pela sala de estar, respirando, inspirando e expirando.

Faltavam poucos dias para o feriado.

Minha namorada parou de repente e olhou para baixo.

Vimos o líquido escorrer por suas pernas. A bolsa havia estourado.

— Pegue minha bolsa e a bolsa do neném. - Pediu com a voz trêmula.

Corri para o nosso quarto.

[...]

— Estou levando sua filha para o Northwest Hospital. - Avisei para a minha sogra.

O celular estava no viva-voz.

— Está bem. Vou ligar para a Sam. Já estou indo para lá. — Pam disse apressada.

Ela encerrou a ligação.

— Respira fundo, amor... Faz aquelas...

— Eu já sei o que devo fazer! Só fica quieto! Não é você que está morrendo aqui! - Continuava sendo grossa.

Não falei mais nada, concentrei minha atenção ao volante.

Chegamos ao hospital, fomos atendidos e levaram a Melanie numa cadeira de rodas.

Sua mãe não demorou para chegar, ela apareceu com o Gibson.

Ele tinha dado carona para ela.

— Como ela está? - Pam veio ao meu encontro.

Eu estava ali na sala de espera. Logo me chamariam quando fosse preciso.

— Com dores... Não para de reclamar. - Respondi.

— Mas ela está bem? - Gibson perguntou.

— Sim... - Assenti. - Obrigado por trazer minha sogra. Já pode ir. - O dispensei.

— Não vou... Melanie é minha amiga. É amiga da Carly também. - É, ele tinha motivo para ficar.

Acabei percebendo que ele parecia nervoso.

Minha namorada estava sendo preparada para o parto.

— Demora para nascer. Você só precisa ficar ao lado dela. Vai dar tudo certo. - Pam tentou me tranquilizar.

Fui chamado, Melanie precisava de mim. Eu daria forças a ela.

Nosso filho ia nascer. Eu estava louco para ver seu rostinho e pegá-lo no colo. Eu mudei por ela e por nosso filho.

Eu precisa ser um homem melhor para minha família. Foi uma promessa que fiz.