Foi em Outubro. Um mês tão perto do Natal e do Ano Novo. Um mês insignificante para muitos, mas para mim... Mais especial do que qualquer outra coisa.

Eu não posso correr mais... Eu caio diante de você, aqui estou eu. Eu não tenho nada sobrando, entretanto eu tentei esquecer... Você é tudo o que eu sou.

Agora, devem estar se perguntando o porquê. Por que... Uma doce jovem de cabelos longos e cacheados, negros como a noite e com uma perfeita silhueta e rosto tão branco como a neve. Com seus lindos olhos cor de mel... Surgiu em minha vida e o seu nome era Veronika.

Me leve para casa. Eu lutarei por isto. Quebrado e sem vida eu desisto. Você é minha única força! Sem você, eu não posso continuar. Não mais. Sempre de novo...

Naquela noite, eu a levei para casa. Fizemos o amor da forma mais pura e inocente que poderia existir, se é que o sexo possuía algo de inocente. Mas no nosso, possuía. E possuiu em todos os momentos, em todos os nossos movimentos... E eu soube desde aquele instante que, ela era minha. Para todo o sempre.

Minha única esperança (todo o tempo que eu tentei), minha única paz (me afastar de você), minha única alegria, minha única força (eu caí na sua abundante graça), meu único poder, minha única vida (e amor é onde estou), meu único amor...

Foi em Outubro. Que o fruto dessa noite cheia de inocência veio ao mundo e sorriu para mim. E em seus olhos eu pude ver o quanto ela me amou e quanto já me amava desde aquele mísero instante, ela era minha. Para todo o sempre.

Eu sinto muito. Em toda a minha amargura, eu ignorei tudo que é real e verdade. Tudo que eu preciso é você. Quando a noite cai sobre mim, eu não fecharei meus olhos. Eu estou muito vivo e você é muito forte. Eu não consigo mentir mais... Eu caio diante de você. Eu sinto muito.

Naquela noite, eu perdi  Veronika. Mas Clara permaneceu comigo, minha filha. A única lembrança de seus olhos cor de mel, olhos que eu pude ver tal alegria jamais vista em toda minha vida. Os olhos que me mostraram o amor, o amor de verdade.

Constantemente ignorando, a dor consumindo-me. Mas dessa vez o corte é muito profundo. Eu nunca serei enganado de novo.

Adeus, Veronika. Olá, Clara.