Eu fico nauseado quando passo perto de carros. Quando me ofereceram cigarros pela primeira vez, minha reação imediata foi sair correndo. Em resumo, o cheiro de fumo sempre pareceu repulsivo.

Ainda assim, permaneci preso ali, inspirando dentre a cortina de nicotina que ele tecia com cada suspiro. Seguíamos calados, colados, e ele não parecia ter pretensão de mudar isso.

Eu poderia ir embora.

Mas preferi observar a fumaça fugindo dos seus lábios. Havia beleza naquela dança efêmera pelo ar, antes de se dirimir sem aviso. Havia beleza nele.

Aquilo que sempre me afastou estava tão perto.

E parecia tão bom.