Quantos combates já não aconteceram por ali, dentre as trincheiras mais perigosas, ferozes e cruéis da atualidade?

Sim, os comentários do Facebook. Não há lugar pior para estar. Ou melhor, dependendo da sua afinidade por toxicidade e caos. Um simples texto pode ser o predecessor de vários memes escarnecedores e, da mesma forma, um meme pode trazer a fúria de inúmeros textos para si em questão de segundos.

Surpreendentemente, a área de comentários daquele grupo conseguia manter a paz e a civilidade muito bem. Se você percebesse um indício de alvoroço em uma publicação, talvez um número alto de comentários ou reações insatisfeitas, é quase certeza de que as coisas já estariam resolvidas quando você abrisse a postagem para procurar o quebra-pau.

A moderação fazia de tudo para evitar (e remediar, se necessário) as brigas dentre a comunidade e as picuinhas desnecessárias, assim como a maioria dos membros colaborava para criar um santuário de diversão, sossego e algumas piadas de duplo-sentido. Afinal, compartilhar gibis e a alegria de lê-los era um trabalho conjunto.

Mas naquele momento, Álvaro e Enrico não eram apenas membros do grupo. Eles eram soldados, movidos pela força do deboche e da rivalidade intrafandômica, colocando-se em risco para defender a integridade de seus personagens fictícios favoritos.

O que começou com uma zoeira de Álvaro contra a querida dentucinha, tornou-se uma batalha assim que Enrico vocalizou sua insatisfação através de uma resposta debochada. A guerra foi declarada ali, e nenhum dos dois lados recuaria tão cedo.

Enquanto a briga não virava notícia (ou denúncia à administração), eram apenas eles dois. Eles e alguns espectadores sedentos por barraco, que participavam encorajando seu respectivo herói comentador e rechaçando o aparente antagonista através de reações de “força”, “amei”, “haha” e “grr”.

Os comentários eram os mesmos de sempre. Os mesmos já vistos em qualquer discussão genérica, os mesmos que Enrico e Álvaro já haviam repetido à exaustão em outros embates e, talvez, até em outros fandoms. Ainda assim, eram os mesmos comentários que faziam o sangue dos rapazes ferver.

Álvaro reafirma a “tirania” da baixinha de vestido vermelho e garante que “ela é chata e insuportável”, ao que Enrico retruca com uma imagem do Cascão falando “dá pra acreditar nessa figura?” e critica a “arrogância” e “ruindade” do careca leguminoso.

O loiro responde com um meme do troca-letras sendo retratado por Don Corleone e tendo a mão beijada por um representante dos outros personagens. Sem deixar o outro rebater, ele já adiciona que seu personagem favorito “tem um comportamento normal pra idade”, mas que não espera que “alguém com o desvio de caráter de gostar da ditadora possa entender isso”.

Enrico não se dá por vencido, replicando que a dona da rua “consegue ser maviosa, diferente do Cebolitos” e “também tem um comportamento normal pra idade, quem não tem é você que fica brigando pra defender o cabeçudo apocalíptico na internet” com uma imagem da Denise falando “anjo, você precisa de um psiquiatra” para completar.

Um verdadeiro duelo de tantãs.