Sara ainda se surpreendia em como aquele lugar havia mudado em tão pouco tempo. Por quinze anos as mudanças foram bem pequenas. Agora, parecia que estava em um lugar completamente diferente como se suas lembranças fossem esquecidas, jogadas fora. Quase nada ali era familiar agora, os anos que passou trabalhando e vivendo naquele laboratório praticamente não existiam mais.

Essa foi a sensação que Sara teve ao pisar lá sozinha, com Maxine Roby lhe mostrando tudo. Mas conforme Gil e ela passavam mais tempo ali juntos, iam se acostumando com as mudanças. Agora ela já andava mais à vontade por aí.

Estava saindo da nova sala de descanso quando foi surpreendida por dois serzinhos pequenos correndo até ela. 

— Mamãe!- eles gritaram.

— Hey!- ela exclamou surpresa, porém com um sorriso enorme. — O que fazem aqui?- indagou ao retribuir os abraços que lhe foram dados.

— Eles insistiram, Sara...- a ruiva com crachá de visitante apareceu em seu campo de visão e foi até ela. — Eu não consegui dizer "não".- ela sorriu vencida pra amiga.

Sara então olhou para os filhos.

— Não acredito que fizeram a madrinha de vocês vir até aqui! Seus malandrinhos!- eles sorriram. — Aqui não é lugar de criança.- ela agachou para ficar mais na altura deles e tocou o rosto de cada um. — Sentiram saudade, foi?

— Sim!- se jogaram nos braços da mãe enquanto a mesma sorria pra amiga que estava de pé observando.

— E aí, vovó? E as meninas?

— Estão bem.- sorriu com o " vovó ". — Lindsay ficou com elas enquanto eu vinha trazê-los. Os quatro não param quietos o dia inteiro, Maria é a mais velha então nem brinca muito, passa mais tempo com a Lind ajudando a cuidar do bebê, Helena se enturma mais com eles. Arthur nem reclama de ser o único menino no meio das meninas.- sorriu. 

Sara sorriu também.

— Ele já esta acostumado a brincar com a Anne o tempo inteiro, ele se enturma com mais facilidade que ela.

— Cadê o papai?- Anne perguntou ao separar-se do abraço enquanto as adultas conversavam.

— Ah...- Sara levantou e fez uma careta. — Papai está num lugar meio cabreira pra crianças.

— Necrotério?- Catherine achou graça na forma como Sara se referiu ao lugar.

Não deu tempo da morena responder, pois a voz do marido lhe chamou a atenção.

— Eu não acredito nisso!!- disse ele com um sorriso.

— É o papai!- Anne saiu correndo na frente do irmão e pulou no colo de Grissom.

— O que meus pequenos fazem aqui?

— A dinda trouxe.- Arthur respondeu abraçando as pernas do pai.

— É mesmo?!- Gil olhou para a amiga que sorria ao ver a interação deles. — Que tipo de chantagem usaram dessa vez?

As duas mulheres riram.

— Ah, nada demais, só a famosa carinha dr cão sem dono.

— Clássica!- Grissom riu fazendo-as rirem novamente. — Como estão as coisas, Cath?

— Tudo sob controle, estamos em segurança.

— Ótimo.- ele ficou aliviado. Com toda aquela conspiração, ficou com medo que fossem atrás de sua família.

— Alguma novidade?

Não deu tempo de Grissom responder a pergunta da ruiva, pois outra voz conhecida apareceu.

— Ora, ora, o que temos aqui?!- sorriu a anfitriã.

— Maxine.- Sara sorriu ao vê-la. — Desculpe, fomos pegos de surpresa.

— Imagina.- respondeu ela. — Eu estava doida pra conhecê-los.

— Digam "oi" pra tia Max.

A supervisora achou fofa a forma como Sara falou e sorriu pras crianças que disseram "oi" sem timidez.

— Maxine.- Catherine também a cumprimentou com um aceno e um sorriso que logo foi retribuído.

— Olá, Catherine.

— Como está indo tudo por aqui?

— Fora essas novas complicações, está tudo ótimo.- ambas riram da situação e Maxine falou novamente com os pequenos. — Caramba, parece que eu estava adivinhando que teria visitas hoje...- ela então colocou a mão no bolso do casaco... — Olha só o que eu tenho aqui!-... e tirou dois pirulitos.

Os Grissom's sorriram e as crianças foram pegar o que lhes foi oferecido com animação.

— Como é que se diz?- questionou Sara antes de camuflar o sorriso com um biquinho.

— Obrigada.- eles disseram assim que pegaram os doces e ouviram a mãe falar.

— De nada.- Maxine sorriu abertamente para as crianças, estava encantada, mas logo se dirigiu ao casal. — Folsom encontrou algo interessante no carro do suspeito.

— Ah, foi isso que eu vim avisar.- Grissom sorriu sem graça, pois ao ver os filhos esqueceu completamente de passar a informação a Sara.

Ela sorriu com isso e ficou ao seu lado tocando a cabeça dos filhos.

— É melhor voltarmos pra casa, meus amores. Papai e mamãe precisam trabalhar.- Catherine chamou os dois com a mão.

— Ah...- eles lamentaram tirando o pirulito da boca.

— Vamos voltar logo.- disse Gil.

— Posso perguntar uma coisa?- Anne indagou olhando para Maxine.

Ela se surpreendeu com a fala da menina, mas se agachou ao vê-la se aproximar depois de dizer que sim.

Anne fez que ia contar um segredo e perguntou:

—A gente pode conhecer o laboratório antes de ir?

Ao ver a cara que os afilhados fizeram pra chefe do laboratório, Catherine nem precisou saber o que Anne perguntou e olhou Grissom.

— A clássica!

Grissom e Sara riram e Maxine não conseguiu recusar.