Pride and Disappointment escrita por MayDearden


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oiii!!
Boa leitura, gente!!
Nos encontramos lá embaixo!!



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⁃ Eu não quero levar - choraminguei me acomodando na cama, cobrindo meu corpo nu com a coberta e fechando os olhos

⁃ Está na hora do café da manhã, amor

Cinco dias se passaram dentro daquele navio. Eu deixava ser levada pelo amor enlouquecido que eu sentia por Oliver. Nós tomávamos banho nas jacuzzis, nas piscinas aquecidas, assistíamos a filmes no cinema do navio - na verdade nós passávamos mais tempo nos beijando do que prestando atenção em alguma coisa do projetor -, assistíamos a peças de teatro… Sempre juntos. Nesses cinco dias já haviam roupas de Oliver espalhadas por toda a cabine.

A minha cabine.

Não estávamos nos importando com absolutamente nada. Nos beijávamos em público. Fazíamos tudo juntos. Ninguém ali parecia nos conhecer e não nos importássemos se conhecessem. Eu estava certa que tudo mudaria a partir de agora. Eu estava pronta para assumir uma relação com ele.

Conheci um casal de amigos de Oliver, John e Lyla Diggle, John serviu com Oliver na guerra e agora estava em segunda lua de mel com a esposa. Ele parecia me conhecer, pois na primeira vez que fomos apresentados John já sabia meu nome. Oliver me explicou que havia falado de mim para John algumas vezes. Algo como “motivos para voltar para casa”. Me apaixonei ainda mais pelo meu Conde.

⁃ Eu poderia ficar o dia inteiro nessa cama - reclamei arregalando os olhos me dando conta do duplo sentido que aquela frase carregava - Não dessa forma, Oliver - vi seu sorriso malicioso se tornar uma careta.

⁃ Vamos perder a hora do café da manhã no salão e eu… - foi interrompido por batidas na porta

⁃ Felicity? - uma voz feminina e gentil dava pequenos batuques na porta da minha cabine - Felicity, é Lyla - e mais batidas

⁃ Um momento - falei um pouco mais alto e corri para pegar meu robbie, porém Oliver, que já estava devidamente vestido com seu terno despojado e um chapéu, foi mais rápido e abriu a porta.

⁃ Oh… - se assustou ao dar de cara com Oliver e eu ri andando até a porta e abraçando ele por trás, meu corpo escondido atrás do dele e apenas meu rosto a mostra para uma simpática Lyla com um vestido verde claro de babados - Desculpa incomodar o casal - sorriu maliciosa - Mas quero ter um dia de meninas no spa do navio. - adentrou na cabine olhando para Oliver - Tudo por sua conta e de John, é claro.

⁃ É claro - ele concordou fechando a porta e eu ri

⁃ Vou me trocar…

⁃ Você não queria nem levantar na cama - Oliver riu ajeitando o chapéu em sua cabeça - Irei encontrar John, já que fui trocado por Lyla.

⁃ Eu cuido de seu amor, Conde - ela se apressou o empurrando porta a fora, antes da porta bater Oliver se virou para mim sibilando um “eu te amo” mudo. - Finalmente a sós.

⁃ Qual a urgência de se livrar de Oliver, Lyla? - fui para o banheiro deixando a porta encostada - Aqui tem spa?

Não lembro de ter visto a opção de spa no catálogo de afazeres do navio. Tinha jacuzzi, piscina, tênis, golf, teatro, cinema e bailes. Tudo que os ricos precisavam para se entreter. E eu e Oliver já havíamos explorado todos eles juntos.

Lyla e eu nos aproximamos bem, ela me contou de era filha e única herdeira de um parlamentar e que John era filho de uma linhagem de comandantes do exército americano. Eu não contei a ela minhas origens, na verdade ela nem perguntou.

⁃ Não - falou alto do outro lado da porta do banheiro para eu escutasse - Pelo menos não que eu saiba, Lissy

Entrei embaixo do chuveiro e tomei um banho rápido. Escovei meus dentes enrolada em um roupão e sai do banheiro. Lyla estava sentada na minha cama olhando para o nada. Peguei meu vestido e fui para atrás do biombo de madeira no canto do quarto. Entrei na roupa rosê, com detalhes brilhosos na manga e uma faixa abaixo no seio. Parei atrás de Lyla para que ela amarrasse a faixa.

⁃ Esse vestido é da última moda em Londres - ela falou enquanto amarrava - Eu tenho um igual - riu

⁃ Mamãe me mandou de presente junto com a carta me chamando para o noivado da minha irmã.

⁃ Nunca me contou da sua família. - me virei de frente para ela

⁃ Outro dia - sorri - Primeiro você - sentei na cadeira da penteadeira prendendo meu cabelo em um coque com fios soltos - O que aconteceu? Algo com John…

⁃ Eu acho que estou grávida.

⁃ Posso pedir para Oliver conversar com ele e tudo pode ser resolvido, brigas de casal é normal. Eu acho… Eu e Oliver nunca brigamos, mas também não somos um casal normal… - tagarelei - Pera ai… O que? - larguei o que estava fazendo a olhando pelo espelho - Lyla, isso é maravilhoso!

⁃ Não - chorou. Corri até ela e a abracei - Isso não é bom.

⁃ Querida - afaguei suas costas e ela encostou a cabeça em meu ombro - É seu amor e de John mostrando que é tão grande e capaz de se espandir para um bebê. - me arrepiei com minhas próprias palavras e aquela dor que eu carregava veio como um tapa.

⁃ John vive em missões - ela se acalmou e me olhou - Não é como Oliver, essa é a profissão do John. Ele vive pelo país. Como vou criar um bebê sozinha se algo acontecer a ele? - fungou - A guerra foi um inferno para uns, mas meu casamento é sempre uma provação de terror. Ele se recusa a sair,

⁃ Ah Lyla - a abracei mais forte - Esse bebê vai fazer com que tudo mude entre vocês. John vai descobrir o que realmente vale a pena para ele. Ele vai passar a raciocinar apenas para o bem desse bebê. As prioridades mudam.

⁃ Você fala como se soubesse a sensação - se separou de mim e olhou em meus olhos, dei de ombros desviando o olhar - Felicity?

⁃ Vou terminar de me arrumar e vamos a enfermaria do navio. Você passará por uma avaliação e o médico responsável tirará suas dúvidas. - terminei de prender os cabelos enquanto falava, o olhar questionador de Lyla queimava as minhas costas. Passei um pouco de blush em minhas bochechas, batom e perfume - Vamos.

Ela assentiu calada e saímos da cabine, tranquei a porta depositando a chave na pequena bolsa pendurada em meu pulso. Arrastei Lyla até a enfermaria mesmo sob protestos do meu estômago querendo café da manhã, pouco me importava. Minha amiga estava precisando de mim e eu faria o possível para ajudar.

Chegamos lá e Lyla explicou a situação para uma enfermeira. Uma senhora simpática á guiou até um consultório reservado. Fiquei esperando um tempo na sala de espera branca, paredes brancas, chão branco, cadeiras e poltronas brancas. A única decoração do local era Jesus Cristo peso na cruz, uma plaquinha escrita silêncio, e um relógio na parede fazendo um tic tac incômodo. Eu odiava ambientes assim, ambientes que me lembravam hospitais. Minha última experiência em um não havia sido nada boa.

Esperei mais um tempo até Lyla sair cheia de papéis na mão e o rosto inchado do choro. Com certeza ela estava grávida.

⁃ E então? - perguntei indo até ela

⁃ Parece que o Senhor Diggle será obrigado a se aposentar - suspirou ainda com os olhos marejados. A abracei sorrindo e ela retribuiu.

⁃ Parabéns, Lyla - beijei sua bochecha e acariciei sua barriga anda plana - Esse bebê vai ser muito amado e mimado. Eu já quero comprar um presentinho fofo - caminhamos enquanto ela falava tudo que o médico tinha dito. Que fora um exame superficial, que ela deveria ir a um obstetra quando chegássemos em terra firme. - Ele passou vitaminas? Ferro na alimentação? Está tendo enjoos? Balas de gengibre são ótimas para isso e…

⁃ Quando foi?

⁃ Perdão? - a olhei sem entender

⁃ Quando foi que ficou grávida? - estagnei no corredor quando estávamos prestes a entrar no restaurante para ver o que podíamos arrumar de café da manhã

⁃ Eu não estou grávida, Lyla

⁃ Mas esteve - mexeu no vestido sem jeito, provavelmente não querendo ser invasiva - Desculpa, se não quiser falar. Não me diz respeito.

E aquela dor me chicoteava novamente. Suspirei entrando no restaurante e a deixei para trás. Talvez as minhas ações já lhe desse a resposta de sua pergunta.

Sentei na mesa e logo fui seguida por Lyla, ela me olhava cheia de culpa em sua feição e eu queria dizer que estava tudo bem. Mas o garçom chegou e disse que faltava meia hora para o café da manhã parar de ser servido. Nos apressamos em pedir um brunch e obriguei Lyla a beber suco de beterraba com laranja. Quando a refeição chegou, começamos a comer em silêncio. Ela fez careta para o suco, mas após o primeiro gole bebeu tudo de uma vez só e pediu outro.

⁃ É bom, não é? - sorri quando ela terminou de fazer o pedido. Lyla assentiu sorrindo, mas ainda me olhava cheia de culpa. Suspirei mais uma vez - Eu perdi o meu bebê.

⁃ Felicity, não…

⁃ Tudo bem - mordi meu lábio inferior - Foi a dois anos, estava no final no primeiro trimestre de gravidez.

⁃ Era do Oliver? - seus olhos estavam marejados, os meus também estavam, a dor era presente. Assenti respondendo sua pergunta. O trauma era presente. Algo que eu nunca ia esquecer. Poupei ela dos detalhes. Eu nunca havia contado isso para ninguém. - Ele sabe? - neguei com cabeça - Eu sinto muito! - esticou as mãos sobre a mesa segunda as minhas - Eu não imagino a sua dor. Sozinha em Nova York. Eu sinto muito.

⁃ Está tudo bem, Lyla - forcei um sorriso segurando as lágrimas - Aprendi a conviver com isso. E está tudo bem - tentava convencer mais a mim do que a ela.

Contei a ela como eu e Oliver nos conhecemos e como tudo começou. Do tempo que eu e Thea ficamos juntas no meu apartamento e de como fomos a força uma da outra quando ele esteve fora. Falei que Thea nunca soube que nos relacionávamos e que nunca soube que eu estava grávida de um sobrinho dela. Lyla não disse nada, apenas me abraçou. E aquele abraçou não precisava de palavras. Depois de conversarmos mais um pouco, resolvemos ir atrás dos meninos.

⁃ Já era hora - John falou quando chegamos perto deles em uma espécie de sala de jogos - Como foi no spa? - colocando um charuto na boca

⁃ Aqui não tem spa - falei recebendo um olhar feio de Lyla, dei de ombros e Oliver riu observando a cena - E a partir de agora, senhor Diggle, nada de charutos ou cigarros - puxei o charuto de sua boca jogando no lixo mais próximo

⁃ Ei - Oliver protestou - Você sabe quanto custa um desses? - dei de ombros de novo e foi a vez de John rir.

⁃ Vem, Conde - segurei as mãos de Oliver e ele veio sem reclamar - Senhor e senhora Diggle precisam conversar.

⁃ Boa sorte - Oliver piscou para o amigo que olhava assustado para a esposa, que essa por sua vez olhava de cara feio para mim. Joguei um beijo no ar para ela enquanto era puxada por Oliver e a mesma riu se voltando para o marido. - Você se afeiçoou a Lyla não foi? - perguntou enquanto andávamos de braços cruzados pela saída da sala de jogos.

⁃ Sim - sorriu para ele - Acho que quando chegarmos em casa seremos boas amigas, pretendo convida-los para o Natal. Mamãe e papai sempre dão festas exuberantes. E Londres não fica muito longe de casa. Será que irão topar passar o Natal lá? Agora com o bebê. Ah! Espero que sim porque mamãe vai amar conhecer Lyla, John e bom… Você…

⁃ Fe-li-ci-ty - ele falou pausadamente rindo

⁃ Desculpa - ri volta me sentando em um banquinho na proa do navio - Eu realmente tagarelo demais quando estou animada.

⁃ Bebê? - me olhou preocupado - Você…?

⁃ Não, não, não - me apressei em negar - Não tem ninguém aqui dentro - ele suspirou aliviado e aquilo mexeu comigo. Ele estava aliviado por não ter um bebê comigo?

⁃ Não me leve a mal, amor - parecia que tinha lido os meus pensamentos - Mas se estivesse alguém aí dentro - apontou para a minha barriga - Eu não seria o pai - falou o óbvio e eu corei - Lógico que eu amaria como se fosse, mas…

⁃ Oliver, para de viajar - dei um selinho nele - Não terei nenhum bebê, Lyla e John terão um.

⁃ Oh - ele sorriu

⁃ Sim - lhe dei mais um selinho - E a essa hora esse já devem estar comemorando

⁃ Vamos comemorar também, amor? - sorriu malicioso - Afinal, estamos felizes por nossos amigos. Não estamos?

⁃ Claro que estamos, Conde - me levantei esticando a mão para ele imitando seu sorriso malicioso - Vamos comemorar.

(…)

Amanhã. Finalmente amanhã estaríamos livres do alto mar. Do balanço do navio e do frio gritante que fazia a noite. Última noite. Último dia que ficaria totalmente grudada em Oliver o dia inteiro. Eu estava levemente incomodada com isso, eu queria ficar mais tempo com ele. Queria ficar todos os dias com ele. Pelo resto da minha vida.

Com toda certeza.

Queria passar o resto da minha vida com Oliver.

Eu via a felicidade de John e Lyla, eu não invejava, lógico que não, mas eu queria algo igual. Queria aquela complicidade, entendimento e harmonia. Queria com Oliver.

Lyla havia me contado que John concordou em se aposentar das missões, que ele sabia que um bebê mudava tudo e aceitou pedir transferência para a parte burocrática. Onde ele não precisaria viajar e comandar missões. E eu soltei o clichê “Eu te avisei”. Ela estava radiante. E a felicidade dela com certeza havia me contagiado.

Apesar da tristeza em deixar Oliver no Porto e embarcar no primeiro trem para casa amanhã, eu estava feliz por finalmente ter me acertado com ele e estarmos fazendo planos para que no Natal ele se apresentasse para minha família.

⁃ Você quase não fala da sua família - ele sussurrou quando eu estava me trocando para aproveitar o último dia junto dele - Qual o nome dos seus pais? Irmãos? Onde você mora? - cruzou os braços - Eu não te conheço - falou por fim - Como eu vou casar com alguém que não conheço? - provocou

⁃ Você vai se casar com alguém? - sorri levantando as sobrancelhas pelo espelho e ele ficou sério, sério até demais para quem estava brincando a minutos atrás - O que? - perguntei

⁃ Nada - desconversou - Estávamos falando sobre seus pais.

⁃ Meu pai é um conde - sorri amarelo e voltei a me arrumar, ele me olhou atônito e ficou em pé em um pulo

⁃ Como assim?

⁃ O pai dele era, assim como o avô dele e agora ele é - dei de ombros - E meu irmão será depois dele.

⁃ Uma condessinha? E como nunca me contou? Você tem irmão?

⁃ Ei, calminha. Uma pergunta de cada vez - passei o batom em meus lábios e me levantei virando para ele - Você nunca perguntou sobre os meus pais - dei de ombros - E eu tenho dois.

⁃ Dois irmãos mais velhos? - fez careta

⁃ Relaxa, Queen - gargalhei - Um irmão é uma irmã. Eu sei que irmãos mais velhos são inconvenientes - apontei para ele que se levantou vindo em minha direção.

⁃ Isso foi uma indireta, condessinha? - agarrou a minha cintura, seus lábios ficando na altura dos meus - Porque nunca me contou? - insistiu

⁃ Você nunca perguntou, Conde - ri e ele selou nossos lábios. O beijo começou calmo, lento, apenas um massagear de lábios, mas foi ficando intenso e desesperado. Parecia que precisávamos daquele beijo para sobreviver. Ele me ergueu em seu colo, sem parar o beijo, e eu entrelacei minhas pernas em sua cintura. Oliver me levou para cama me deitando sobre o colchão e me olhou com desejo - Gosta do que vê, Conde? - provoquei me lembrando que ele havia me feito a mesma pergunta a uns dias atrás.

⁃ Não - praticamente rosnou vindo para cima de mim - Esta vestida demais, condessinha - e selou nossos lábios novamente.

Ele enfiou as mãos por dentro do meu vestido e começou a apertar minha coxa, fechei minhas pernas em volta dele e senti sua ereção contra a minha intimidade. Soltei um gemido que foi prontamente entendido por ele. Eu não queria enrolar. Eu queria ele. Mesmo com meus protestos Oliver se distanciou de mim e se despiu, quando estava completamente nu me ergueu da cama tirando toda a minha roupa voltando a me beijar. Deus! Eu amava beija-lo. Ele me virou e senti a sua ereção roçar em uma de minhas nadegas.

⁃ Abaixa - ordenou e eu obedeci abaixando meu tronco sobre a cama e deixando as minhas partes íntimas empinadas para ele. - Avise se eu te machucar, amor - e então ele entrou em mim completamente. Nunca havíamos experimentado aquela posição, e era maravilhosa! As estocadas começaram devagar, Oliver realmente estava com medo de me machucar, rebolei gemendo e ele entendeu o que eu queria. Ele sempre entendia.

Oliver fez um rabo de cavalo em mim com uma de suas mãos e me penetrou fundo e demorado. E após isso a estocadas passaram a ser fortes e rápidas. Eu estava de quatro na cama, com ele em pé me penetrando rápido, forte e fundo. Com uma mão puxava meus cabelos e com a outra apertava cada vez mais forte a minha cintura que eu sabia que ia ficar uma marca ali.

⁃ Ah - gemi, não, praticamente gritei quando nele parou de apertar a minha cintura e começou a massagear meu clítoris. - Oh meu Deus!

⁃ Não, amor - sussurrou entre as estocadas - Oliver.

⁃ Oliver, eu vou… - falei gemendo quando o auge do prazer se aproximava

⁃ Goza pra mim, meu amor - falou com a voz cheia de desejo - Eu também vou - chegamos juntos ao ápice do nosso momento e caímos na cama. Suados. Porém com um sorriso besta nos lábios - Eu te amo! - olhou em meus olhos e depoi me deu um selinho

⁃ Eu também te amo!


(…)

Já era noite quando decidimos sair do quarto. Não queríamos nos desgrudar de nenhuma maneira e Oliver estava manhoso demais naquele dia. Ele havia me contado que assim que o navio atracasse ele iria para a residência de sua família, após resolveria umas pendências com seu pai e depois iria até mim. Ele estava ansiosa para conhecer mamãe e papai. Posso arriscar dizer que estava nervoso.

⁃ Como você vai me apresentar a eles? - perguntou enquanto caminhávamos até o restaurante para o jantar

⁃ Como Oliver Queen, oras

⁃ Só - fingiu estar chateado - Nem como seu namorado, ou noivo

⁃ Houve algum pedido? - ri e ele me acompanhou

⁃ Nem como Conde?

⁃ Oliver Queen é o suficiente para mim - pisquei

⁃ Você não liga para títulos - constatou

⁃ Eu ligo para caráter, Oliver - parei de andar olhando em seus olhos - Conde ou não, o que importa é o que tem aqui - coloquei minha mão em cima de seu coração e senti bater freneticamente - Honestidade, fidelidade. Alguém que eu possa confiar. Prometa que nunca mentirá para mim? - nossos olhos continuavam conectados, azul com azul em um combate interno. E ele perdeu, desviando o olhar para um quadro que estava pendurado no corredor que dava para o hall do restaurante.

⁃ É por isso que eu te amo - falou se virando para mim - Por isso eu me apaixonei por você e…

⁃ Oliver, você promete? - insisti

⁃ Olha o meu casal preferido - escutamos a voz de Lyla se aproximar e Oliver foi a encontro do outro casal no recinto. Aquilo não passou despercebido para mim.

Ele não prometeu.

Ele não prometeu que nunca mentiria para mim.

E aquilo me corroeu o jantar inteiro. Seria algum castigo? Algum castigo divino por eu ter escondido que um dia um bebê nosso existiu? Eu só não quero que ele sofra, ou se culpe. Eu não quero que ele sinta a dor que eu sinto toda vez que eu me lembro do meu bebê dentro de mim, se mexendo. Cheio de vida. E no dia seguinte só existia o vazio, a dor. Ele iria querer detalhes do acontecido e ainda era doloroso demais por em palavras.

Mas…

O que Oliver estaria escondendo de mim?

Eu sabia o meu olhar em cima dele era sugestivo demais, eu sabia que ele sabia que havia algo errado comigo. Quando fui questionada por John eu desconversei, disse que estava me preparando para encontrar meus pais depois de tanto tempo longe.

Eu não gostava de mentiras, mas ninguém precisava saber o real motivo de eu estar tão nervosa.

O que Oliver estaria escondendo de mim?, só isso que passava em minha mente.

A mentira destrói qualquer relacionamento, amoroso ou não. Eu acreditava fielmente que a verdade sempre seria o melhor caminho, por mais que doesse. A mentira destruía. Se eu e ele iríamos iniciar algo, eu não queria que fosse construído em cima de mentiras.

Logo a minha mente voou novamente para o assunto do bebê. Do nosso bebê. Estaria eu sendo hipocrita demais escondendo esse acontecimento de Oliver e exigindo que ele sempre me falasse a verdade?

Eu precisava contar para ele.

Precisava ser sincera.

Mas eu não me sentia pronta. Eu sentia que só de contar do trauma que eu passei, só pronunciar a primeira frase. Eu já me derramaria em lágrimas e não conseguiria chegar ao fim da conversa.

⁃ Você está muito quieta - Lyla sussurrou para mim já no final do jantar me tirando de meus devaneios

⁃ Eu já disse - forcei um sorriso - Não é nada

⁃ Te conheço a pouco, mas sei que mente mal - insistiu

⁃ Não é nada - frisei - John, está animado para a chegada do novo membro da sua família? - mudei de assunto olhando para o marido de minha amiga

⁃ Sim - sorriu olhando abobalhado para a esposa - Uma criança muda tudo

⁃ Eu fico feliz por vocês - Oliver sorriu para o amigo dando dois tapinhas em seu ombro - Irá se aposentar das missões, então

⁃ Foi o nosso combinado, não é, querido? - Lyla indagou olhando para o marido com planos semicerrados que sorriu assentindo

⁃ Eu espero que consigam ir passar o Natal na casa dos meus pais, mamãe sempre da festas digamos… Memoráveis - falei lembrando das festas exuberantes que Donna costumava dar, toda mansão decorada, cada cômodo com uma árvore de Natal, meias com presentes para todos os convidados e a casa toda iluminada.

Por mais que eu reclamasse por estar voltando… Eu sentia saudades de casa.

⁃ Faremos o possível - minha amiga respondeu - Podemos passar o Natal lá e o Ano Novo com nossos pais, querido

⁃ Combinado - ele concordou - E onde a senhorita mora? - John quis saber

⁃ Wiltshire - respondi e vi de relance Oliver arregalando os olhos

⁃ Seu pai é o Conde de Wiltshire? - John perguntou - Oliver comentou que você é um condessinha - implicou sorrindo e eu fiz careta

⁃ Conhece o papai, John?

⁃ Eu conheço o futuro genro dele - olhou para mim, para Lyla e depois para Oliver que me encarava como se eu estivesse com três cabeças no lugar de uma

⁃ Você conhece o noivo da Laurel? - fiz careta

⁃ Laurel é sua irmã? - Lyla perguntou me olhando atentamente

⁃ Sim - sorri bebericando o vinho - Eu sou a caçula. Mas quem é o noivo dela? Papai disse que era arranjado, Laurel faz muita questão de títulos. Ela queria herdar todo o condado do papai, mas Tommy nasceu primeiro e…

⁃ Você realmente é filha do Conde James? - dessa vez foi Oliver quem perguntou. Ele estava com uma expressão indescritível. Assustado talvez? Ele conhecia meu pai. Isso era certo.

⁃ Sou - sorri - Conhecem meu pai? - mas ele não respondeu, apenas se levantou e saiu da mesa me deixando sem entender absolutamente nada.

Não vi mais Oliver naquela noite. Me despedi de John e Lyla, eles pegaram o endereço da casa da minha família e prometeram estar lá no Natal. Eles não tocaram mais no assunto do noivo de Laurel, e eu também não perguntei. Tentei puxar assunto, perguntei se sabiam o motivo da atitude de Oliver, mas eles apenas disseram que ele devia estar nervoso por passar um tempo sem mim. Dei o assunto por encerrado, eu sabia que eles estavam escondendo algo e não adiantaria tentar tirar deles. Eles não contariam.

Me atrevi chamar Oliver em sua cabine, mas ele não estava, ou se estava não queria abrir. Eu queria exigir respostas, saber porque ele agira daquela forma é porque não queria me ver. Será que existia alguma rixa besta entre nossos pais? Ou ele e meu irmão? Eu nunca havia escutado falar sobre Robert Queen, Conde de Starling, ou sobre seus filhos até a noite em que conheci Oliver e Thea em Nova York. Se a minha família tivesse algum tipo de rivalidade com os Queen eu saberia.

Eu não conseguia entender o que estava acontecendo.

⁃ Oliver - me atrevi chamar uma última vez - Amor, abre a porta - e nada

Suspirei me dando por vencida e fui para a minha cabine. Olhei para a grande cama milimetricamente arrumada. Desde o dia em que subi naquele navio, eu ainda não tinha dormido ali sozinha. E teria que fazê-lo na última noite. A noite que deveria ser especial com o Conde, seria solitária e fria.

Ele não escaparia de mim amanhã. Não mesmo. Eu não iria desembarcar sem por ele contra a oparede e descobrir o que está acontecendo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam gente??? No próximo capítulo tudo será revelado e o fogo no parquinho começa. Já deu pra perceber que Lyla e John sabem né?
Como vocês acham que vai ser a reação da Felicity quando descobrir a verdade? Oliver foi um bundão agora né??
Como vocês acham que a Laurel vai ser? Boazinha ou uma víbora? Kkkkkk Essa família Smoak promete.

Sei que o Tommy é Merlyn e Laurel é Lance. Mas eu precisava que nessa fic eles fossem Smoak.

Não planejei POV do Oliver. Vocês querem? Eu havia planeja apenas POVs da Felicity e alguns da Laurel.

Comenteeeeeem!!!!!! É muito importante o retorno de vocês. Preciso saber o que estão achando, o que devo melhorar. Preciso saber TUDO!



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