Escrava do destino escrita por Garota Neutra


Capítulo 7
Descobrindo um poder




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/803514/chapter/7

No dia seguinte, Fiona tenta convencer a Sehra a ir ao terraço para conversar sobre o acontecimento da noite passada, mas ela negou, negou com a justificativa de que Seojun, o líder da turma, iria reclamar mais uma vez.

— Vou fazer algo que irei surpreender você...agora! - Fiona olha envolta, faz um desenho na palma da mão, fala algo que Sehra não pode ouvir e encosta a palma da mão no chão da sala próximo a sua cadeira. Paredes de vento foram formadas envolta de Fiona, Sehra, Zen, Obi e Naruse. Sehra se ergueu da carteira em que estava sentada.

— Mas o que é isso?! – Sehra tocou nas paredes e olhou envolta. – Alguém pode me explicar que truque é esse? - Fiona gargalhou.

— Isso é um feitiço de isolamento tanto visual, como acústico. Os que estão de foram não se aproximam e estão vendo nossas imagens sentadas, os que estão dentro...bem...como pode ver... - Sehra não estava acreditando no que estava vendo.

— A senhorita não quis conversar no terraço e como é um assunto particular, não poderíamos arriscar. – Obi falou.

— Não estou acreditando em nada.

— Como eu havia dito, contei para eles e precisamos conversar... estamos achando que eles chegaram. – Zen falou.

— Eles? Eles quem? Como você fez isso Fiona?

— Estamos achando que o mal veio para vingar a derrota. – Naruse falou. – E sobre isso, é um feitiço que aprendemos com nossos mestres, são chamados de dons, qualquer um poderia fazer esse feitiço, porém...existe limites para os que não tem o dom desse tipo de feitiço, os que tem o controle do ar, não tem limite para esse tipo de feitiço, os que tem na linhagem algum controlador do ar, tem algumas vantagens, enquanto os outros, eles podem realizar, porém o tempo é mínimo.

— Isso vale para qualquer feitiço? Tipo...fazer soldados de barro?

— Hum...sim, os que tem o controle da terra ergueria bem mais soldados, dos que só sabem o feitiço.

Sehra estava confusa, estava com mais dúvidas. Precisava por fim na lista.

— Então...Fiona é uma controladora do ar, mas pode fazer qualquer feitiço? E vocês...são todos controladores do ar?

— Sim, sou uma controladora do ar e não, não posso fazer qualquer feitiço. Uns são proibidos pelos céus, outros são proibidos por alguns criadores ou são feitiços tão poderosos que acabariam com a minha vida. Enquanto os meninos... – Obi interrompe.

— Acho que já falamos demais, depois responderemos todas as suas perguntas, mas agora o foco é sobre eles...achamos que eles querem vingança e estão atras de você.

— Eu? Não...não me diga a história de novo de que sou a reencarnação do passado! Não!

Sehra estava falando alta, estava alterada, com medo, medo do que iria ouvir pelos próximos minutos.

— Princesa...

— Zen, você não entende. – Sehra aponta para todos em círculo. - Nenhum de vocês entendem...eu não quero ser uma marionete. Eu nem sei quem são vocês e não me diga que eu sei quem são, porque a informação que eu tenho não daria nem uma página. Tudo e todos são estranhos. Porque os outros não podem saber disso? Porque?

Todos estão olhando para Sehra e um para os outros.

— Princesa, calma. – Disse Zen com a voz mais calma do mundo. - Você vai entender tudo depois, mas agora, precisamos agilizar seu treinamento para assumir sua missão.

— Quê?

— Sim, você ouviu bem, treinamento com a gente. - Obi falou. – De acordo com as anotações, assim que aparecesse o sinal, o treinamento angelical deveria iniciar.

— Treinamento angelical? – Sehra rir e rir e rir. – Sério? O mesmo papo de novo? Eu dispenso essa, vão em busca de outra pessoa. Eu passo. – Sehra ergue os braços para cima. - Vamos Fiona, disfarça isso que eu quero sair, tudo isso está me sufocando...Agora!

 Fiona pegou as mãos de Sehra.

— Sehrafina, você não está entendendo o quão sério estamos falando...- Fiona dar uma pausa e olha nos rostos de todos até encarar os olhos de Sehra. - Essa demonstração de poder não foi o suficiente para dizer que você foi escolhida?! O mundo precisara de você e você deve estar preparada.

Sehra solta as mãos de Fiona.

— Eu não quero desrespeitar seu deus ou sei lá o que seja, mas...manda ele mandar outro endereço e diz que o meu está indisponível. – Sehra estava irritada, não queria ser marioneta de ninguém, muito menos fazer algo que não estava afim. Histórias assim só existiam na imaginação, livros, series, filmes e animes, o que ela fez para aquilo virar realidade? Ela não sabia, mas de algo ela já sabia e ela iria lutar até o fim para aquilo não se tornar realidade. – Fiona, por favor, disfarça isso.

Zen acenou com a cabeça para Fiona, e as paredes de vidros sumiram assim como apareçam. Sehra saiu da sala sem olhar para o grupo que a seguiu com os olhos e começaram a conversar e caminhou pelo colégio sem rumo. Olhava todas as salas que passava e seus pensamentos estavam em desordem, não podia acreditar no que viu, no que ouviu. Ela esfregava seus olhos, beliscava seus braços até que notou que o jardim do colégio era tão lindo a ponto de querer ficar ali para sempre, tinha todos os tipos de rosas, todos os tipos de cores e cheiros. Imaginou aquilo em uma tela, numa fotografia, o quão incrível e cuidadoso seria guardar aquele momento. Ela voltou a andar e passou pela sala de música, de dança e de arte. Então...parou. Não havia ninguém, não havia placas de aviso. O cheiro de tinta era nostálgico. A quanto meses não pintava? A quantos anos não tocava em um quadro? O que a tinha feito parar?

Os quadros brancos a chamavam, os pincéis pareciam dançar e gritar para que ela tocasse e esfregassem no quadro. Fechou a porta, colocou um avental que tinha um nome de um aluno "Suho", e começou a pintar o que vinha na cabeça. Minutos foram passando, quando ouviu o sinal tocar. Por sorte havia terminado. Retirou o avental, lavou o pincel e guardou o quadro escondido atrás de uma bancada, não antes de deixar sua marca nele. Uma fénix, ela não sabia porque, mas era fascinada e desde então, adotou como sua assinatura nos quadros. Ela havia desenhado e pintando o que estava na sua mente, o que ela não havia contado a ninguém até então. Antes de ir embora naquele dia, ela pegaria o quadro e levaria para casa.

Os corredores estavam cheios, alunos conversando ou indo para a fila do lanche quando avistou o grupo a sua espera em um dos corredores. Ela passou por eles e Zen segurou seu braço.

— Sabe que não pode nos ignorar por muito tempo, não sabe, princesa?

Ela olhou para onde ele havia segurado e olhou nos olhos dele.

— Sei, mas me deem um tempo.

Zen largou o braço de Sehra e ela seguiu caminhando para o jardim e lá permaneceu até que chegasse a hora de ir para casa sem ir assistir a aula. E antes que tocasse o ultimo sinal, ela foi na sala de artes e antes que empurrasse a porta alguém tocou seu braço.

— Hey...

Sehra olhou rapidamente dando um salto de lado.

— Oh desculpa, te assustei. Não era essa a minha intenção.

Sehra inspirou aquele cheiro vindo daquela pessoa, um cheiro peculiar, misterioso, mas encantador, sedutor e algo mais.

— Você não sabe a quanto tempo eu estava esperando conhecer você.

Sehra ficou confusa, não estava entendendo.

— Desculpa? Mas...não entendi...

— Você...é a fênix?

Sehra continuava sem entender, até que...

— Ah! O quadro! Mas como você sabia que era eu?

— Perguntei ao pessoal se eles haviam vindo para a sala e disseram que não, então resolvi esperar a dona vim pegar o quadro quando estivesse seco.

— Dona? Ainda não explica como sabia que era eu. - Sehra ria com desconfiança, era estranho.

— Meu avental tinha um cheiro feminino e os traços da pintura eram leves demais para serem de um homem, principalmente sendo algo grotesco que tenha pintado.

Sehra se lembrou da pintura no quadro e levou a mão ao rosto, depois ao quadril.

— Ok... Sou eu. Eu desenhei aquilo e vim pegar para levar para casa. Eu achei que ninguém viria para essa sala tão cedo, já que estava fechada e sem ninguém.

— Como sou o líder, tinha coisas para resolver. Mas...sobre aquele quadro...porque uma fênix e o que é aquilo?

Sehra estava achando que a conversa estava durando demais, era estranho. Algo estava errado.

— Coisa minha, sabe como é... assinatura de artistas. – Sehra riu e entrou na sala. – Preciso pegar o meu quadro e ir embora.

— Você não vai me dizer o que é aquilo? Vai me deixar curioso? Então...que tal me dizer seu nome, já que você já sabe o meu. – Suho estendeu a mão e Sehra encarou a mão dele.

— Claro! Porque não? Meu nome é Sehrafina. – E apertou a mão dele. Suho passou por Sehra e se abaixou para pegar o quadro que estava atras de uma bancada e quando se abaixou, Sehra pensou ter visto um desenho, uma tatuagem em suas costas, mas foi tão rápido que podia ter sido sua imaginação pelo dia cansativo.

— Aqui...seu quadro. – Suho olhava atentamente cada movimento da Sehra e mais ainda o quadro. – Você ainda não vai me contar o que é isso?

— Como você mesmo havia dito, algo grotesco não? – Sehra pegou o quadro quando já estava em direção a porta, mais uma vez ele a segurou pelo braço.

— Espere. – Disse Suho. – Que tal uma troca? Eu te empresto uma capa de quadro para você levar seu quadro e você me conta o que é isso?

— Porque está tão curioso? Ninguém nunca te disse não ou negou algo? – Ela olhava intrigada para ele.

Suho rir.

— Não, principalmente sobre arte ou pintura. – Ele colocou a mão atras da nuca. – Foi de um pesadelo, não foi? Por isso está negando tanto. – Sehra se vira para ele e olha aqueles olhos negros, tão negros que poderia ver seu reflexo, e aquele cheiro.

— Pela capa – Sehra aponta para a mão dele - Sim. Eu vi isso em um pesadelo. Ele tentou me atacar? Me matar? Não sei, mas foi bem real.

Suho olhava intrigado para ela e entregou a capa a ela.

— Uau! Eu nunca sonhei com uma coisa tão horrível como isso. Mas...você ficou bem depois?

Sehra queria ir embora, algo estava pedindo para ela ir embora, como se fosse um sensor em sua mente.

— Claro! – Sehra se levantou e foi até a porta. – Preciso ir agora, foi um prazer te conhecer.

Suho tenta pegar em seu braço mais uma vez, porém Sehra foi mais rápida e fecha a porta.

“- O que foi isso?” – Sehra pensou.

Do outro lado do colégio.

— Onde ela está? – Zen perguntava com os olhos envolta procurando por Sehra. – Eu não consigo sentir ela.

— Calma, Zen. Parece que vai surtar, cara... Não é como se ela fosse sumir do nada. – Disse Naruse rindo.

— Você é um babaca, Naruse. – Disse Fiona. – Vamos dar mais uma olhada... – Fiona olha para Zen e Zen estar olhando para outra direção e correndo.

— Onde você estava? Onde? – Sehra está com uma expressão de que não está entendendo nada, ela olha para Zen e levanta o quadro dentro da capa cinza.

— Eu estava na sala de artes...

— Você sumiu! Eu senti você sumir...estávamos procurando você para irmos embora quando do nada não sinto mais você... eu achei que eles tinham te pegado...se demorasse mais – Zen alisa o cabelo, olha para cima e respira fundo.

— O garotão aqui – Naruse aponta para Zen com o polegar – estava infartando porque disse que não te sentiu mais. – Naruse olha para Zen e para Sehra. – Ele... pode te sentir? Como é isso? Sente o que? Sua presença? Seu espirito?

 - Para que fazer tantas perguntas, Naruse. – Disse Obi. – Ela não está nem entendendo o que está acontecendo. Você está bem, senhorita Sehrafina?

Sehra está olhando para eles e claro, não esta entendendo.

— Estou, mas...o que esta acontecendo com...Zen? Eu não sumir, eu estava na sala de arte, como podem ver... estou carregando um quadro. – Sehra levanta a mão com o quadro.

— É só que... droga! Deixa isso para lá. Eu não estou entendendo mais é nada. – Zen esfrega as mãos no rosto e depois nos cabelos de novo.

— Você sentiu... eu sumir? Como?

— Não importa, você já aqui, eu devo está preocupado demais com tudo isso que está acontecendo.

— Então... você pensou sobre treinar com a gente? – Pergunta Fiona olhando nos olhos de Sehra.

— Eu ainda estou muito confusa, muito mesmo, eu nem sei o que dizer a vocês agora, eu preciso de mais um tempinho, só para entender tudo. Ok?

— Você não pode demorar a nos responder. Você não tem... – Obi empurra o ombro de Fiona e ela não diz mais nenhuma palavra. Mas Sehra sabia o final dessa frase e ela estava muito irritada mais uma vez agora.

— Eu já vou indo, preciso descansar.

E quando Sehra está saindo, Seojun aparece sorrindo para ela e para bem em frente a ela.

— Olá, Sehra, gostaria de conversar com a senhorita antes de partir. – E ele aponta em direção a lanchonete de fora do colégio e sorrir mais uma vez.

“- Maldição! – Pensa Sehra. – Esqueci de dar a resposta do encontro.”

E ela sorrir para ele e diz:

— Claro. – E se vira uma última vez e dar um aceno com a cabeça para o grupo angelical e ela nota um olhar diferente em Zen e Naruse empurrando o ombro dele.

— Eu trouxe algo para você. - Ele retirou de dentro de um bolso uma pulseira de pedrinhas, pegou o braço dela e colocou a pulseira. Então falou:

— Tem uma lenda que dizem que essas pedras avisam quando tem alguém com intenções ruins direcionadas a quem usa... – Uma pausa. - Minha irmã tem várias e lembrei de você e eu nem sei o porquê...eu só queria te entregar.

Sehra estava confusa.

— Oh nossa...sua cara está tão engraçada. – Ele rir. – Como se tivesse de frente de uma prova e não soubesse a resposta de uma pergunta que nunca estudou. – Ele rir de novo. – Todos comentaram e estão comentando sobre o encontro inconveniente que aconteceu com você e outro aluno na frente da nossa sala.

— Ah. – É a única coisa que Sehra consegue dizer. Ela olha para a pulseira e ela é tão linda, tão branca, não saberia como aquilo iria espantar alguém como aquele cara da tatuagem.

— Essa pulseira é linda...obrigada, líder da turma. – E ela sorrir.  – E sobre o encontro...a gente fala isso pelo bate papo, marcando a hora e o local?

Seojun sorrir e afirma que sim com a cabeça.

Sehra está em casa e tudo o que ela quer é tomar um banho, um longo banho na banheira, quando lembra sobre aquela parede de vento que Fiona ergueu. Aquilo foi...fantástico, incrível e assustador.

Ela se deita na banheira, a água morna toca sua pele, ela se sente tão bem, que poderia viver para sempre assim e mais uma vez se ver lembrando sobre as conversas do grupo.

“- Como podem eles pedirem aquilo para mim? Eu posso negar ou eu não tenho escolha? O que eu vou fazer ou dizer a eles?” – Pensava Sehra já irritada. As perguntas eram tantas que a sufocava, a deixavam sem ar e então...dorme na banheira mais uma vez se afundando e afundando seus pensamentos na tentativa de esquecer por um momento o caos que está sua vida. Uma vida mal vivida, uma vida que antes estava condenada por causa de um cabelo e família bem vista, depois livre e depois condenada de novo.

Sehra abre os olhos e ergue-se com tanta rapidez da banheira tomando um folego e grita:

— Não pode ser.

Bolas de águas de vários tamanhos estão flutuando pelo banheiro e caem no chão.

— Como é possível?! – Sehra grita. – Ela olha envolta e não ver ninguém, ela olha o espelho e ver seus cabelos brilhando em um tom de azul forte. Isso nunca tinha acontecido...ou será que ela nunca notou? Ela olha suas mãos e faz um punho. Bolas de água se erguem e Sehra está com os olhos arregalados, sua respiração está acelerada, ela sente algo em seus braços e quando olha mais uma vez para o espelho, uma marca em sua testa. Não uma marca completa, mas pela metade brilhando em um tom de azul claro. Será que estava em um sonho? Ela não sabia.

Uma batida na porta.

— Sehra... filha, você já chegou? – Sua mãe batendo na porta e as bolas caem no chão e Sehra corre pegando toalhas e cobrindo o cabelo e o corpo.

— Estou mãe...estou. – Fala Sehra nervosa e surpresa por saber que não estava sonhando. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Escrava do destino" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.