Escrava do destino escrita por Garota Neutra


Capítulo 2
O início




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Em uma maternidade particular, uma bebê nasceu. Não uma simples e comum bebê, mas uma com fios azuis brilhantes em seu pouco cabelo, os pais, os médicos e as enfermeiras ficaram surpresos com isso. Em cima da maternidade o céu estava tão limpo como jamais foi visto, as estrelas brilhavam intensamente, a lua estava brilhando e iluminando a noite sem que precisasse das luzes dos postes, e como se não fosse suficiente essa luminosidade no céu, uma estrela jamais vista antes brilhava com tanta intensidade numa cor azul, que curiosamente era parecido com os tons de azuis do cabelo da garotinha. Na maternidade, quatro presenças ao redor do local onde a bebê dormia sem serem notadas. Com o passar das horas, reportagens por todo o mundo noticiavam apenas um assunto: Bebê nasce com tons de azuis no cabelo. Os pais e a criança receberam alta e foram para casa, a vida deles não seria mais a mesma depois da recém chegada da garotinha ao mundo.

                                  ~*~

A medida que a criança crescia, os seus cabelos com mechas azuis ficavam cada vez mais notáveis. Os pais incomodados com as notícias, as curiosidades dos vizinhos, amigos e estranhos, começaram a pôr toucas, chapéus, bonés e capuz cobrindo seus cabelos quando saiam de casa.

Um dia eles foram ao supermercado, a menina tinha 10 anos e possuía uma inteligência absurdamente alta para sua idade, os pais distraídos com a conversa continuaram andando e esqueceram a menina que olhava fascinada para os livros numa prateleira até que oito pessoas apareceram próxima a ela, eram três homens e uma mulher, três meninos e uma menina. A mulher era muito bela, alta, possuía cabelos pretos, sua pele era clara, seus olhos castanhos, com batom vermelho, suas roupas eram elegantes e estava de salto.

— Olá senhorita, quer ajuda para encontrar seus pais?

A garotinha surpresa ao ouvir e ver aquelas pessoas, respondeu:

— Me disseram uma vez que se isso acontecesse o melhor seria eu permanecer no mesmo local.

Surpresos pela resposta, um dos homens também com uma beleza inigualável, forte, alto, possuía cabelos prateados, olhos cor do mar, sua pele era clara, vestia uma roupa normal e sapatos pretos, falou:

— Muito bem. Posso fazer uma pergunta? - observando a garotinha com um olhar cauteloso. Ela respondeu:

— Sim. - Seu olhar ia do homem até as crianças, não sentia medo daqueles estranhos próximos a ela. E se sentisse, seus pais avisaram um dia que se sentisse a sensação de perigo ou notasse algo estranho, se afastasse, corresse ou gritasse, e por estar em um supermercado, seria mais fácil de ser socorrida, mas com aqueles estranhos ali, ela se sentia segura.

— Não sente medo da gente?

— Não, sempre sinto a presença de vocês ao redor. Porquê?

Eles entreolharam-se.  

— Um dia você saberá, senhorita.

Eles notaram que ela olhava bastante para as crianças e antes que um deles falasse, ela perguntou:

— Posso brincar com eles?

— Um dia senhorita, seus pais já estão vindo e estamos indo. Agora você está segura, se cuida, princesa.

As oitos pessoas a reverenciam e desaparecem da visão da garotinha em um beco próximo das prateleiras. A menina seguiu, porém logo os perdeu de vista e ao chegar ao fim do corredor não encontrou mais ninguém. Se antes ela tinha dúvidas, agora sua lista havia crescido mais. Dúvidas como: quem eram aquelas pessoas? Para onde foram? Porque a trataram como alguém da realeza? Porque sempre sente a presença deles por pertos? Porque nunca falam? Porque não deixaram as crianças brincarem com ela? Eram tantos porquês que nem percebeu quando seus pais a encontraram olhando para o fim do corredor. A abraçaram, pediram desculpas e ela falou:

— Pai, mãe, eu os vi hoje pela primeira vez e tinham crianças, estavam arrumados e as crianças usavam capuz. Eu queria brincar com eles, mas não deixaram, depois eles sumiram nesse corredor. - A menina falava sem parar e ao mesmo tempo que parecia animada, parecia triste.

Os pais se entreolharam , olharam ao redor e não notaram nada de estranho, e perguntaram com curiosidade:

— Quem, minha pequena?

— Aqueles de quem sinto a presença.

— Oh minha pequena, são seus amiguinhos?

— Eles não são meus amiguinhos, nunca brinquei com eles.

Os pais a pegaram pelas mãos e saíram andando pelo mercado, após fazerem suas compras foram para o carro e depois para casa. A menina entrou em seu quarto e os pais na cozinha enquanto organizavam as compras, discutiam:

— Ela disse que viu os amiguinhos.

— Como ela estava sozinha e perdida, provavelmente sentiu medo e imaginou seus amigos imaginários.

— Fiquei com uma dúvida...ela disse que viu crianças... eu sempre pensei que eram crianças os amigos dela.

— Pois é, eu também.

— Você acha que devemos nos preocupar com isso ou seria somente a imaginação dela? - Eles ficaram em silêncio, olharam em direção ao quarto da filha e depois de um momento de reflexão a mãe falou:

— Essa foi a primeira vez que ela disse que viu, geralmente ela só diz que sente que tem pessoas por perto, mas que nunca fizeram nada, já hoje ela disse que viu e que não fizeram nada também. Vamos ver uma segunda vez.

— Certo, ficaremos mais atentos então.  


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