Onde Nós Vamos escrita por Julio Cezario


Capítulo 9
Capítulo VIII


Notas iniciais do capítulo

Hello, hello, hello! Bem-vindes ao Maravilhoso Mundo de Ondé Nós Vamos, trouxe mais um capítulo com vários easter eggs, incluido o do próximo capítulo. Queria muito ter lançado antes, pra poder bater as datas comemorativas com os temas dos capítulos T.T É dificil a vida de um escritor. Maaaaassss sem mais delongas, vou deixar vocês a vontade agora ^^

Um beijos de luz e um ótimo final de semana!



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— Pera. Então ele subiu no seu telhado?

— Sim.

— Ele te contou tudo?

— Sim.

— E vocês ficaram esse tempo todo em cima do telhado? Tipo ninguém percebeu, dois garotos sentados num telhado no meio da noite?

— Gary, foca no que importa. — Eu disse enquanto nos afastamos das pessoas na biblioteca.

— Tá, tá. Eu entendi a parte que ele te abandonou para morar... tipo no quintal do Jimmy Hartline. Mas ele podia ter contado, né.

— Sim, eu sei. Mas sei lá, ele mudou muito. Não sei se posso confiar nessa nova versão dele.

Antes que o Gary pudesse continuar a Marine apareceu de algum ponto fora do meu campo de visão, o que quase me matou do coração.

— Oi, Zach! — Ela acenou docemente sentando ao meu lado. Nunca fomos íntimos, mas não tinha nada contra ela.

— Oi, Marine.

— Eai, gata? Como você tá? — Gary tentando ser um bad boy.

— Eu estou bem, mas preciso confessar que você tem péssimo gosto para sapatos. — Marine bufou decepcionada.

— Você tem que ver as roupas que ele usa em casa. — Completei rindo e o Gary me lançou um olhar fulminante.

— Eu devo imaginar. — E foi quando seus olhos verdes se encontraram com os meus. Juro que dava para ver uma lâmpada a cima da cabeça dela. — Na verdade. Acabei de ter uma ideia. Você, Zach Young, poderia me ajudar a escolher o meu vestido para o baile.

— O que?!? EU??

— Sim, eu sei que pode parecer estereótipo, mas sinto que você não vai me decepcionar. — Ela segurou as minhas mãos na dela.

— Mais estamos em outubro. Não é um pouco cedo?

Ela balançou a cabeça como se eu tivesse acabado de contar uma piada sem graça.

— Zach, Zach, meu querido Zach. Quando se trata do Baile de Formatura, temos que estar preparadas para tudo, não é só um evento, é uma batalha que contaremos para os nossos filhos. — Quase vi o Gary de relance nela, mas deve ter sido impressão minha.

— Tá bom, calma. Eu vou sim.

Marine soltou um gritinho de animação e o seu rosto ficou todo corado. Era incrível como ela conseguia ser fofa e meio louca ao mesmo tempo.

— Beleza. Nesse sábado vamos ao Springfield Plaza. Vai ter uma liquidação para o Halloween e precisamos aproveitar, espero que esteja em forma. Vamos lutar contra senhoras de idade, mulheres solteiras, casadas e até mães, vai ser um massacre.

— É, bom. Eu sou filho único, então já tenho experiencia.

— Perfeito.

Então ela finalmente soltou a minha mão, lançou um beijinho para o Gary e se retirou toda majestosa.

— Cara, ela perfeita. — Gary disse quase babando em cima dos livros.

— É. Ela é quase igual a você.

— Siiimm.

O dia se seguiu normalmente, alguns professores falavam sobre as provas finais que seriam já no mês que vem, mas na verdade havia um detalhe que estava fora do lugar. O Mike. O garoto que sentava atrás de mim não apareceu e no lugar dele estava a criatura que jamais sentou duas carteiras próximo da minha, acho que era a forma dele dizer que queria puxar assunto, mas nem eu e nem ele começou um assunto, eu não queria dar iniciativa de quebrar o gelo, já que ele ainda andava com o Jimmy.

Durante a semana o clima foi decaindo bastante, alguns diziam que teríamos neve logo ainda no começo de novembro. No sábado em questão já estava frio o suficiente para ter que me agasalhar quando saí de casa, a Marine buzinava repetidamente até me ver do lado de fora da casa. O Gary estava no banco da frente, o rosto todo corado de frio.

— Pensei que não iria nessa aventura, Sr. Stone. — Disse já me ajeitando no banco de trás.

— Bom, uma aventura é uma aventura. Não posso permitir que a minha namorada seja devorada por velhinhas desesperadas. — Ele deu de ombros.

— E desde quando somos namorados? — Marine riu da possibilidade.

— É algo que estou trabalhando ainda.

Ela balançou a cabeça e ligou o motor.

Chegando no shopping percebi o motivo da liquidação de Halloween vai ser um desafio. A fila estava dando várias voltas, pessoas agasalhadas e outras nem tanto, alguns se abraçavam para esquentar.

— Não diga que vamos pegar essa fila? — Eu disse assim que ela estacionou o carro do lado de fora, um pouco afastado do local.

— O quê? Aquilo? — Ela olhou para a entrada do shopping. — Eu não me tornei a garota mais popular pegando filas. Agora, autobots, rodar!

Então a seguimos como guarda-costas protegendo uma estrela. Andamos um pouco até a entrada do estacionamento do shopping, entramos por uma rampa e depois uma escada em espiral, logo estávamos no piso G4. Naquele ponto estava arfando sem folego e o suor descia frio por dentro da roupa.

Paramos no que parecia ser uma porta para saída de incêndio.

— Você acha que podemos entrar por aqui? — A segurei pelo ombro antes que ela pudesse abrir.

— Claro que sim. Digamos que eu tenho contatos aqui dentro.

— Nossa isso soa quase criminoso. — Disse surpreso e de novo vi o...

— Quase como o Gary. — O Gary completou falando dele mesmo na terceira pessoa.

Ela nos olhou por um momento e abriu um sorriso gentil.

— Bem. Então acho que somos mais parecidos do que pensei. — E entrou.

— Preciso me casar com essa garota. — Ele sussurrou para mim antes de entrar em seguida.

É imagino como vai ser, pensei e entrei por último.

Seguimos por um corredor muito mal iluminado, quase não via nada a minha frente. As paredes eram cheias de tubulações que pareciam não ter fim, era bem assustador, mas precisamos só andar alguns metros até sairmos por uma porta de acrílico e num piscar de olhos estávamos dentro do Springfield Plaza no auge do seu esplendor. Normalmente não era tão cheio, mas hoje, a visão era de puro tumulto, as pessoas se abarrotavam pelos corredores se transformando numa única massa gigantesca de carne, nem dava para distinguir quem era quem.

— Tá, qual é o plano? — Perguntei depois de recuperar o folego.

— Beleza. — Os olhos da Marine corriam por toda extensão do local. — Temos um fluxo indo para a praça de lazer. Elevadores sem condições. A loja fica no térreo. Vamos fazer o seguinte. Pegamos um fluxo até a praça, se não me engano vai ter uma escada rolante descendo, no piso inferior dá para cortar caminho por dentro de algumas lojas e de lá descemos na praça de alimentação que daria para outra escada no piso térreo.

— Espera. Você decorou o shopping inteiro? — Gary perguntou abismado.

— Ah, eu venho aqui desde criança. Seria impossível não decorar. — Ela segurou em nossas jaquetas e nos puxou para o caminho.

Quase achei que me perderia, me segurei o mais forte possível na Marine que nos guiava pelo oceano de pessoas como um capitão pirata, parecia não ter fim não conseguia distinguir aonde estávamos ou para onde irmos. Só fui me tocar quando passamos pela praça de alimentação por que deu para ver pessoas comendo.

— Chegamos! — A garota apontou triunfante para a loja.

— Ainda bem. — Gary disse simulando como se estivesse morrendo sem ar. — Pensei que morreria pisoteado lá atrás.

— Eu também. — Concordei.

Marine ignorou nossos cadáveres e andou pela loja, como bons capangas a seguimos. Vimos alguns modelos antes do principal, era bem bonitos eu particularmente gostei de muitos. Então por mim já teríamos escolhidos até que...

Voilá! — Marine mostrou a coisa mais linda que eu já vi na vida.

O vestido era de um tecido bem delicado com uma cor de vinho vibrante, mas discreto, corte único e bem decotado, vinha com uma faixa na cintura. Eu acredito que não há palavras para descrever aquela peça divina.

— É essa? — Perguntei admirado.

— Sabia que ia causar esse impacto. E sim, esse é o vestido, ele já está comprado, mas agora só precisamos achar um sapato que esteja aos pés desse vestido.

E procuramos por um bom tempo, mas por fim achamos um de camurça que combinava. Quando nos demos conta já era umas seis horas da tarde e fome começou a bater em nós três. Principalmente no Gary.

— Galera, eu sei que vocês estão no meio de um lance. Mas tipo preciso encher todo esse poço de gostosura.

— Ai, Gary. Sempre né. — Marine o empurrou rindo.

Os dois eram fofos juntos. De uma maneira única, mas acho que daria certo, o Gary sempre se esforçava muito quando estava afim de resultados e pela primeira vez ele não precisava bolar algum plano maluco, só sendo ele mesmo e a Marine parecia gostar disso.

Nos esgueiramos até a praça de alimentação para comprar alguns lanches e sorvete no Burguer King e novamente o trio se esgueirou até achar um lugar para sentar, por sorte achamos um perto de uma grande estatua de um urso dourado cantando. Ignorei a peça, talvez fosse algo para o Halloween.

— Ei! — Gary disse com a boca cheia. E depois apontou para a loja do Walmart logo na nossa frente. — Zach, olha! Não é aquele livro que você adora?

Eu olhei e mais uma vez tive outra surpresa. Acho que hoje era o meu dia de sorte

— Caralho! Não é só o livro, é melhor ainda. Saiu o jogo do Elder Realms.

Elder Realms? — Marine perguntou confusa. E a oportunidade de pregar a palavra dessa história magnifica me deixou eufórico.

— Você não devia ter perguntado. — Gary tentou sussurrar, mas eu ouvi.

Elder Realms, é um romance de um elfo elemental com um bárbaro humano extremamente gostoso, a história é ambientada num mundo fantasioso no melhor estilo Senhor dos Anéis, com direito a um vilão super conceito e forte que ameaça corromper todos os elementos. Tem amor, ódio, morte, lutas magnificas. Tudo. Inclusive o escritor é brasileiro, meu pai me apresentou o trabalho dele. Eu preciso comprar aquele jogo, mesmo que custe todas as minhas economias.

...

Cheguei triunfante em casa, quase não me aguentava.

— Nossa, filho. Você chegou tarde, perdeu o jantar com o seu pai. — Minha mãe me pegou no pulo tentando passar direto pela cozinha.

— Ai, mãe. Desculpa, mas é que a Marine demorou um século para escolher os sapatos para o vestido dela de formatura, e fomos comer e aí eu achei isso...

Tirei a capa do jogo da sacola e mostrei para ela como um tesouro, mas a reação foi mais confusão.

— Que bom, Zach. Mas você sabe que a sua mãe não entende dessas coisas.

— Eu sei. Eu sei. É um jogo de um livro que eu gosto muito e fiquei muito feliz.

— Mas eu entendi a parte da formatura. Você por acaso viu algo para você?

— Não, mãe. Credo, você sabe que não gosto desses eventos.

Ela deu uma leve risada.

— Bom, não custar sonhar né?

— Hehe. Engraçadinha, bom eu vou subir para testar o jogo. — Nem esperei ela responder e já corri para as escadas.

— Não antes de tomar um banho, Zach Young!

— Tá bom!

 


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Notas finais do capítulo

O quê? Você ainda está aqui? Vá pra casa, acabou por hoje. Você quer mais conteudos? Ah tá bom. Então vou deixar alguns links aqui para você não ficar com tanta saudades... Mas não se esqueça de deixar o seu comentério, seu apoio é muito importante para mim ^^

Uma playlist que me inspirou bastante para a historia:

https://open.spotify.com/playlist/4NHnkZTvzeFSpBjf2dvkgu?si=74383642a55f4b5e

E o link da página oficial aonde todas as histórias se encontram:

https://www.facebook.com/jcalves.oficial



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