Onde Nós Vamos escrita por Julio Cezario


Capítulo 6
Capítulo VI


Notas iniciais do capítulo

Ara Ara. O que os bons ventos me trazem aqui. Leitores sedentos por capítulo novo? E se eu dissesse que além de novos capítulos estou pensando em fazer alguns conteúdos extras? Tipo wallpapers. O que acham? Não esqueçam de comentar a opinião de vocês.

E semana que vem acaba o banimento do facebook, não imaginam a ansiedade de poder voltar divulgar a historia.

Um ótimo fim de semana pra vocês e tudo de bom!!!

Atenciosamente,
JC Alves



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No sábado o Gary e o pai dele vieram para passar a tarde na minha casa. O Sr. Stone trouxe picolés, sorvetes e o filho idiota, eu até fiquei tranquilo e não repeti o incidente do dia de Ação de Graças, mas foi graças ao meu pai que o manteve ocupado, ficaram conversando sobre corridas, pesca, praias e o Brasil. Adrian demostrava muito interesse pelo país e como o meu pai era de lá tornava tudo mais fácil. Parecia muito eu e o Gary, mas em versões mais maduras.

Já no domingo a minha mãe estava de plantão e o Pedro foi levar a vó no hospital para fazer um exame, e como aquilo era raríssimo, aproveitei para fazer algo que amava fazer quando tinha a casa só para mim. Faxina. Arrumei, tirei pó, varri, passei pano, encerei o chão, estendi a roupa da máquina, tudo isso ao som das minhas músicas favoritas. Tudo parecia ir tranquilamente até que a campainha tocou. Provavelmente era o Gary numa visita surpresa para encher o saco ou que acabou esquecendo algo.

Quando abrir a porta desejei que fosse o Gary.

— Mike?

— Oi. — Ele abriu um sorriso como se quisesse se desculpar.

— É. Posso ajudar? — Tentei soar o mais obvio possível.

— Olha, eu sei que eu furei na sexta. Mas é que precisamos fazer o trabalho e eu acabei de chegar de um serviço. Só queria poder adiantar algo e ir dormir.

Ele falando aquilo parecia que nem sequer tínhamos se visto na sexta. Agora era o quê? Duas personalidades? Fragmentado?

— Bom, eu estou livre agora. Acho que é uma boa ideia.

Dei espaço para que ele entrasse.

— Tire os sapatos primeiro e você pode esperar lá no quintal. — Indiquei o caminho no fim do corredor. A casa estava limpa e eu não ia deixá-lo zanzando pela casa livremente, ele não tinha esse direito. — Vou lá em cima buscar o notebook.

Subi as escadas e fui até o meu quarto, peguei o notebook na cômoda e da janela vi o Mike sentado na grama com as pernas cruzadas, ele havia pendurado a sua jaqueta no corrimão da escada e dobrou a calça até o joelho mostrando suas panturrilhas definidas e os pelinhos loiros. O garoto contemplava o céu como se procurasse uma resposta.

Então desci e fui até ele.

— Sempre adorei o seu quintal. — Ele disse quando passei pela porta de correr.

— Que bom. Eu trouxe o notebook. — Sentei ao seu lado.

— Ah sim. O trabalho.

Então começamos. Conversamos sobre o tema e o que poderia ou não ser usado, fizemos pesquisas, vimos vídeos e analisamos todo o conteúdo. Podíamos falar sobre as versões que diziam sobre como ela tomou o elixir, se foi um acidente ou egoísmo, podíamos falar sobre o feriado Dia da Lua e as suas versões na cultura pop. Logo tínhamos conteúdo para um esboço e só faltava organiza-los.

— Eu acho que devíamos pôr a lenda em primeiro. — Mike comentou.

— Por quê? É só um conto, não tem tanta importância.

— Eu não sei. É uma história, Zach. E todas as histórias tem sua importância.

— Engraçado, vindo você. — De repente aquilo acendeu uma fagulha de raiva em mim, algo que não sabia que sentia.

— Por que? Eu não posso ser profundo e romântico? — Eu sabia que ele estava tentando ser engraçado, mas ele escolheu uma péssima hora.

— Ah claro. Romântico do tipo que larga os amigos depois de beijar eles. Quer que eu ponha isso no trabalho?

Ele não falou nada. Nós olhamos por longos minutos, o clima havia caído bruscamente entre nós. Suspirei fundo, não ia deixar aquele sentimento dominar de novo, não ia voltar a ser o antigo Zach, não foi só ele que mudou, eu também e iria mostrar isso.

— É melhor você ir embora. — Fechei o notebook e me levantei. O meu tom de voz talvez tenha saído um pouco seco demais.

— É. Eu também acho. — Ele esfregou os dedos entre os olhos e se levantou para pegar a suas coisas.

O levei até a porta.

— Adeus, Zach. — Mike se virou e nos encaramos, seus olhos azuis nos meus. Me sentia desprotegido.

— Adeus, Mike.

Ele mordeu o lábio e se virou rapidamente.

Enquanto o assistia indo embora, o carro do meu pai entrou na garagem. A cara da minha mãe era algo entre surpresa e espero que você não tenha feito o que estou pensando. O meu pai nem se tocou.

— Aquele era Mike River? — Lily perguntou.

— Era. — Ela se aproximou me abraçando com o braço livre.

— Ele fez algo, meu amor? Você está bem? — Sua voz era doce e terna.

—Estou bem. Ele só veio fazer um trabalho que temos... — Suspirei. — Mas eu não sei se estou pronto para ter ele de novo na minha vida.

— Pedro, querido. Você leva as coisas lá pra dentro? Preciso conversar com o Zach.

— Tá bom, amor. — E assim, o meu pai pegou as coisas e foi para dentro.

Lily me puxou para o banco-balanço que tínhamos.

— Meu anjo, essas coisas levam tempo. Eu sei que o coração dele está muito ferido e isso acabou machucando o seu junto, vocês são dois jovens descobrindo o que é a vida. Não se martirize tanto.

— Como a senhora sabe? Tipo sobre o que o Mike sente.

— Intuição feminina. — Ela estufou o peito. — Já errei alguma vez?

— Não. — Não consegui conter a risada.

— Tá vendo. — Ela me abraçou fazendo cocegas. — Agora venha, tenho dois homens grandes para alimentar.

E entramos. Conversar com a minha mãe foi algo aliviador, me senti mais leve em relação ao que estava sentindo, e depois do jantar e explicar para o Pedro o que ele perdeu fui jogar com o Mike.

— Aí você não vai acreditar. — Disse assim que ele aceitou a chamada no Discord.

— O que você fez dessa vez, Young?

— O Mike veio aqui em casa. Vamos de LoL.

— Tá bom, tô entrando. Mas sério? O que ele queria?

— Ele veio para fazermos o trabalho. E ele tentou ser engraçado, mas tipo eu surtei e mandei ele ir embora.

— Você tocou naquele assunto?

— Sim.

Ele suspirou.

— Ai, Zach. É complicado. Você já perguntou por que ele fez aquilo?

— Já! Mas ele me evitava e até mesmo dizia que era pra manter distância se eu não quisesse apanhar.

— Eu acho que ele queira. Só não pode.

— Está defendendo ele, Gary Stone?

— Você sabe minha opinião sobre ele. Não teria motivos para isso. Só me pergunto o óbvio.

— Ai só bora focar nessa partida que você está cem de farm a menos que o Draven inimigo.

Bom, não perdemos por pouco, como sempre carreguei a Ashe cansada do Gary, mas depois daquela partida me arrumei para ir dormir. Desliguei o celular e o pus no carregador. Tentei dormir, me virei várias vezes na cama, mas nada. No fim me peguei fitando o teto, olhando as estrelas de plástico que deixei lá mesmo depois de crescido. Gostava delas. Pontos florescentes que eu podia desenhar minha própria constelação.

— Por quê, Mike? Por que você é a única estrela que não sentido.


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Notas finais do capítulo

O quê? Você ainda está aqui? Vá pra casa, acabou por hoje. Você quer mais conteudos? Ah tá bom. Então vou deixar alguns links aqui para você não ficar com tanta saudades... Mas não se esqueça de deixar o seu comentério, seu apoio é muito importante para mim ^^

Uma playlist que me inspirou bastante para a historia:

https://open.spotify.com/playlist/3zx6KxrEY8WNKTTIEpF8ZD?si=a4593020d6804618

E o link da página oficial aonde todas as histórias se encontram:

https://www.facebook.com/jcalves.oficial



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