Onde Nós Vamos escrita por Julio Cezario


Capítulo 11
Capítulo X


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Sou eu de novo trazendo mais um capítulo de ONV e esse aqui é bem babadeiro pois tem um collab muito da hora ^w^ Com direito a vídeo no canal e página da JC Alves quem puder ir dar um olhada, já dá para sentir a vibe antes do capítulo! E queria agradecer ao DominusAuctor pelo apoio e comentários, você me motiva a continuar com essa preitada ^^

Então beijos de luz e até semana que vem!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/803510/chapter/11

 

 

Quando finalmente chegamos ao estacionamento vi que só havíamos nós. Pedi aos céus para que não fossemos pegos, não queria sujar a minha ficha antes da faculdade.

Repetimos o mesmo caminho que a Marine nos mostrou e a porta de incêndio estava aberta e entramos. Tenho certeza que algo estava diferente, os corredores pareciam mais estreitos e longos do que me lembrava, a iluminação falhava muito e quanto mais descíamos mais escuro ficava. Seguramos a mão um do outro para evitar desaparecimentos.

— Mike. — A voz do Gary surgiu no meio da escuridão, nos guiávamos pelas lanternas dos celulares. — Eu vou precisar da sua ajuda.

— Pensei que não confiava em mim. — Mike respondeu sério. Senti sua mão apertar mais a minha.

— Eu sei, mas sinto que vou precisar confiar em você. Eu não sei o que nos espera e quero muito salvar a minha namorada. Então eu posso?

— Sim.

E sem dizer mais nada fomos mais a fundo dentro do shopping. Chegamos até a descida que o Gary mencionou na história e só dali percebi que de fato era estranho pois o caminho era feito de tijolos vermelhos antigos como se não fizesse parte da estrutura em geral. Logo a porta vermelha apareceu a nossa frente, não foi o fato de que era feita de madeira velha e parecia está toda podre e descascada que me assustou e sim o fato dela estar aberta.

Adentramos no cômodo a nossa frente, mas não era algo pequeno, parecia um salão, tinha mesas, cadeiras, tudo corroído e desgastados pelo tempo. O piso era preto e branco como um tabuleiro de xadrez, o silencio era quase palpável quanto o cheiro de mofo e umidade.

— GARY! SOCORRO! — A voz da Marine nos pegou de surpresa, ela parecia vir de mais ao longe.

— MARINE! ESTOU AQUI!!! — Gary gritou em resposta.

— ME AJUDA! POR FAVOR, GARY!!!

Sem pensar duas vezes ele se soltou da minha mão e pôs a correr. Tentei chama-lo, mas ele já tinha adentrado na escuridão e desaparecido do campo de visão das lanternas, Mike me puxou na mesma direção corremos para tentar acompanha-los. Me esforcei o máximo, mas estava cansado e ainda meio zonzo pela bebida era difícil de acompanhar até que acabei tropeçando.

— Você está bem? — Mike se virou para me ajudar.

— Estou. Vai ajudar o Gary eu me viro aqui, estou meio lerdo ainda. —
Disse enquanto me levantava.

Mike assentiu e correu também até eu não conseguir vê-lo. Me sentei aonde estava e quando encostei na parede algo caiu em cima de mim, era um desenho de criança feita nem sei a quantos anos, era um urso entregando um presente e tinha a frase “Meu Dia Favorito” em letras garrafais, o urso me chamou a atenção, ele foi desenhado de uma forma sinistra, mas bem sutil quase imperceptível.

— Que estranho. — Disse para mim mesmo. Mas ignorando os pensamentos me levantei e olhei ao redor.

Zach.

Uma voz como um sussurro chamou a minha voz, olhei automaticamente para a sua origem.

Zachary.

— Oi? Quem é? — Ninguém me chama pelo o meu nome completo, aquilo sim me fez recobrar a atenção.

Foi um dia difícil, Zachary. Por que você não vem brincar um pouco?

A voz continuava me chamando e eu a segui até uma parte do salão que tinha um palco fechado por cortinas velhas e cheias de buracos. E algo estranho rolou, num piscar de olhos as luzes piscaram revelando que o salão estava novinho em folha. Era como uma pizzaria recém inaugurada.

A culpa não é nossa. É tudo uma falha. Ele as matou.

Eu me senti hipnotizado me aproximando até que pisei em algo que fez um barulho tão alto que tive de olhar, era outro desenho. Mas esse era pior do que o primeiro, eram crianças dançando em volta de um coelho roxo todo desfigurado. As crianças, elas não estavam felizes, elas...

Faz um tempo desde a última vez que brincamos com alguém.

Rangidos e cliques seguido por uma música infantil veio do palco. Senti um frio na espinha percorrer todo o meu sistema nervoso, aquilo era muito surreal para ser de verdade. Eram dedos, mas não humanos, saindo por de trás da cortina revelando quem era o dono da voz, era um urso de pelagem dourada corroída pelas traças, estava muito escuro para ver os detalhes, mas os olhos vermelhos e frenéticos com certeza olhavam para mim. E

Não precisei esperar muito para sair correndo dali e pelo visto ele também não esperou para correr atrás, ouvi os passos pesados e sonoros, sons tão altos e agudos que não sabia se era uma máquina ou uma pessoa gritando em agonia, parecia vir de todos os lados. Esbarrei nas mesas e cadeiras, joguei tudo o que podia pegar para atrapalhar o avanço daquele monstro. Até que passei por uma cortina e fui até um corredor estreito e entrei na segunda porta, parecia um pequeno escritório, com mais desenhos pendurados na parede, computadores antigos e ventiladores portáteis. Naquela altura me perguntava aonde estava o Mike e o Gary que não tinha ouvido tudo aquilo, queria chama-los, mas evitar a atenção do meu perseguidor era prioridade. Todos os meus sentidos pareciam funcionar ao mesmo tempo, pensamentos corriam a mil por hora, procurei algum tipo de interruptor e achei um botão vermelho que indicava as portas e apertei sem pensar duas vezes. Não funcionou.

— Não. Nãonãonãonãonão — Disse com a boca seca, mas continuei apertando freneticamente enquanto escutava os passos vindo na minha direção, cada vez mais alto conforme ele se aproximava, acredito que ele sabia que nada funcionaria pois estava vindo devagar.

Tenho certeza de que quando cheguei não estava chovendo e mesmo se tivesse a luz de um relâmpago não chegaria até ali, pois estávamos no subsolo, mas num piscar de olhos, uma luz iluminou o corredor a minha frente como um flash me dando o vislumbre do ser parado a minha frente antes que finalmente a porta fechasse.

Meus olhos ficaram vidrados, a imagem se fincou na minha mente e era como se o visse ali, me encostei na porta escorregando até sentir o chão e abracei minhas pernas, ali seria a minha morte. Morreria no subsolo de um shopping amaldiçoado por ursos robóticos assassinos.

— Zach. — Senti algo me tocando, minha reação foi me retraí mais inda. — Zach. Sou eu, o Mike.

Eu levantei a cabeça e o vi, Gary e Marine ainda fantasiados, mas todos pareciam ter corrido uma maratona. Seus rostos indicavam que também viram coisas.

— Aonde vocês estavam? Eu... eu...

— Eu sei. Acho que vimos a mesma coisa. Só vamos embora daqui. — Mike me ajudou a levantar.

Ninguém disse sequer uma palavra até saímos do shopping. O céu indicava que estava prestes a amanhecer, talvez uma hora ou duas. Meu estomago teve uma reação tardia a toda a situação e acabei vomitando tudo o que comera na festa. Entramos no carro da Marine e ela deu uma carona até a minha casa, Mike decidiu ficar para me ajudar. Acho que estava pior do que pensava, mas parte de mim não queria ficar sozinho, não depois daquilo.

— Vem. — Ele disse me segurando mais forte, sua voz parecia tão calma e firme.

Ele me ajudou a subir as escadas.

— Consegue tomar um banho sozinho? Ou precisa de ajuda?

Eu assenti com a cabeça e entrei sozinho. Liguei o chuveiro e deixei a água corrente e quente percorrer todo o meu corpo, que levasse toda a sensação de morte e desespero, uma coisa era você ver em filmes e jogo, mas toda aquela merda foi real. Depois de um tempo saí do chuveiro e abri a porta bem devagar, eu estava em choque, mas não o suficiente para ficar pelado na frente do Mike que já estava na porta me esperando com uma toalha e roupas limpas.

Já deitado na cama parecia que eu já conseguia respirar, era como se eu tivesse prendendo a respiração desde o shopping.

— Bom. — Mike disse depois de conferir se estava tudo certo. — Meu trabalho aqui terminou, acho que vou ir agora.

Mas antes que ele saísse, o segurei pela barra da camisa. Ele se virou e me olhou nos olhos.

— Fica. Por favor, eu não quero ficar sozinho. — Disse bem baixinho.

— Tem certeza? Não sei se os seus pais concordariam.

Eu balancei a cabeça negando.

— Eu explico. Só fica.

Ele abriu um discreto e fraco sorriso, segurando a minha mão a dele.

— Então vou tomar um banho e já volto.

Vi que o Mike pegou mais uma toalha e umas roupas minha no closet, eu não reclamei, se era o preço para ele não ir embora eu pagaria sem titubear. Após alguns minutos ele apareceu só de samba-canção, colocou as coisas dele em cima da minha cadeira, se aproximou, meus olhos acompanhavam cada movimento dele, dava para ver cada musculo retraindo e relaxando, a respiração. Quando ele deitou ao meu lado senti o calor do seu corpo. Três camadas de tecido nos separavam.

— Obrigado. — Disse. Estávamos novamente nos olhando e ali tão perto, sem ninguém olhando.

Antes de responder ele me abraçou.

— Não precisa agradecer. Estou do seu lado para sempre e não vou deixar nada mal te aconteça.

— Então você não vai embora de novo?

Mike fez uma pequena pausa, não sei se era refletindo sobre a possibilidade ou se aquilo o machucou.

— Não, não vou mais embora.

E assim caímos no sono.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O quê? Você ainda está aqui? Vá pra casa, acabou por hoje. Você quer mais conteúdos? Ah tá bom. Então vou deixar alguns links aqui para você não ficar com tanta saudades... Mas não se esqueça de deixar o seu comentário, seu apoio é muito importante para mim ^^

Uma playlist que me inspirou bastante para a historia:

https://open.spotify.com/playlist/4NHnkZTvzeFSpBjf2dvkgu?si=74383642a55f4b5e

E o link da página oficial aonde todas as histórias se encontram:

https://www.facebook.com/jcalves.oficial



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Onde Nós Vamos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.