O jardim das rosas diabólicas escrita por LeChevalier


Capítulo 1
Morrer em uma roseira




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Dohko, após uma missão exaustiva junto a seu discípulo, Shiryu, em alguma parte do mundo que durou um mês, pôde acordar em sua cama numa manhã de céu aberto. Seu único compromisso do dia era encaminhar os relatórios provenientes da missão junto ao cavaleiro de Dragão para o Grande Mestre no Décimo Terceiro Templo.

Uma preguicinha acometeu Dohko, que de barriga para cima, observando o teto, virou-se de lado e se cobriu por inteiro, no intento de dormir mais cinco minutinhos. Porém, Shiryu que já aguardava o mestre na sala, se fez notar. Aumentou um pouco o cosmo, o suficiente para fazer com que Dohko soltasse um suspiro de desagrado na cama, rendido pelo senso de responsabilidade de Dragão.

O som dos pássaros a cantar em torno da Sétima Casa Zodiacal fez brotar um sorriso no rosto do rosto do Mestre Ancião, que pulou da cama e, bem humorado, realizou sua rotina matinal de higiene e se dirigiu ao encontro do pupilo na sala.

Encontrou Shiryu sentado feito um lorde, ou feito um Shaka; olhos fechados, uma xícara em punho, com uma postura que fisioterapeutas e instrutores de Pilates invejariam. 

Admirou o rapaz. Shiryu é um belo espécime, um homem honrado e virtuoso, além de sábio para a pouca idade e muito bonito. Um belo candidato que preenchia em todos os requisitos para ser, um dia, quem sabe, o futuro Grande Mestre do Santuário.

— Bom dia, Mestre Dohko! — Shiryu abriu os olhos, olhando de esguelha para o mestre, com um sorriso discreto nos lábios. — Eu fiz café!

— Bom dia, Shiryu! Alguém já falou para você como é bonito e charmoso? Você põe Afrodite para trás, até! — Disse enquanto se ajeitava na poltrona à frente do outro. 

Shiryu apenas abriu mais o sorriso, era comum Dohko elogiar os jovens, principalmente o discípulo e Shunrei. Dohko os tinha como filhos.

— Você já disse, Mestre! Obrigada, mas está exagerando.

Tomaram café juntos, conversaram algumas casualidades, acertaram algumas rotinas sobre treinamentos que fariam para o próximo mês que se iniciaria e juntos, subiram as escadas do Santuário para uma reunião com Shion, o Grande Mestre.

O dia estava realmente agradável. O céu se manteve aberto e com poucas nuvens, os pássaros a cantar e uma brisa fresca esvoaçavam de leve seus cabelos, principalmente os de Shiryu. Dohko estava feliz.

— Shiryu, sabia que hoje, exatamente às quatro e vinte da tarde, o sol entrará em Libra e que no mesmo instante, ocorrerá o equinócio de primavera? — Puxou o discípulo para junto de si, cobrindo os ombros de Shiryu com um braço. — Eu acho que isso é um bom agouro! Você não se sente bem? Eu me sinto muito bem hoje!

— Mestre, eu me sinto normal! — Shiryu respondeu com descontração, rindo levemente do ânimo do mestre.

Dohko, entre todas suas qualidades de guerreiro e mestre, sempre foi conhecido pelo bom humor, pela paz de espírito que sempre transmitia e pela amizade que não negava a ninguém. Talvez Dohko e Aldebaran sejam as pessoas mais bem quistas pelo Santuário e adjacências.

Quando puseram os pés no início da escadaria que os levariam ao Templo de Peixes, os olhos de Dohko brilharam. As rosas de Afrodite, que devido às circunstâncias de paz em que o mundo se encontrava, eram poucas nos degraus, estavam vistosas, o vento criava a ilusão de que as flores dançavam calmamente, felizes, saudando a nova estação.

Depois de breve contemplação, ambos os cavaleiros seguiram seu caminho. Passaram pelo Cavaleiro de Peixes, que também parecia estar afetado pelo clima, sorridente observando suas criações, satisfeito. Seguiram ao encontro de Shion.

Passadas as horas, após resolverem suas pendências com o Grande Mestre, tornaram a descer as Doze Casas.

Entre o Décimo Terceiro Templo e a Casa de Peixes, havia uma área extensa, onde só se podia enxergar as rosas e o horizonte. Provavelmente se referia a um local de treinamento do próprio Peixes, onde ele poderia manipular suas rosas venenosas em segurança, sem afetar aos demais.

As flores com sua dança suave pareciam hipnotizar Dohko. O sol da tarde junto às rosas dançantes convidavam Dohko para uma festa só deles. Que em silêncio se dirigiu para o meio das flores, deixando um curioso Shiryu para trás, cheirando suas pétalas, encantado.

Afrodite de pronto apareceu fora de seu templo, alarmado por algo que provavelmente sentiu através do Cosmo. Shiryu se posicionou ao lado do Senhor daquele templo com a expressão de quem não está entendendo absolutamente nada do àquilo significava e Afrodite, que apreensivo, tanto por suas rosas, quanto aos efeitos do que elas poderiam causar a Dohko, estancou entre pátio e jardim.

— Afrodite, ele simplesmente se embrenhou nas flores! — Shiryu não conseguiu dizer nada, além do óbvio.

Dohko sempre demonstrou educação excessiva, ao ponto de jamais cruzar um território que não fosse seu sem a devida autorização. Portanto, a cena que estava protagonizando era deveras surreal.

— Não sei o que dizer… — Foi tudo o que um espantado Shiryu enfim, desabafou.

— As rosas… — Afrodite estava sério, sério com uma veia saltada em sua testa. — Torça para que minhas rosas apenas deixem seu mestre embriagado. Por mim, elas o deixariam broxa para o resto da vida. Tire-o de lá! — Deu as costas para Shiryu, retornando para o interior do Templo.

Dohko cheirava as florzinhas e as beijava com alegria, dando risadas sozinho, como se estivesse escutando alguma piada muito boa das plantinhas. Realmente parecia bêbado e Shiryu já estava prestes a entrar no roseiral para salvar seu mestre da iminente ameaça traiçoeira das rosas, quando notou que seu mestre vinha em sua direção, se arrastando em meio a terra fofa, arranhado devido aos espinhos, com olhos inchados proveniente de alguma reação alérgica aos pólens, voz embolada e uma única rosa em punho.

Puxou o mestre para fora das rosas para ajudá-lo, aconchegando o corpo mole de Dohko em suas pernas, a uma distância segura das rosas. Quando pensou que o mestre havia adormecido, entrado em coma ou sofrido um choque anafilático, eis que o próprio, com algum esforço, ofertou a rosinha para Shiryu, forçando abrir os olhos que não tinha espaço para abrir devido o inchaço, com um sorriso e voz embolada, emendou.

— A Primavera chegou, caro Shiryu! E o Sol entrou em Libra! Viva a Constelação de Libra! — Shiryu segurou o pulso estendido do mestre antes que perdesse as forças.

Apesar das rosas apresentarem ameaça, sabia que elas não seriam capazes de eliminar o Cavaleiro de Ouro de Libra, ainda que estivesse preocupado com uma possível reação alérgica grave.

Apenas o abençoado pela Constelação de Libra e detentor de um dos corações mais justos daquele Santuário, poderia, um dia, explicar o acontecido. 

Por agora, Shiryu optou por crer em seu mestre; aquilo tudo só podia representar um bom agouro.

Era primavera no Santuário de Atena e a constelação de Libra pulsa com força no céu.


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Notas finais do capítulo

Bem, eu quero, primeiramente, dedicar essa fic para @Laisve!

O sol entrou em Libra e isso e motivo de festa! Você sabe o porquê!

Eu tô há dias pensando em algo para fazer de presente, pensei em Miloga, pensei em Kanilo, pensei em Miolia, mas já aceitei que eu não escrevo o que eu quero, mas algo que sei lá, eu nem sei quem é que comanda esse ser que vos escreve. Algum dos Divertidamente da minha cabeça manda e eu só obedeço!

Espero que esteja minimamente satisfatório e que faça seu dia mais feliz!
O mundo é todo seu! ; P

Obrigada também a todas as envolvidas que ficam jogando fogo na lenha, incentivando a minha pessoa!

A fic não é de chuveiro, é resultado de conversas em terreno fértil com muita brisa gostosa! Se eu tô aqui, é porque eu tenho muita gente super supimpa ao meu redor, mesmo que virtualmente.
Vocês sabem quem são! ;P

No mais, a gente aproveita as ideias que vão surgindo, né? Sabe-se lá quando é que terei outro surto desses.
Eu mesma não tô entendendo o que está acontecendo. xD
Inclusive, fanfic no canônico, eu? Geente....

E é, isso! Eu acho...
De hoje tá pago!



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