Primavera dos Lírios escrita por StarBloody


Capítulo 1
Amar é permitir existir e aceitar a ida




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Qual seria a definição de amor para ele?

               Seriam os sorrisos fáceis que escapavam—lhe dos lábios quando a visitava todas as manhãs assim que o sol fazia cócegas em suas costas? Seria a junção disto ao fato de sua sonora risada – considerada escandalosa pelos demais – o acalmar, chamar sua atenção?

Ele não sabia, apenas... sentia.

               De um garoto frio que sequer era capaz de expressar corretamente suas emoções para um homem completamente rendido pela perspicácia e gentileza de outra pessoa, não qualquer pessoa, a pessoa que ele amava. Sempre sonhará com este momento, que seria amado de volta, que amaria também e ele sabia que ela o amava.

Não o amor que ele gostaria, todavia.

               Entretanto estava tudo bem para ele estar naquela posição, se aquilo fosse o suficiente para a observar todas as manhãs, para poder escutar sua voz e seus longos monólogos sobre como sua amizade com Haruno Sakura não convinha nem um pouco do convencionalismo. Era reconfortante saber que ela ainda estava ali, presente em sua vida, sendo gentil, companheira e acima de tudo, ela.

               Era um tolo apaixonado e era feliz sendo um tolo apaixonado por ela. A loura era muito além de sua beleza – tão comentada pelas avenidas de Konoha – e temperamento. Um exemplo claro disto era a imensidão do azul de seus olhos, acolhedores, compreensivos e gentis. Denominar aquela mulher a apenas uma beleza com um temperamento difícil era ofensivo.

Ah, ela com certeza era muito mais do que aquilo.

               Se pudesse ao menos voltar no tempo, para alguns meses atrás, poderia ser amado da forma a qual a amava e talvez aquela fosse sua penitência, seu débito com aqueles que machucou friamente quando jovem, tolo e infantil. Compreendia também que aquele era o seu processo de amadurecimento e que nem sempre crescer significava ganhar e aquela batalha ele tinha, infelizmente, perdido.

               Sua inexperiência, sua ignorância foram as culpadas e não adiantaria se lamentar pela perda.

Agora não se permitiria cometer os mesmos erros novamente.

               A felicidade de Yamanaka Ino era a sua felicidade, mesmo que significasse que fosse ao lado de outra pessoa.

— Ei, Gaara!

               Esquecera por completo onde estava e com quem estava, sendo despertado pela melodiosa voz da loura que mantinha em mãos um buquê de flores montado por ela mesma.

Hanakatoba no Kazukazu.

— O que?

— Não perguntou qual era a minha frase favorita? — Riu da falta de atenção do ruivo, incapaz de perceber que era ela a causa da distração do Sabaku — É esta. As muitas palavras das flores.

— Isso foi semana passada, Ino.

— Não é fácil escolher uma frase favorita, não sou que nem você, gosto de pensar com cuidado nas coisas!

— E por que essa frase?

               Um sorriso ameno surgiu nos lábios róseos da Yamanaka que sentou—se frente ao Sabaku, entregando as flores para ele.

— Por causa do dia que te conheci — apoiou o rosto entre as mãos — e o dia que o Sai se declarou.

— A forma a qual você escolhe as coisas é estranha, sabia disso?

— Sim! — Riu, ah... aquela risada. Ela tinha noção do quão bela ficava quando ria? — Mas não me arrependo. É o suficientemente bom para que seja a minha frase favorita; a manhã que te conheci e você perguntou o significado dos lírios...

— Amor puro, certo?

— Sim e me remete ao entardecer da primavera, quando Sai escolheu uma rosa branca para se declarar, confundindo completamente o significado com o da rosa vermelha — Revirou os olhos, risonha — o que foi fofo. Os humanos tendem a utilizar as flores para se comunicar, foi o que percebi.

               Um silêncio reconfortante tomou a floricultura, ambos aproveitando a companhia um do outro.

— Ino, você é feliz com o Sai?

— Que pergunta é essa? Claro que sou! Por que?

— Porque se você — A encarou — está feliz, também estou.

               A loura tombou a cabeça para o lado, o sorriso se estendendo pelo belo rosto que parecia ter sido traçado pelos anjos.

— Obrigada, Gaara.


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