Deitada em sua cama, Claire respirava com dificuldade. Ela se sentia suando e a umidade entre suas pernas denunciava o que ela havia feito. Apenas de lembrar ela já se sentia corando, mas não conseguia evitar.

Durante anos ela foi apaixonada por aquele homem que arrebatou seu coração em Raccoon City, aquele que era dono dos olhos azuis que carregavam uma galáxia de estrelas, do rosto mais charmoso e do corpo mais incrível que ela já viu na vida. Aquele que - para seu azar - a via apenas como uma amiga.

No começo ela achava que aquilo era apenas uma paixonite boba de uma jovem com ideias demais na cabeça, mas conforme os anos foram passando, o sentimento que sentia por ele foi crescendo cada vez mais e ela sabia que estava totalmente perdida. Quando percebeu que realmente estava apaixonada por ele, tentou uma aproximação mais sútil, mas para sua infelicidade, ele tinha olhos apenas para aquela vagabunda da Ada. Ela sabia que deveria esquecer o que sentia e seguir em frente, mas por mais que tentasse, não conseguia tirar o loiro de seus pensamentos e de seu coração.

Foi então que sua imaginação começou a trabalhar e a criar cenas deles dois em diversos lugares e nas mais diversas situações. Ela já havia sido a enfermeira sexy, a empregada ousada, os havia imaginado em uma ilha deserta, em uma mansão, em um banco de carro e em qualquer outro lugar que ela quisesse. A unica que ela precisava fazer era escolher o que queria e sua imaginação fazia o resto. Ela corava só de lembrar o quão vividas aquelas cenas pareciam e se sentia triste por querer tanto que elas não fossem apenas um fruto de sua imaginação, mas sim sua realidade.

No fundo ela sabia que eles dois juntos estavam fadados ao fracasso. Eles eram amigos a anos e o loiro sempre demonstrou gostar dela apenas como uma amiga, algumas vezes parecia até mesmo que ele ainda a enxergava como a garota de 19 anos que estava atrás do irmão e não como a mulher de 24 anos que estava em sua frente. O medo que tinha de falar o que sentia e acabar estragando a amizade que tinham a fazia guardar o que sentia no cantinho mais profundo de seu coração e sua imaginação no cantinho mais distante de sua mente. Porque apenas assim ela conseguia fingir que não sentia nada quando ele estava por perto e conseguia agir como ela mesma durante o dia.

Mas tudo isso mudava quando ela se via sozinha em seu quarto. Quando sua imaginação se via finalmente livre, trabalhava tão duro em suas fantasias que mesmo sem querer ela se via exitada e cheia de desejo. Nessas horas sua única alternativa era recorrer ao toque dos seus dedos para se aliviar.

Não se sentia orgulhosa do que fazia, mas tão pouco conseguia evitar. Porque no fim tudo o que ela tinha era sua imaginação e esses momentos eram sua doce fuga da realidade.