Encontros e desencontros -Outra de Betty e Armando escrita por MItch Mckenna


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Dois jovens de óculos e roupas fora de moda chegam à loja da Ecomoda



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—Boa tarde, moço! –cumprimentou a moça.

Armando estava de cabeça baixa escrevendo em um caderno, estava tentando se concentrar no que fazia.

—Boa tarde! -disse o amigo

—Boa tarde! –insistiu a moça, pois ninguém na loja veio atende-la e tampouco o rapaz bonito detrás do balcão.

—Ah, pois não? Desculpe-me. –disse Armando.

—Não escuta, hein? Não escuta? –bronqueou Nicolás, batendo com os dedinhos no balcão.

—Outro! O que deseja?

—Ai, Nicolás! Calma! Não vê que ele está ocupado! -riu-se -Desculpe, moço. É que ele é assim! Sempre nervoso!

—Tudo bem, senhorita. Em que posso ser útil?

—Bem… -percebeu que o moço era bem bonito e ficou vermelha.

—Preciso de um vestido de debutante para minha festa de 15 anos e meu amigo precisa de um smoking.

—É para você? Está fazendo 15 anos?

—Na verdade, já fiz! Mas meu papai só poderá fazer a festa agora. Oj oj oj

—Temos alguns modelos ali se quiserem experimentar. Tenho certeza que gostará de algum!

 

Armando mostrou-lhe os modelos.

 

Os dois vestiram, Betty escolheu um e Nicolás ficou indeciso entre dois.

 

Mesmo sendo ponta de estoque, o preço da etiqueta era um pouco alto para Betty. Ficou triste e decepcionada.

—Então, grata. Desculpe-me por tomar seu tempo, senhor.

—Não gostou de nenhum? Mas tem uns tão bonitos aqui. Este, por exemplo.

—Quero algo mais discreto.

—Entendo. Este, que acha? Fechado, sem decote, com mangas três quartos.

Betty ficou apaixonada pelo modelo evasê de marfim com manga três quarto e renda.

—Este é lindo, mas... –olhou a etiqueta. –Ceio que é um pouco demais para mim.

—Hã, entendo. –Lembrou-se de seu pai lhe dizendo que era importante cativar novos clientes.

—Não quer passar aqui amanhã ou me deixar o telefone? Vou ver com o gerente se consigo um abatimento, pois só tem esta peça mesmo.

—Eu gostei tanto dele, mas para minhas condições está um pouco alto.

—Vou verificar.

 

Betty anotou seu telefone em um papel.

—E o meu consegue um desconto também?

—Posso verificar!

—Apesar que gostei mais do da outra loja! –disse Nicolás

—Ai, Nicolás!

—Só disse a verdade!

Armando revirou os olhos.

—Que cruz!

 

Armando tinha autorização para dar o desconto quando eram as últimas peças, desde que conferisse com seu pai. Acabou esquecendo no fundo da gaveta aquele telefone. Então, alguns dias depois Betty apareceu, já que não havia recebido nenhuma ligação dele.

—Olá!

 

De novo, Armando estava de cabeça baixa escrevendo em um caderno.

—Boa tarde, senhor!

—Boa tarde! -sem interesse - Ah! -ao lembrar-se dela

—Distraído de novo? -ri

—Ah! É que tudo muito difícil! Impossível!

—O quê?

—Estes cálculos! Sabe, Matemática não é meu forte e preciso dominá-las para ir bem no Curso! Que cruz!

—Deixe-me ver isso!

—Manja disso?

—Matemática é minha matéria favorita! Meu pai é contador! Sei fazer contas desde a mamadeira! Oj oj oj (risada de ganso)

—Que bom para você! –olhou para cima -Você é a moça do vestido, não é?

—Sim. Olhe aqui, é simples! –mostrou os exercícios complicados resolvidos como se fosse mágica por aquela menininha muito mais jovem que ele.

 

Armando ficou impressionado, ela devia ser um gênio.

—É só fazer isto... e isto. Viu? Sobre o vestido tem alguma resposta?

—Bem, sim. Humm…

— Ai, moço. E qual é? Dá para fazer o desconto ou não?

—Claro! (O rosto aflito da jovem deu lugar a um sorriso)

—Ah, que bom. Eu gostei tanto dele, cheguei a sonhar.

—Está separado para você. Vou pegá-lo!

 

Quando entregou o vestido àquela moça, Armando sentiu uma eletricidade percorrer seu corpo. Algo que nunca havia sentido por alguém. Tirou os óculos de enxergar de longe para vê-la melhor. Ela usava uns óculos de fundo de garrafa, devia ser bem míope a coitadinha.

—Éee … ele está bom, senhorita? Não precisa ajustar?

—Bem, posso vestir de novo.

Betty vestiu de novo.

—Posso ver como ficou?

—Ai que vergonha!

—Sou um profissional.

 

Ela se colocou frente a ele. Ele olhou, tirou os óculos dela, para ver seu rosto, prendeu um pouco do cabelo de lado, não era a mulher mais bonita que tinha visto, mas algo o encantava nela. Parecia ter saído dos contos de fada vestida assim.

—Humm.

—Algo errado?

—Está largo na cintura. Não quer que ajuste?

—Se ficar muito justo, meu pai não vai gostar!

—Só um dedo de cada lado. Vou pedir à nossa costureira para fazer isso. Dona Inesitaaa!

—Sim, seu Armando?

—Por favor, veja o que precisa ajustar.

—Não posso pagar nada mais.

—Fique tranquila. Faz parte. Não pode sair da loja vestindo algo que não fique bonito ou ajustado.

—Grata. Mas quando poderia pegá-lo?

—Eu ligo para você.

—Ficou de me ligar e não fez1

—Desculpe, desta vez vou ligar. É que, confesso, esqueci. É que não consigo acertar estes cálculos e....

—Se quiser posso explicar-lhe!

—Você?

 

Ele olhou para ela. Como assim? Ele já estava na Faculdade e ela devia estar no Ensino Médio. Como poderia saber sua matéria. Mas resolveu confiar depois de ter visto como resolveu aqueles cálculos difíceis de seu caderno.

—Isto é simples, moço!

—Pode chamar-me Armando.

—Sim, Ar-maan-do. Vou fazer e te explico.

 

—Mocinha, fique em pé, por favor!

 

Betty fica em pé e Inesita marca os pontos.

—Pode trocar de roupa.

 

Betty foi trocar de roupa, enquanto Armando foi atender um outro cliente que entrava.

—Bem, o senhor me liga, então?

—Espera, senhorita!

—Beatriz!

—Beatriz?

—Pode me chamar de Betty, como meus amigos!

—Está bem. Pode esperar um pouquinho?

—Sim.

 

Após atender os clientes, Armando pede à Betty que o ajude, pois precisará entregar esta tarefa em dois dias. Betty, então, o ensina. E a partir daí, ela sempre o ajuda com tarefas e seus problemas com números. Para pagar pelas aulas, Armando lhe presenteou com o vestido do baile de 15 anos, assim como com outras roupas da sua loja da Ecomoda.

—Ai, Armando, não precisa me dar estas coisas, estou te ensinando, pois adoro ensinar Matemática. Pretendo ser Economista ou professora de Economia ou Contabilidade!

—E será! É muito boa nisso! Estou aprendendo bem! Fui elogiado pelos professores e tudo. Ensina melhor que eles!

—De que é sua faculdade?

—Estou cursando Engenharia Industrial!

—Nossa! Daí vejo seu desespero em não dominar os números!

—Sim. Mas melhorei muito com você me ajudando. Grato, Betty! Pode continuar a me ensinar ano que vem?

—Sim, claro, Armando. Sempre que precisar!

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