Grissom e Sara achavam o tempo engraçado. Mesmo parecendo voar, com os filhos crescendo e a idade chegando, parecia também estagnado, parado no mesmo lugar, ou até parecia voltar.

Contudo, era uma coisa boa. O relacionamento parecia melhor a cada dia, eram tão apaixonados quanto antes, e eram mil vezes mais felizes.

Pensavam nisso com freqüência, inclusive naquele momento. Sentado no sofá com sua esposa entre as pernas com as costas encostadas em seu peito, Grissom segurava uma revistinha de palavras cruzadas, mas tinha os pensamentos longe.

— Terra chamando Grissom!- ouviu uma linda voz dizer e saiu do devaneio. — Amor, cochilou?

Ele sorriu.

— Desculpe, honey. O que você disse?

— A palavra. É extrapolar.

Grissom olhou pra revista e de fato a palavra era aquela.

— Ah, é verdade.- ele então anotou nos quadradinhos certos.

— No que estava pensando?

— Nada demais. Desculpe te deixar falando sozinha.- a abraçou com carinho pelo lado direito onde segurava a caneta e deu um beijo em seus cabelos.

Sara sorriu com o canto dos lábios, pegou a revista e a caneta das mãos dele e colocou de lado. Depois pegou os dois braços dele e os envolveu em sua cintura. Gil a trouxe para mais perto de seu corpo e a abraçou forte.

Sara fechou os olhos, deliciando-de com o aconchego daquele abraço que tanto amava e que tanto a protegia.

— Bom, se disser que estava pensando em mim mais tarde com a peça nova que eu te falei, eu te perdoo.

Grissom sorriu com a leve malícia.

Depois que chegaram de mais uma viagem desbravando os oceanos, Sara disse que tinha guardado uma lingerie nova só pra ele. Gil até brincou dizendo que não era o tipo de roupa que ele costumava usar, fazendo-a gargalhar. Com as crianças por perto era meio difícil ter um momento íntimo a sós.

— Confesso que estou ansioso pra ver.- ao terminar a frase, afastou o tecido da blusa de seu ombro e depositou um beijo ali.

Sara sentiu arrepiar toda sua espinha. Mesmo depois de anos, os beijos, toques e carinhos de Grissom ainda a enlouqueciam.

— Mas sabe que... gastar dinheiro com isso não faz muito sentido né...- ela comentou enquanto se desvencilhava de seus braços por um momento pra ficar de frente pra ele.

— É mesmo? E por quê?- ele indagou com um sorriso escondido ao vê-la sentar em seu colo apoiando as mãos em seus ombros.

Ele quem estava entre as pernas dela agora.

— Porque não são feitas pra ficar no corpo por muito tempo...- seu tom de voz era provocativo.

Com as mãos em seus quadris, Gil olhou bem em seus olhos e respondeu:

— A ideia é essa…

Sara sorriu, segurou seu rosto barbudo e SD aproximou para lhe dar um beijo que foi correspondido com desejo e volúpia.

Sara apertava os cabelos dele e lhe acariciava a nuca, enquanto ele apertava sua cintura e vez ou outra acariciava suas nádegas. Ele tinha pegado essa mania.

Sara gemeu baixinho quando sentiu as mãos quentes dele em sua cintura por baixo da blusa e algo maciço encostar sua intimidade.

Quando Sara se mexeu um pouco no colo dele, ouviram vozes se aproximando e pararam rapidamente o que estavam fazendo, ofegantes.

— Mamãe! Papai!

Os pequenos e falantes apareceram na sala e estranharam o estado dos pais.

— O que estavam fazendo?- Anne perguntou inocentemente vendo a mãe sair de cima do pai e colocar uma almofada no colo dele.

— Ah, nada, meu amor...- Sara respondeu ajeitando a blusa e os cabelos. — E vocês, o que vocês estavam fazendo? Por que estavam discutindo?

Anne ia responder quando Arthur a interrompeu.

— É que a Anne insiste em ter um peixinho dourado, mas o papai já falou que ter aquário não é legal. 

Anne fez uma carinha triste que deu dó.

— Oh meu amor... Vem cá...- Sara a trouxe para seu colo no sofá. — Quando você mantém peixes num aquário, eles ficam em cativeiro. Eles ficam tristes. Eu sei que acha os peixinhos fofos, mas não quer que eles fiquem tristes, quer? Sem a família e os amigos dele?

Anne balançou a cabeça dizendo que não e recebeu um beijo de Sara na bochecha.

— Quando a gente vai voltar pro barco? Sinto falta dos golfinhos.

Grissom sorriu.

— Em breve, princesa. Sua mãe não quis arriscar.

— Assim que esse tempo frio passar, a gente volta tá?- ela disse acariciando o cabelo da filha. — No mar o clima é muito mais gelado e vocês adoecem fácil. 

Anne riu com o que lembrou.

— E se o papai tropeçar e cair na água de novo, ele congela. 

Arthur também deu risada dizendo que ele tropeçou no vento.

Sara sorriu ao olhar pro marido e ver a cara de indignado dele com os filhos lhe zoando.

— Ei! Eu só fui fazer uma gracinha e caí de verdade sem querer.- Gil fingiu estar magoado. — Vocês são insensíveis.

Sara quis rir da manha do marido, mas entrou na brincadeira.

— Own... Ele ficou magoado. Será que melhora com vários beijinhos?- Sara perguntou com os olhos semicerrados e sua cara de travessa.

As crianças não pensaram duas vezes e correram para o colo do pai para enchê-lo de beijos no rosto.

A morena observava a cena admirada, nem em seus sonhos mais loucos imaginou aquilo acontecendo. Sara Sidle com marido e filhos? Se anos atrás, antes de conhecer Grissom, lhe perguntassem se era assim que ela imaginava o futuro, ela diria que perderam o juízo. Nunca se viu como esposa, muito menos mãe. E olha só pra ela! Com aqueles três, Sara era a mulher mais feliz do mundo. 

— Vem, mamãe!- disse Arthur. — Falta o seu.

Sara sorriu e juntou-se ao montinho do carinho no sofá.

~ ••• ~

Passou um tempo e quando foram ver, Anne e Arthur já estavam dormindo em seus colos. Enquanto assistiam um filme de fantasia eles acabaram pegando no sono.

Sara sorriu e, com cuidado para não acordá-los, pegou Arthur no colo para levá-lo pra cama. Gil fez o mesmo com Anne.

Foram a passos lentos, não só para não despertá-los, mas também por já estarem pesadinhos com seis anos.

Colocaram cada um em sua respectiva cama, os cobriram, e lado a lado sorriram ao olhar pra eles dormindo. Seus anjinhos…

Sara pegou a mão de Grissom e os dois saíram do quarto dos filhos em silêncio, indo direto pra suíte do casal.

— Enfim, a sós?- Grissom brincou assim que ela trancou a porta do quarto.

— Tranquei só pra prevenir.

Ambos riram e logo Sara estava enlaçando o pescoço dele com seus braços macios.

— Acho que podemos deixar o "show" pra depois. Estou louca de saudades…- lhe deu um selinho e um beijinho de esquimó, fechando os olhos ao suspirar.

— É… hoje eu posso admirar a que você já está usando.- ele disse com as mãos já desamarrando o cordão da calça de moletom dela.

Sara sorriu e lhe lançou um olhar tão sedutor quanto sua voz.

— E quem disse que estou usando uma?

Grissom olhou de relance pra baixo e depois tocou os seios dela por cima da blusa de frio. De fato não havia nada por baixo.

Suas pupilas dilataram e seu corpo reagiu assim que Sara pegou a mão dele e ela mesma colocou por baixo da roupa. Ela mordeu o lábio quando o sentiu apertar e o puxou pela nuca para beijá-lo até perder o ar.

A noite ia ser longa, e ela estava ansiosa pra aproveitar.