Harry Potter e Percy Jackson - O Ritual do escrita por Cupido Diabólico


Capítulo 6
Fênix




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Hazel

Acordei ao lado de Frank, sorrindo otimista. O dia havia começado bem, com o Sol resplandecente no céu e a boa notícia do casamento de Percy e Annabeth, que na semana seguinte teria uma grande festa, pelo que Piper me enviou pelo celular (sim, celulares deixaram de ser uma praga para semideuses, longa história).

 

Frank acordou sorrindo para mim, seus olhos puxados mirando no meu celular, curioso para ver a mensagem junto à mim.

 

— Bom dia. - Ele me disse antes de beijar minha bochecha e se levantar para a sua rotina matinal - ir ao banheiro, escovar os dentes, lavar o rosto, fazer a barba (todas as quartas), tomar banho e comer as sobras de ontem/tomar café em algum restaurante de Nova Roma - enquanto eu ainda tentava sair da cama, relutante pelo conforto da cama de luxo, vantagem de ser a mulher do Pretor.

 

Depois de uma intensa batalha contra o colchão, me levantei, ainda com sono, à procura do que sobrou da pizza de chocolate de ontem, com preguiça de preparar o café da manhã. Meu roupão negro contrastava com a minha langerie dourada e combinava com as minhas pantufas de urso.

 

Me peguei rindo. Quem diria que uma garota com infância tão infeliz, filha do menos felizardo dos três grandes e que nascera amaldiçoada estaria saboreando sobras de pizza pela manhã depois de uma boa noite de sono com o noivo.

 

Eu devia ter lembrado que semideuses não podem comemorar quando algo bom acontece. Assim que conclui meus pensamentos, uma ave com penas em tons similares a labaredas apareceu em minha janela, com uma carta no bico endereçada a mim.

 

— Frank! - Chamei. - Que bicho é esse? - Perguntei enquanto a ave pousava na janela, esperando que eu pegasse a carta. Relutante, eu aproximei a minha mão e assim que a toquei, a ave soltou a carta, que criou olhos e boca enquanto flutuava na altura do meu rosto. Frank apareceu bem a tempo de ver a cena, com a cara suja de espuma de barbear.

 

— Senhorita Hazel Levesque, - a carta falou, num tom masculino e profissional, como Frank quando estava falando de negócios com alguém. - Seu congênito sanguíneo por parte de pai, Nico di Angelo está sob custódia do Ministério da Magia, aguardando julgamento por uso não-licenciado de magia e solicitou a sua presença como advogada de defesa. Aguardaremos a sua presença na sala do julgamento durante vinte e quatro horas. O verso da carta detalha o método de entrada para nascidos-trouxas. Esperando que possa comparecer, Harry James Potter.

Ao terminar de falar, a carta perdeu o rosto, voltando a ser apenas uma carta, que caiu no chão. A ave olhou de relance para Frank e foi embora voando, deixando a carta no chão. Não me atrevi a pegá-la, com medo de um possível replay. O olhar de Frank dizia: E agora? e o meu não devia estar muito diferente. Afinal, o que eu faria agora?

 

— Acho que esse bicho é a tal fênix, que tem em alguma outra mitologia... - Frank se interrompeu, vendo o meu estado. - Haz, você tá bem?

 

— Meu irmão está sob custódia no ministério da magia por uso não-licenciado de mágica e me chamou pra ajudar a limpar a barra dele, sendo que eu nunca ouvi falar de Ministério da Magia. - despejei todas as palavras de uma vez.

 

Ele veio a mim e me deu um abraço de consolo.

 

— As aventuras voltaram. - ele resumiu os fatos numa frase que me fez lembrar toda a longa jornada contra Gaia.

 

Olhei cansada para o meu noivo, que entendeu o olhar e voltou ao banheiro para se preparar. Peguei a carta e vi o endereço e método de entrada, ainda confusa, porém menos desorientada. Teria de ir pra Londres.

 

Vestindo uma saia azul marinho com um blazer de mesma cor, uma camisa social de tom roxo quase preto e um par de saltos altos pretos, vi Frank tentando dar um nó na gravata vermelha que enfeitava seu terno cinza escuro. Ele havia deixado Nova Roma sob os cuidados de Dakota, visto que Reyna havia partido para uma missão e apesar de mais brandos, os romanos ainda não engolem a falta de seus pretores facilmente, mesmo que pra casos inesperados. Ambos havíamos nos arrumado com calma, mas obstinados a chegar em Londres cedo, a fim de passear pela cidade se o caso de Nico fosse resolvido. E pelos serviços prestados aos deuses, espero mesmo que eles me ajudem nessa terra de estranhos.

 

— Pensando nos deuses, Levesque? - uma voz conhecida despertou meus sentidos.

 

— Hécate? - me curvei à deusa, que dessa vez veio sem seus mascotes e com um vestido vinho com mangas na altura dos braços. - A que devo a sua vinda?

 

— Bom, como você já percebeu, as aventuras voltaram. - Ela me disse, num sorriso que poderia ser solidário ou debochado. - E pra não te fazer entrar nesse território estando tão desorientada, aqui vai uma ajuda. - ela me disse antes de materializar um graveto negro entalhado, o qual flutuou até mim.

 

Quando segurei o pedaço de madeira, vários conhecimentos vieram até mim, como se a minha mente fizesse o download de um manual de instruções. De repente eu sabia as regras do mundo mágico britânico, convívio com criaturas mágicas, as localizações de lugares associados ao mundo mágico e o equivalente a sete anos na melhor escola de magia e bruxaria do mundo.

 

O conhecimento deve ter sido um pouco demais, porque quando dei por mim, estava estirada no sofá, Hécate havia sumido (apesar da varinha de cerejeira ter continuado comigo) e Frank estava ajoelhado ao meu lado, aliviado em me ver abrir os olhos.

 

— Que horas são? - me apressei em perguntar, lembrando-me da audiência.

 

— Meio-dia. - Frank respondeu, sua expressão inquieta indicando o tempo em que ele me esperou acordar. - O que aconteceu?

 

— Hécate me visitou e me passou o que eu devia saber pra a audiência. - contei e sua expressão não melhorou muito. - Desculpe por te preocupar, Fai. - pedi e tentei acalmá-lo com um selinho antes de tentar me levantar e pegar um copo d'água. - Alguma coisa aconteceu além disso?

 

— Jason me mandou uma mensagem de Íris. - ele disse enquanto pegava as duas pequenas malas para passarmos uns tempos em Londres. - Ele disse que o bicho que atacou a Reyna é um dementador, uma nova profecia surgiu, o Leo foi atacado por uns zumbis chamados Inferi e Calipso perdeu os poderes. Ele disse que vai pra Londres com Will e Leo para entender como Nico sumiu e falou que o seu irmão tá bem.

— Nossa... - suspirei antes de processar toda aquela informação. - Ele te disse a profecia?

 

— Não. - ele disse, pronto para partir, a poucos passos da porta.

 

— Aquele prisioneiro, Alabaster...

 

— Fugiu. E ninguém faz a menor ideia de onde ele possa ter ido.

 

— Fai, eu sei que o tempo está corrido, mas eu tenho a impressão de que vamos precisar dele. - eu lhe disse, surpreendendo-o. - Ele já esteve em ambos os mundos, deve saber o que Hécate me informou. Você pode tentar localizá-lo enquanto eu viajo pra Londres? - Pedi e ele fez uma expressão triste. - Por favorzinho? - Pedi fazendo beiço e ele riu.

 

— Ok, amor. - ele me disse antes de me beijar com firmeza e se transformar na fênix que vimos mais cedo e sair voando pela janela.

 

Verifiquei o encanamento e a eletricidade antes de sair, com a impressão de que não voltaria tão cedo pra casa. Fechei os olhos e senti um forte cansaço antes de abri-los e me ver em frente a uma cabine telefônica, a qual a carta me pediu para entrar e teclar no telefone 62442.

 

— Bem... - respirei fundo, um pouco nervosa. - É agora ou nunca, Levesque.


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