Harry Potter e Percy Jackson - O Ritual do escrita por Cupido Diabólico


Capítulo 1
Obscurus


Notas iniciais do capítulo

A história se passa em 2017. Lembrando que o Percy nasceu em 1993 e o Harry nasceu em 1980, então os personagens de HP serão mais velhos que os de HDO.



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Nico

Acordei me deparando com um Sol parcialmente coberto pelas nuvens iluminando, além da minha face pálida, uma praça com chão de tijolos e arcos de pedra, junto à diversas árvores. Era um lugar muito bonito, mas não conseguia me concentrar na paisagem com a pergunta latejando em minha cabeça: onde eu estou?

 

Antes que eu pudesse tentar me encontrar, me deparo com névoas estranhas, como nuvens negras carregadas, devastando tudo ao redor e se aproximando da praça, a medida que o céu escurecia. O mais estranho sobre elas é que não estavam carregadas de chuva, apesar de produzirem barulhos similares aos de trovões. Elas emanavam ódio e tristeza, mágoa e medo, como se esses pensamentos tivessem adquirido forma física.

 

Meu primeiro pensamento foi viajar pelas sombras, mas nada aconteceu, mesmo com as sombras das plantas e arcos da praça. O segundo foi utilizar a minha espada, que por sorte ainda pendia à minha cintura, mas algo me dizia que uma abordagem físico-agressiva contra uma nuvem de ódio não traria-me bons resultados.

 

Enquanto via a sombra se aproximando, reparei que sua forma começava a se solidificar, tomando forma humana em questão de segundos, com uma aparência que lembrava muito a minha quando criança: Jaqueta de couro preta, camisa cinza (diferente de minha, também preta), jeans escuros (os meus eram negros) e um par de tênis pretos. Porém, o diferencial eram suas feições, finas e delicadas. O menino tinha expressões aflitas e ressentidas, como se toda a tempestade se concentrasse na cabeça. Seus olhos eram de um vermelho brilhante e assustador e sua pele reluzia como diamantes. Seu cabelo era cacheado curto cinza-escuro, com algumas mechas vermelhas e suas mãos brilhavam nas pontas dos dedos.

 

— Obscurus... - ele se pronunciou, com uma voz profunda ressoando pelo corpo inteiro.

 

— Nico... - me pronunciei, ainda encantado pela criatura que eu havia visto. Era mais bonita que qualquer criatura mágica que eu tivesse visto.

 

— Me ajuda. - ele disse cabisbaixo. - Ele quer me matar. - ele terminou me abraçando, o que me deixou constrangido, mas retribuí por solidariedade.

 

Em outros tempos, talvez eu ficasse irritado, mas nos dois últimos anos, fui ficando mais acostumado com carinho. Grande parte disso se deve ao meu namorado, Will Solace. Nossa, como eu quero revê-lo! Não fiquei muito feliz com ele ontem, mas dormir abraçado a ele fez todo o resto irrelevante...

 

— Você sente saudades. - ele disse, como se lesse as minhas emoções. - Ele também me afastou da minha família.

 

— Quem? - não entendia o que ele queria dizer com isso, mas estava me importando com o tal Obscurus.

 

— Bruxo mal. - Ele me disse antes de se tornar uma tempestade e avançar em cima de um cidadão que o evaporou com um jato de luz muito forte.

 

— O que você fez?! - perguntei desconfortável com a possibilidade do tal Obscurus ter morrido.

 

— Quem é você? - o outro perguntou. - E como conseguiu conversar com um Obscurus tão facilmente? Mais importante, por que você exala essa aura de morte ao seu redor?

 

— Me responde primeiro. - cobrei ríspido.

 

— Eu o silenciei. - pude ver um sorriso estampado na cara do sujeito.

 

— Meu nome é Nico di Angelo. - O fitei e exalei uma aura de medo, escurecendo e matando as poucas plantas ao meu redor. - E eu vou te silenciar.

 

...

 

— Nico di Angelo, vinte e um anos. - o auror me dirigiu a palavra.

 

Estávamos numa sala escura, similar a de um interrogatório, porém esta tinha duas cômodas e uma escrivaninha, como um escritório. A única luz acesa era a de uma luminária na escrivaninha, permitindo-me ver a figura que me interrogava. Ele tinha uma estatura mediana, camisa social branca com listras azuis, uma gravata roxa e um colete cinza. Em baixo, vestia calça social preta e sapatos marrons. Em cima, tinha a barba por fazer e usava óculos redondos que não ocultavam seus olhos, de um verde vivo, como meu velho amigo, Percy Jackson. E ele era tão bonito quanto o filho de Poseidon.

 

— Mais que isso, na verdade. - me limitei a corrigí-lo. Ele não gostou. Jogou a pasta na qual lia meus dados em cima da mesa na minha frente.

 

— O senhor teve a audácia de matar um auror? E como fez isso desarmado?

 

— Primeiro, responda-me você: por que ele perseguia aquela criança e por que ele a matou?

 

— Ele... - sua voz tremeu. - O interrogado é você, me responda.

 

— Ele matou uma alma inocente. - repeti. - E ele não morreu, está num estado parecido com coma. A diferença é que ele não vai acordar.

 

— Obscurus ainda são um assunto delicado pro mundo bruxo, mas foi um ato inconsequente do meu parceiro. Como você sabe que ele não vai acordar?

 

— Porque sou eu quem decide isso, senhor...

 

— Potter. Harry Potter.

 

— Sr. Potter. Mandei um sonho eterno para ele.

 

O Sr. Potter se aproximou de mim com um olhar ameaçador (que não funcionou, foi mal!) e disse, fuzilando-me com os olhos verdes:

 

— Então sugiro que o acorde o meu parceiro, Nico di Angelo. Porque atacar um auror como Ronald Weasley pode resultar numa viagem para Azkaban.

 

— Ele não é apenas um parceiro pra você. - deduzi.

 

— Amigo de infância. - ele tentou passar indiferença ao responder, mas sua expressão deixou transparecer preocupação, o que me deixou um tanto culpado.

 

Estalei os dedos e senti uma pequena tontura. Libertei o tal Ronald Weasley do sonho eterno.

 

— Ele está acordado agora. - assegurei. - Posso ir?

 

— Como...?

 

— E-le es-tá a-cor-da-do a-go-ra. - falei debochando. - Pos-so ir?

 

Revirei os olhos enquanto Harry me analisava. Parecia uma novidade ter alguém capaz de fazer algo do tipo na presença dele. Eu não havia reparado antes, mas ele tinha uma pequena cicatriz em formato de raio na testa.

 

Ele enfim assimilou o que havia ocorrido e reuniu forças para dizer:

 

— Receio que não, di Angelo. Preciso saber mais sobre o seu tipo.

 

— Se eu falar quem eu sou, você me deixa ir? - perguntei já mal-humorado.

 

— Provavelmente.

 

— Ótimo. Meu nome é Nico di Angelo, tenho noventa e um anos, sou um semideus filho de Hades e tenho algumas habilidades hipnocinéticas, motivo pelo qual induzi o senhor Weasley num tipo de coma.

 

— Hades...

 

— Deus do Mundo Inferior. Sim, aquelas lendas da mitologia grega são reais, deuses ainda existem, estão nos Estados Unidos e se apaixonam por mortais, gerando semideuses.

 

Harry ficou parado, processando a informação. Enquanto isso, senti uma aura estranha nele, como se o senhor Potter tivesse sobrevivido à morte mais de uma vez...

 

— Eu acho que consigo acreditar, mas você pode me provar?

 

Tateei os bolsos e senti um dracma de ouro tilintar no meu anel de caveira.

 

— Tem alguma fonte de água por perto? Tenho que mandar uma mensagem pro meu namorado.


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