Laços de Esperança escrita por Olívia Ryvers


Capítulo 8
Capítulo 8




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Marguerite acordou sorrindo naquela segunda-feira. Havia sonhado algo bom, em seu sonho estavam John e Abigail, os três eram uma família, Abbie a chamava de mamãe e podia sentir o calor refletido na ternura e no desejo que o homem a admirava antes de roçar seus lábios nos dela. Seu sorriso então esmoreceu quando lembou-se que havia sido apenas um sonho, e que na realidade ela os estava enganado. Era certo que havia ganhado o carinho e afeto dos dois, mas qualquer relação que surgisse daquilo estava alicerçada em mentiras, e ela as odiava. Só mais alguns dias, prometeu a si mesma. Lorde Roxton merecia saber a verdade, mesmo que isso acabasse com qualquer bom sentimento que ele poderia nutrir por ela.

Como doía imaginar que momentos como os do dia anterior talvez jamais aconteceriam novamente. Ela não alimentava esperanças em um cenário ideal no qual nada se alteraria quando lhe contasse que era a mãe de Abbie. Por mais empático que ele fosse, na melhor das hipóteses a entenderia mas nunca permitiria que se aproximasse deles como parte da família.

Um aperto sombrio tomou conta de seu peito, Marguerite sentiu seus olhos arderem em lágrimas que só não rolaram por seu rosto por que antes disto batidas na porta a surpreenderam. Ela se pois de pé rapidamente, enrolou-se no penhoar de seda negra que acompanhava a camisola que vestia no mesmo material, não se preocupou em amarrar o cinto.

Imaginou que talvez Charlotte a enviasse o café da manhã no quarto, já passavam das dez. Depois concluiu que este não seria um ato de gentileza, ao contrário, se a ruiva tomou tal atitude foi porque sua antipatia por ela lhe fazia preferir que Marguerite não zanzasse pelo seu hotel, assim a veria o mínimo possível. Ela não se importava com isso por era um desejo recíproco. Charlotte destruía qualquer bom humor e evitá-la estava na sua lista de prioridades.

Ela só não contava com o que encontraria do outro lado da porta.

—John?!_sua surpresa mesclou-se com entusiasmo e por isso seu sorriso foi inevitável quando vislumbrou o homem que visitou seus sonhos durante toda a noite.

Roxton trajava um vestuário social, típico de um executivo em uma segunda-feira pela manhã, e um tanto destinto do lorde despojado que passou boa parte do final de semana em sua companhia. A camisa impecavelmente branca contrastava com os tons escuros do terno e gravata. John estava impressionantemente bonito. Era impossível não se sentir atraída pela imagem que só fazia recuperar as memórias tórridas vividas por sua imaginação durante o sono. O corpo de Marguerite respondeu involuntário. Seus seios incharam intumescidos, podia sentir seus mamilos doloridos sob o tecido gelado da camisola, um calor interno acendeu abaixo de seu ventre e teve certeza que sua expressão se tornou lasciva quando percebeu que ele correspondia a seus sinais de forma silenciosa mas presente.

 

Ele não esperava encontrá-la assim e isto se tornou um teste ao seu autocontrole. Marguerite era sensual de uma maneira despretensiosa. Nunca havia conhecido uma mulher igual. A lingerie de seda não era necessariamente vinda de uma fantasia libidinosa, se tratava de uma peça tradicional, mas nem por isso amenizou o desejo dele. Por um instante sentiu inveja do tecido que abraçava seu corpo delicado e pela primeira vez gostaria de esquecer seus bons modos e tomá-la nos braços sem uma só palavra. Perder-se em seus lábios até que não soubesse mais qual era sua boca ou a dela. Percebeu as hipnotizantes pupilas claras dilatarem em resposta ao seu olhar lânguido, então percorreu seu corpo com escrutínio demorando-se na altura de seus seios… ele a excitava, pensou. Uma onda de satisfação o atingiu e por muito pouco não ergueu as mão e puxou-a pra si. Teria feito se não fosse pela hesitação dela.

Deus, ela estava excitada… e isso era evidente. Com vergonha de sua própria reação, Marguerite fechou o penhoar numa tentativa fracassada de esconder o que sentia. Sorriu nervosamente antes de dar-lhe as costas, não sabia ao certo o que dizer e preferiu deixar a cargo dele iniciar com o assunto que o trouxera ali, em seu quarto, sem ter sido anunciado.

John notou seu constrangimento e, apesar de uma parte de si exultar com alegria por descobrir que Marguerite reagia a ele com a mesma intensidade e desejo, lamentou ter deixado-a envergonhada. Não era de seu caráter agir de forma indecorosa com uma dama, principalmente quando estava disposto a cortejá-la.

—Bom dia, Marguerite._entrou no quarto logo atrás dela. Seu tom tentou ser amistoso, mas, notou-a tensionar ao ouvir o barulho da porta se fechando._Eu sinto muito de tê-la acordado…

—Tudo bem._tranquilizou-o. _há muito tempo não tinha um dia tão agradável quanto ontem e por isso me demorei mais que previsto na cama.

A simples alusão ao móvel em questão causou um silêncio constrangedor. Deram-se conta que estava a sós, em um quarto com uma cama convidativa e bagunçada, e sobre eles pairando uma áurea sexual quase insuportável.

—Eu não devia ter vindo aqui… invadi sua privacidade._desculpou-se.

—Está tudo bem… só estranhei que Charlotte não o anunciou. Teria vestido algo mais apresentável se soubesse…

—Oh, você está ótima._viu-se dizendo quase que sem querer._Quer dizer… você fica muito bem quando acorda… _qualquer tentativa de consertar a situação os deixava cada vez mais envolvidos nesta teia de constrangimentos._o que eu quero dizer é que não havia ninguém na recepção, então, eu talvez tenha espiado o livro de hóspedes para descobrir seu quarto._admitiu sua travessura.

Marguerite sorriu da maneira juvenil que John contava sua escapadela como se fosse um adolescente escalando escondido o pergolado da casa da namoradinha para um encontro secreto.

—Está ciente de que Charlotte não vai gostar nada de saber que você invadiu o hotel dela._brincou.

—Eu me entendo com ela depois.

—Não duvido que um sorriso seu resolva qualquer um de seus problemas com ela._resmungou baixo antes de completar._E o que o traz a minha humilde habitação tão furtivamente?_ não podia mais esconder o riso diante da provocação. Gostava desse jogo entre eles.

—Estou indo pra Londres, volto na quarta._disse sem rodeios ignorando o comentário sobre Charlotte. Seriam notas de ciúmes que notou em sua voz? Não era hipócrita a ponto de negar que isso o agradava. Não estava errado, ele a afetava e queria saber até qual ponto.

O riso de Marguerite murchou. Disse a si mesma que não havia motivos para frustrações, não era isso mesmo que ela queria? Distância de John. Seria mais fácil passar os dois dias que antecediam o evento na escola sem sua presença apaixonante, não seria? Ela não tinha mais tanta certeza. Em seu íntimo conflitava a vontade de se afastar e não se apaixonar ainda mais por Lorde Roxton, contra a vontade intrínseca de se atirar em seus braços sem pensar no depois.

—Achei que deveria saber… caso precise de algo._completou ele.

—Obrigada por avisar._esforçou-se em um sorriso, não estava certa se obteve sucesso.

—Enquanto eu estiver fora, pensei que, se não fosse um transtorno, você poderia passar um tempo com Abbie. Ela está muito encantada com você, acho que sua companhia lhe fará muito bem.

—Eu adoraria!_disse sem hesitar o sorriso voltando a rasgar seu rosto e as mão envolvendo John em um abraço cheio de gratidão.

Não era bem o que ele esperava encontrar quando a tivesse entre seus braços. Marguerite estava feliz, mas não era a mulher ardendo de desejo que vislumbrou minutos antes. Afastou a vontade de entender o que isso significava, apenas, apreciou o momento. Seu corpo quente, seu perfume, a maciez de seus cabelos, essas sensações estavam se tornando seu vício.

—Acho que isso é um sim.

 

****

 

Os dias que antecedram a quarta-feira pareceram retirados do almanaque pessoal de Marguerite onde teve a oportunidade de experimentar o convívio como mãe. Abbie recordava a si mesma em muitos aspectos, mas, sem dúvida havia muita contribuição de Lorde Roxton em seu temperamento. Marguerite definiu como perfeita esta mistura. A garotinha era obstinada, na verdade quase teimosa, e estava claro que tinha herdado isso dela, ao passo que a empatia, doçura e gentileza eram características eminente de John. A acrescentar o charme natural, a escritora viu-se a cada segundo mais apaixonada pela filha e também pelo pai.

Estava encrencada, refletiu na terça a noite, quando se viu sozinha em seu antigo carro, depois de ter deixado Abbie dormindo em sua confortável cama na mansão Roxton. Era a terceira vez que repetia este ritual, entretanto, no lugar de se acostumar, sentia que necessitava daquela sensação cada dia mais. Queria estar com Abigail todo o tempo, conhecer seus gostos, seus defeitos, suas birras e peculiaridades, porém não era só isso… assustou-se ao notar o quanto a presença de John lhe fazia falta. Se conheciam a menos de uma semana e ainda sim era como se sempre tivesse feito parte de sua vida. Fechou os olhos e então sua mente viajou pelo sorriso bonito dele, seus olhos aveludados, lembrou-se do toque macio de suas mãos e o sabor de seus lábios. Não sabia por quanto tempo aguentaria esse desejo, talvez fosse melhor dizer tudo de uma vez e deixar por conta dele o afastamento inevitável. Sabia que sofreria, mas, não seria a primeira vez em sua vida. Na verdade toda sua trajetória tinha sido marcada por tragédias e tristezas, Marguerite era uma sobrevivente. Aprendeu da maneira mais dura que o mundo podia ser cruel, que as pessoas que amava podiam lhe machucar e que a solidão seria sua eterna companheira. Por muito tempo esta constatação a afetou, doeu e rendeu-lhe lágrimas sem fim, então imaginou que havia se conformado com seu destino e que lamentar seria apenas um atraso de vida. Estava errada. Ao provar, ainda que por alguns instantes, o agradável gosto do que era ter uma família questionou novamente sua amarga existência. Por que não podia ser feliz? Por que sempre lhe era negado o que mais queria? Nunca almejou nada de extraordinário. As pessoas tinham aos montes do que ela desejava apenas uma fração. Estava próxima de um esgotamento emocional, sempre foi uma pessoa honesta com seus sentimentos e principalmente com os dos outros, porém, uma parte vergonhosa de seu próprio caráter a impulsionava a ignorar todos seus valores e princípios e apenas viver o momento que se apresentava.

 

****

 

A primavera. Esta era a estação favorita da mulher que tinha nome de flor. Esse ano em especial a temporada parecia mais florida e cheia de vida, ou eram os olhos de Marguerite que enxergavam mais cores, afinal estavam nublados pela felicidade.

John e Abbie buscaram-na no hotel às 4 p.m., um pouco mais cedo do que o combinado, mas Marguerite já estava pronta. Não pôde esconder o sorriso tímido diante do elogio de Lorde Roxton ao vê-la naquela tarde. Ela tinha escolhido um vestido formal, em formato godê na cor celeste que combinava perfeitamente com o tom de seus olhos. No pescoço tinha um discreto colar de pérolas que acompanhavam brincos delicados adornando suas bonitas orelhas expostas pelo cabelo preso de cada lado da cabeça por fivelas no tom de suas madeixas. Se arrumou como se estivesse preparada para um ensaio fotográfico do qual escolheria uma imagem para o prefácio de um de seus livros. Julgou esta ser a aparência adequada para o que se propunha a fazer na escola de Abbie e frente a reação dos dois teve certeza que acertou.

A menina contava sem parar ao pai como tinha transcorridos os dias em companhia de sua nova amiga. John sorria contente, parecia interessado mesmo não desviando o olhar da escritora nem por um momento. Admitiu para si mesmo que estava mais entusiasmado que a filha. Durante os dois dias em Londres ocupou todo seu tempo livre pensando na adorável mulher ao seu lado. Estava ansioso por vê-la novamente e tinha tomado a decisão de conhecê-la melhor. Verônica estava certa, ele não podia se condenar a solidão quando finalmente sua vida tomava cor novamente e seu coração se aquecia a simples lembrança de Marguerite.

Seu encantamento só aumentou enquanto a ouvia falar para as crianças sobre as motivações que a conduziram a carreira de escritora. Marguerite deixou que suas emoções tomassem conta de suas palavras, explicou de maneira leve quando era muito jovem seus papais foram levados para o céu e de lá olhavam por ela como anjos da guarda. Abigail levantou a pequena mão para contar que sua mamãe também havia se tornado um anjo. Marguerite concordou com um sorriso terno. John percebeu que as duas tinham muito em comum, talvez fosse isso que a tornou tão importante em sua vida e na da filha.

Marguerite recebeu uma salva de palmas quando terminou a empolgada arguição. Estava realmente feliz por estar ali. Em retribuição recebeu o mais afetuoso abraço de Abbie e concluiu que não havia no mundo presente melhor.

Depois foram conduzidos ao auditório da escola. Lorde Roxton tomou assento orgulhosamente ao lado dela para então assistir a linda apresentação do grupo de crianças. Abigail era a árvore mais linda que Marguerite já viu. Precisou de todo o esforço do mundo para controlar as lágrimas que se acumulavam em seus olhos quando a garotinha lhe entregou a rosa da primavera ao final do espetáculo.

—Os outros vão presentear suas mamães com a flor da primavera. Minha mamãe está no céu, mas, eu gosto muito de você, Marguerite._disse com toda a verdade que cabe a uma criança.

 

****

 

Marguerite segurava a rosa em suas mãos como se tivesse ganhado o prêmio Nobel de literatura. As emoções eram indescritíveis. John ofereceu-lhe o braço de forma cortês e ela não pode fazer nada mais que aceitar. Era onde ela queria estar. Jogou para longe a voz de sua consciência que lhe dizia que estava errada e que não pertencia aquele lugar. As professoras havia organizado uma pequena quermesse em celebração ao começo da estação e os dois se divertiam com o empenho de Abigail em experimentar todos os doces.

—Só mais esse, papai…_fez um biquinho irresistível.

John agachou-se nivelando seu olhar com o da criança.

—Querida, tem certeza que quer mais um doce? Sua barriguinha vai doer._fez cócegas arrancando-lhe gargalhadas.

—Seu pai tem razão, Abbie… doces demais pode deixá-la doente._concordou Marguerite deleitando-se com a forma gentil e carinhosa que ele impunha limites a filha sem parecer autoritário.

—Quem sabe podemos levar alguns para casa, e você pode comê-los quando tiver vontade, o que acha?_sugeriu Roxton.

Abigail considerou a proposta, percebendo que não receberia oferta melhor assentiu com a cabeça.

—Tudo bem, mas eu escolho os doces._estendeu a pequena mãozinha esperando o mesmo gesto do pai, que o fez logo em seguida.

—Você é uma negociadora nata, Abigail Roxton._soltou em uma gargalhada.

A menina sequer se esforçou em entender o que significava, assim que largou a mão do pai saiu correndo por entre as pessoas em busca dos doces perfeitos. Lorde Roxton se preparou para segui-la, mas antes voltou sua atenção para Marguerite e prometeu:

—Eu já volto.

Em resposta a mulher piscou sorrindo. Tão logo os viu sumir entre as pessoas, ela começou a observar os murais ilustrados pelos alunos e refletiam temas da primavera. Era tudo tão perfeito dentro da imperfeição dos traços ainda poucos seguros de crianças da educação infantil. Lembrou-se de quando pensou em lecionar e de quando abandonou seu sonho de ser professora porque não se achava capaz de conviver o tempo todo com crianças que nunca seriam suas. Pensamento egoísta, mas, de autopreservação. Quem poderia julgá-la? Quem passou por situações iguais as suas para dizer-lhe qual era a melhor maneira de enfrentá-las? Ela havia fugido sim, fugido de sua dor e de sua frustração. Buscando na segurança de seu apartamento frio a proteção para novas decepções.

—Marguerite Krux, eu suponho._a voz que a chamava, embora desconhecida não parecia lhe ter simpatia.

A escritora virou-se encontrando uma moça bonita, um pouco mais jovem do que ela. Cabelos loiros caiam um pouco abaixo dos ombros em um corte moderno e despojado. As roupas acompanhavam seu estilo. Marguerite notou que a mulher lhe examinava tentando enxergar mais do que estava disposta a expor. Então, ela sorriu amistosa antes de responder.

—Acho que estou em desvantagem. Você me conhece, mas não sei que você é.

A loira lhe estendeu a mão exibindo um sorriso forçado.

—Verônica Roxton. Fiquei sabendo que tem visitado minha casa e se aproximado de meu irmão e minha sobrinha._emendou sem cerimônias.

Não havia mais sorriso no rosto de Marguerite. Era como se até aquele momento ela estivesse dormindo e alguém a acordava com um balde de água fria. Verônica estava ali para dizer que aquele não era o seu lugar. A realidade a atingiu como uma bofetada, mas ela se recusou a esmorecer.

—Você é muito bem informada, Srta. Roxton. Sim, eu e sua família nos conhecemos há alguns dias e nos tornamos amigos. Embora eu ache que não ocorrerá o mesmo com a nossa relação, ao que parece você já tem um conceito preestabelecido a meu respeito.

—Não sou uma pessoa preconceituosa se é o que está sugerindo…

—Eu não sugiro nada, não a conheço e por isso não entendo por que está me tratando dessa forma.

—Não se faça de inocente, Marguerite._o tom de Verônica se tornou quase agressivo._Eu sei que está aqui com um propósito, que esconde algo e por isso se aproximou de John.

O mundo começou a desmoronar lentamente ao redor de Marguerite. Não conseguia mais ouvir com clareza os sons a sua volta e o ambiente se tornou vertiginoso.

—Eu não sei do que está falando._tentou disfarçar seu nervosismo com uma voz fraca.

—Não sabe? Qual é o seu segredo? Porque escolheu o meu irmão para cravar suas garras?_Verônica derramava uma enxurrada de acusações até que sua voz abrandeceu e ela parecia verdadeiramente apelar ao coração quando continuou_Escute, Marguerite… meu irmão e Abbie já sofreram demais. Você sabe que até hoje ele tem pesadelos com a morte de minha cunhada? John não superou a culpa, se acha responsável e nada o faz retroceder desta certeza. Há cinco anos não abre seu coração a nenhuma mulher, e se o fez agora é porque sente algo de verdadeiro por você. Eu não vou permitir que você o machuque.

Verônica tinha razão. Marguerite estraçalharia o coração de John quando lhe contasse a verdade. Onde estava com a cabeça quando permitiu que as coisas chegassem a esse ponto? Tudo havia sido um erro, nunca devia ter se aproximado da família Roxton. O que ela tinha a oferecer a eles? Apenas um emaranhado de problemas e incertezas que só gerariam caos e transtorno em suas vidas. Abigail era completa, tinha o amor, carinho e dedicação que precisava para crescer e se tornar uma adulta feliz. A presença de Marguerite não acrescentaria em nada a sua criação, ao contrário, poderia atrapalhá-la psicologicamente criando traumas confusões desnecessárias sobre sua origem. E quanto a John… uma angústia se instalou em seu peito. Não podia amá-lo, era proibido a ela. Transtornada com toda consciência que lhe chegou de forma inesperada, ela se apoiou em uma mesa próxima buscando reestabelecer o equilíbrio.

—Eu preciso ir._proferiu mais para si mesma do que a mulher com quem dialogava.

Sem esperar resposta, ela buscou a saída rapidamente rezando para que pudesse conter as lágrimas até que estivesse novamente sozinha. Precisava sair dali, precisava sair da vida deles.


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