I - Herdeira da Noite: Êxodo escrita por Elizabeth Charpentier


Capítulo 15
Capítulo Quatorze




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Sam continuou dentro do carro com o motor ligado enquanto Nyssa e Dean saiam. Os olhos brancos e a postura arrogante gritavam perigo para ela, mas tentou ao máximo não se virar e mandar Sam dirigir.

— O que você quer? — Dean perguntou antes mesmo que a ruiva pudesse abrir a boca.

O anjo deu um sorriso de canto e um passo para frente, olhando diretamente para Nyssa.

— Soubemos de sua ascensão. Digamos que nosso Pai não está muito feliz por descobrir isso.

— E quem é seu pai? — perguntou receosa, mesmo já tendo uma ideia de quem ele estava falando.

— Ele tem muitos nomes, porém acredito que você o conheça como Deus. — alargou ainda mais seu sorriso, mostrando duas fileiras de dentes perfeitos. — Ele ficou tão decepcionado com as atitudes de seus filhos, pelo que fizeram pelas suas costas. Contudo, Ele sabe que nada disso é culpa sua — ele a olhava com certa cobiça, desejando-a pelo olhar — e me mandou aqui para dizer que você pode fugir de tudo isso. Acredito que você não esteja tão confortável por ter que matá-lo.

Estranharam a sua atitude. Havia algo nele que dizia que as coisas não eram tão simples como estava dizendo. Nyssa olhou de esguelha para Dean, que permanecia parado ao seu lado encarando o anjo. Mentalizou a Katana em suas costas, sentindo o frio da lâmina encostar em sua pele segundos depois. Teria que agradecer a Castiel por tê-la ensinado isto pouco antes da viagem.

— Como posso fugir disso? Todos dizem que já faz parte de mim, não há como sair. — disse a ele. Viu seu sorriso se tornar um pouco mais diabólico.

— Exatamente. Você terá que deixar de existir para o que está dentro de você também não exista.

— O quê? Você realmente não tem noção de com quem está falando. — Dean exclamou.

Ouviram a porta do carro sendo aberta e Sam se pôs ao lado da garota protetoramente. Viu que ele segurava com força uma adaga prata embaixo de sua manga direita e logo reconheceu para o que ela servia.

— O Senhor me deu poder suficiente para matá-la sem resistência, Nyssa. — ele se aproximou vagarosamente da ruiva. — Vamos lá, você sabe que não tem como matar alguém como Deus, é impossível e inimaginável. Uma humana fragilzinha como você não tem chances com alguém como ele.

Quando ele chegou perto o suficiente da ruiva, ela colocou a mão em suas costas e puxou a Katana, deixando a lâmina próxima ao seu pescoço.

— Acredito que você saiba o que eu posso fazer com essa Katana, não é? Já que aparentemente você sabe tudo sobre mim. Posso não estar plena em minhas habilidades, mas posso muito bem acabar com você em apenas um golpe, e você sabe disso. — o desafiou.

Sua risada ecoou pela estrada deserta. O que ela havia falado não pareceu abalá-lo nem um pouco, estava apenas se divertindo.

— Não se preocupe, não farei nada por hora, estou aqui apenas para te avisar. Se eu fosse você, dobraria o cuidado com si mesma e com seus amigos.

Antes que Nyssa pudesse reagir, o anjo desapareceu em um leve bater de asas. Abaixou seu braço e relaxou o corpo, porém sua mente e seu coração não se aquietavam. Sabia, no fundo, que essa hora chegaria, a hora em que toda essa história de graça e matar Deus colocaria a vida de Dean e Sam em perigo, porém não imaginou que seria tão rápido assim. Não poderia deixar que fizessem algo com eles, as pessoas que a acolheram e mostraram essa vida nova.

— Não se preocupe com o que ele disse, Banshee garantiu que nada é capaz de matar você. Garota, você é invencível. Provavelmente ele estava apenas blefando. — Dean tentou confortar.

— Mas vocês não são. — olhou para os dois e se encostou no carro. Seus olhos estavam marejando e respirou fundo tentando espantar a sensação horrível que se apossava dela. — Isso aconteceu rápido demais. — sussurrou.

— Nyssa, acredite, passamos por tanta coisa perigosa e nada conseguiu nos matar. — Sam falou.

— Bom... — Dean falaria algo, mas logo foi interrompido por Sam.

— Nada das coisas que aconteceram conosco foi definitivo, sempre damos um jeito de combater algo que tente nos ferir ou ferir aquele que amamos. E faremos isso com você, então pare de se preocupar atoa Nyssa.

Ela conhecia as histórias dos dois. Bobby havia contado a ela sobre algumas situações em que eles simplesmente voltaram à vida, mas ainda assim a ideia de eles morrerem por sua culpa não a confortava. Entendia e agradecia a proteção que ambos dirigiam a ela, mas não sabia se estaria pronta a algum dia em acabar colocando os dois em risco.

— Vamos voltar para casa. — disse por fim.

Queria apenas esquecer aquele episódio por hora e pensar com mais clareza depois.

(...)

Castiel ficou irado quando soube da breve visita que receberam durante a viagem. Disse que seria impossível que Deus tivesse dando um poder tão grande para um mero anjo matá-la.

— Deus não seria tão tolo em deixar um poder grande nas mãos de alguém, principalmente depois que ele descobriu que um dos seus o traiu. Pela lógica, ele não deveria confiar em alguém. Provavelmente é uma mentira para te assustar, Nyssa.

— Só que ele parecia bem certo de que ele tem esse poder. — comentou. Ajeitou-se no sofá e olhou para Castiel. — E mesmo que ele não tenha poder para me matar, tem para matar os garotos e se duvidar matar até mesmo você. Todos corremos perigo, então ou eu treino cada vez mais e fico plena em minhas habilidades ou eu... É a última coisa que eu quero no momento, mas se for preciso, eu vou para bem longe de vocês e dou um jeito de eles pararem de persegui-los.

— Pare de falar asneira garota. — ralhou Dean. — Já dissemos, estamos com você nessa, não permitiremos que você fique sozinha só porque tem medo que algo aconteça conosco. Somos mais fortes do que aparentamos.

— Eu sei, mas eu não quero causar mal a nenhum de vocês.

— Vamos dar um jeito nessa situação, mas vamos ter que esperar que eles deem o primeiro passo, se eles fizerem isso. Aí então teremos noção do que eles são capazes e teremos como lutar contra. — disse Castiel.

— Mas afinal, como souberam de mim? Você não havia dito que eu estava escondida?

— Não sabemos como, mas alguém vazou essa informação para as criaturas que vivem na terra e isso acabou subindo até o céu. Talvez um demônio de Banshee, não sabemos ao certo.

— Desculpa perguntar tanta coisa, mas eu realmente estou tentando entender. Quem somos "nós"? Você é Banshee?

— Há outros anjos que estão nos ajudando, mas eles permanecem em anonimato para não correr o risco de serem pegos também. Eles ficam no céu, vigiando e nos repassando informações sobre o que Deus está planejando quando há brechas. Há demônios também.

— Então há mais anjos e demônios com a gente? — perguntou.

— Sim, mas vão agir quando for estritamente necessário.

— Ótimo... — murmurou. Se encostou no batente da janela e encarou o tempo nublado e chuvoso que fazia do lado de fora da casa de Bobby. — Olha, vocês podem não concordar totalmente comigo, mas preciso continuar meu treinamento. A não ser que você não queira se molhar. 

 


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