Little Susie escrita por Mayara Silva


Capítulo 2
O preço de uma alma




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Sótão - 01:35hrs

 

Michael ficou em silêncio durante todo o percurso. Ele não perguntou o que aconteceu, como aconteceu, se aquilo era mesmo verdade ou não. Ele nem mesmo havia pensado em tentar se comunicar com ela caso o vampiro estivesse falando a verdade. As suas reações eram sobretudo emotivas, não mais racionais, seus sentimentos estavam aflorados.

Não era mais o Michael médium ali, não era o Michael profissional. Era o Michael humano, puramente humano.

 

Prince sabia como isso seria difícil, então, assim que o levou para o sótão, removeu o pano mofado que cobria uma pequena janela em formato oval, e deixou que a luz da lua iluminasse a cena.

Quando o véu branco caiu, Luna apareceu ali, morta, em toda sua plenitude. Michael encarou com espanto a sua amada, enforcada por uma corda de sisal. Por que ela faria aquilo? Por quê? Eles iriam casar no verão seguinte, estavam felizes, ele a amava…

Os questionamentos eram grandes, sua mente tornou-se um pandemônio, até que seu corpo reagiu da única forma que ele conseguiu se expressar.

Gritando.

Prince afastou-se para deixá-lo só, em sua dor e luto. Michael gritava, sofria, chorava, os espíritos daquela casa já não eram mais sua prioridade naquele momento, perturbá-los ou não com a sua mágoa já não tinha mais importância.

Nada mais valia à pena. Sua amada se foi para sempre.

 

x ----- x

 

Sala de estar - 02:16hrs

 

Prince puxou um banco para próximo do piano de cauda que havia ali e, então, pensou o que iria tocar. Aquele ambiente estava morbidamente silencioso, era perceptível apenas o estalar da madeira no fogo da lareira, então o vampiro pensou em alguma maneira de distraí-los daquela solidão sufocante.

Michael estava jogado sob o tapete de camurça, olhando para o teto. O corpo já cansado de chorar não possuía mais forças para sofrer, então ele permaneceu em silêncio, apenas aceitando a dor que estava sentindo.

Prince o encarou de canto por uns segundos, mas voltou sua atenção ao piano e começou a tocar um dos Noturnos clássicos de Chopin.

 

— Ela nunca foi muito fã de Chopin…

 

Murmurou o jovem. Prince prestou atenção, até hesitou em continuar tocando, mas decidiu prosseguir sem medo e manter aquele papo.

 

— Do que ela gostava?

 

Michael divagava em suas respostas, mas o vampiro compreendia suas razões. Era a primeira vez que Prince estava se esforçando para ser paciente.

 

— Ela adorava as Quatro Estações de Vivaldi. Nas palavras dela… eram músicas alegres…

 

— Radiante.

 

Embora tentasse soar simpático, Prince ainda tinha problemas ao tentar demonstrar empatia. Ele sempre soava debochado ou ácido, mesmo sem intenção. Michael virou os olhos na sua direção e o vampiro fez o inverso, desviando sua atenção para o piano.

 

— Desculpe.

 

O rapaz deixou escapar um sorriso de canto que não durou muito tempo. Ele voltou a encarar o teto.

 

— Você sabe… por que ela morreu?

 

A pergunta fez o vampiro parar de tocar na hora. Ele encarou o rapaz mais uma vez, como se estivesse esperando ele confirmar se realmente queria ouvir aquilo agora, se era de fato um bom momento. Michael parecia ter entendido.

 

— Eu preciso saber… Uma hora ou outra eu terei que saber… Quero que seja agora.

 

O vampiro suspirou.

 

— Esse lugar carrega uma energia negativa muito forte. Você é um médium, não é? Deve entender melhor essas coisas. Não há como um ser humano com capacidades ordinárias sobreviver a esta casa, sozinho.

 

Ele voltou a encarar o piano.

 

— Aconteceram muitas coisas aqui, com essa… menina. Essa a quem você procurava. A fantasma.

 

Michael agora passou a encarar o vampiro. Prince entendeu que ainda havia um interesse dele sobre a história da menina, então prosseguiu.

 

— Susie era filha de mãe solteira. Ela morava junto com a mãe e o avô nessa casa. A primeira pessoa que a rejeitou foi o pai, depois a sua mãe morreu jovem, com tuberculose. E, por fim… o avô.

 

— E o que aconteceu com ela?

 

O vampiro deu ombros.

 

— Ninguém sabe exatamente. Ninguém veio pedir a guarda dela. Uma parte da família Lavinne morava na cidade vizinha, mas nunca se interessaram sequer em saber onde essa garota foi enterrada. O que foi dito na época é que a Susie morreu por negligência. Não haviam adultos na casa, a escola não procurou visitar a aluna ausente, não havia nenhum interesse por parte da sociedade. Descobriram o corpo da menina depois que um funcionário do governo veio cobrar uma conta atrasada.

 

Prince suspirou.

 

— O governo, como sempre, movido apenas a dinheiro.

 

Michael ouvia tudo atentamente, tentando imaginar aquele cenário. Ele se sentia abençoado por Susie ter confiado conversar com ele, nem que fosse um pouco, pois, ao ouvir toda essa história, ele percebeu como era plausível que a pequena odiasse visitas. E que jeito horrível de morrer… Ele se sentia abençoado por ter se sentido amado alguma vez na vida, diferentemente da pequena.

Nenhuma criança merecia morrer assim, ninguém merecia morrer assim.

 

— Você provavelmente veio aqui a mando de um Lavinne da cidade vizinha, não é?

 

— Lillian Lavinne. Acho… que era alguma irmã da Susie. Ela queria vender o terreno, mas nunca conseguiu.

 

— Dinheiro. Eu devia imaginar…

 

Michael ficou em silêncio, ele só podia concordar com aquilo.

 

— Como sabe de tudo isso?

 

— Eu não sei quantos anos você tem, mas eu era jovem como você quando tudo isso aconteceu. Quando me tornei vampiro, vim me isolar nessa casa porque sabia que estava abandonada, até descobrir que… tinha uma pestinha morando aqui.

 

— Não fale assim da Susie…

 

— Hunf… Não se preocupe, nossa briga é antiga, ela já está acostumada com esse apelido "carinhoso".

 

Michael assentiu, sem questionar, e voltou a se deitar no tapete. Aquela conversa havia o feito espairecer mais, embora ele ainda estivesse se sentindo mal. Era um misto de emoções negativas.

 

— Infelizmente estou sabendo dessas coisas tarde demais… Não sei se quero prosseguir com essa missão. Isso não me interessa agora.

 

— Ué. Por que não?

 

— Porque… Luna se foi. Eu não tenho mais forças para continuar aqui. Eu só quero… pegar o meu carro e ir embora, nem que eu tenha que te levar junto.

 

Prince deixou uma risada curta escapar.

 

— É, vai precisar mesmo.

 

— E… também tem toda essa história que você contou. Eu não sei se quero colaborar com a venda desse terreno. Susie não merecia, depois de tanto tempo, ainda ser tratada como um empecilho.

 

— Bom, isso depende do ponto de vista.

 

Michael arqueou a sobrancelha.

 

— Como assim?

 

— Se você for embora, Susie vai continuar aqui, assombrando essa casa. Eu sinceramente não sei se é saudável para uma menininha permanecer presa no lugar onde ela morreu. Mas, se você ajudá-la a se libertar, ela talvez fique melhor em outro lugar, porém você vai sim ter ajudado a família imunda dela a vender esse terreno. Sem sacrifício não há vitória.

 

O rapaz suspirou.

 

— Isso é verdade. Estou de mãos atadas.

 

— Relaxa aí, uma noite de sono vai te fazer sentir melhor.

 

— Bom será se eu conseguir dormir.

 

— Você vai. Boa noite.

 

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? - [horário indefinido]

 

— Michael?

 

— Luna? Luna!

 

— Eu quero te contar uma coisa…

 

Da escuridão profunda, a visão se torna cada vez mais e mais clara. A mesma porta da visão anterior reaparece. Ao abri-la,  é perceptível uma pequena caixinha de música no centro do quarto. Uma melodia familiar começa a tocar.

 

— Michael… Há um segredo na casa. Um homem chora ao corpo de uma garotinha. O seu ódio escorre pela madeira apodrecida. Uma moeda de ouro por uma moeda de ouro.

 

— C-como assim? Luna...

 

— Fuja. Fuja! Mesmo que vença, ela nunca deixará você partir!

 

— Não… Luna...

 

— VAI EMBORA, AGORA!!!

 

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Sala de estar - 03:00hrs

 

Michael acordou num pulo, suando frio e com o coração acelerado. Ele sentia como se tivesse levado uma carga forte de energia elétrica no corpo, foi o sonho que mais abalou com o seu psicológico.

O rapaz levou as mãos ao rosto e começou a chorar. Só de ouvir a voz de sua amada já lhe deixava com saudades, ele sabia que ela estava tentando cuidar de si e ver que ela não o deixou eternamente lhe fazia criar forças novamente.

Michael já estava se recompondo quando percebeu uma presença extra naquele ambiente. A lareira já havia apagado, o lugar estava mais frio, Prince ainda estava por perto, mas havia um outro alguém ali.

E era hostil… bem hostil. 

 

 — Prince…

 

Sussurrou. Humanamente falando seria impossível ver algo naquele breu, uma vez que não havia janelas naquela sala em específico, mas o que Michael estava contemplando era puramente sobrenatural.

Susie, ou o que devia ser ela, a instantes de atacar o vampiro desavisado, que também dormia por ali. Era um espírito banhado em ódio, pois a sua forma era desconexa ao de uma garotinha indefesa.

Susie estava com muita raiva.

 

— Prince!!!

 

Assim que ouviu o rapaz o chamar, Prince se levantou num salto. Tal como Susie, também havia algo de sobrenatural no vampiro, e este conseguiu ser mais rápido, desviando-se do seu ataque.

Mas Susie, furiosa, não deixou isso em vão.

 

— Vamos, agora!!

 

Prince agarrou Michael pelo braço e o retirou dali consigo. Susie soltou um grito estridente que foi capaz de destruir todos os espelhos, e o que mais fosse feito de vidro, da casa. A madeira velha daquela construção começou a tremer, a casa estava reagindo com a mesma energia negativa que Susie emanava, ela os queria fora dali a qualquer custo. 

 

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Salão de recepção - 03:07hrs

 

Michael e Prince retornaram ao salão de recepção. Estavam a poucos passos da saída, quando o rapaz segurou o braço do vampiro.

 

— Espere!

 

— Como assim "espere"?? Eu que não vou subestimar aquela pestinha, nunca a vi reagir daquela forma!

 

Michael pensou por alguns segundos, sabia que devia ser rápido. Ele não teve tempo para refletir sobre nenhuma de suas visões e estava mais uma vez encurralado por isso, mas dessa vez não podia errar em sua decisão final. Ele sabia que essa era a hora de por um desfecho nessa história, ele podia escolher finalizar aquele pesadelo ou fugir e deixar o problema para outra pessoa.

E Michael não era egoísta.

 

— Você tem razão, ou Susie tornará a sofrer pela eternidade ou eu ajudo a senhora Lavinne a vender o terreno. Eu posso ter o prazer de ver uma família horrível perder dinheiro, mas isso é banal comparado a ver um espírito de uma garotinha se manter preso no lugar onde ela padeceu até morrer! Eu não posso permitir que isso continue!

 

— Ah, que legal, eu e minha grande boca!

 

— Confie em mim! Susie está brava, mas ela não é um espírito mal. Eu conversei com ela… Susie está estressada porque esse não é o ambiente que ela deveria estar. Essa é a única chance que temos de libertá-la. Depois disso, você poderá viver a sua eternidade em paz...

 

O vampiro fez uma expressão de incredulidade e cansaço, logo em seguida revirou os olhos e suspirou.

 

— Eu já sei que vou me arrepender… E como você quer fazer isso? Vai voltar lá e tentar falar com ela?

 

Michael parou para refletir mais um pouco. Não demorou muito para tomar uma decisão, pois havia algo que sempre esteve em suas visões desde que chegou naquela casa, algo que ele não poderia ignorar agora, pois poderia ser a resposta final para aquele jogo.

 

— Você conhece toda essa casa?

 

O vampiro deu ombros.

 

— Sim… Quase a casa toda.

 

— Tem um quarto… Preciso que me leve até ele.

 

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Corredor dos quartos, 1º andar - 03:33hrs

 

— Olha, eu não sei que quarto foi esse que você viu, mas vê se é um desses...

 

Michael e Prince custaram a chegar nesse andar sem dar de cara com o espírito furioso de Susie, mas, embora o caminho tivesse sido tortuoso, o jovem médium estava se sentindo um pouco seguro, pois não conseguia sentir sua presença ali. É como se ela evitasse aquele canto da casa.

 

— Esse ambiente da casa… A energia dele não é das melhores…

 

— Bom… Tem uma mancha de sangue seco nas escadas para o 2º andar. Dizem que a menina foi encontrada por aqui. Mesmo eu evito vir pra cá e parece que ela também não gosta.

 

O rapaz assentiu, aquilo explicava muita coisa. Ele se concentrou em encarar as portas daqueles quartos velhos, procurando alguma similaridade com aquela dos seus sonhos.

Mas Susie não permitiu por muito tempo.

Michael e Prince viraram bruscamente quando ouviram o barulho de algumas portas abrindo e fechando violentamente. No fim do corredor estava ela, completamente imersa em fúria.

 

— Só corre.

 

Prince foi o primeiro a correr. Aproveitando-se de sua velocidade, ele agarrou o jovem médium pelo braço e tomou a dianteira, enquanto Susie vinha logo atrás, destruindo as trancas das portas daquele corredor.

O vampiro atravessou mais alguns corredores até se deparar com uma janela próxima à escada que daria para o 2º andar.

 

— O plano é o seguinte: vamos pular dessa janela e eu…

 

— Não, não vamos desistir!

 

— Ah, faça-me o favor! O que essa peste precisa fazer pra você enfim levantar a bandeira branca??

 

Michael nem teve tempo de responder. Em segundos a presença de Susie ficou mais forte, ele sabia que precisava tomar uma decisão logo ou daria razão para o vampiro.

 

— Eu irei tomar as rédeas agora, ok?

 

Rapidamente, o jovem médium segurou seu braço e passou a conduzi-lo. Ele passou a ignorar mais os gritos de ódio da Susie e o falatório do Prince para se concentrar nas energias que cada quarto emanava. Muitos eram apenas cômodos vazios, mas um em específico guardava lembranças muito fortes para aquela garotinha, e era para lá que ele queria ir.

 

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Quarto da Susie - 03:59hrs

 

Michael adentrou ao quarto numa velocidade absurda e Prince não ficou para trás. O médium começou a procurar por entre a pequena mobília infantil enquanto o vampiro fechava a porta do quarto esperando que ela não entrasse ali também.

Cada vez mais a presença da pequena Susie se fazia mais forte. Ambos ali sabiam que era questão de tempo até que ela estourasse aquela porta e fizesse sabe-se lá o quê com eles. Prince temia mais por Michael do que por si próprio, uma vez que a maldição particular que ambos compartilhavam fazia suas existências dependerem um do outro.

 

— Vai demorar muito aí?? Ela tá vindo, anda!

 

Michael continuava a vasculhar as coisas até, enfim, se deparar com o único objeto velho que ainda funcionava naquele local. Uma caixa de música velha e empoeirada que, embora a bailarina do interior estivesse quebrada, ainda tocava a melodia doce e radiante dos seus sonhos.

A melodia que acalmaria a fúria da Susie.

Prince se afastou da porta quando viu a menina chegar. Ele estava esperando um impacto quando percebeu que, assim que a melodia suave começou a soar, Susie já não parecia furiosa, mas bastante curiosa.

Da porta do quarto, ela encarava com grandes olhos de emoção o que havia nas mãos de Michael. Foi a primeira vez que o rapaz pode ver seu espírito na sua maior plenitude. Linda, tão inocente, os cabelos ainda tingidos de sangue. Michael, sorrindo e sem medo, começou a se aproximar da pequena Susie em passos lentos quando sentiu a mão do vampiro tocar o seu ombro.

 

— Tem certeza?

 

O jovem sorriu, assentiu e seguiu em frente.

Susie podia sentir como Michael definitivamente não tinha medo dela. Ele estendeu a pequena caixinha de música, ainda tocando, e lhe deu sem receio algum, pronto para vê-la feliz. A garota segurou a caixinha e, quando esta terminou de tocar, ela deu corda mais uma vez e a abraçou. Era a única coisa que a ligava à sua mãe e Michael havia, enfim, a encontrado.

A pequena sorriu e abraçou o rapaz com todas as forças que tinha. Michael não podia tocá-la, mas sentiu aquele abraço na sua alma, o que o fez manter o sorriso por longos instantes no rosto. Ele estava muito feliz, havia cumprido sua missão e permitido que a pequena fosse para um lugar bem melhor.

 

— Você está livre agora, Susie. Descanse em paz.

 

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Salão de recepção - 04:30hrs

 

— Então… Você ainda quer ficar por aqui?

 

Indagou Michael, enquanto caminhava pelo principal salão da casa.

 

— Claro, eu adoraria voltar a conviver com esse lixão em formato de casa.

 

O rapaz deixou uma risada discreta escapar. Doce, espontânea, mas muito rápida. A dor de perder sua amada ainda afligia o seu frágil coração.

 

— Já entendi… Então vamos pro carro. Que maldição esquisita… Nunca havia lido sobre isso. Terei que te levar comigo para qualquer lugar?

 

— Não precisamos ficar grudados um no outro, mas não podemos nos distanciar muito. Acho que… dependendo do meu nível de experiência, poderemos até morar em cidades diferentes, mas que sejam vizinhas.

 

— Hum… então vamos passar o inverno treinando isso.

 

Prince o encarou.

 

— Então… Agora que estamos com tempo, preciso perguntar… Você parecia muito familiarizado quando me viu pela primeira vez. Já havia visto algum vampiro antes?

 

— Bom… Não, mas não há espaço para ceticismo na mediunidade. Claro que é inconsequente acreditar em qualquer coisa que se vê pela frente, mas eu sempre prefiro dar o benefício da dúvida. E você me provou com unhas e dentes que não estava brincando.

 

— Com dentes, principalmente. Mas… Hum, é, faz sentido.

 

Michael riu novamente e Prince o acompanhou, de forma mais discreta. Eles estavam prestes a sair da casa quando Michael não conseguiu passar pela porta. O vampiro se retirou normalmente, mas, quando viu que o rapaz havia ficado, retornou.

 

— O que foi? Vamos, Michael.

 

— Eu… Não consigo.

 

Murmurou o rapaz, assustado. Prince revirou os olhos, achando se tratar de alguma frescura dele, quando resolveu segurar o seu braço e o puxar para junto de si.

Não conseguiu. Era como se uma força estivesse entre eles e impedisse o jovem de passar para o outro lado. Prince o encarou, também assustado.

 

— Mas o que é isso agora??

 

Isso era uma coisa que descobririam mais tarde. Luna tentou alertar o seu amado, sem sucesso: a alma de Susie pertencia à casa e, agora, Michael havia tomado o seu lugar.

Uma moeda de ouro por uma moeda de ouro.

 

Michael pertencia à casa.

Para sempre.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado dessa pequena twoshot ♡

Em breve vou soltar mais histórias deles dois, juntos e solo, tenho algumas ainda no forno XD



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