Champagne Problems escrita por violet hood


Capítulo 1
U: she'll patch up your tapestry that I shred


Notas iniciais do capítulo

FELIZ DIA WOLFSTAR!!
Hoje é a aniversário do maior fancast Wolfstar do mundo Ben Barnes e Andrew Garfield (sim eles fazem aniversário no mesmo dia), por isso no Pride decidimos que esse é o dia com só fanfics wolfstar, então se você gosta de Wolfstar hoje tem fanfic da Jones, Lari Black e Liv ♥ Mas também o Pride já tem diversas outras fanfics wolfstar, porque eles são os reizinhos desse projeto!

Essa one é minha tentativa de escrever algo angst, faz muito tempo que não escrevia algo assim e tive muitos surtos com essa pequena one-shot. Então obrigada Trice por betar e me acalmar um pouco com o resultado dessa fanfic
Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/802940/chapter/1

Sirius Black e Remus Lupin se conheceram na faculdade. Eles estavam em cursos diferentes, moravam em dormitórios afastados e não frequentavam nem os mesmos cafés do campus. Se não fosse por uma aula aleatória do curso de Filosofia que Sirius teve que pegar no segundo semestre, eles provavelmente nunca teriam se conhecido.

Em menos de uma semana de aula, eles já eram amigos e no fim do semestre estavam namorando.

Apesar das diferenças, o relacionamento parecia dar certo. Todos os amigos de Remus viraram amigos dos dois, Sirius passou a se interessar um pouco mais por história e Remus a saber mais sobre música.

Quando a faculdade terminou, Remus conseguiu um trabalho de professor em uma escola do fundamental, enquanto Sirius começou a fazer sucesso compondo e produzindo músicas para artistas famosos.

O relacionamento dos dois parecia perfeito. Estavam juntos há onze anos, porém, quanto mais tempo passava, mais séria as coisas ficavam e mais inseguro Sirius se sentia.

Ele amava Remus e tinha certeza disso. Adorava os amigos que tinham juntos e era sempre muito bem recebido pelos pais do namorado. Contudo, Sirius não conseguia explicar o motivo de não querer falar da própria família e, muito menos, de nunca ter apresentado Remus para eles. Não deveria ser tão complicado explicar que havia cortado laços com todos os Black e era mais seguro para Remus manter distância.

Entretanto, a família de Sirius era um lado dele que não queria mostrar para os outros, não queria que Remus visse a parte que não era um músico determinado e corajoso, o lado que ele havia se apaixonado. O Sirius que tinha medo dos pais e havia fugido de casa não era um lado agradável. Era uma parte de Sirius que o fazia sentir que ele não era bom o suficiente para estar do lado de Remus, muito problemático, triste e sem saber lidar com os próprios problemas.

Apesar de Remus perguntar vez ou outra sobre o passado dele, Sirius havia aprendido a desviar cada vez mais daquelas perguntas. E o relacionamento dos dois continuava bom, como deveria ser.

Depois de onze anos namorando, Remus também havia sugerido que eles morassem juntos, já que passavam muito tempo no apartamento de dois quartos de Remus — muito mais espaçoso que o pequeno studio de Sirius —, no primeiro momento a ideia não pareceu tão ruim, fazia sentido que eles morassem juntos. Porém, quanto mais Sirius pensava no assunto, mais nervoso ele ficava.

Parecia um grande passo no relacionamento deles, começar a dividir contas e despesas. Depois disso provavelmente viria o casamento, a mãe de Remus sempre dava indireta de esperar um casamento entre os dois.

Mas Sirius não sabia se estava preparado para um casamento, não tinha uma visão muito boa do que era se casar com alguém. Seus pais não eram o maior exemplo de um relacionamento saudável, só estavam juntos por desejo dos avós de Sirius.

E se o relacionamento entre ele e Remus estava bom, por que mudar?

No fim, conversou com o namorado dizendo que achava melhor continuar com seu studio. Explicou que precisava de um espaço para focar melhor em suas composições e que não queria atrapalhar Remus, que estava sempre corrigindo provas e trabalhos dos alunos. Remus aceitou a explicação de Sirius, no entanto, ele conseguia ver que o outro não estava muito feliz. Era claro que esperava que eles fossem morar juntos e, no futuro, casarem-se.

Remus sempre esperava mais do que Sirius podia lhe oferecer.

Sirius sabia que Remus poderia ter algo melhor. Um relacionamento de onze anos com um futuro incerto não era o que a maioria das pessoas desejava, mas Sirius era egoísta demais para deixá-lo ir embora.

Algo havia mudado entre eles depois que Sirius recusou o pedido de morarem juntos, era como no fim da faculdade, quando Remus tentava cada vez mais arrancar algo de Sirius sobre o seu passado.

Sirius tinha cada vez mais medo que Remus pudesse terminar com ele. Todavia, isso não era o bastante para que abaixasse todas as barreiras que tinha construído ao longo dos anos.

Mesmo depois de doze anos longe de casa, ele ainda conseguia sentir a presença dos pais em tudo que fazia. Eles com certeza não aprovariam o relacionamento de Sirius com outro homem, não era calorosos e acolhedores como os pais do namorado. Orion e Walburga Black nunca amaram Sirius como pais deveriam amar os seus filhos, eles só queriam que o sangue da família continuasse e um filho que pudessem moldar como quisessem. Entretanto, eles não tinham conseguido moldar Sirius.

Sirius gostava de homens tanto quanto gostava de mulheres. Nunca gostou da vida glamorosa da família Black e da maneira como eles tratavam todos que julgavam inferiores. Nunca sonhou em herdar a empresa e a herança da família. Nunca aceitaria se casar, muito menos com alguém que os pais escolhessem.

E, mesmo que tivesse fugido e deixado todo aquele mundo para trás, era como se Sirius não tivesse conseguido se desprender totalmente de todas as correntes que o ligava aos Black.

E ele sentia que a sua vida perfeita ao lado do homem que amava não duraria para sempre e que seus pais ainda apareceriam como fantasmas de seu passado, sempre o assombrando.

No fim, os temores de Sirius se concretizaram. Ele estava voltando para o seu apartamento, depois de mostrar sua música nova para um de seus clientes, quando um carro preto e luxuoso estacionou na rua.

E quando sua mãe saiu do carro, em plana luz do dia em Londres, Sirius achou que estivesse dentro de um dos seus piores pesadelos. Ela parecia mais velha, nem mesmo os tratamentos estéticos que sempre faziam eram capazes de reverter algumas mudanças da idade. Porém, Sirius a reconheceria de qualquer jeito, era o rosto que o perseguia sempre que se olhava no espelho.

Walburga não o abraçou, não perguntou se ele estava bem, se estava se alimentando direito, ou comentou sobre o quanto Sirius estava mais velho. Ela nem ao menos sorriu.

Não precisou de nem dez minutos para dizer que já estava na hora de Sirius voltar para casa. O pai dele estava doente e não teria muito tempo de vida. Walburga ressaltou que ele ainda tinha compromissos como filho de Orion Black e que não poderia fugir do seu sangue.

Ela não o arrastou até o carro para levá-lo embora, nem ao menos se despediu quando entrou no automóvel e o motorista dirigiu para longe dali. Não havia deixado um prazo para que ele retornasse, não precisava disso.

Walburga já havia provado o maior temor de Sirius, que ele nunca poderia se livrar do seu passado.

Três dias depois, Remus estava no apartamento de Sirius, o namorado tinha o ignorado por dias e estava visivelmente abalado. Contudo, Remus estava naquele relacionamento tempo o suficiente para saber que não adiantaria pedir por explicações.

Enquanto os dois estavam deitados na cama, quase dormindo, Remus sussurrou:

— Você sabe que que pode confiar em mim, certo? — perguntou. — Sempre estarei aqui quando precisar.

Sirius não conseguia se virar para encarar o namorado e deixou que ele o abraçasse por trás. Tentou responder um “sim”, mas não tinha certeza do som que saiu dos seus lábios.

— Eu te amo — disse Remus.

Dessa vez Sirius não respondeu e permitiu que o sono tomasse conta dele pela primeira vez desde que reencontrou a mãe.

Era difícil fingir que não vivia no constante medo de que sua mãe pudesse entrar em contato com ele de novo, mas Sirius não queria envolver Remus naquilo. O namorado também tinha os próprios problemas e Sirius odiava saber que o estava deixando preocupado.

Por isso, fez o melhor para parecer que estava tudo bem na frente de Remus, esforçou-se para ser um bom namorado e ouvir todas as histórias de Remus sobre seus alunos, enquanto Sirius falava das músicas que andava compondo.

Por alguns meses funcionou, tudo parecia exatamente como deveria ser.

E o fim do ano chegou, sem nenhum sinal de Walburga, que voltava a aparecer apenas nos pesadelos de Sirius.

O Natal estava perto e eles iriam para Hogsmeade celebrar junto com a família de Remus, como faziam todos os anos, tirando algumas exceções que passaram com os amigos, James e Lily.

Sirius estava terminando de se arrumar para ir jantar no apartamento de Remus, os dois pegariam o ônibus para Hogsmeade no dia seguinte, e Remus tinha decidido preparar um jantar só os dois um dia antes. Sirius sabia muito bem que o namorado não era o melhor cozinheiro do mundo, normalmente era Sirius o encarregado das refeições. Mas Remus estava se esforçando para aprender a fazer algo minimamente comestível. No fim, Sirius acabaria comendo mesmo se não o fosse.

Ele parou sua moto em uma vaga na frente do apartamento de Remus e, assim que tirou o capacete, sentiu o seu celular vibrar dentro de sua jaqueta. Pensou que deveria ser o namorado perguntando se ele já estava chegando.

Mas, quando olhou para tela, viu que era de um número desconhecido.

“Volte para casa imediatamente.”

Sirius não precisava de uma assinatura para saber quem havia mandado a mensagem. Tinha trocado de número depois de fugir de casa, porém, o medo sempre fez com que ele lembrasse de cor o número dos pais.

Apertou o aparelho com força e respirou fundo. Não respondeu a mensagem, sua mãe não estava esperando uma resposta, a ordem era clara.

Queria voltar para o seu apartamento, sentia sua respiração acelerar e seu coração bater mais rápido. Porém, não poderia fazer aquilo com Remus, o seu namorado estava esperando ansiosamente por aquele jantar, não podia estragar a noite de Remus com os seus problemas.

Fez o possível para se acalmar, antes que Remus realmente mandasse uma mensagem perguntando se ele estava chegando.

Quando o elevador parou no terceiro andar, Sirius já não tremia mais e conseguiria parecer completamente normal na frente do namorado.

Remus o abraçou assim que ele entrou, ele estava radiante, sempre gostou da época do Natal e de passar os Natais dele ao lado de Sirius.

Sirius retribuiu o abraço e se deixou ser reconfortado pelos braços de Remus, pelo leve cheiro de creme de barbear, que sempre fazia com que Sirius se sentisse em casa.

O apartamento estava arrumado, normalmente tinha provas, trabalhos e livros por todos os cantos, mas, dessa vez, Remus havia aproveitado o feriado para pôr tudo em ordem, como sempre fazia.

— Champanhe? — perguntou Sirius vendo a garrafa na mesa. Ele a pegou com as duas mãos para ler o rótulo. — Dom Pérignon? Isso é cara para caralho, Remus.

Remus riu da expressão de choque no rosto do homem.

— É uma ocasião especial — disse dando de ombros.

Sirius arqueou uma das sobrancelhas.

— Natal?

Tudo bem que Remus amava o Natal, mas aquilo era um pouco demais, ainda mais para o salário dos dois. E uma garrafa inteira para eles, não entendia o porquê de Remus não ter escolhido abrir em Hogsmeade com toda a família.

Remus pegou a garrafa e colocou gentilmente na mesa, como se fosse mais delicada do que realmente era.

— Não precisa ficar tão espantado — comentou. — Posso comprar algo assim de vez em quando.

Sirius ainda estava chocado, contudo, deixou que Remus finalizasse o assunto e começasse a explicar o prato que tinha feito — um peito de frango simples com salada —, como se fosse o equivalente a um prato em um restaurante cinco estrelas.

Remus abriu o champanhe caro e os dois comeram o jantar. O frango estava levemente queimado, mas Sirius não se importou. Eles conversavam como sempre conversavam e Sirius se sentia reconfortado em ter Remus ao seu lado. Quase fez com que ele esquecesse a mensagem ainda aberta em seu celular.

Assim que tiraram os pratos da mesa, Sirius se preparou para lavá-los, no entanto Remus o impediu.

— Amanhã eu faço isso — insistiu. Ele parecia estar nervoso, Sirius havia notado que ele estava assim enquanto jantavam. Conhecia Remus o suficiente para saber que o namorado sempre ficava desse jeito quando tinha algo para dizer, mas não tinha coragem necessária.

Remus sempre foi tímido e às vezes muito inseguro, porém, depois de anos de namoro fazia tempo que Sirius não o via tão nervoso. Decidiu aceitar o pedido de Remus e deixar a louça suja para o dia seguinte.

Permitiu que o namorado o guiasse de volta para a sala. Remus agora estava parado perto da mesa de jantar, sem pratos e só com a garrafa de champanhe.

— Eu planejei essa noite tantas vezes, mas já fiz tudo errado — começou soltando uma risada sem humor. Sirius só conseguia o encarar, confuso. — Comprei esse champanhe caro e abri antes da hora.

— Remus, do que vocês falando?

Remus respirou fundo, a mão dele foi para o bolso da calça. No mesmo instante soube o que estava prestes a acontecer.

Quando Remus se ajoelhou na sua frente, Sirius já sabia a resposta.

— Sirius Black, você quer se casar comigo?

Sirius não podia aceitar. Ele sempre soube disso, por isso nunca quis se casar. Ainda mais com a mensagem de Walburga ainda rodeando a sua mente. Remus sempre mereceu algo melhor do que Sirius tinha a oferecer, ele com certeza merecia alguém que pudesse dizer sim. E esse alguém jamais seria Sirius Black.

Remus não merecia ter que aguentar todos os pequenos problemas da vida dele. Então, quando Sirius disse não ele sabia que aquele seria o fim.

***

Remus não esperou o dia seguinte para voltar para Hogsmeade e Sirius pegou a mala feita e a levou para casa dos pais, o lugar que não pisava há doze anos.

Foi um término estranho, Sirius não teve muito tempo para juntar as suas coisas no seu pequeno apartamento, antes de ter que assumir a empresa depois do falecimento do pai. Ele nunca pegou os seus pertences no apartamento de Remus, não tinha coragem de aparecer na frente do homem de novo.

Remus com certeza não queria vê-lo.

Os amigos que tinham em comum entravam em contato com Sirius, mas ele mal tinha tempo para responder, e era estranho insistir naquelas amizades que só tinha por causa de Remus.

De volta na mesma mansão que havia sido como uma prisão para Sirius, ele sentia como se não merecesse nada da vida que deixou para trás.

Não tinha como fugir de novo, Walburga tinha jogado tudo em cima dele e deixado claro que Sirius seria um Black, e viveria como um, até o dia que morresse.

Cinco anos se passaram, Sirius nunca mais ouviu nada de Remus, também nunca mais compôs uma música, ou tocou guitarra. Havia abandonado tudo que amava.

Era verão, quando ele recebeu uma mensagem de um número que não via há anos. Seu antigo amigo, James Potter, tinha decidido que seria bom avisar para Sirius que Remus estava prestes a se casar.

Nymphadora Tonks. Sirius quase não reconheceu aquele nome. Entretanto, lembrava-se vagamente de Walburga citá-lo em uma conversa, como se estivesse falando de algo podre ou uma doença contagiosa. Nymphadora era a filha de Andrômeda, prima de Sirius. Ele não escutava o nome da prima há anos, ela foi embora antes dele. E, diferente de Sirius, ela era corajosa o bastante para nunca voltar. E ele era um covarde, sempre fora.

Será que Remus sabia do parentesco entre a atual noiva e o ex-namorado? Sirius duvidava. Andrômeda não era mais uma Black e Nymphadora Tonks nunca foi criada como uma.

E era estranho pensar que o homem que havia amado por onze anos — e talvez ainda amasse — havia conhecido uma pessoa nova nos cinco anos que se passaram e a tinha pedido em casamento. Assim como tinha pedido Sirius um dia.

Ele se perguntou se Nymphadora era melhor para Remus do que ele, provavelmente era. Remus sempre mereceu alguém melhor que Sirius, alguém que nunca soltaria a mão dele e o abandonaria.

Sirius Black e Remus Lupin se conheceram na faculdade. Namoraram por onze anos, depois viraram desconhecidos, e, em cinco anos, Remus se casou com uma pessoa que não era Sirius.

Doía pensar em Remus com outra, porém, pelo menos, ele não teria mais que lidar com os problemas de Sirius Black.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Escutei essa música uma vez e comecei a pensar em algo wolfstar ouvindo e deu nessa fanfic kkkkk espero que tenham gostado, ficarei feliz em receber comentários ;) ♥

Beijos, Violet



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Champagne Problems" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.