A bailarina e o imperador escrita por Teylla


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Oh, quanto tempo não venho dar minhas caras em Fairy Tail haha
Mas isso é uma forma de avisar que estou voltando para esse universo, mesmo que seja com uma onezinha ♥
Espero que gostemm

Campanha não seja um leitor fantasma, adote você também! hahaha

Toda vez que vocês virem o sinal "♪" cliquem no link pra poder ler com a música, tá?
Ah, eu tenho um instagram e nele estou postando vários spoilers, indicações e tal, além de ter um grupo no whatsapp, vou deixar os links tudo na nota final!
Amo vocês, até as notas finais! ♥



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A bailarina e o imperador

Teylla / MissAlencar

 

Capítulo único





E lá estava ela novamente, no alto do morro próximo ao castelo, dançando na chuva na ponta dos pés, ensaiando novamente seu ballet, o qual havia dado todo suor, sangue e alma para dominar aquela dança. 

Para ser a melhor, ter seu nome conhecido pelas cidades e que chegasse até o império. Quem sabe um dia não seria conhecida pela realeza e seria convidada para dançar e se apresentar para todos? 

Precisava fazer isso, precisava ver aquele homem novamente.

Natsu Dragneel.

Jamais havia visto olhos verdes tão bonitos e um rosto tão bem esculpido, seus cabelos rosados levemente bagunçados, onde dormia debaixo da árvore próxima a si, com um livro no peito.

Por mais que as gotas engrossassem, ela não desistia de treinar. Mesmo que faltassem ar de seus pulmões e sua respiração se tornasse ofegante, ela fazia seus passos e pulos, mesmo se sujando de lama. 

A sala onde treinava estava trancada para manutenção, mas tinha uma pequena esperança de que aquele homem aparecesse lá novamente.

Talvez estivesse levemente doente ou com algo sério, mas acreditava que  sua força de vontade era mais forte do que isso.

Estaria com febre talvez? Balançou a cabeça em negação.

Sentia-se observada, então parou.

— Quem está aí? — perguntou, ouvindo apenas o barulho da chuva. 

Respirou fundo com as mãos na cintura, o cabelo preso em um coque estava encharcado, decidiu dar uma pausa e descansar debaixo da árvore, tiraria um pequeno cochilo até que parasse de chover.

Assustou-se ao ouvir passos atrás de si, logo uma mão apareceu à sua frente, capturando sua atenção. 

— Quer dançar? — questionou um homem muito bem vestido de azul com ornamentos dourados, era ele.

  Os olhos verdes que ela se apaixonou brilhavam intensamente, e por um momento a chuva havia parado, abrindo as nuvens e mostrando um céu iluminado pelas estrelas. A paisagem perfeita para aquele momento.

Ela não sabia o que responder, estava perdida em pensamentos e um pouco confusa.

— Oh, te atrapalhei? — ele perguntou e ela negou com a cabeça.

— É claro que aceito — confirmou segurando sua mão, pronta para uma dança, 

Ele abriu um grande sorriso ao levantá-la e segurá-la pela cintura, carregando-a enquanto dava um rodopio. 

Lucy podia escutar uma música de fundo que não existia, seus olhares não se desencontraram por nenhum momento, parecia tudo muito surreal, mágico. Mas foi a sensação que ela teve ao encontrá-lo algumas vezes, sempre no mesmo lugar.

Eles começaram a dançar juntos, com a lua como testemunha do amor dos dois, um sentimento que parecia queimar de tão intenso, ardia dolorosamente e ansiavam poder gritá-lo com toda sua força.

Um amor utópico e inalcançável. 

Ele segurou-a novamente pela cintura, carregando-a de lado, enquanto ela esticava as duas pernas, deixando-as bem abertas, enquanto um de seus braços estava esticado e inclinado para cima, o outro estava para baixo. Natsu a girava, o movimento dos dois eram lentos e elegantes.

Logo ela pousou-a no chão novamente, segurando sua mão enquanto ela girava até onde dava, com a mão livre esticada, logo foi puxada de novo, unindo suas duas mãos e rodando sua perna, para logo levantá-la na altura da cabeça. 

Juntos deram várias voltas rápidas e unidas, passando o pé de um peso para o outro. Logo ele a soltou, para que a mesma pudesse girar e logo desse pulos consecutivos com uma perna esticada e os braços levantados para cima e ao pousar, trocar a perna e repetir o movimento.

Quando chegou em um ponto, apenas olhou para ele e correu. Natsu abriu seus braços, pronto para recebê-la, não conseguia tirar seus olhos daquela mulher que roubou seu coração, sentia algo que não conseguia explicar.

Ao se aproximar, ele a pegou na cintura novamente, levantando-a acima de sua cabeça, dando duas voltas antes de pousá-la novamente. 

Eles se olharam e se afastaram subitamente, para se juntarem de novo. Os dois estavam ofegantes e sorriram, encostando suas testas.  

Na hora que a música parou de tocar em sua cabeça, Lucy o olhou novamente. 

Ficaram se encarando por alguns segundos, antes dele segurar seu queixo e puxá-la para um beijo intenso, cheio de desejo e paixão. Queria desesperadamente mostrar o que sentia por ela e o que ela conseguia fazer com ele. 

Ela podia sentir as borboletas no pé de sua barriga, o beijo intenso foi se tornando mais calmo e logo selinhos. 

O olhar dizia mais que qualquer coisa quando se separaram, a chuva havia voltado fina, porém promissora.

— Natsu… — disse, por fim ansiando ver aqueles olhos brilharem novamente.

Ela sorriu e ele sorriu de volta, aquecendo seu coração e o enchendo de esperança que poderia vê-lo novamente e que talvez… até pudessem se casar!  

Tudo estava lindo e maravilhoso, seu coração parecia que ia pular para fora de tanta alegria!

Um homem que passava por ali se aproximou ao escutá-la chamar um nome conhecido demais para si, foi até a árvore para observar melhor e arregalou os olhos, para se agachar logo após, pousou sua mão na testa dela, a mulher estava ardendo em febre e parecia sonhar acordada, não sabendo diferenciar a realidade de sonho. 

Parecia estar delirando.

A chuva estava grossa e pesada, retirou sua capa para carregá-la, teria que cuidar dela ou a mesma morreria ali mesmo. 

O cabelo loiro e sedoso estava grudando em sua testa e pescoço, ela tremia em seus braços, falando coisas inaudíveis, até que abriu os olhos. Ainda sim, não parecia estar presente ali naquele momento, parecia estar em outro lugar.

— Natsu… — disse quando o olhou.

Ele a conhecia, até demais. 

— Aguente firme, Lushi… — pediu e entrou na carruagem, ordenando que fossem rápidos. 

 

◈ ૪ ◈

 

— Chamem um médico, agora! — ordenou e não demorou muito para que o mesmo chegasse. 

O salvador estava ansioso, roendo as unhas enquanto o médico diagnosticava a paciente. A garota parecia ter dificuldade em respirar, além de arfar muito. Ela estava pálida, deitada com uma coberta até a barriga, ainda falava coisas desconexas, parecia estar presa em sua própria realidade.

Às vezes abria os olhos, mas não estava sã. 

Quando o médico levantou, foi em direção dele, mas parecia muito preocupado.

— Esta noite ela tem que ficar em observação, deixei o medicamento aqui, se ela não melhorar esses dias, meu senhor… me preocupo com seu quadro, parece que ela está assim a alguns dias — comentou. — Acho que seja pneumonia.

— Certo, muito obrigado — disse e foi até a cama, sentando-se ao lado dela e segurou sua mão.

Ela tremia um pouco.

— Lushi… — chamou com uma voz triste, enquanto fazia carinho em seu cabelo, vê-la tão apática partia seu coração. 

 Passaram-se algumas horas e não havia sinais de melhora, ele fazia o que podia para medicá-la, mas de nada adiantava. A respiração dela não estava firme e coesa, às vezes parecia que faltavam ar em seus pulmões, entretanto ela não se rendia para a morte.

— Hnn… — ela fez um barulho e logo os olhos verdes trataram de olhá-la. 

— Lushi…? — perguntou.

Os olhos acastanhados brilharam um pouco, parecia ter recobrado nem que fosse um pouco sua sanidade.

— N-Natsu? — questionou com a voz fraca. 

— Sim, sou eu, minha bailarina — respondeu segurando sua mão que ficava levemente gélida. 

— O que está… acontecendo? — perguntou com dificuldade. 

—- Shh... Está tudo bem… descanse — tentava dizer para acalmá-la. 

As batidas do coração de Lucy estavam aceleradas, sem motivo algum. Mas ela sentia como se… estivesse lentamente morrendo.

— Então não foi um sonho afinal… — comentou e Natsu não entendeu. 

Os olhos se encheram de lágrimas, seu sonho estava se realizando! Precisava dançar para ele… dançar no palácio… Tentou-se sentar, mas seu corpo tremia e não tinha forças para fazer nada.

Natsu se levantou preocupado, segurando-a.

— O que aconteceu? — arguiu franzindo o cenho.

— Preciso… dançar aqui… para você — respondeu com um sorriso fraco, aproveitou que ele estava segurando-a e se apoiou nele. 

— Lushi… você precisa descansar — pediu, sentindo um nó no peito.

Ela abriu o maior sorriso que pode, segurando suas mãos e apoiando-a em seu rosto. 

— Está tudo bem… me acompanha? — questionou. — Por favor… 

Ele engoliu em seco sem saber o que fazer, a saúde dela estava fraca. Será que estava tendo mais algum devaneio? Não sabia dizer. 

O imperador segurou sua bailarina na cintura com firmeza e segurança, tentaria de todos os jeitos não forçá-la. Lucy por mais que tentasse, quase não tinha força nas pernas, mas queria dançar.

Ele a carregou, girou e o fez novamente, enquanto ela intercalava levantando os braços e outrora as pernas. Sua mão pousou novamente na cintura e rodopiou com ela, erguendo-a e logo pousando-a no chão novamente.

A bailarina não parava de sorrir, vivendo seu sonho. 

Sentia-se grata por estar nas mãos de seu amado.

Ela tossiu e tossiu novamente, Natsu parou a dança, carregando-a para colocá-la na cama, mesmo que a mesma não quisesse. Os olhos dela brilhavam, mas estava debilitada e tossindo. 

Ele beijou-a na testa com ternura. Logo depois deu um selinho em seus lábios. Ficaram um tempo em silêncio e Lucy sentiu sua respiração piorar e o ar se esvair cada vez mais de seus pulmões.

— Natsu… — ele a olhou quando a mesma chamou. — Eu amo você… obrigada por tudo. Por realizar meu sonho.

O imperador ficou confuso, não entendia porque ela dizia essas coisas, poderia guardar para mais tarde. Tinha certeza que ela sobreviveria, faria de tudo para que ela se tornasse sua imperatriz e a única, afinal, havia feito de tudo para se tornar o dono daquele império, apenas para torná-la sua.

— Por que está dizendo isso? Não faça soar como uma despedida, por favor, eu lhe imploro! — ele implorou, com a voz embargada, encostou sua testa na dela com os olhos fechados, sem deixar de segurar suas mãos.

— Apenas… queria… dizer… como… me sinto — respondeu com muita dificuldade e deu um sorriso.

Ele a olhou, dando um selinho.

— Eu amo-te também — confirmou e Lucy achou que perderia seu coração naquele mesmo momento.

— Fico feliz em saber disso… achei que nunca... tinha me notado — comentou.

— Como eu não te notaria? — perguntou com a voz rouca.

Lucy apenas sorriu fraco, estava cansada… cansada demais… sentia seus olhos pesarem e lentamente se fecharem. 

Ficou em silêncio um pouco, mas até demais.

— Lucy? — perguntou, mas não escutou nada de volta, nem sua respiração. Um pânico invadiu seu peito e uma sensação de tremendo horror percorreu seu corpo, sentia como se alguém tivesse puxado seu tapete, fazendo-o cair. — Lushi…? 

Suas mão trêmulas pousaram em cima do peito dela, mas não havia batidas de coração ali, colocou o dedo embaixo do nariz para apenas concluir o óbvio, ela não respirava. 

Caiu de joelhos no chão, segurou a mão dela e abaixou a cabeça chorando. 

Se perguntou de que adiantava ter se tornado imperador, se não conseguia proteger nem a quem amava? 

— Me perdoe, Lushi… eu demorei demais para buscá-la — disse entre fungadas. 

Seu coração havia sido arrancado ao ver a mulher que amava morrer na sua frente, sem chances de ajudá-la ou até salvá-la da morte. O mundo parecia ter desabado em suas costas. 

Não conseguia acreditar que aquilo tinha acontecido.

Lembrou-se vagamente de uma das vezes que fugiu do castelo para sentar naquela mesma árvore para fugir um pouco de toda a pressão e fingir dormir, apenas para assisti-la dançar com tanta paixão. 

Sua diversão e maior prazer era ver Lucy dançar, por mais que ela não percebesse, ele era seu maior fã. 

Ficava vermelho quando ela acabava e se aproximava dele, apenas para observá-lo dormir ou tocar docemente as mexas de seu cabelo e falar coisas que ele se segurava para não rir.

O brilho no olhar enquanto ela dançava, o sorriso de satisfação que ela deixava estampado no rosto. Lucy era estupenda e brilhante, não tinha como não sentir seu coração ser preenchido com tanta ternura quando observava-a. 

Havia decidido transformá-la em sua imperatriz e desde então teve que se manter mais ausente por causa de sua briga pela coroa. Mas jamais imaginaria que o fim seria tão trágico.

— Lushi… — gritou o mais alto que pôde, tentando liberar todo sofrimento que seu coração sentia naquele momento. 

Ele a amava, a amou desde a primeira vez que a viu.

Jamais nenhuma outra ocuparia seu lugar, sabia disso. Ele engoliu em seco, fitando-a pela última vez, dormindo tão serena e com um sorriso fraco no rosto… parecia estar em paz e feliz.

Ao menos pôde dá-la uma morte tranquila.

Naquele momento teve o fim de sua doce história de amor. Levantou-se, sem conseguir por completo e foi até a janela, observar a lua e a chuva que caía grossa lá fora, foi pensar um pouco e entrar em seu luto eterno.

E aquela foi a primeira vez que o reino de Magnólia não teve uma imperatriz até a morte de seu imperador. 






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Notas finais do capítulo

Triste, eu sei! Juro que pensei em fazer dois finais diferentes, mas queria me arriscar no drama um pouco e juro que chorei com ela se esvaindo lentamente e ele com fé que ela iria viver, mesmo ela sabendo que não iria :(

E sim, Natsu havia pesquisado tudo sobre a Lucy.

Inclusive uma das versões dessa one, seria a Lucy morrendo sozinha em seu próprio delírio por causa da pneumonia e o Natsu achando-a já morta.
Espero que tenham gostado! O que acharam? haha

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