Segunda chance escrita por Laura Vieira, WinnieCooper


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

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A festa de noivado estava acabando e Petruchio não tirava os olhos de Catarina, de seu sorriso nos lábios, de seus olhos brilhantes e de seu filho que já aparecia em sua barriga levemente proeminente.

Queria a tocar a abraçar lhe dizer que havia feito tudo por amor a ela e amor ao filho deles. Mas a festa não acabava e a etiqueta não permitia que ele chegasse perto dela. 

 — Vou dar uma desculpa para minha irmã ir aos jardins Petruchio, converse com ela, explique tudo, Catarina te ama, vocês precisam se entender. - Bianca o falou em segredo quando o viu sonhar longe observando sua fera.

Ele obedeceu a sugestão da cunhada e esperou que Catarina aparecesse nos jardins, e como num roteiro de filme de romance lá estava ela, linda iluminada pela lua, de costas para ele.

Petruchio se aproximou dela e podia ouvir sua respiração cansada e ver seus braços nus com frio do sereno da noite. 

Não resistiu e a abraçou pelas costas, ela sentiu seus braços quentes em volta de si ao mesmo tempo em que ele colocava seu nariz em seu cabelo sentindo seu cheiro. 

— Que saudade d'ocê meu favo de mel. 

Catarina sentia seu coração saltar pela boca e suas pernas bambearem só de ouvir a voz dele em seu ouvido, seus pelos da nuca se arrepiaram ao mesmo tempo que fechou os olhos aproveitando o carinho dele ao passar suas mãos por seus braços. 

Ela podia esquecer tudo, todas as semanas que passou chorando por ele, chorando por sua traição, chorando por se sentir abandonada enquanto todos ao seu redor se sentiam completos e felizes. Ela podia esquecer e virar seu rosto em direção a ele e o beijar com saudade. Podia fazer isso, mas seu orgulho e seu rancor não deixaram. 

— Não se aproxime de mim! - ela pisou com toda força do mundo em seu pé e lhe deu uma cotovelada na barriga. - Traidor! 

Estava de frente a ele e podia ver sua cara de dor pelo movimento rápido de se livrar de seus braços, não tinha nenhum vaso ao lado senão completaria arremessando em sua cabeça. 

— Catarina! Fiz tudo por amor pelo ocê! Já disse! Por isso fingi estar com a Marcela pra achar pistas do seu dinheiro. - ele estava se contorcendo de dor pelo o que ela havia feito. 

— E espera que eu acredite que passou semanas ao lado daquela doidivanas e não fez nada com ela? 

— Catarina eu juro pelo nosso filho que tá no seu ventre que eu sou inocente. 

— Não ouse fazer isso! Não ouse jurar pelo meu filho que ainda nem nasceu e já vai pagar pelo pai mau caráter que têm! - ela estava furiosa, mesmo depois de tudo que ele havia feito por ela, de ter encontrado seu dinheiro e a devolver sem pedir nada em troca, queria o ferir do mesmo jeito que ela havia se ferido. 

— Acha mesmo que se eu tivesse o mínimo de interesse na Marcela eu teria te devolvido o seu dinheiro? 

— Ah, quer aplausos por ser honesto? Quer aplausos por fazer o mínimo?! 

Petruchio tentava não perder a paciência, mas diante de Catarina e suas constantes acusações já estava gritando de volta com ela. 

— Não Catarina, eu quero que ocê reconheça o que fiz e que volte pra fazenda comigo! 

Ela começou a rir sarcasticamente, seus cabelos saltavam para a frente de seu rosto quando voltou a gritar com ele: 

— Eu jamais vou confiar em você de novo, em homem nenhum de novo! Com meu dinheiro vou criar meu filho sozinha! 

Ouvir ela dizer aquelas palavras a ele lhe feriam o coração, saber que não tinha obtido nenhum reconhecimento por parte dela de todo seu esforço, de toda sua luta para tentar dar um futuro ao seu Petruchinho e a ela lhe faziam quase a ter lágrimas nos olhos. 

— Eu falei, que o que eu fazia, podia acabá com o que a gente tava construindo! Eu só quero seu bem meu favo de mel. 

Ele a segurou na cintura e procurou seus lábios antes tão fáceis, agora tão difíceis de alcançar. 

Quando sentiu Petruchio a beijar quis o empurrar e o bater, mas não conseguia, não tinha forças contra ele, lhe beijou de volta, com todo o amor que sentia por ele, segurou seu rosto para junto de si, o acariciou na face, aproveitou seu gosto, pela última vez. 

Ao se separar dele o olhou nos olhos, queria acreditar nas palavras que ele a dizia, queria correr para os seus braços e se sentir protegida e amada, voltar para a fazenda e ser feliz, mas não podia.

— O meu bem é ficar longe de você. 

Não gritou e não o bateu, mas suas últimas palavras a ele o feriram mais que uma lâmina entrando em seu peito. 

Sentiu ela sair de seus braços e se encaminhar para dentro de casa, o choro enfim o alcançando e a felicidade não o encontrando. 

— Eu não vou deixar ocê cria o meu filho longe de mim! Nunca assinarei o divórcio! 

Suas últimas palavras a ela foram entre lágrimas e ela gravou isso e sabia que ele cumpriria.

— Mas Catarina você o ama. 

— Não existe o amor para mim Bianca! Pare de dizer a palavra amor perto de mim! - era para estar pulando de felicidade ao encontrar seu dinheiro, mas a dor permanecia em si. 

— Catarina uma mulher separada é mal vista na sociedade, o que vão pensar de mim? Não posso nem te mandar para um convento porque está grávida! - seu pai vivia reclamando pelos cantos quando soube da decisão da filha mais velha de não voltar para o marido. 

— Me sustente então fora do país depois que ganhar o bebê! 

— ...Você sabe que o Petruchio ama esse filho, ele não vai deixar você fugir assim tão fácil. - Joana a alertou e esse era um problema que ela não podia consertar tão facilmente. 

Os meses que se seguiram a fizeram pensar muito no que fazer e durante uma das consultas de pré natal teve uma notícia que não esperava. 

— ...Sua barriga está muito grande para sete meses. - o doutor a alertou apalpando um dos lados. - Está comendo muito? 

— Está me chamando de gorda? Quebro um vaso na sua cabeça! 

— Catarina por favor. - Bianca estava ao seu lado, era sempre ela que a acompanhava nas consultas e que havia comprado a primeira roupinha de bebê. Estava mais empolgada com o bebê que ela. - Doutor ele mexe demais, ela está passando as noites em claro. 

Catarina concordou com a cabeça enquanto ouvia uma suposição dele: 

— ...Isso explica o tamanho da barriga e todo desconforto. Desconfio que são gêmeos. 

Ela passou mal com a notícia chorou durante dias com a decisão que tomou e o que faria quando os bebês nascessem. 

— Catarina pelo amor de Deus! Isso não faz sentido nenhum! 

— Bianca eu sei que o Petruchio não vai me deixar em paz se não fizer isso. Eu preciso seguir minha vida minha irmã. 

— Como terá coragem de separá-los no nascimento? Como terá coragem de ir pra longe sabendo que deixou um filho aqui? Como terá coragem de omitir pra Petruchio que tem outro filho longe? 

— Que ele nunca saberá da existência Bianca! - Catarina tinha lágrimas nos olhos quando resolveu dizer todos seus planos a irmã. - Ele terá o filho que quer e eu terei o meu filho, está acabado! 

Planos são maravilhosos, mas quando colocados em prática não são fáceis. 

— ... É uma menina! 

Ela ouviu o choro e pegou a garotinha nos braços enquanto beijava seu rosto sabia que jamais tinha sentido um amor tão forte antes. A amava antes mesmo de a conhecer e agora em seus braços não queria a soltar nunca mais.  

— Força Catarina, aí vem outro bebê. 

Ela chorou quando sentiu o filho sair de si e chorar igual a irmã. Fechou os olhos e implorou a Bianca que segurava sua mão. 

— Eu não quero ver! Eu não posso ver! 

Bianca ainda achava a ideia absurda, ainda sentia que a irmã sofria tanto sem seu amor do lado e agora diante daquele plano absurdo, não sabia como reagir, mas a avisou. 

— É um menino, lindo, grande e saudável. 

Ela começou a tremer de tanto chorar ainda sem abrir os olhos. 

— Leve ele! Leve-o Bianca! Coloque a manta que comprei, o colar e a carta que escrevi. Diga a Petruchio para cuidar dele. Eu não posso vê-lo Bianca! Leve-o! 

Ela obedeceu Catarina o embrulhando numa manta azul o levando para a fazenda no mesmo dia de seu nascimento. 

Petruchio chorou ao segurar seu filho nos braços enquanto Mimosa a abraçava chorando sem acreditar na história que Bianca contava. 

— ...Ela quer cortar qualquer tipo de vínculo que tem com você Petruchio, quer que você assine o divórcio e partirá para a Europa assim que estiver tudo resolvido. Com o filho de vocês em seus cuidados. Ela espera que não a procure nunca mais. 

— ...Bianca, como que Catarina pode ser tão fria? - Mimosa dizia entre soluços. 

— Isso só mostra a cobra que ela sempre foi. Assino o divórcio amanhã mesmo e ela ficará livre de mim. E diga a ela para nunca procura o filho que deixo pra trás! 

Catarina se sentiu muito fraca nos dias que se seguiram, não conseguia se alimentar, seu leite não desceu e ela precisou de uma ama de leite enquanto chorava pelos cantos pensando no rosto do filho que entregou sem conhecer. 

— Dona Catarina, Clara está ótima, está se desenvolvendo com meu leite, a senhora acha necessário eu ficar mais tempo por aqui? 

Filomena não tinha família, era sozinha no mundo, havia sido deixada pelo namorado grávida e abandonada pelos pais, seu filho Miguel de seis meses a acompanhava e ainda mamava no peito, por isso ela tinha leite para dar a sua filha. Mesmo sabendo que podia usar uma mamadeira, Catarina gostava da companhia da ama de leite. 

— Filó, você aceitaria ser babá de minha filha na Europa? Não quero ficar sozinha lá. 

E ela aceitou, ambas embarcaram um mês depois, entre abraços e choros e um dia depois do casamento de Bianca. 

Batista aceitou a financiar com moradia e cursos com a herança de sua mãe e uma ajuda mensal por mês, tudo para se ver livre dos escândalos. 

Catarina sentia que deixava seu passado para trás e estava ganhando uma nova chance na Europa. Sentia-se livre para ser quem quisesse ser. Uma mentira contada várias vezes podia se tornar uma verdade. Ela esperava que sua nova vida pudesse ser a única verdade que Clara conheceria. 

 


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Notas finais do capítulo

Adoraria saber se tenho público aqui no nyah também.



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