Mister Sandman escrita por Black


Capítulo 1
U: bring me a dream


Notas iniciais do capítulo

OI PRIDERSSSS!!!!
finalmente chegou o dia dessa história, eu não tava me aguentando mais de nervoso!!

primeiro, todo o amor, carinho, agradecimento, apoio pras nossas adms: prongs, noora, red & violet hood, vocês são perfeitas. o projeto é incrível e eu sou muito grata por ter começado a participar no ano passado pois conheci vocês e nossas fanfoqueiras. amo ser cadelinha de todas!!

um alô especial pra lu (red: u/623316/) que fez essa capa DIVINA que eu dei um grito quando vi!!!!!!!!! muito obrigada, amiga, você é tudo pra mim!!!!!!!

a fanfictioner (u/611658/) betou pra mim!! ô morg kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk aiai muito obrigada por ter lido, betado e me ajudado a acalmar os nervos (mesmo que tenha sido com um atraso de um mês pois as duas lesadas esqueceram de mandar mensagem uma pra outra!!). um beijo, linda!!

tô me sentindo muito chique pois divido a data com a red e a lola!! minha pressão tá baixa eu vo morre antes de conseguir postar a minha s.o.s

gente, essa é minha primeira wolfstar e a primeira que terminei pra essa edição do pride. é uma das minhas preferidas das que escrevi, então espero que vocês gostem!!

boa leitura, pessoal, e feliz pride month!!



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Remus Lupin estava cansado. Durante o dia inteiro, descansando em seu dormitório, ele sentia cada um de seus ossos doerem enquanto seus músculos latejavam, assim como sua cabeça. Tudo nele doía como o inferno.

Além disso, ele estava com medo. Como todos os outros dias.

Hogwarts era, definitivamente, o lugar mais seguro de todo o Reino Unido para viver. Os alunos, professores e todos os outros que ali buscavam abrigo estavam protegidos de toda e qualquer ameaça externa; o problema mesmo eram as ameaças de dentro do castelo. Não era muito bom ser mestiço em Hogwarts em 1978. Muito menos um licantropo.

Os rumores de guerra e as ameaças a todo aquele que não fosse abençoado com o sangue puro deixavam Remus inseguro, assustado e, principalmente, irritado. Ele mal podia suportar o pensamento de que esse tipo de injustiça crescia cada vez mais no mundo em que ele tanto amava, ameaçando sua mera existência a cada dia. Pensar nos boatos sobre os alunos que eram - possivelmente - Comensais da Morte e nos ataques sofridos por nascidos-trouxas em Hogsmeade (e até mesmo dentro das paredes do castelo!) fazia seus pelos eriçarem.

Frank dizia que não se importava se precisasse morrer naquela luta. Sirius e James endossavam essa afirmação, dizendo que era uma luta deles também. Peter estava sempre quieto, nervoso; ele tinha medo, Remus sabia e entendia. Eram tempos extremos, preocupantes, e o Lupin passava todas as horas do dia em estado alerta, olhando por cima de seu ombro a todo momento, pronto para se defender de qualquer coisa.

Mas, talvez, o pior fosse a hora de dormir. Dias comuns costumavam ser incômodos o suficiente, mas Remus sentia que nunca havia passado por tantas alomorfias quanto naquele ano. Sempre que ia dormir, era afligido por pesadelos que o levavam para os piores dias de cada mês: os de lua cheia.

Às vezes, eram como lembranças de momentos que passou transformado na Casa dos Gritos ou na Floresta Proibida. Outras, eram como visões de um futuro que o atormentava durante e após o sono agitado. Ele via os lampejos verdes das Maldições Imperdoáveis serem lançados contra seus amigos e, em seguida, via James e Lily perecendo juntos. Uma vez, Remus foi perturbado com a imagem dele mesmo enquanto lobisomem, prestes a atacar um homem perto do Salgueiro Lutador; um homem extremamente parecido com Sirius.

Remus, então, estava cansado. Os pesadelos eram cada dia mais recorrentes. Ele se debatia, chorava e suava enquanto dormia, tentando se livrar da agonia em que estava preso; era assim noite, após noite, após noite. Em uma era obscurecida por pesadelos, Remus Lupin precisava desesperadamente de um sonho.

Era sexta-feira e Remus descansava sozinho em seu dormitório enquanto seus amigos chegavam da aula de Astronomia. A noite anterior havia sido de plenilúnio, o momento em que o satélite natural da Terra estava em seu ponto mais alto e brilhante no céu. Ter a companhia de Sirius, James e Peter ajudava durante essas ocasiões, mas não mudava o fato de que ele ainda era um lobisomem. Seu corpo doía, seus olhos ardiam e sua cabeça latejava quando, olhando para as estrelas através da janela, ele se lembrou das areias do sono.

Havia uma lenda muito antiga que dizia que o Homem de Areia era o dono das areias do sonho. Sandman carregava os grãos dourados em suas mãos, construindo sonhos e fornecendo um pouco de paz para aqueles que buscavam dormir com tranquilidade; a única prova de sua existência era guardada nos olhos: as remelas coladas nas pálpebras eram, na verdade, resquícios de areia. Lily havia lhe contado aquela história dizendo que, quando era pequena, sua mãe costumava comentar que Sandman traria sonhos bons se ela se comportasse bem; do contrário, ele usaria as areias do sono para dar-lhe pesadelos ou fazê-la dormir tão pesado que não teria sonho algum.

— Sabe, Remus, eu gostava dessa história - disse Lily— Minha mãe também dizia que, se você pedir de coração, o Sandman te atende e dá o sonho mais bonito que conseguir.

No escuro do dormitório, Remus sentiu suas mãos tremerem. Já havia tomado banho, colocado seus pijamas quentes e estava sentado na cama, com as pernas dobradas, conferindo se seus amigos já estavam realmente dormindo. Remus esfregou as mãos contra o rosto, respirando fundo. Pensou mais um pouco sobre a lenda do homem de areia e deu de ombros. Não custa nada tentar, pensou ele. Escorregou para o chão, virando-se para a cama e prostrando-se de joelhos. Com os cotovelos apoiados no colchão, juntou as mãos e cruzou seus dedos logo antes de fechar os olhos e começar a rezar.

— Isso é um pouco esquisito, mas vale o esforço - sussurrou Remus, mantendo as esperanças quando começou sua oração - Oi, Sandy… Quer dizer, senhor Sandman. Isso. Senhor Sandman, por favor, me dê um sonho. Eu sei que o senhor deve estar muito ocupado com todos os outros sonhos que precisa criar e entendo, com toda a certeza. Mas, por favor, me ajude. Há dias que não sou capaz de fechar os olhos e ter um pouco de paz, então me dê qualquer coisa. Ontem foi lua cheia e, de novo, precisei atravessar uma noite vivendo o meu maior pesadelo. É sempre como se eu nunca fosse acordar. Ouvi dizer que se eu pedir de coração, o senhor pode me dar essa paz. É por isso que eu te peço de todo o meu coração. Por favor, senhor Sandman, me traga um sonho.

Quando finalmente se deitou, Remus sentiu seus olhos pesarem, fechando-se em uma velocidade que ele não experienciava há vários meses. Aninhado entre os cobertores, Remus mal pôde perceber quando se entregou ao sono; só sabia que aconteceu rápido, de uma vez só, como um desmaio. Tão rápido quanto dormiu, Remus começou a sonhar.

Não era um sonho lúcido daqueles que se pode controlar, mas ele com certeza se lembraria daquilo depois. O sonho começou em um jardim repleto de flores, perto de um salgueiro enorme - com certeza era o Salgueiro Lutador, o que fez com que aquilo parecesse apenas mais um pesadelo. No mundo onírico, o Lupin ainda estava em Hogwarts. O dia estava ensolarado, mais do que o normal para qualquer época do ano no meio do Reino Unido.

Remus estava deitado, com os braços dobrados atrás da cabeça, olhando para o céu. Seus olhos estavam quase fechados, protegendo-se da luz do sol. Ele gostava de sentir o calor daquela estrela aquecendo seu corpo, mas já era crepúsculo e a escuridão se aproximava. Quando a lua cheia ameaçou aparecer, o loiro sentiu um formigamento em sua espinha e, sabendo o que viria em seguida, sentou-se na grama e esperou.

E esperou.

E esperou até que a lua estivesse completa, como na noite anterior àquela.

Mas não aconteceu nada.

Ao invés de sentir seus ossos quebrarem, seus membros se esticarem e seus olhos crescerem, Remus sentia apenas a brisa noturna cortando sua pele. A lua estava enorme, tomando um pedaço do céu com sua beleza e Remus continuava humano. Mal podia respirar; sentiu até algumas lágrimas se acumulando em seus olhos, mas secou-as com rapidez ao notar alguém sentar-se ao lado.

— Está linda, não? - disse Sirius, deitando-se na grama assim que apareceu no devaneio.

Remus copiou os movimentos do amigo, deixando as mãos ao lado do tronco. Ele sorria, aproveitando a sensação de observar o plenilúnio em uma noite como aquela. Ficou alguns segundos em silêncio até finalmente responder.

— Não me lembro da última vez que vi a lua cheia sem ter medo dela. Não me lembrava de como era a sensação.

— Não sinto nada - disse Sirius com uma careta, referindo-se ao que pensava sobre o astro.

— Nem eu.

A resposta do Lupin causou risos nos dois. Não estava mentindo: deitado na grama, Remus percebeu que observar a lua em seu auge não lhe causava sensação alguma. O que lhe dava arrepios e fazia seu estômago afundar eram os dedos de Sirius cruzados com os seus. Mesmo em um sonho, aquele toque parecia mais real do que qualquer momento lúcido que Lupin já pudesse ter experimentado em toda sua vida. Era tão verdadeiro que a lua cheia se tornou trivial; observar o sorriso torto de Sirius era muito mais interessante.

Sirius Black parecia um cara misterioso, mas não era tão indecifrável assim. Ele era corajoso, valente e muito engraçado também. Era leal a seus amigos e amava todos eles; seus amigos eram sua família. Os cabelos escuros de Sirius contrastavam com sua pele clara e estava sempre bagunçado, mas Remus sabia que era de propósito, já que o Black gostava muito de parecer que não estava nem aí. O amigo adorava ser um animago e achava graça quando James comentava que ele devia ser um cachorro para sempre. Sirius era repleto de qualidades; era bonito por dentro e, como o Lupin gostava de reparar, por fora também.

Suas mãos ainda estavam entrelaçadas quando Black notou que estava sendo observado. Remus não se incomodou; ao invés disso, soltou-se do aperto dos dedos dele e se virou, deitando-se de frente para Sirius, que copiou seus movimentos logo em seguida. Como sempre, o sorriso torto carregava um ar zombeteiro ao encarar Lupin.

— Não vai parar de me encarar, não é? - brincou Sirius, rindo quando o amigo negou com a cabeça. Apesar disso, o garoto não se incomodava; usou do momento para observar o licantropo com a mesma intensidade.

As horas não passavam tão rápido dentro daquele universo onírico. Na verdade, era como se tivessem simplesmente parado de passar, já que a lua permanecia no mesmo lugar de antes. Sirius ainda sorria ao se aproximar de Remus devagar, notando o momento exato em que o loiro prendeu a respiração.

Remus gostava de garotas, mas também gostava de Sirius. Por isso, não se afastou nem um milímetro ao perceber o que estava acontecendo. Preso em um universo fantasioso, Remus deixou que Sirius o beijasse. A princípio, era um beijo calmo e carinhoso, apenas um leve toque, até Remus entreabrir os lábios, torcendo para que Sirius entendesse a mensagem. Por sorte, foi o que aconteceu.

No instante seguinte, Sirius segurava o rosto de Remus com as mãos com uma delicadeza que contrastava com o beijo desesperado que trocavam. Os dois pareciam se aproximar mais a cada segundo, incapazes de identificar se os arrepios que atravessam seus  corpos eram por conta do vento frio ou da carícia que trocavam sem se preocupar com qualquer outra coisa além daquele momento.

A pele de Sirius era quente e o toque era carinhoso, como se temesse o fim daquilo. O beijo havia retornado à lentidão, tornando-se cada vez mais calmo até que os dois se separassem para recuperar o fôlego. Os lábios de Sirius estavam inchados e Lupin soube que ele nunca esteve tão bonito. Remus teve a impressão de que o garoto a sua frente lhe diria alguma coisa, mas foi arrancado daquele universo mais cedo do que gostaria.

Remus acordou e, para sua surpresa, a primeira imagem que viu ao abrir os olhos foi o rosto alegre de Sirius Black lhe desejando um bom dia.

— Dumbledore te deu mais um dia, não?  - perguntou - Como se sente hoje?

Remus pensou por um tempo antes de responder. Vagarosamente, as imagens claras daquele sonho se esvaíram de sua mente, deixando-o apenas com a sensação gostosa e nostálgica que havia experimentado naquele universo. Sentou-se na cama, esfregando as mãos contra o rosto enquanto se esforçava para manter os olhos abertos, ainda pesados de sono. Ao coçar os olhos com os dedos a fim de se livrar das remelas, lembrou-se das palavras de Lily sobre o que eram aqueles grãos em seus olhos.

— Estou bem - respondeu ele, levantando da cama para se espreguiçar - Eu estou bem.

Depois de respirar fundo, Remus aproveitou a imagem de Sirius sorrindo para ele e sentiu um alívio atravessar seu corpo. Então, sorriu.

Não doía mais.


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Notas finais do capítulo

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fiquem à vontade pra me seguir no twitter: @roxannewealy. vejo vocês nas próximas histórias!



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