Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 99
S05Ch05;




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/802805/chapter/99

Rin chegou em Yattsuhoshi pouco depois das vinte e uma horas do mesmo dia. Mais precisamente na curta estrada de terra que parou, mas sabia que se continuasse andando por ela chegaria em quatro minutos no bom vilarejo que ajudou a alguns meses. A camada de eletricidade deixou seu corpo e seu cabelo se normalizou, então olhou para Ontake que deixava suas costas e olhava para o caminho que teriam de seguir, mas depois voltou sua atenção ao rosado que ajeitou a mochila nas costas e se espreguiçou enquanto levantava seus braços e entrelaçou os dedos, além de obviamente ter jogado a parte superior do corpo para trás durante a espreguiçada. 

— Você tá bem? — Ontake perguntou.

— Mais ou menos. — Rin respondeu, mas deu continuidade quando pôs as mãos na cintura e suspirou. — Nunca carreguei peso extra por tantas horas. —

— Você me chamou de pesado? — Ontake perguntou e levantou uma das sobrancelhas, mas levou a mão direita para a barriga e puxou a camisa, desta forma revelando um pouco de seu corpo. — Eu sou magro! Tem certeza que não é o peso da sua mochila? —

E era verdade. Ontake era magro até mesmo para sua idade e para seu gênero, assim como faltava-lhe pelos corporais por conta de uma doença hormonal, por essas razões não era difícil confundi-lo com uma mulher. 

— Só tenho algumas peças de roupa nela. E como ficaria com dor nas costas sendo que ela estava… — Rin parou de falar por um momento ao perceber que Ontake seguiu furioso para o caminho de terra, por isso cruzou os braços. — ...onde está indo? —

— Seu desgraçado do cabelo rosa, inútil dos olhos verdes e… — Ontake não conseguiu pensar em adjetivos para o rosado, por isso apontou para ele e deu continuidade com o rosto corado, mas de raiva. — ...porco! Como se atreve a me chamar de gordo? E COMO ASSIM PARA ONDE ESTOU INDO? TÔ INDO PARA DENTRO DO VILAREJO! —

Rin ficou em silêncio. Talvez, chocado pela repentina mudança do moreno. Ele enxergava e sentia um grande ódio vindo dos olhos carmesins de Ontake. E imaginou que qualquer palavra mal interpretada após aquele momento… o resultado não seria agradável. 

— Não vamos para o vilarejo hoje. Já é muito tarde para uma conversa. — Rin respondeu, mas deu continuidade assim que pôs as mãos nos bolsos da calça escura. — Vamos para a casa de um amigo. Tenho certeza que ele vai nos receber. E por favor, não grite. —

E era verdade. Yattsuhoshi era um vilarejo em desenvolvimento e não era tão pequeno assim, mas as pessoas costumam dormir cedo para acordarem cedo e aproveitarem o dia com seus respectivos trabalhos. Além disso, Rin não tinha ideia se havia uma hospedaria em Yattsuhoshi, por essa razão recorreria ao amigo escritor que ali morava. 

— Peça desculpas. — Ontake ordenou.

Rin ficou em silêncio. Não estava sendo orgulhoso ao ponto de não pedir perdão, mas não sabia o porquê do estresse do moreno, no entanto imaginou que aquelas palavras poderiam acalmar os ânimos de Ontake. Ele suspirou e olhou para o céu escuro e estrelado, depois olhou para o moreno ainda irritado que aguardava por seu pedido de desculpas, então seguiu andando.

— Me desculpe. — Rin disse, mas soltou um riso divertido assim que baixou a cabeça e olhou para a grama. — Você me chamou de inútil dos olhos verdes, desgraçado de cabelo rosa e de porco. Acho que estava me devendo alguns pedidos de… —

— Você começou. Eu não vou pedir desculpas por nada. — Ontake disse e levou a mão direita para a barriga antes de olhar para o rosado. — Não sou gordo… ela não me deixava engordar. —

— ...ela? — Rin perguntou e levantou uma das sobrancelhas assim que parou de caminhar e olhou para o moreno. — Ela quem? —

"Acho que Chishiki pode esperar um pouco" pensou o rosado que cruzou os braços e continuou observando o moreno que lhe encarou por alguns segundos, mordeu os lábios e desviou o olhar para os lados algumas vezes.

— Minha mãe. Ela nunca permitiu que eu passasse muito do peso ou que criasse músculos. — Ontake engoliu em seco enquanto contava e levou a mão direita ao cabelo, coçando-o e removendo o elástico que prendia seu cabelo, desta forma deixando-o solto. — Minha mãe enlouqueceu quando soube que estava grávida. Ela não queria engravidar por ter sido… —

— ...não precisa contar essa parte. — Rin disse com um pouco de calma. E imaginou exatamente a palavra que o moreno usaria em seguida.

— ...certo. — Ontake disse, mas deu continuidade assim que se aproximou um pouco do rosado. — Minha avó me contou inúmeras vezes que mamãe enlouqueceu, mas no terceiro mês da gravidez… pôs na cabeça que teria uma menina. Ela comprou roupas para meninas e bonecas e ficou penteando elas por seis meses, mas nasci. E quando ela viu o que havia entre minhas pernas… quis arrancá-lo com uma tesoura, mas vovó não deixou da primeira vez… —

— Você… — Rin olhou com surpresa para o moreno. O olhar mais surpreendente que pode exibir em toda sua vida foi naquele momento.

— ...ela conseguiu da segunda, mas com um cirurgião que removeu minhas bolas por pedido dela. Ela não queria nada que lembrasse um menino. Eu ainda posso urinar por ele. — Ontake disse, mas deu continuidade assim que pôs a mão direita na cabeça. — Ela… me vestiu com as roupas de garotas por anos. Me maquiou por anos. Me tornei a boneca dela por anos. —

— Take… — Rin sussurrou.

— Tenho dezessete anos, mas por quinze longos anos… ela me tratou como uma garota e eu aceitei o tratamento. Eu nunca tive namoradas. Nunca passei muito do peso, então nunca criei músculos. Nunca fui um menino. Minha mãe colocou diariamente na minha cabeça que eu era uma menina. — Take contou, mas olhou para o rosado enquanto seus olhos estavam marejados. — Eu só não uso roupas femininas… porque as pessoas achariam estranho. —

— Eu não acharia estranho. — Rin disse. Ele olhou para o caminho que fariam para chegar a casa de Chishiki, então deu continuidade. — Você tem… —

— ...disforia de gênero? Sim. Fui tratado assim por um médico em Amegakure quando cheguei. — Ontake contou.

— ...ia perguntar se você tem problema em dormir novamente num sofá ou prefere uma cama. — Rin disse e sorriu pelo canto dos lábios com muita compreensão. — Você é quem você quiser ser. Eu não vou julgá-lo por vê-lo usando roupas femininas, mas também… não tente usar as calcinhas da minha mãe ou de Misa se vê-lá guardando as roupas dela no meu quarto, tá? Se fizer isso… eu te mato. —

Ontake ficou em silêncio, mas então gargalhou animadamente e pôs a mão direita na barriga enquanto ria. O rosado disse aquela última parte com bastante humor para que o moreno soubesse que não passava de uma brincadeira. Ele imaginou que havia coisas que Take não lhe contou, mas era direito dele contá-las ou não. "As pessoas são cruéis. E há pessoas que escondem seus ferimentos por toda vida. Foi muita coragem dele me contar um pouco do que aconteceu…" pensou o rosado que sorriu pelo canto dos lábios. "Se ele acha que ainda não pode engordar é porque está vivendo ainda há sombra de sua mãe. Pelo menos é uma evolução que use roupas masculinas…" pensou novamente e engoliu em seco antes de desviar sua atenção para o caminho adiante que deviam seguir.

— Amanhã podemos dar uma volta. Aqui tem uma excelente fonte termal. — Rin contou, mas acabou cruzando os braços e um arrepio passou por seu corpo. — O único problema é que só os velhos a usam e não vêem problema em não usarem roupas. Foi perturbador da primeira vez… e ainda tem o líder do vilarejo que… eu preciso me esquecer de algumas coisas. —

— "Só os velhos usam"? Vou contar para Misa-san que você queria que pessoas da nossa idade usassem a fonte termal só para vê-las nuas. — Take disse com um pouco de divertimento e provocação.

Rin até perguntaria o porquê de Take ter usado "San" para se referir a Misa, mas sabia exatamente o porquê. Era pelo fato da Yamanaka o namorar, por isso Ontake acreditava que deveria respeitá-la da mesma forma que respeitava — um pouco — o rosado. 

Ontake ficou em silêncio um momento depois. Isso porque as mãos gentis de Rin foram parar em seus ombros. O próprio rosado o olhava com um pouco de preocupação, medo para falar a verdade. Rin sabia que Misa só lhe olharia torto e diria alguma coisa, mas não faria nada violento consigo, no entanto… queria animar um pouco o moreno.

— Ela vai me matar. Então, não faça isso. — Rin pediu.

Ontake levou a mão direita fechada em punho para perto dos lábios, assim escondendo-os e rindo de uma maneira fofa com o rosto ligeiramente corado. O rosado já vira mulheres rindo daquela maneira, por isso considerou que aquela era uma mania ainda permanente do moreno que ele tentava abandonar, já que o viu rir de outros jeitos. Rin soltou os ombros de Take e levou suas mãos aos bolsos da calça, então começou a caminhar.

— Porque me contou? — Rin perguntou.

— Porque você não é o tipo de pessoa que julga os outros. — Ontake respondeu ao lado do rosado, mas deu continuidade assim que levou a palma direita ao peito. — Você é do tipo que ajuda a fechar o ferimento, não do tipo que abre mais o ferimento. —

— … — Rin ficou em silêncio por alguns segundos, mas acabou dizendo alguma coisa quando sorriu pelo canto dos lábios. — Obrigado. Prometo que não vou contar para ninguém o que me disse. —

[ ۝ ]

E não demorou para chegarem à casa do escritor. Era ligeiramente afastada das outras casas de Yattsuhoshi, mas o rosado imaginou que era por Chishiki não gostar de ser atrapalhado em algum momento de criatividade, por essa razão que escolheu ter uma casa afastada das outras — e estava certo. Rin parou na frente da porta da casa e olhou para Ontake que estava ao seu lado direito, depois olhou para a porta e bateu algumas vezes nela. "Ele será gentil e nos receberá…" pensou o rosado que cruzou os braços assim que escutou a voz de Chishiki dentro da casa.

— Oh, caralho! Já tô indo, cacete! — Chishiki disse enquanto andava em direção a porta de sua casa, então abriu ela e olhou para o conhecido rosado com um desconhecido moreno. — Ah, merda… —

— E aí, Chishiki? — Rin disse e levantou seu braço direito um pouco com a palma aberta e sorrindo para ele antes de dar continuidade. — Podemos… —

A porta foi fechada antes que o rosado pudesse concluir seu comentário. Ele olhou para o moreno que estava ao seu lado e que parecia mais animado, mas aquele não era o momento de perguntar o motivo, por isso bateu novamente na porta. E a mesma foi aberta uns vinte segundos depois.

— ...podemos entrar e… — Rin não concluiu novamente seu comentário.

A porta foi fechada novamente. Rin olhou para Ontake que cobriu a boca com ambas as mãos e agora gargalhava animadamente.

— O que fez pra ele? — Take perguntou.

— Nada. — Rin respondeu e cruzou os braços antes de voltar sua atenção para a porta. — Por favor, abra! Eu sei que tem um coração bondoso e frio nesse corpinho que não vai deixar passarmos a noite aqui fora… —

A porta novamente foi aberta. E Chishiki cruzou os braços depois de ajeitar seu óculos e olhar com um pouco de seriedade para o rosado conhecido, depois para o moreno desconhecido que inclusive acenou para ele, mas Chishiki não deu a mínima e retornou sua atenção para o rosado.

— O que está querendo? — Shiki perguntou.

— Entrar na sua casa e desfrutar de um pouco de hospitalidade? — Rin respondeu com uma pergunta também e sorriu pelo canto dos lábios na esperança de que fosse a opção certa.

— A última vez que nos vimos… — Shiki começou a falar e levou o indicador para a testa do rosado, cutucando-o agressivamente. — ...você me deu um coice sem mais nem menos. Agora que está precisando de um lugar para ficar, espera que o receba em minha casa? —

Os cutucões continuaram na testa do rosado. E antes que Rin pudesse responder, Chishiki continuou.

— E o pior… com outra pessoa. Você está achando que minha casa é uma hospedaria para trazer quantas pessoas quiser? Esse cara também é um inimigo? Vai jogar uma pedra em mim? — Chishiki perguntou enquanto continuava cutucando a testa do rosado.

— Eu tenho um nome. Muito obrigado. — Take disse e cruzou os braços.

"Merda… não se intrometa…" pensou o rosado enquanto olhava discretamente para Take que, além de cruzar os braços, encurtou sua distância e levantou sua cabeça um pouco, desta forma observando o escritor que era consideravelmente maior do que ele.

— Hã? — Chishiki continuou cutucando o rosado, mas deu continuidade ao sorrir pelo canto dos lábios. — E qual seu nome? —

— Zaō Ontake. — Take respondeu a pergunta, mas deu continuidade após sorrir pelo canto dos lábios. — E…

— E… — Chishiki e Rin disseram em uníssono.

— ...sou um grande fã dos seus livros, Shiki-san! Eu tô ansioso pela sequência de "Haru e a Pedra Filosofal". — Take disse não contendo sua animação e quase dando pulinhos na entrada da casa do escritor. — Poderia autografar alguns livros para mim? Devo estar com o "Natsu e o Ladrão de Raios" em minha mochila… —

— Você lê o lixo que ele escreve? — Rin perguntou.

— Hm… você pode entrar. — Shiki disse após refletir um pouco enquanto abria um espaço a mais na porta.

— Muito obrigado! — Ontake disse.

Ontake entrou e tocou no ombro de Shiki e depois olhou para Rin com uma expressão que dizia "Eu tô tocando ele!", mas o rosado não deu a mínima e revirou seus olhos. Rin tentou passar por Shiki quando Ontake passou, mas o escritor pôs o braço direito a sua frente e sorriu.

— O que está pensando? Você não vai entrar. — Shiki disse.

— Qual é, Shiki… — Rin murmurou e sorriu pelo canto dos lábios. — ...sei o que você tá fazendo. Está se fazendo de difícil, né? Sei que vai me deixar entrar e poderemos conversar e rir por horas… —

— Já está de noite. — Shiki disse, mas deu continuidade antes de inclinar a cabeça para o lado. — Boa noite, Rin. —

Rin ficou em silêncio. E só olhou para o escritor quando o mesmo fechou a porta na sua cara pela terceira vez. O rosado pôs as mãos na cintura por longos segundos e gargalhou uma única vez.

— Vai esfriar, Shiki! Abre, por favor! — Rin disse, mas soltou outro riso antes de engolir em seco. — Você não é maldoso! —

E ele estava certo. O escritor abriu a porta depois de quarenta segundos, mas não deixou que o rosado entrasse em sua casa. Ele simplesmente atirou um cobertor para o rosado que ficou em silêncio e observando o escritor ainda na porta.

— Amanhã conversamos. E não sou maldoso mesmo. Afinal, passará a noite sob as estrelas e terá um bom cobertor para o frio. — Shiki disse, mas deu continuidade antes de fechar toda a porta. — E não estou bravo por aquele chute. Boa noite. —

Rin ficou em silêncio apenas observando a porta ser fechada — e trancada — enquanto simplesmente segurava o cobertor entregue pelo escritor. Ele olhou por uma das janelas e pode enxergar Chishiki mostrando para Ontake onde ficava o corredor — e os quartos — assim como viu que o moreno agia animadamente. Rin ficou em silêncio e olhou em volta, então coçou seu cabelo por algumas vezes e suspirou. "Eu não vou passar a noite aqui fora…" pensou o rosado que afastou-se da casa do escritor e continuou carregando o cobertor. 

Cinco minutos depois ele bateu na porta de outra pessoa. E sentiu-se aliviado quando Shojiki abriu a porta e coçou com preguiça a barriga desnuda, mas também pareceu confuso com o aparecimento do rosado.

— Garoto abençoado? — Shojiki chamou o rosado por um dos apelidos que se espalhou pelo vilarejo, mas deu continuidade. — O que está fazendo aqui? —

— Chishiki é um idiota que me deixou para fora. Posso entrar e dormir no seu sofá? — Rin perguntou com as bochechas ligeiramente coradas.

— Ah… tudo bem, mas… — Shojiki abriu caminho para que o rosado entrasse em seu domicílio, então deu continuidade quando ele passou. — ...queria saber o que faz aqui em Yattsuhoshi. —

— Você está com tempo para conversar? — Rin perguntou enquanto entrava na casa do mais velho e mantinha a coberta nos braços.

— Você ajudou nosso vilarejo quando mais precisávamos. Claro que teria algum tempo para conversar com você. Está precisando de algum tipo de ajuda? — Shojiki perguntou, mas deu continuidade enquanto as luzes de sua casa se acendiam. — Sente-se no sofá enquanto preparo um pouco de chá para nós. —

— Está tudo bem em acender tudo isso? E seu neto? — Rin perguntou.

— Obrigado pela preocupação, mas… meu netinho não está mais nessa casa. Eles se mudaram para outra casa para terem um pouco de privacidade. — Shojiki respondeu, mas deu continuidade assim que pôs a água para esquentar. — Porque Chishiki não o recebeu? —

— Pois é! Porque ele não me recebeu, né? — Rin disse e aproveitou para se sentar num sofá com dois lugares e de frente para uma mesinha de vidro com outro sofá à sua frente. — Houveram problemas nos últimos meses? —

— Não se preocupe com isso. Yattsuhoshi está bem e seus habitantes também. — Shojiki disse.

— Desculpe acorda-lo. — Rin disse.

— Garoto… meu neto morava aqui até pouco tempo atrás e as paredes são finas, então acredite… estou acostumado a poucas horas de sono. — Shojiki disse, mas deu continuidade enquanto procurava por quais chás usaria para beberem. — Então, o que o trouxe de volta a Yattsuhoshi? —

— Estou planejando uma mudança de Konohagakure. E Yattsuhoshi é o melhor lugar que eu poderia pensar. — Rin respondeu a pergunta do líder do vilarejo, mas deu continuidade. — Queria ter essa conversa quando o encontrasse amanhã, mas cá estamos… —

— Você será bem vindo em Yattsuhoshi, mas o que aconteceu para querer essa mudança? — Shojiki perguntou.

— Meu pai morreu recentemente e minha mãe não está muito bem. E tenho medo que acabe depressiva se continuar em Konohagakure. — Rin respondeu, mas deu continuidade assim que coçou um pouco o cabelo. — Estava pensando em me mudar para cá com ela. E com minha namorada. —

— Você é um bom filho. — Shojiki disse e sorriu pelo canto dos lábios antes de dar continuidade. — Sua mãe está de acordo com essa mudança? —

— Ainda não disse para ela que isso aconteceria, mas imagino que essa mudança fará bem para ela. — Rin respondeu, mas deu continuidade assim que cruzou os braços. — É possível a construção de uma casa antes da chegada do inverno? —

— Claro. Temos bons marceneiros em Yattsuhoshi. — Shojiki respondeu a pergunta com um pouco de convencimento.

— Não quero uma casa de madeira. — Rin disse, mas deu continuidade assim que pôs a perna direita em cima da esquerda. — Você tem bons pedreiros aqui? —

Shojiki ficou em silêncio. Ele pegou duas xícaras de barro e que costumava usar para chá, pôs os sachês e depois a água quente e depois entregou uma xícara para o rosado que tomou um gole curto. O líder do vilarejo sentou-se no sofá a frente do rodado, tomou um gole do chá e olhou para o rapaz sentado em seu sofá.

— Me diga o que está planejando, mas...— Shojiki disse, mas deu continuidade assim que sorriu pelo canto dos lábios. — ...sim. Temos bons pedreiros em Yattsuhoshi. —

[ ۝ ]

E a noite não foi longa como se imaginava. O rosado passou sua ideia com o líder de Yattsuhoshi por alguns minutos — quarenta e cinco minutos — e depois foram descansar para o dia seguinte. No primeiro dia, o rosado conheceu os pedreiros — construtores — do vilarejo e aproveitou para cuidar da saúde de algumas pessoas que lembraram-se de sua primeira — e até então, única — ida para o vilarejo, então ele cuidou dos poucos enfermos antes de recorrerem aos medicamentos. Ele graciosamente mostrou para os construtores onde a casa tinha de ser feita. 

— De tanto lugar… — Shiki disse em certo momento quando o rosado foi visitá-lo na casa. — ...está querendo ser meu vizinho? Sabe porque minha casa está afastada? —

— Porque não gosta de vizinhos? — Rin perguntou.

— Porque eu não gosto de vizinhos. — Shiki disse e olhou para Ontake que escutava aquela conversa, então deu continuidade. — Tô com um manuscrito de uma série que consegui comprar os direitos. Gostaria que lesse para ter sua opinião. Está na segunda gaveta da minha mesa no meu escritório. —

Ontake gritou animadamente. Um grito quase feminino. E ele saiu correndo para o escritório do loiro.

— Porque me deixou pra fora ontem? — Rin perguntou um pouco irritado.

— Se serve de consolo… abri a porta três horas depois para recebê-lo, mas você não estava mais na porta. Você não tem força de vontade. — Shiki disse, mas deu continuidade assim que pôs uma das pernas em cima da outra. — Naquele dia… o que tinha acontecido? —

— Descobri algumas coisas que… — Rin se interrompeu. E seus olhos esverdeados mudam para o Sharingan antes dele continuar. — ...me abalaram um pouco. —

— Meu Rikudou Sennin… você é do clã Uchiha!? — Shiki perguntou um pouco surpreso, mas deu continuidade ao se lembrar de uma coisa. — Você ativou essa coisa na briga com o Prague? Por isso ele te chamou de Uchiha!? —

— Sim… — Rin respondeu a pergunta, mas deu continuidade assim que coçou uma das bochechas. — ...tava avoado naquele dia e só queria me distanciar. Então, me desculpe por aquele chute. —

Shiki estava para dizer alguma coisa, mas foi interrompido pelo aparecimento de Ontake.

— Eu não acredito! Você está escrevendo uma história do anime de Konosuba? — Ontake perguntou enquanto segurava o manuscrito que dizia Konosuba Alternativo. — Que incrível! —

— Você pode voltar mais vezes. — Shiki disse com um pouco de ânimo, mas retornou sua atenção para Rin. — Você não. E não vá achando mesmo que minha casa é uma hospedaria, entendeu? —

— Pensei que fôssemos amigos. — Rin disse e levantou uma das sobrancelhas enquanto sorria pelo canto dos lábios.

— E somos, mas não force a minha amizade. — Shiki disse.

[ ۝ ]

No segundo dia, o rosado se encontrou com a pessoa que se tornou responsável pela planta de sua casa. E ele transmitiu toda a sua ideia para aquela pessoa que anotou cuidadosamente numa folha de papel. 

— Que ideia interessante. — Foi o que a pessoa lhe disse enquanto o rosado passava para o mesmo suas ideias.

— Hehe, obrigado. — Rin disse com as bochechas coradas e sentindo-se um pouco mais bobo que o normal. 

[ ۝ ]

No terceiro dia, Rin não fez nada e sentiu-se contente com isso. Então, passou algumas horas na fonte termal de Yattsuhoshi com Ontake que sentiu-se envergonhado em compartilhar a água com mais pessoas que não conheciam, por essa razão que usava uma bermuda confortável e não saiu do lado do rosado que ficará pelado o tempo todo, assim como restante das pessoas.

— O que está achando de Yattsuhoshi? — Rin perguntou enquanto sentia seu corpo esquentando por conta da água. Sentia-se um pouco incomodado por apenas velhos usarem aquele lugar.

— É muito tranquila. — Ontake disse e cruzou as pernas submergidas e tentou não olhar para Rin da forma que ele veio ao mundo. — É grande… YATTSUHOSHI é grande! —

— Hm? — Rin murmurou e levantou os braços, desta forma se espreguiçando e dando continuidade. — Não como Konohagakure é, mas sim… Yattsu é grande, no entanto muito pacífica. É isso que estou querendo. —

— Está querendo mesmo isso? — Ontake perguntou.

— Sim. Veja bem, sou do clã Uchiha. E com qual lugar as pessoas costumam associá-lo? Com Konohagakure. — Rin disse e olhou para o vapor que saia da água quente, mas depois voltou sua atenção para o moreno ao seu lado de cabelo molhado. — Ninguém pensaria em procurar um Uchiha num vilarejo desse tamanho. 

Ontake estava para dizer alguma coisa, mas o rosado já estava cansado de estar cercado por tantas pessoas velhas, por essa razão que se levantou e pôs as mãos na cintura, não dando a mínima para as bochechas coradas e o olhar de surpresa do moreno que fez uma concha com suas mãos e jogou a água em seu rosto.

— Eu preciso que me faça um favor. — Rin disse. E continuaria falando se não acabasse sendo interrompido pelo moreno.

— Sente. Eu não quero olhar para o que você tem entre as pernas. — Take disse com as bochechas e orelhas ligeiramente coradas. 

— Take… — Rin disse, mas obedeceu e voltou a se sentar e cruzou as pernas para desgosto do moreno ao seu lado, então deu continuidade. — ...o que está achando de Shiki? —

— Ele não gosta de você. E nem de outras pessoas. Ou tenta parecer isso. Hum… ele gosta de te provocar. E consegue ser perceptivo, sabe? Mas não acho que seja tão perceptível quanto você. Em compensação… tem uma grande criatividade para maravilhosas sequências literárias. Ele é capaz de desenvolver mundos próprios e… — Take começou a falar e se empolgando rapidamente.

E o rosado passou um pouco mais de meia hora escutando sobre como os livros de Shiki eram fabulosos, mas ele não se interessava por aquele tipo de literatura. Em determinado momento acabou se cansando de ouvir o moreno, por isso suspirou.

— Chega… — Rin disse, mas deu continuidade depois que esfregou seus olhos. — ...preciso de alguém por aqui para supervisionar o andamento da minha casa. E parece que ele não se importa com sua presença já que você puxou muito o saco dele. Então, se importaria de me ajudar? —

— Ah, claro! — Take disse.

[ ۝ ]

No quarto dia… Rin não se lembra, mas isso acontece porque Chishiki queria conhecer um lado do rosado que o mesmo dificilmente mostraria novamente. Ele queria conhecer o "Rin bêbado", por isso o levou ao único bar de Yattsuhoshi e fizeram um jogo de apostas que envolvia jogar uma bolinha num copinho — e não podia trapacear com Ninjutsu, Genjutsu, Doujutsu. Obviamente que o rosado perdeu quatorze vezes e bebeu essa mesma quantidade de vezes, então saiu cambaleante do bar enquanto soluçava ao lado de Chishiki — mais ou menos sóbrio — e Ontake — o único sóbrio. Os três saíram tarde do bar.

— Aposto que chego até a lua se usar o Doton: Doryūheki por muito tempo. — Rin disse depois de soluçar e olhar para a lua e esticou o braço esquerdo e tentou alcançá-la, mas deu continuidade. — Ela está perto demais… o que você faria se a lua caísse hoje, Shiki? —

— Iria até o lugar em que a lua caiu e venderia seus destroços por um preço exorbitante. — Shiki respondeu.

— HAHAHA! Você é um gênio! Meu amigo, eu te amo! — Rin disse alegre.

— Eu também te amo! — Shiki disse com a mesma alegria. 

— Dois idiotas… — Ontake sussurrou.

[ ۝ ]

No quinto dia o rosado passou dentro da casa de Shojiki, na escuridão de um quarto de visitantes com um pano frequentemente molhado em sua cabeça, tentando recuperar-se de sua primeira ressaca e gemendo dolorosamente quando escutava um barulho alto do lado de fora da casa, além disso havia um balde para vômito ao lado de sua cama. E pelo odor o mesmo foi bem usado..

— Eu nunca mais vou beber… — O rosado disse gemendo.

[ ۝ ]

No sexto dia o rosado acordou cedo. Sequer se despediu de Shojiki, mas deixou-lhe uma carta de agradecimento em cima da mesa. Sua mochila estava em suas costas e suas roupas eram bem diferentes das que usou no primeiro dia. Ele levantou seus braços, se espreguiçando e desaparecendo como se não estivesse ali. Ele usou o Hiraishin no Jutsu, desta forma indo para o Monumento dos Hokage — cabeça de pedra de Uzumaki Naruto — e sentando-se por ali de pernas cruzadas e observando Konoha durante o avançar da manhã. Aquele era o 18° dia de Setembro, ou seja...

— Hoje é o aniversário de Misa-chan… — Rin sussurrou animado e fechou seus olhos enquanto aproveitava uma brisa suave que beijou seu rosto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Tales of a Uchiha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.