Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 47
S03Ch11;




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Rin ficou em silêncio por um momento. "Ensiná-la Ninjutsu Médico? Será que ela tem o necessário para conseguir dominar?" pensou, olhando para Doro que aguardava por uma resposta em seu colo. Ele não dava a mínima para como a garota se comportava, mas achava aquilo um pouco inapropriado. A garota sorriu com um pouco de malícia ao perceber como a mente do rosado estava viajando, por isso devagar aproximou seus lábios ao dele numa tentativa de beijá-lo, mas a mão direita do mesmo espalmou em seu rosto, impedindo-a. Ele aproveitou para pôr o braço esquerdo em volta da cintura da garota e jogá-la para o sofá, deitando-a nas confortáveis almofadas. Doro sorriu com malícia quando percebeu que estava deitada e de barriga para cima, mantendo sua atenção em Rin que engoliu em seco e imediatamente desviou sua atenção com o rosto mais ruborizado.

— Não é isso que está pensando, idiota. — Rin comentou e aproveitou para se levantar e levar a mão direita ao cabelo, coçando-o antes de dar continuidade. — Vá pôr alguma roupa. —

— Porquê? Dormir com muita roupa é desconfortável. — Doro perguntou, sorrindo pelo canto dos lábios ao olhar para as roupas do rosado. — Você até concorda já que dorme de boxer, Rakun. Então, tire sua roupa e vamos para a cama… —

Rin sentiu mais calor em seu rosto. Suas mãos se fecharam com força em punhos e ele mordeu os lábios, inspirando e expirando lentamente. Ele abriu suas mãos e as levou para coçar novamente seu cabelo, bagunçando-o o suficiente e se afastando um pouco do sofá.

— Vista-se. — Rin repetiu, mas deu continuidade ao abaixar suas mãos e levá-las aos bolsos da calça. — Vou levá-la para o hospital. Deve ter uma biblioteca por lá com os ensinamentos do Ninjutsu Médico, por isso seria bom se vestisse alguma coisa. —

— Biblioteca? — Doro perguntou, sentando-se no sofá e cruzando as pernas, mas olhando para o rosado enquanto cruzava os braços abaixo dos seios cobertos pelo fino tecido da camisola. — Não está meio tarde para aprender? —

"O energético ainda está fazendo efeito, mas por quanto tempo? E tô com medo do que pode acontecer se eu dormir ao lado dela hoje" pensou, balançando sua cabeça e removendo as mãos dos bolsos para cruzá-las como a garota fazia.

— Não mesmo. Nunca é tarde para aprender alguma coisa nova, por isso vá pôr uma roupa, Doro. — Rin comentou, tomando cada vez mais distância do sofá antes de dar continuidade. — Vamos aproveitar sua animação. —

Doro ficou em silêncio, mas era óbvio que estava descontente, por isso que suas bochechas se encheram antes dela se levantar. A garota aceitou em silêncio a ideia de partirem tarde para que pudesse aprender sobre Ninjutsu Médico, por isso só subiu depressa ao segundo andar e retornou menos de um minuto depois com as roupas do mesmo dia. Ela levantou os braços, se espreguiçando e depois olhando para o rosado. Rin estava de braços cruzados e suas costas apoiadas ao lado da porta, sua cabeça levemente abaixada e de olhos fechados, mas isso mudou quando a garota se aproximou, seus olhos subiram lentamente pelo corpo dela antes de desviar sua atenção para a porta e suspirar. "Eu poderia dormir no hospital por alguns dias, né? Assim, posso evitar que ela me ataque ou algo do tipo..." pensou, levando sua mão direita para a maçaneta da porta e abrindo a mesma. E olhando depois para Doro.

— Primeiro as damas. — Rin comentou. Apesar de tudo que acontecia entre eles, seu olhar para a garota era calmo e gentil. 

"Será que Sasuke-san era um ímã de mulher?" pensou e sentiu quando Doro lhe segurou o braço e o levou para perto do corpo. Um costume maldito dela que ele se acostumou, mas ainda sentia-se incomodado. Os dois saíram da casa e começaram a caminhar na direção do hospital. Rin sentia as bochechas cada vez mais quentes já que a atenção da garota era total nele, por isso sentia-se desconcertado. Doro abria um sorriso puramente divertido.

— Rakun, Rakun… — Doro o chamou. E deu continuidade quando o mesmo olhou em sua direção. — ...quando é seu aniversário? O meu foi em 9 de Maio. O que você gosta de comer? O que odeia comer? —

"Tantas perguntas. Isso é muito incômodo" pensou e mordeu os lábios um pouco. Era verdade que sentia-se incomodado muitas vezes com Doro, mas ao mesmo tempo gostava da companhia dele. De certa forma ela o impediu de ficar louco no deserto, por isso gostava de estar com ela quando a mesma não partia para o ataque. 

— 18 de Junho. O que gosto de comer? Ahn… — Rin pensou um pouco, mas se lembrou de algo que não comia a certo tempo. — Bolinhos de arroz com atum seco e tomate. E o que não gosto? Chocolate, sabe? Não sou muito a favor de doces. — Ele inclinou sua cabeça para o lado direito, sorrindo um pouco mais para a garota. — E você? Do que gosta de comer e o que odeia? —

— Eu gosto de Omurice. E não gosto de Dango. — Doro respondeu, mas fechou seus olhos enquanto caminhava ao lado de Rin. Fazendo algumas contas mentais antes de abrir seus olhos e aproximar seu rosto ao dele. — 18 de Junho? Daqui duas semanas, Rakun? —

— Meu primeiro aniversário longe de Konoha. — Rin sussurrou.

Ele moveu seu rosto para outra direção. Aquele ânimo depressa foi se perdendo, mas Doro percebeu, por isso soltou o braço do rosado e andou na frente dele e levantou os braços com as mãos bem abertas. 

— Então, essa festa de aniversário tem que ser muito, muito especial, né? — Doro comentou e olhou para o céu noturno, depois olhou para Rin e alargou um sorriso.

— Qual o motivo desse sorriso? — Rin perguntou. Seu olhar fica um pouco mais sério, cauteloso, por causa do estranho sorriso da garota. 

— Não posso contar. Será uma surpresa, Rakun. — Doro comentou e moveu o polegar esquerdo e o indicador para os lábios e fez um gesto como se fosse um zíper. 

"Ah, merda…" pensou, abaixando sua cabeça e suspirando. Completamente arrependido por ter divulgado a data de seu aniversário, mas sabia que a partir daquele momento tomaria precaução com a garota. Ele só agitou seus ombros como se não se importasse mais com aquilo, por isso apressou um pouco mais seus passos, desta forma passando pela garota que o olhou com curiosidade, mas então o viu se ajoelhar e olhar para ela.

— Suba. — Rin sussurrou.

— Gostou de me carregar? — Doro perguntou, mas obedeceu. Ela apoiou seu corpo no dele e sentiu as mãos do mesmo deslizando por suas coxas e a agarrando, impedindo que ela caísse. Ela aproveitou para envolver o pescoço dele com seus braços. — Melhor… gosta de pegar nas minhas coxas, Rakun? — Ela sussurrou bem perto do ouvido dele.

— Não estrague o momento com seus péssimos comentários. — Rin comentou, mas suas bochechas adquiriram um intenso rubor que passou para suas orelhas. — Eu não vou pôr minhas mãos na sua bunda, idiota. Tenho que te segurar em algum lugar. Shannaro, Kuso Baka. —

— E porque está envergonhado? — Doro perguntou e gentilmente encostou sua bochecha esquerda na direita do rosado, sentindo o calor ali. — Tão quentinha sua bochecha. —

As bochechas dele se esquentaram mais um pouco. Ele ainda não tinha se acostumado com certos aspectos dela e quando acreditava que isso tinha acontecido, a garota soltava algo que o provava o contrário. Ele soltou as coxas de Doro e usou a mão direita para remover os braços dela de seu pescoço, deixando que a garota caísse de bunda no chão. Ele pôs as mãos nos bolsos da calça escura, sequer se importando com a leve reclamação de dor da garota. Doro ficou olhando para Rin que tomava cada vez mais distância, mas se arrepiou quando o mesmo parou, abaixou a cabeça, bufou, levantou a cabeça, rosnou, olhou para ela e suspirou.

— Venha de uma vez, Doro. — Rin comentou. Suas bochechas estavam ainda coradas. Ele removeu a mão direita do bolso e a estendeu para a garota a uma boa distância dele. 

— Ah, sim! — Doro comentou.

Doro se levantou e correu na direção de Rin, segurando a mão dele e entrelaçando seus dedos. Depois, Doro encostou-se no ombro do rosado que só suspirou, aceitando aquilo. E daquela forma os dois seguiram para o hospital.

[ ۝ ]

— Kage Bunshin? Eu tenho que usar o Kage Bunshin? — Misa perguntou para ninguém em particular.

A Yamanaka a alguns minutos tinha deixado o hospital. E não havia caminhado de volta para sua casa, mas para o campo de treinamento que Konohamaru a levou a algum tempo. Lá estava tudo em ordem se não fosse pelas inúmeras bexigas estragadas, explodidas, que a mesma ia recolher em algum momento. E também por algumas árvores cujos troncos possuíam marcas rotacionais. Aquelas eram as provas de suas fracassadas tentativas de dominar o Rasengan. A jovem removeu as bandagens de sua mão direita, olhando para as queimaduras de Chakra em sua palma, mas também para o símbolo de Konoha ali desenhado. 

— Eles usavam o Kage Bunshin no começo? Porque não me disseram antes? — Misa perguntou. Semicerrando suas sobrancelhas para demonstrar que não tinha apreciado aquele segredo, mas suspirando e fechando sua mão em punho. — Certo, não custa tentar. — Ela fez o tradicional selo. — Kage Bunshin. —

Do seu lado direito surge uma versão idêntica. Então, as duas se aproximam do tronco de uma árvore intacta. A original se lembrou do que Sakura Haruno disse quando a mesma perguntou sobre o processo. "O Kage Bunshin concentra o poder do Chakra na mão, né? Ou seja, meu dever é com a primeira etapa, deixando ela com a segunda etapa" pensou, sentindo que o uso de um Kage Bunshin era mais lógico do que fazer tudo sozinho. 

E não demorou muito. Num piscar de olhos o processo começou e progrediu ainda mais rápido. "Mantenha a estabilidade da forma esférica" pensou, semicerrando suas sobrancelhas por um momento. Lembrando-se de uma bexiga imaginária na palma de sua mão, e que assim devia ser mantido. Seus olhos azuis brilham por um momento quando a técnica estava concluída em tão pouco tempo. Ela olhou para o Kage Bunshin que não escondia o contentamento, sabendo o que aquilo significava para qualquer uma das duas. O Rasengan mantinha-se perfeito na palma direita de Misa, que se controlava para não pular de alegria ou gritar. A Yamanaka olhou para o tronco de árvore, sentindo um arrepio percorrer seu corpo ao saber o que aconteceria, então levou sua palma direita com a recém adquirida técnica para o tronco. E vislumbrou o pedaço do tronco se destruindo ao receber aquele contato. Misa olhou para sua Kage Bunshin, levantou seus braços e tocaram suas palmas numa comemoração.

— Isso! — A Yamanaka comemorou.

Então, sentiu a fraqueza. O cansaço, na realidade. Antes que tivesse a chance de se apoiar no tronco a sua frente, seu corpo caiu para trás e ela observou a noite estrelada, a lua bonita. "Gastei muito Chakra esses dias. Estou descansando muito, muito ruim, mas valeu a pena. Valeu muito a pena. Estou chegando cada vez mais perto de você, Rin" Misa pensou, devagar inspirando e depois expirando. Ela conseguiu se levantar, coçou seus olhos antes de mover a cabeça de um lado ao outro e se levantar.

— O contrato com os sapos… — Misa sussurrou.

[ ۝ ]

A dupla chegou ao hospital. Foi um pouco difícil, mas encontraram a famigerada biblioteca que o rosado cítara. Doro encontrava-se lendo o primeiro livro, mas olhando para trás — para uma estante recheada — soube que seria um treinamento árduo. Ela olhou para Rin que havia se acomodado perto da janela, olhando com casualidade para a lua e as estrelas, mas mantendo-se quieto. Sua mente estava longe demais, mas não o suficiente para sentir-se observado. Ele olhou também para Doro e sorriu, movendo seus olhos para o livro que era lido pela garota.

— Pode parecer chato, mas será de grande ajuda. — Rin comentou, mas levou a mão direita para a boca, desta forma bocejando.

— É muito chato. — Doro sussurrou, formando um bico com seus lábios antes de voltar para sua leitura.

Rin sabia melhor do que ninguém como aqueles livros eram chatos, mas acabaram sendo úteis. Ele aprendeu o suficiente do corpo humano com vários daqueles livros, o controle preciso do Chakra, medicamentos e venenos. A atenção do rosado se desvia para um sofá e ele anda até o móvel, se deitando e olhando para Doro mudando a página do livro. 

— Eu tenho que começar cedo, Doro. Tô cansado, mas me acorde quando o sol nascer para que eu vá para casa tomar um banho. — Rin comentou, mas deu continuidade ao coçar seus olhos. — Ou se tiver alguma dúvida. —

— Ah, tudo bem, Rakun. — Doro comentou.

Ele piscou, sendo tomado pela sonolência. Doro olhou para Rin dormindo, por isso se aproximou dele e ficou ajoelhada a sua frente, olhando-o pôr alguns segundos antes de um sorriso carinhoso escapar de seus lábios. 

— Não vou te decepcionar, Rakun… — Doro sussurrou.

Levou sua mão direita para a bochecha do rosado, acariciando com suavidade usando apenas seu polegar. Ela vagarosamente aproximou seus lábios aos dele, vendo-o descansar com tanta tranquilidade, mas parou a um centímetros. Só mais um centímetro e poderia beijá-lo, no entanto acabou não fazendo isso. Ela afastou novamente seus lábios, sorrindo novamente. "Não seria justo" pensou, se levantou e se afastou retornando ao livro que devia ler. De costas, ela sequer percebeu Rin abrindo seus olhos e a olhando, mas não estava sério por saber o que quase aconteceu, e sim contente por ela não ter feito aquilo. Ele fechou novamente seus olhos, desta vez reivindicando o sono necessário.

[ ۝ ]

Konohamaru saia de sua casa depois de ser chamado tantas vezes. Usava nada além de um pijama, coçando seus olhos enquanto olhava para Misa que o chamava tão tarde da madrugada. A garota comentou alguma coisa que ele não entendeu, nem mesmo fez questão de entender. Então, ela fez um Kage Bunshin e ele levantou as sobrancelhas, e ficou verdadeiramente surpreso ao ver o Rasengan bem formado na palma da mão direita dela um instante depois. 

— Você… — Konohamaru comentou. Olhando ainda perplexo para o Rasengan.

— …dominei o Rasengan. Sakura-sama me deu a dica final: Kage Bunshin. Naruto-sama usava o Kage Bunshin para fazer o Rasengan. — Misa declarou. Seu Kage Bunshin desapareceu enquanto contava. E aconteceu a mesma coisa ao Rasengan quando ela fechou sua mão em punho. — Amanhã vou pedir o contrato dos sapos para ele. —

Konohamaru ficou em silêncio, mas não por muito tempo.

— Está comigo o contrato. — O Sarutobi contou.

Misa ficou em silêncio também. E Konohamaru foi logo surpreendido pelo avanço da Yamanaka. A menina não escondia o ânimo, a tremedeira de um cachorro de porte pequeno. Konohamaru engoliu em seco, recuando um passo e depois outro, mas Misa se aproximou um pouco mais dele. Seus olhos azuis brilhavam, cintilavam de ansiedade.

— Você… quer? — Konohamaru perguntou.

— Sim. Por favor, sim! — Misa respondeu. Ficando na ponta dos pés para que tivesse alguns centímetros a mais para ficar mais próxima ainda do Sarutobi. — Esse era o acordo com Naruto-sama. Dominar o Rasengan para ele me dar o contrato dos sapos. —

Konohamaru nunca tinha visto a Yamanaka tão ansiosa. Então, ele saiu de sua casa e levou o polegar para os lábios, mordendo-o e deixando o sangue escorrer, mas levando a palma ao chão. Desta forma, um símbolo de invocação surge. E dela um sapo de coloração roxa escura e roxo claro, olhos amarelos e um pouco maior do que a casa do Sarutobi, é invocado, lentamente abre sua boca e move sua língua para o chão, revelando um longo pergaminho que aí ser aberto continha alguns nomes.

Namikaze Minato

Jiraya

Uzumaki Naruto

Sarutobi Konohamaru

Esses eram os mais conhecidos, mas ainda tinham três nomes antes daqueles que ela não identificou. Ela só olhou para o Sarutobi.

— Escreva seu nome com sangue. Depois marque suas digitais no pergaminho. Assim, terá o contrato de invocação. — Konohamaru explicou.

Misa obedeceu. Ela levou o polegar da mão direita para a boca e mordeu ao ponto de sangrar. Então, escreveu "Yamanaka Misa" no pergaminho e marcou a ponta dos dedos com seu sangue e depois marcou abaixo de seu nome. Ela olhou para Konohamaru, esperando por mais uma explicação.

— Faça o Jutsu. — Konohamaru comentou. 

— Ah, certo… — Misa comentou e espalmou o chão antes de acrescentar. — Kuchiyose no Jutsu! —

O mesmo símbolo surgiu. E uma nuvem de fumaça em seguida. Ela afastou sua mão do chão e seu ânimo foi substituído pelo desprezo ao ver um girino. Ela tinha invocado um girino. E Konohamaru agora ria dela.

 


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