Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 31
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Rin passou um tempo contando tudo o que sabia para Chishiki. Inclusive, contou o sofrimento que sentiu desde que seus amigos morreram, mas isso só serviu para o escritor usar a palma direita no seu rosto. Quando o rosado o olhou, sem entender o motivo para aquela violência, o loiro só pôs as mãos na cintura.

— Porque todo esse drama, criatura? — O escritor perguntou com rispidez, ou melhor, com aquela ignorância de sempre e o braço direito se moveu e usou o indicador para apontar para o rosado. — Você é a porra de um ninja médico talentoso! Se organize, garoto! — Ele fechou o punho direito, mas o braço continuou estendido para o rosado. — Você vai mostrar para si mesmo que superou essa bosta. Você, melhor do que ninguém, sabe que superou essa bosta e que o próximo problema será só mais uma inconveniência, sacou!? Ganhe, Katsuryoku Rin! Não se deixe perder para essa merda e valorize o que tem, entendeu? — Um sorriso se formou no canto esquerdo dos lábios do escritor enquanto olhava para Rin e para a fina lágrima que escorria do olho direito dele. — E um dia me deixe escrever sua história. —

Rin ficou em silêncio. Ele nunca podia imaginar que Manabi Chishiki fosse uma pessoa gentil por baixo de toda aquela ignorância. Ele usou o antebraço direito para secar a solitária lágrima e depois fechou o punho e o encostou no punho direito do loiro. Então, o rosado abriu um largo sorriso apesar da expressão séria, mas ao mesmo tempo alegre. 

— Fechou. — Rin comentou. Ele sentia-se bem desde que contou o que havia guardado há algum tempo. Talvez, sentia-se bem até demais. Então, piscou seu olho esquerdo para o escritor antes de prosseguir. — Mas vou logo dizendo que essa biografia pode não vender tanto quanto imagina. —

— Você faz sua história, eu a escrevo. Não me decepcione, garoto. — Chishiki comentou e levou a mão esquerda para dentro da bermuda que usava antes de dar continuidade. — Vamos para casa? Ou ainda tá me escondendo alguma coisa? —

— Não. — Rin o respondeu para a segunda pergunta e afastou seu punho direito do punho do loiro e ergueu os braços para se espreguiçar e suspirou. — Que vontade de me deitar naquele telhado e aproveitar o resto do dia. —

— Você é um preguiçoso. Eu já percebi isso e não deve ter solução. — Chishiki comentou e levantou uma das sobrancelhas enquanto um sorriso tomava seus lábios. — Deve ser um vagabundo em Konoha. —

— Eu não sou vagabundo. Sou preguiçoso e inteligente e gosto de fugir da maioria dos problemas. Eu gosto de ter o meu tempo de descanso sem ninguém me atrapalhando, entendeu? — Rin comentou e o olhou com um pouco de seriedade, mas qualquer um perceberia a diversão rondando aqueles olhos esverdeados.

— Você definiu um vagabundo. — Chishiki comentou e então gargalhou por ter surtido o efeito que almejava no garoto. Ou seja, irritá-lo o suficiente.

Rin sabia que sua chance de vitória era altíssima se enfrentasse Chishiki, mas também o oposto num confronto verbal. Ele suspirou e levou sua mão direita ao cabelo e o coçou antes de levantar o olhar e reparar no céu e nas nuvens, mas voltou a abaixar a cabeça e voltar sua atenção para o escritor que não escondia a seriedade depois de conseguir tantas informações privilegiadas.

— O que vai fazer? — Chishiki perguntou enquanto andava ao lado do rosado. Ele imaginava que não precisava mais do que aquelas poucas palavras para que Rin o compreendesse. E estava certo sobre isso.

— Lutar e ganhar. Simples assim. — Rin o respondeu e abaixou um pouco mais sua cabeça enquanto um sorriso tomava seus lábios. — Eu tenho algo preparado se ele quiser me pegar de surpresa. E considerando que ele só anda atrás das pessoas… ele vai tentar me atacar pelas costas. —

— Você o analisou. — Chishiki murmurou e não foi capaz de esconder a surpresa que ocupou a sua expressão. — O conhece a poucos dias, mas já fez uma análise sobre ele. —

— Eu disse que sou inteligente. — Rin comentou e um sorriso maior e malicioso tomou seus lábios e ele mostrou o punho direito para o escritor. — Minhas maiores qualidades são minha inteligência e a força bruta. —

— Você não é tão forte assim. Seus socos nem doeram. — Chishiki murmurou e levou sua mão esquerda para uma parte do rosto em que havia recebido um golpe. 

Uma risada escapou dos lábios do rosado. Como ele queria mostrar sua força para o loiro para deixá-lo de boca aberta, mas uma parte dele sabia que aquele não era o momento ideal para uma demonstração. 

[ ۝ ]

A dupla havia regressado para o vilarejo a algumas horas. Desde então, Rin foi chamado para uma emergência no hospital. Uma mulher que entrou em trabalho de parto, mas o rosado sabia que aquilo demoraria por conta dos inúmeros livros que leu no começo de seu aprendizado com a kunoichi das lesmas.

— Vai demorar… — Rin comentou e levou as mãos para trás da cabeça depois de ajustar a roupa da mulher que mantinha as mãos na volumosa barriga. — …não tem tanta dilatação ainda. Além disso, suas contrações estão demorando. Você tem duas opções… — Rin olhou para o teto do hospital antes de abrir a boca para bocejar e retornou sua atenção para a mulher. — ...ficar aqui no hospital e aguardar e fazer por aqui o parto, ou retornar para sua casa e pedir para alguém me chamar quando estiver na hora. —

A mulher de cabelo castanho que escorria até os cotovelos, de olhos negros e gentis apesar de assustados pelas sensações que sentia, usando roupas folgadas e leves para aquele dia um pouco frio, seguiu cada olhar do rosado como se tentasse o entender, mas no fim balançou uma mísera vez sua cabeça.

— Sim, por favor. Minha casa parece ideal, garoto abençoado. — A mulher comentou e engoliu em seco antes de levar suas mãos aos ombros do rosado. — Aliás, me perdoe, mas como devo chamá-lo? —

Rin ficou em silêncio. Ele realmente não gostava do título que recebeu naquele vilarejo, mas não conseguia mudar isso por mais que conversasse com aquelas pessoas. Um dos moradores explicou que o chamavam de "garoto abençoado" porque o mesmo era gentil por estar fazendo aquelas coisas de forma gratuita. Uma benção para aquelas pessoas que até alguns dias atrás achavam que não durariam muito. Por isso, ele aceitou que aquele título permanecesse por mais que não gostasse do mesmo. A única vantagem era que conseguia fazer com que as pessoas o chamassem pelo nome também.

— Katsuryoku Rin. — O rosado respondeu e abaixou os braços e os levou aos bolsos de sua bermuda e ofereceu um sorriso mais gentil para a mulher. — Vou fazer o meu melhor para que receba o seu bebê nos braços. —

Ele já tinha lido em numerosos livros como mulheres costumavam ficar ansiosas nos últimos momentos de gravidez. Por isso aquele sorriso para a acalmar o suficiente. A mulher ficou em silêncio por alguns segundos e abaixou sua cabeça, mas a levantou com uma expressão mais calma e estava para oferecer uma resposta, mas foi silenciada por uma tossida para mostrar que não estavam mais sozinhos. Os dois olharam na direção de onde veio aquele som, mas só Rin semicerrou seus olhos ao rever Nesuto Hachi terminando de ajeitar os óculos, mas seus olhos eram fixos no rosado.

— Podemos conversar? — Hachi perguntou e olhou para a mulher com um pouco mais de seriedade e um sorriso malicioso tomando seus lábios. — Sozinhos. —

— Ah, claro. Já estou indo lá fora, Hachi-san. — Rin comentou com a calma e gentileza de sempre e retornou sua atenção para a mulher. — Vá para casa e relaxe. Seu bebê em algumas horas estará nos seus braços. —

A grávida só gesticulou com outro balanço de sua cabeça. Havia se assustado o suficiente com o olhar do recém chegado e não queria ficar mais tempo ali mesmo. Ela só apressou seus passos e passou por Hachi sem olhar para ele. Rin seguiu os movimentos da mulher até que ela saísse pela porta e depois suspirou antes de se espreguiçar. "Que saco" pensou e caminhou na direção do recém chegado, mas passou ao seu lado e levou a mão direita ao cabelo e o coçou assim que passou pela porta. Do lado de fora da construção, ou seja, no vilarejo, Rin sentiu como o começo daquela tarde estava pacífico e ele acenou para uma ou outra pessoa que o cumprimentaram enquanto caminhava, mas o número de pessoas começou a diminuir. Era como se soubessem de alguma coisa e, por isso, preferiram não ficar num local tão aberto. Ele não precisava olhar para trás para saber que Hachi o acompanhava a cinco passos de distância. "Como eu disse… ele ataca pelas costas" o rosado pensou e olhou de forma sutil na direção de uma construção de dois andares em que Sasuke Uchiha acabara de aparecer com Manabi Chishiki. A construção parecia ser o lugar em que o líder do vilarejo resolvia determinados assuntos. E os dois mantinham uma boa posição para verem o que aconteceria.

— Sobre o que quer conversar? — Rin perguntou. Ele estava o mais calmo possível por mais que soubesse da cobra atrás dele. — Suas memórias voltaram? —

— Larga de ser idiota. — Hachi comentou com rispidez e tornando seu olhar um pouco mais agressivo. — O quanto você sabe? E quem mais sabe? —

— Direto ao assunto. — Rin comentou e levantou a cabeça para que pudesse apreciar o céu azul e as nuvens antes de responder. — Você está mentindo desde que nos conhecemos. Seu nome? Não sei ainda se é verdadeiro. Nem mesmo se sua origem é Amegakure. Mas você não é o que diz ser. Para um estudioso, suas qualidades ninjas são excelentes. Possui a destreza de roubar um objeto cortante sem que ninguém perceba. — O rosado levantou o braço direito enquanto fazia o monólogo e mostrou a palma e fechou o polegar em punho, mas continuou a falar. — Você tentou escapar antes de nos alertar. Torceu os polegares, mas as cordas estavam firmes demais nos seus pulsos. E tentou usar a força, mas nem com isso conseguiu. — Rin abaixou o indicador enquanto continuava com sua explicação. — E tem sua percepção. Lembra-se da pedra? Não era uma brincadeira de força com Sasuke-san, mas sim um teste em que fracassou. Você percebeu a pedra indo numa direção pré-determinada que alcançaria se continuasse em linha reta e no mesmo ritmo. Você percebeu que eu a tinha jogado e diminuiu seu ritmo para que não fosse atingido. Ter esse nível de percepção como um estudioso é incrível, não acha? — Rin perguntou aquilo com um pouco de ironia e fechando o seu dedo médio em punho. — Você pertence ao mesmo grupo que Gluttony. E me deixe dizer uma coisa, "Hachi"... — Rin fechou os dedos restantes e apertou com força seu punho direito. — ...comigo você não tem chance. —

— Não precisa mais me chamar de Hachi. Meu nome verdadeiro é Aburame Tobumi, de Konoha. Conhecido também como Prague. — Hachi, ou melhor, Tobumi, contou enquanto puxava uma faca de dentro do bolso da jaqueta que pegou emprestada naquele dia. — Vou matar você e depois acabar meu serviço com esse vilarejo. —

Tobumi avançou os passos restantes. Se dirigiu para Rin com a faca empunhada e pronta para esfaquear o rosado pelas costas. Ele havia estudado o garoto todos aqueles dias e percebia como o mesmo não possuía quaisquer qualidades, exceto por uma força interessante que o mesmo demonstrou ao lançar a pedra. Por isso, acreditava que Rin só possuía força e nada além disso. O rosado sorriu pelo canto dos lábios quando soube que o homem tinha avançado e devagar olhou para trás para vê-lo a menos de um palmo de distância. Sem conseguir sair do lugar.

— O que é isso? — Tobumi perguntou. Ele sentia como se seu corpo estivesse preso no chão, ou melhor, enraizado. Nem mesmo conseguia mover a mão que segurava a faca tão próxima do corpo de Rin. — Que droga é essa? —

— Isso? — Rin perguntou e inclinou a cabeça para o lado e um sorriso tomou seus lábios. Um sorriso de puro divertimento. — É a sua derrota, Aburame Tobumi. —

[ ۝ ]

— Que favor? — Sasuke perguntou. Ele não escondia a curiosidade. O que mais queria no momento era saber o porquê de Rin ter atirado a pedra, mas também o porque lhe pedia um favor.

— Programe um Genjutsu no Hachi. — Rin pediu e um sorriso surgiu pelo canto esquerdo de seus lábios enquanto continuava olhando o Uchiha. — Faça com que se ative no momento em que ele tentar me atacar pelas costas. —

Sasuke ficou em silêncio, mas não escondia a surpresa. O rosado lhe pedia uma coisa tão interessante e sem dar-lhe motivos o suficiente. Ele moveu seu rosto e olhou para Hachi que ainda segurava a pedra e olhava para eles.

— Tudo bem, mas me explique tudo depois. — Sasuke comentou.

[ ۝ ]

— Você não vai ajudá-lo? — Chishiki perguntou, ou melhor, sussurrou para o Uchiha que o fazia companhia. Ele tentou ignorar o fato de ter dado um passo adiante quando Hachi atacou Rin.

Sasuke já sabia das coisas. Chishiki contou para ele tudo o que Rin lhe contou. Ele exibiu um olhar sério, reflexivo, para o rosado e o rapaz que a segundos tentou atacá-lo pelas costas, mas abaixou a cabeça alguns centímetros e um sorriso tomando o canto esquerdo de seus lábios enquanto fechava os olhos.

— Não… — Sasuke o respondeu.

"Meu filho não é fraco" Sasuke pensou e abriu novamente os seus olhos para que pudesse assistir o que aconteceria a partir daquele momento.

— O que você fez? — Tobumi perguntou. Ele não conseguia se mover por mais nem um centímetro e isso o deixava nervoso.

— Relaxa, vai passar quando receber um forte impacto. — Rin o respondeu, ou quase o respondeu e seu olhar se tornou mais sério. Ele levou seu punho direito para a palma esquerda. — Você tentou me matar duas vezes. —

Rin já estava sozinho com Tobumi. Por isso, sabia que poderia ir com tudo. Desde o começo daquela conversa o rosado não tinha virado seu corpo — exceto por sua cabeça — mas aquilo mudou. Ele virou seu corpo ficando de frente para o Aburame e com o punho direito bem fechado. Uma expressão séria tomava conta de seu rosto. Então, ele levou seu punho fechado para o atual inimigo e o acertou na boca. O impacto foi intenso e um vento forte de originou do mesmo naquele único segundo de choque. Então, o corpo do Aburame saiu voando a toda velocidade até o hospital, mas não parou quando se chocou com o mesmo. Não, ele ainda destruiu uma parte com o impacto e entrou na construção de madeira. E mais madeira caiu em cima de seu corpo. Rin suspirou lentamente e levantou o braço direito acima do corpo com o punho ainda fechado.

— SHANNARO, KUSO BAKA! — Ele gritou para que qualquer um, nos arredores, pudesse escutá-lo. Os olhos esverdeados dele se concentraram no estrago feito na entrada do Aburame, e um sorriso tomou seus lábios quando viu seu inimigo ressurgindo. — Eu sabia que você não seria uma decepção. —

— Eu vou… — Tobumi comentou enquanto sangue escorria de seu nariz e um dente ou outro cairá depois daquele potente soco. — ...matar você. Moleque desgraçado. —

Rin ficou em silêncio, mas não parado. No momento em que o Aburame movimentou os braços, deixando-os frente ao corpo e uma nuvem de inseto começando a ser formada, ele avançou e mostrou os resultados de seu treinamento em gravidade aumentada. Ele desapareceu de sua posição e três segundos depois reapareceu ao lado de Tobumi, mas ainda não ar e girando seu corpo e usando a perna esquerda para um chute. O Aburame não escondeu a surpresa por aquela velocidade e tentou usar seus braços para se proteger, mas não era rápido como aquele garoto. Não era e nunca seria tão rápido. Rin acertou o chute no rosto de Tobumi e o impacto foi suficiente para criar rachaduras na madeira do hospital. E mais do que suficiente para jogar o Aburame para o lado direito do andar em que se encontravam. E novamente o impacto violento serviu para quebrar a parede de madeira. E Tobumi saiu voando e recobrou a consciência que havia perdido por segundos após aquele chute potente. E olhou para a abertura que havia criado no hospital e ficou em silêncio quando trocou um olhar agressivo com Rin que mantinha-se calmo.

Sasuke assistiu ao começo daquele combate e não foi capaz de esconder sua surpresa. Rin tinha um potencial evolutivo incrível. Em dois dias treinou em gravidade aumentada em dez vezes, mas nos últimos dias mudou isso para vinte e cinco vezes… e seis horas diárias. O Uchiha fechou sua mão em punho e um sorriso de admiração passou por seus lábios. "Esse é sem dúvida meu filho" ele pensou.

Rin novamente avançou. Ele não queria dar oportunidade para Tobumi atacar. Nem mesmo gostaria de saber o que os insetos fariam. O rosado tomou distância daquela abertura no andar e depois avançou e pulou. Não foi difícil alcançar o Aburame e ficar por cima dele com os braços levantados e um punho segurando o outro. O controlador de insetos usou os braços para se defender do próximo golpe. E conseguiu, mas ao mesmo tempo em que fez isso sentiu como se seus braços fossem acertados por marretas. O golpe, apesar de defendido, serviu para jogá-lo direto no chão. O impacto foi tão doloroso quanto se colidir com um prédio de madeira. E seu corpo ficou prensado no chão enquanto um pouco de poeira começava a subir, o chão havia se afundado por alguns metros quando ele se colidiu. Levou sua mão direita ao abdômen e não se controlou em rir mesmo que sentisse dor. Ele apostaria uma boa grana que duas, talvez três, costelas foram quebradas. 

O Aburame, por mais que sentisse aquele lampejo de dor, conseguiu mover seu corpo para o lado esquerdo e tomar uma boa distância. Ele só fez isso porque Rin acabou caindo onde o mesmo estava a pouquíssimos segundos. O rosado caiu e um pouco de poeira voltou a subir e escondeu o seu corpo, mas não por muito tempo já que um vento foi o suficiente para revelá-lo. O mesmo encontrava-se numa posição de agachamento e apoiando a mão e o joelho esquerdo no chão, com o pé direito bem firme e a mão direita para trás. Uma clássica pose de super-herói. Rin não esperou mais tempo e avançou contra seu inimigo. Ele realmente não queria oferecer oportunidades para o outro contra-atacar. Tobumi se impressionou com a velocidade do garoto. Rin em poucos segundos já estava de frente para o Aburame e usava o punho direito para um soco no estômago dele. O primeiro golpe funcionou e foi o suficiente para elevá-lo por alguns centímetros, Rin ignorou o cuspe que saiu da boca do Aburame e usou o punho esquerdo para outro soco, depois o direito para o terceiro. Os três golpes serviram para suspender o homem no ar por alguns centímetros. E era tudo o que Rin queria antes de girar seu corpo e usar a perna direita para um merecido chute que jogou o homem para longe.

Sasuke viu quando Tobumi Aburame passou por eles em alta velocidade depois de receber aquele chute, mas ele também olhou para Rin que não ousou ficar parado. O rosado não desperdiçou a oportunidade e avançou o terreno e saltou. Uma fina linha de sangue escorria da boca de Tobumi e mais outra de algum lugar de sua cabeça quando o mesmo olhou para Rin se aproximando. O garoto estava quieto demais desde que aquele confronto se iniciou. Ele engoliu em seco ao imaginar que tipo de criatura provocou. Rin sorriu pelo canto esquerdo dos lábios e fechou seu punho direito com mais força. Ele aproveitou que Tobumi ainda estava no ar por causa do chute e o socou pela última vez. Agora, seu soco foi mais do que suficiente para jogá-lo na direção de uma árvore e ele gritou ao se colidir com o pesado e resistente tronco que se partiu com o impacto. No momento em que seu corpo parou, ele já teve de ir para o lado direito já que Rin tentou acerta-lo com um chute. Tentou, e para a sua sorte, fracassou, mas o pé esquerdo do rosado foi suficiente para terminar de partir com o tronco da árvore. 

— Minha chance! — Tabumi comentou e alguns insetos começaram a sair do canto de seus olhos e de suas unhas.

Aqueles pequenos insetos eram conhecidos como Ninfa de Libélula. Pequenos, mas quando estão em número podem comer até um peixe. Arruinar um punho ou um braço humano não seria difícil para os quinhentos que o Aburame reuniu. Rin ficou em silêncio quando viu aquela nuvem de insetos para atacá-lo de alguma forma que ele não conhecia, mas não permitiria que Tobumi Aburame criasse uma vantagem. Não, nem mesmo queria deixá-lo saborear um machucado em seu corpo. Rin inspirou fundo e usou a mão esquerda para fazer um sinal.

— Katon: Haisekishou. — Ele comentou e então uma espessa fumaça saiu de sua boca. 

Ele poderia usar aquilo para se esconder, mas aquele não era o plano. Não, seu plano era cair na porrada. Era destruir física e emocionalmente o Aburame. Assim que os insetos estavam dentro da fumaça, ele criou uma brasa trincando seus dentes e aquilo se transformou numa explosão de chamas. Ele se afastou do tronco e avançou pelo que sobrou da fumaça e, desta forma, se escondeu o suficiente de Tobumi que olhava para os lados esperando que ele aparecesse. E ele apareceu, mas saindo do lado direito e do esquerdo. Um deles era um Kage Bunshin. Rin não deu a oportunidade do inimigo descobrir qual era o clone das sombras. O que estava do lado direito atacou com um tapa na cara de Tobumi. Quando o Aburame estava para agir contra o que havia o atacado, o do lado esquerdo atacou com uma voadora e, desta forma, o jogou para longe.

— Você é um idiota se acha que vou permitir que me machuque. — Rin murmurou. O que estava do lado esquerdo. O do lado direito simplesmente desapareceu, se comprovando ser um Kage Bunshin. — Você estragou a vida de muitas pessoas. Eu vou estragar a sua de um jeito que não tem ideia. Vou quebrar cada osso do seu corpo. —

Tobumi recuou alguns passos quando conseguiu ficar de pé. Ele olhou para Rin que ainda mantinha-se calmo por mais que soltasse uma ameaça daquela, mas então percebeu um detalhe. Os olhos de Rin não estavam na coloração esverdeada de sempre, mas sim vermelhos como o sangue. Sim, o Sharingan do rosado se ativou e naquele momento um tomoe surgia em adicional em cada um dos olhos. "Sharingan? Interessante" Tobumi pensou e olhou para onde Sasuke Uchiha encontrava-se e depois olhou para Rin que continuava com aquela seriedade. "Eu vou roubar aqueles olhos. Nem que eu tenha que acabar com o corpo antes" o Aburame pensou e um sorriso tomou seus lábios. Ele queria acreditar que alguém do grupo ficaria imbatível se tivesse aqueles olhos. Rin suspirou e deu um passo adiante, mas parou no momento em que viu um número grande de insetos deixando cada centímetro do corpo do Aburame. Eram os mesmos que ele teria queimado não faz muito tempo. E continuavam crescendo numericamente e depressa voaram em volta dele com um espaço de dez metros, mas percebeu que começaram a fechá-lo.

— Sem escapatória. Quais suas últimas palavras? — O Aburame perguntou e um sorriso de puro divertimento tomou seus lábios. Por mais que sentisse dor depois de apanhar tanto, conquistaria olhos incríveis em alguns segundos.

— Eu já disse. — Rin murmurou. Ele não alterou sua calma, mas de alguma forma podia ver até os míseros movimentos dos insetos. Ele mostrou o dedo médio da mão esquerda para o Aburame, um gesto ofensivo, e sorriu pelo canto dos lábios. — Vou acabar com você assim que sair daqui. —

— Não tem como escapar. — O Aburame comentou e se encheu de ânimo para gargalhar e levantou os braços aos céus. — Eu vou acabar com esse vilarejo quando terminar com você. —

"Sempre tem como escapar" Rin pensou e abaixou a mão esquerda e olhou em volta. Era verdade, de alguma forma conseguia ver o movimento cuidadoso dos insetos e não tinha uma única brecha para escapar. Bom, se não contasse com uma força monstruosa a sua disposição. Ele fechou sua mão direita em punho e olhou para o chão e depressa se agachou e levou seu ounho ao chão. O impacto nos primeiros segundos criou incontáveis rachaduras pelo chão, mas então o verdadeiro estrago aconteceu. Pedras se elevando, indo para todos os lugares e acabando com os insetos. E uma nuvem de poeira que subira por causa daquele impacto. E ele se aproveitou daquilo e retornou a disparar na direção do Aburame que recuou alguns passos ao vê-lo inteiro.

— Merda. — O Aburame sussurrou.

Rin o acertou com outro soco no estômago. Um soco com o punho direito. E o suficiente para levanta-lo no ar um pouco, mas o rosado não parou. Assim que afastou o punho direito, levou o esquerdo e levantou mais ainda o inimigo. E depois um terceiro soco. Todos em sequência e rápidos e fortes. Ele não daria oportunidade para o Aburame o atacar. Rin fechou seu punho direito com força e o levou ao queixo de Tobumi que voou muito, muito alto. No momento em que isso aconteceu, o rosado olhou para Sasuke e avançou na direção do Uchiha que desembainhou sua espada e a jogou na direção do Aburame. Bem acima dele, na realidade. E então usou a habilidade de seu Rinnegan para que Rin trocasse de lugar com a espada. O rosado sorriu ao se ver no céu, a uma boa altitude e acima de Tobumi Aburame que o olhava com medo, perdendo completamente aquele ânimo anterior da batalha. Os olhos de Rin voltam ao esverdeado costumeiro no momento em que seu punho direito retorna para o abdômen do mais velho. Tobumi foi jogado violentamente contra o chão e se afundou numa cratera que surgiu por conta do impacto. 

Chishiki que assistia incrédulo, olhava para Rin e um sorriso tomou seus lábios com casualidade. Inúmeras coisas serviam para descrever o rosado no ar, mas ele nunca imaginou que uma delas fosse dele ser um combatente sem piedade. Quero dizer, ele não se poupou com o Aburame. Rin retornou para o chão depois de alguns segundos e sentiu-se tonto. Fazia sentido considerando o quanto se desgastou naquele combate, mas ele sabia que ainda não tinha terminado. Ele levou sua mão direita para os olhos, esfregando os mesmos, andando para perto da cratera e olhou para dentro dela. O corpo de Aburame Tobumi estava lá e terrivelmente machucado e com ossos expostos e sangrando de todos os lugares que se imaginava. Um sutil movimento de sua cabeça confirmou que ainda estava vivo, mas não por muito tempo. Rin se aproximou dele, mas não o atacou. Não valia mais a pena. Ele só se sentou do lado dele e o olhou em seus segundos finais.

— U...chi...ha. — O Aburame sussurrou. Ele usava todas as reservas de força para sussurrar aquela palavra enquanto olhava para Rin.

— Katsuryoku. — Rin o corrigiu e fechou suas mãos em punho com um pouco mais de força. 

— Uchi...ha. — O Aburame sussurrou novamente. E seus olhos perderam a cor tradicional e sua cabeça se virou para o lado esquerdo.

"Está morto" pensou e aproveitou para se levantar da onde havia se sentado e devagar escalou aquela cratera para sair dela. E quando conseguiu, olhou para Sasuke que o aguardava e até mesmo estendeu a mão para ajudá-lo de forma definitiva. Rin só abaixou a cabeça para esconder um sorriso e aceitou aquela gentileza.


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