Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 200
S08Ch32;




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Ainda era o mesmo dia vinte e dois, contudo com um pequeno avanço no horário, com ambos os rosados de volta em Amegakure e com o evento do Coliseu encerrado, o relógio revelando que já eram oito e meia. Rin, desde seu eventual retorno, manteve-se próximo dos amigos, encontrá-los era fácil, afinal bastava escutar o familiar som de gargalhadas e segui-lo, assim chegaria-se à sala de reuniões que recebeu uma remodelação mais recente; tirando a larga e comprida mesa que ocupava um espaço desnecessário e seus respectivos assentos, substituindo esses itens por poltronas confortáveis com uma mesinha de centro, adicionando uma adega pequena com algumas bebidas alcoólicas de qualidade e um confortável tapete branco de pele cobrindo o assoalho; e assim veria o pequeno número de pessoas em polvorosas, verdadeiramente animadas pelo resultado de um certo acontecimento daquele dia, com seus copos cheios de água ou algum suco, até mesmo um chá parecia mais adequado, afinal nenhum deles sentia qualquer vontade em comemorar com álcool, pois muitos ainda lembravam-se de uma certa ressaca. Rin, sentado numa poltrona com a noiva em seu colo, levantou os braços e aliviou o restante de sua tensão numa espreguiçada.

— O que fará agora? — Tsuyu perguntou enquanto mantinha as sobrancelhas semicerradas e um olhar calmo e concentrado se direcionou ao rosado.

O líder da Mangetsu estava numa poltrona a frente do Uchiha, este deixando o cotovelo direito no braço do sofá e usando o punho para apoiar a bochecha e deixando o rosto levemente inclinado, assim como a canela direita estava em sua coxa esquerda. Uma pose que claramente servia para deixá-lo levemente ameaçador, porém não levou muito tempo para desfazê-la quando recebeu um tapa na parte de trás da cabeça, assim olhando para a responsável — Doro — que vestia um belo yukata vermelho com bolinhas brancas e deixando o cabelo preso em coque por uma fita vermelha, era visível que a mesma usava uma camisa branca regata por baixo daquele vestimenta. O gesto, ou melhor, o ataque, causou algumas gargalhadas nos indivíduos daquele peculiar círculo íntimo, porém não demorou para que alguns — Musashi com Ryūsei, Fushin com Lich — voltassem a conversar sobre alguns assuntos mais interessantes.

— Você enlouqueceu? — Tsuyu perguntou e semicerrou as sobrancelhas ao mesmo tempo que via a noiva cruzar os braços abaixo dos seios.

— Não, mas você deve estar enlouquecendo se tenta parecer ameaçador aos nossos amigos, não é mesmo? — Doro perguntou e acabou inflando as bochechas quando concluiu o comentário.

— Sua bruxa maldita. — Tsuyu sussurrou ao mesmo tempo que guiava a mão direita enfaixada para trás da cabeça e a esfregava como se tentasse suavizar a dor, então continuou. — Sim, estou enlouquecendo. E isso começou a partir do momento que me trouxeram você. — O moreno direcionou a atenção para o rosado, então acrescentou. — Quero devolvê-la, tem como? —

— Você não aguentaria um dia sem mim, confesse que me ama. — Doro disse com convicção e acabou sorrindo pelo canto dos lábios com certa malícia.

— Para que jogue depois na minha cara? Eu passo. — Tsuyu disse e se esforçou para não sorrir ou deixar que a pouca vergonha ficasse evidente por conta de um eventual rubor, ele não demorou a voltar a atenção ao rosado e continuou. — Então? —

— Não tem como. Não tenho o que fazer com Doro, não mencionando que Misa pode não gostar disso. Né, querida? — O rosado perguntou e levou as mãos para a barriga da noiva e acariciou com suavidade, sorrindo no momento que as mãos dela repousam em cima das suas.

— Eu tenho certeza que ele não está falando sério, querido. — A Yamanaka disse com um ligeiro divertimento, mas não demorou para que continuasse quando confortou as costas no peito do noivo. — Mas está certo. Não tenho interesse em dividi-lo com mais ninguém, com exceção dessa criança. —

— Viu? — Doro disse ao mesmo tempo que inclinava o suficiente seu corpo para manter-se na mesma altura que o noivo que estava acomodado na poltrona, então continuou. — Eu sou toda sua. Para o resto da vida. —

— Vocês são todos idiotas, está bem? Você é um idiota… — Tsuyu disse e usou o indicador direito para apontar ao rosado, então indicou a Yamanaka e continuou. — …você é a noiva do idiota, o que a torna muito idiota, e você… — Tsuyu direcionou sua atenção para a noiva ao seu lado que sorria com certo divertimento, então continuou. — …é algo que vou ter que aguentar por mais que acabe com o meu psicológico. — O moreno cruzou os braços e deu continuidade antes de voltar a atenção para o rosado. — O que fará agora? —

— Em que sentido? — Rin perguntou com uma leve curiosidade e levantou uma das sobrancelhas, mantendo seus olhos verdes no amigo, mas não demorou para acrescentar. — Se for esse "agora", então estou cogitando voltar ao meu quarto e dormir por um dia inteiro, de alguma forma sinto que estou merecendo esse descanso, mas… — O rosado removeu as mãos da barriga de sua parceira, levantou-os para se espreguiçar e deu continuidade. — …se for no "a partir de agora", por conta desse assunto encerrado, então mantenho as minhas ideias. Eu não preciso mais lutar, afinal não há mais ameaças no caminho, posso enfim ter meu descanso sem me preocupar com problemas, apenas me preocupando com o bem estar da minha família e amigos, o que acaba dando no mesmo. E quanto a você? —

O rosado perguntou aquilo, mas o líder da Mangetsu sabia que a pergunta não era para ele, afinal os olhos verdes do Uchiha não estavam direcionados para ele, por isso a dedução era simples e não precisou de muito para mover seu rosto para o lado esquerdo, assim olhando discretamente para a versão mais adulta do rosado que estava acomodado numa poltrona à sua frente. Rin (Mirai) terminará de entrar naquele cômodo e o cabelo molhado indicava que concluirá o banho, este usava um quimono preto amarrado a cintura, contudo o mesmo aproveitava o amarro para deixar o abdômen a mostra, assim deixando em evidência uma cicatriz antiga na barriga e outra no ombro direito e os seis gominhos e um pouco de água escorrendo pela parte exposta, assim como não parecia incomodado com o braço esquerdo esbranquiçado que necessitava de bandagens por hábito, e um par de sandálias com abertura para os dedos. Este balançou a cabeça de um lado a outro, assim jogando seus cabelos róseos brilhosos para os lados, levantou um pouco sua cabeça e separou um pouco seus lábios enquanto as mãos descansavam na cintura. A prova de que seu banho quente e demorado era o vapor nos ombros e abdômen.

— Essa pergunta é um pouco idiota, não acha? A minha missão já está concluída, não tenho mais o que fazer nesse tempo, então tudo o que me resta é voltar. — Rin (Mirai) disse enquanto baixava a cabeça e suspirava com certa distração, então não demorou em continuar. — Só passei para agradecer. —

— Agradecer? O que fizemos? — Tsuyu perguntou e levantou uma das sobrancelhas, claramente sentindo dúvida quanto a ações feitas em prol daquele rosado mais velho.

— Pelo pouco tempo que estivemos juntos, um de vocês foi capaz de ajudar com pensamentos bem pessoais. — Rin (Mirai) respondeu e sorriu pelo canto dos lábios, então não demorou em acrescentar. — Então, obrigado. —

Rin (Mirai) não demorou para desaparecer ao fim daquele comentário, assim rendendo um momento de silêncio entre as pessoas naquele cômodo. A Yamanaka sorriu pelo canto dos lábios e vagarosamente aproximou seu rosto ao do noivo, assim beijando a bochecha dele e aproveitando a curta distância e ignorando comentários soltos de muitos ali sobre o repentino sumiço.

— Ainda sinto o chakra dele. Ele está no terraço, achei que gostaria de saber. — A Yamanaka sussurrou e levou sua mão direita para a nuca do noivo e acariciou com suavidade, então continuou. — Você esteve com ele por mais tempo que qualquer outro, então seria bom uma despedida. —

— Obrigado. — Rin sussurrou e fechou seus olhos e sorriu pelo canto dos lábios enquanto aproveitava a carícia na nuca.

"Se bem que nosso tempo junto não ajuda para nos aproximar, desde o começo minha utilidade era servir como um saco de pancadas… eu não me considero próximo dele o suficiente para uma despedida, mas assim mesmo…" o rosado pensou e suspirou com certo desgosto, ao mesmo tempo veio a desaparecer daquela poltrona, ou melhor, do cômodo, ao usar o Hiraishin no Jutsu, assim o cenário mudou para aquele terraço coberto por neve e contendo algumas pegadas bem recentes. Rin encarou sua contraparte mais velha que encarava, ou apreciava, distraidamente a lua cheia com um sutil sorriso ao mesmo tempo que deixava as mãos nos bolsos da calça, porém este acabou movendo a cabeça para o lado, assim prestando atenção no rosado mais jovem que aproximava-se.

— Se espera uma boa despedida, não é comigo que conseguirá. — Rin (Mirai) disse enquanto puxava do bolso esquerdo um tapa olho e usou para cobrir seu Rinnegan, então deu continuidade. — Se deseja informações sobre o futuro, então sou a pior pessoa para informá-lo. —

— Misa achou que eu devia me despedir, sabe… pelo tempo que passamos juntos, não quis decepcioná-la. — Rin disse e agitou seus ombros, porém suspirou com certa irritação e não demorou a continuar. — Nos veremos? —

— Eu espero que não. — Rin (Mirai) disse ao mesmo tempo que puxava um certo artefato que lembrava uma tartaruga com uma fita vermelha no casco do bolso direito da calça, então continuou. — Ainda bem que achou uma conveniente fonte de chakra inesgotável. —

— As Bestas de Cauda seladas? — Rin perguntou com certo desgosto, afinal não era aquilo que pretendia para as criaturas. Ele suspirou quando recebeu um olhar sugestivo de sua contraparte, então continuou. — Pode restabelecer minha comunicação com Shukaku-sama? Matatabi-sama entende de privacidade, por isso nem conversa comigo, mas sinto falta daquela acolhedora presença. —

— Quando eu partir esse bloqueio será desfeito, assim poderá conversar com ele mais uma vez. — Rin (Mirai) disse e levou a mão direita ao bolso da calça pela segunda vez, então continuou. — Tenha uma boa vida, espero que não se torne… bom, eu…. —

— Essa não é a minha ideia. — Rin disse e sorriu pelo canto dos lábios, não demorando em continuar. — Mande um abraço para a Doro. —

— Porque acha que tenho contato com ela? — Rin (Mirai) perguntou e levantou uma das sobrancelhas e mirou sua atenção no mais jovem, esforçando-se para não sorrir.

— A maneira que a menciona em muitos momentos, até mesmo a preocupação que teve com ela, por isso acredito que ela tenha permanecido ao seu lado. Não sei o relacionamento de vocês, mas quando vê-la… — Rin suspirou e levou a mão direita a nuca, não demorando em continuar. — …abrace ela por mim. —

— Vou fazer o possível para entregar esse abraço. — Rin (Mirai) disse ao mesmo tempo que aceitava o sorriso, porém contendo-o suficiente, não demorando em continuar. — Boa sorte com aquelas pessoas. —

— Heh… — Rin alargou um sorriso cheio de diversão e pôs as mãos atrás da cabeça, assim continuando. — …eu vou precisar mesmo, muito obrigado por ter me ajudado e evitado tantas coisas. —

Rin (Mirai) optou por ficar em silêncio, escondendo qualquer possível reação quanto ao agradecimento, por isso retornando sua atenção para o artefato em sua mão e não levou muito tempo para que o casco se abrisse em três partes assim que o nó em fita vermelha foi desfeito e os simples olhos da tartaruga brilham num tom amarelado. 

Quanto mais o casco se abria, mas se enxergava uma esfera brilhante que começou a se expandir rapidamente. O rosado mais jovem tomou um pouco de distância e levou o braço direito a frente do rosto, assim protegendo-se de toda aquela incomum luminosidade. Rin (Mirai) olhou discretamente para o rosado que tomará a distância e permitiu-se um sorriso discreto, baixou sua cabeça por alguns centímetros e retornou sua atenção para aquela luminosidade em que Karasuki estava inserido, então deu um passo adiante, assim adentrando na luz e aquela esfera brilhante retraia rapidamente. Rin removeu o braço de de frente do rosto e ficou num momentâneo silêncio quando reparou que não havia mais indícios de sua contraparte. "Caramba, eu dormi de tão entediante que foi essa bri-... ué? O que eu perdi, garoto? " era a familiar e irônica, debochada e cruel voz de uma certa Besta de Cauda, o que acabou fazendo com que o rosado abrisse um sorriso e levasse as mãos para trás da cabeça e encarasse a lua cheia com certa admiração.

— É bom falar com você, Shukaku-sama. Amanhã eu posso te contar tudo o que aconteceu, está bem? — Rin sussurrou aquela pergunta.

[ ۝ ]

O rosado mais velho abrirá seu olho, piscava-o algumas vezes, assim adaptando-se ao ambiente, reparando que encontrava-se no terraço de uma familiar construção. Ele sabia que regressara para o seu período de tempo por conta de um fator importantíssimo: o Hospital de Konohagakure. A construção em que ele apareceu repentinamente recebeu uma melhoria nos últimos dois anos, assim ampliando-a e dando áreas a mais para os pacientes descansarem ao ar livre, assim como a Clínica Infantil de Assistência Médica Mental ganhará mais espaço para que as crianças pudessem aproveitar da maneira que preferirem. Ele abandonou qualquer sorriso e direcionou a atenção para sua mão direita, ou seja, a mesma que segurava o artefato em formato de tartaruga.

— Foi uma boa aventura. — Rin disse ao mesmo tempo que guardava o artefato dentro do quimono e suspirou como se estivesse um pouco cansado, então levou a mão direita para a nuca e continuou. — E ainda tenho que entregar um abraço. —

O rosado olhou em volta, assim certificando-se que estava sozinho no terraço, por isso removeu o tapa-olho que usava para cobrir seu Rinnegan, então aproveitou aquela oportunidade para a criação de um portal negro que o levaria em poucos segundos para o País do Vento, ou melhor, Sunagakure, onde sua pequena família encontrava-se. Rin cruzou os braços enquanto encarava aquele portal e não demorou para cobrir seu olho púrpuro e com ondulações com o mesmo tapa-olho, suspirando enquanto sentia as bochechas ganharem um pouco de calor, então deu alguns passos adiante, ou seja, seguiu para dentro do portal que o levou instantaneamente para a aldeia oculta envolta por um deserto que não mudará em todos aqueles anos, não demorando para estalar a língua quando sentiu o calor regional ou sentir-se idiota por ir para aquele lugar usando um quimono. O portal o deixou a poucos metros de uma casa feita de barro — assim como todas as outras de Sunagakure, afinal havia-se a necessidade de manter o ambiente interior fresco — de dois andares bem reconhecida por ele, assim o mesmo seguiu em direção a porta de entrada e não demorou para bater na porta algumas vezes e depois cruzar os braços quando escutou um sonoro "um segundo!", assim fazendo-o aguardar.

A porta acabou sendo aberta, assim revelando uma mulher de olhos púrpuros e um cabelo loiro — quase bege, como areia — trançado e com uma fita vermelha numa parte dele e jogado sob o ombro esquerdo, usando um simples vestido azul com mangas que iam até os pulsos, está parecendo um pouco surpresa quando reviu o rosado a sua porta, porém não demorou para sorrir com suavidade. Uchiha Doro parecia contente em rever o marido à sua porta, mas também curiosa por alguma razão inexplicável, afinal não era costume dele aparecer no mesmo dia que partiu para Konohagakure.

— Rakun, o que foi? — Doro perguntou ao mesmo tempo que olhava para o interior da casa na esperança de identificar alguma coisa, então deu continuidade. — Esqueceu algo por aqui? —

— Pode-se dizer que sim. — Rin disse ao mesmo tempo que levava a mão direita para a bochecha, assim coçando-a com o indicador e dando continuidade. — Posso entrar? —

— É claro, querido! — Doro disse e sorriu com leveza enquanto abria mais a porta, assim criando espaço para o esposo entrar em casa e deu continuidade. — Chegou em boa hora, sabia? Eu estava terminando de preparar um café. Aceita uma xícara ou não ficará muito tempo? —

— Eu… aceito uma xícara. — Rin disse e olhou discretamente para uma parede, assim observando alguns quadros fotográficos.

O quadro mais perto da porta mostrava uma fotografia de Kaori alguns anos antes e com o clássico sinal de vitória em sua mão direita e sorrindo para a câmera, atrás dela encontrava-se a academia de Sunagakure, quem a acompanhava era Doro que estava ajoelhada ao lado da única filha e parecia bem satisfeita pelo ingresso escolar da menina. O segundo quadro mostrava Doro e Kaori com os rostos pintados e fazendo caretas para a câmera, as duas exibindo suas línguas e haviam outras fotografias, mas em nenhuma ele se encontrava.

Rin suspirou, mas sorriu com discrição pelo canto dos lábios enquanto seguia para um assento que comumente sentava-se e assim observou a esposa terminando a preparação de uma jarra pequena de café. "Ela me chama de Rakun, enquanto que a Doro do passado me chama de Rin…" o mesmo pensou e levou a mão esquerda enfaixada para a cabeça, assim coçando-a com a ponta dos dedos.

— Que roupa é essa, querido? — Doro perguntou enquanto movia a cabeça para o lado, assim prestando atenção no marido e sorrindo com ternura, então continuou. — Você fica bonito com um quimono, parece mais tradicional do que com roupas comuns. —

— Isso é algo que achei no meu armário, então pensei em usar e quis mostrá-la. — Rin disse. Era obviamente uma mentira, mas não sabia como explicar para a esposa que aquela roupa foi adquirida no passado. Ele soltou uma baixo risada enquanto sentia as bochechas se esquentarem, então continuou. — Muito obrigado pelo elogio. —

Doro até tentou dizer mais alguma coisa, porém sua atenção se desviou para a escada que dava acesso ao segundo andar, até mesmo a atenção de Rin se concentrou naquele lugar e pareceu momentaneamente mais sério, porém suavizou ao máximo sua expressão, tentando se manter neutro, enquanto observava a garota de quinze anos e cabelos róseos curtos com uma franja cobrindo um dos olhos púrpuros, está sendo Kaori que usava uma jaqueta branca de mangas escuras e uma saia preta até os joelhos e sandálias com abertura para os dedos, a jovem encarou com surpresa e uma breve confusão o mais velho que encontrava-se sentado e lhe observando, Rin sequer percebia, mas Doro encarava em silêncio aquela situação com uma certa apreensão.

— Papa? — Kaori disse com curiosidade e levantou uma das sobrancelhas, então não demorou em continuar. — Tudo bem? Aconteceu alguma coisa? —

— Não aconteceu nada demais, Kaori. — Rin disse ao mesmo tempo que levava as mãos para trás da cabeça, então não demorou para dar continuidade. — Está de saída? —

— Ahn… sim, papa. — Kaori disse e direcionou sua atenção para a mãe, mas retornou ao pai e semicerrou um pouco as sobrancelhas, assim tentando parecer séria e decidida, enquanto dava continuidade. — Vou ao hospital, convenci Saryu-san a me colocar numa sessão em que o Chikatsu Saisei no Jutsu será usado, então queria assistir para… —

— Chikatsu Saisei no Jutsu? Hm, faça-me o favor… — Rin disse ao mesmo tempo que cruzava os braços, então não demorou em continuar enquanto saia de seu assento. — …mande essa velha para o inferno, diga a ela que não fará essa sessão. —

— Não mudará minha opinião, pa-... — Kaori não concluiu seu comentário.

Doro sabia o rumo que aquela conversa levaria, já estava acostumada com as conversas, ou discussões, de Kaori e Rin, por isso estava pronta para interromper caso fosse necessário.

— Você irá comigo até Konohagakure, lá posso ensiná-la essa técnica. — Rin disse, assim interrompendo a filha e sorrindo com certo convencimento, então deu continuidade. — Você será a minha aprendiz a partir de agora, não tolero que aquela velha decrépita continue com você, entendeu? —

Doro ficou em silêncio e surpresa com a repentina mudança, não imaginando, nem mesmo em seus sonhos mais felizes, que aquilo pudesse acontecer, por isso olhou para Kaori que aparentemente fora desarmada com aquele único diálogo. A menina ficou em silêncio por alguns segundos. "Obrigado pelo conselho, Doro do passado" o rosado pensou.

— Vou encher sua cabeça com o conhecimento médico para que saiba o sintoma de cada doença, vou deixá-la esgotada com cirurgia. — Rin disse ao mesmo tempo que saia de seu assento e movia o braço esquerdo enfaixado na direção da garota, então continuou com mais convencimento ainda. — Se quer mesmo seguir o Iryō Ninjutsu, então vou ensiná-la as quatro regras. —

— Quatro? Saryu-san me contou que há apenas três regras. — Kaori disse. Ela parecia confusa e animada com aquela inesperada situação, sentia seu coração bater cada vez mais rápido e suas bochechas ganham um tom avermelhado, afinal nunca vira seu pai daquela forma. Ela não demorou em continuar. — 1° Regra: Ninjas médicos não podem desistir de dar tratamento a seus companheiros enquanto respirarem. 2° Regra: Ninjas médicos não podem se envolver em batalhas. 3° Regra: Ninjas médicos devem ser os últimos do seu esquadrão a morrer. —

— 4° Regra: O Ninja médico que dominar o Byakugō no In pode quebrar todas as regras anteriores. — Rin complementou e semicerrou suas sobrancelhas, então deu continuidade. — É o auge do controle de chakra. Você tem que armazenar seu chakra por muito tempo para que possa usá-lo, aumentando seus atributos quando tiver alcançado esse objetivo. E estou disposto a ensiná-la sobre isso se quiser, Kaori. O que me diz? —

A garota ficou em silêncio. Ela observou o pai, então rapidamente aproximou-se dele enquanto seus olhos evidenciavam a animação que sentia naquele momento. A mesma balançou sua cabeça.

— Eu quero, papa! — Kaori disse.

— Ótimo, seu treinamento começará amanhã. — Rin disse ao mesmo tempo que cruzava os braços e encarava a garota, então continuou. — Vá avisar aquela bruxa velha que você não precisa mais dela. —

— Sim! — Kaori disse.

A jovem Uchiha tomou distância, assim dirigindo-se para a porta de casa, mas parou enquanto deixava-a um pouco aberta e direcionou a atenção para seu pai e sorriu com alegria por aquele acontecimento inesperado e bem agradável. Kaori ficou assistindo quando Rin aproximou-se de Doro que continuava na pia e terminando de coar o café, assim o rosado mais velho aproveitou a oportunidade da esposa estando de costas para envolvê-la num agradável e aconchegante abraço com seus corpos bem próximos do outro, os braços dele passando abaixo dos seios da mulher enquanto o rosto dele repousava em seu ombro. 

— O que foi, querido? Você está agindo diferente. — Doro disse enquanto suas bochechas ficam coradas. Ela parecia gostar do que estava acontecendo.

— Só quis abraçá-la, e dizer uma coisa… — Rin sussurrou e fechou seu olho ônix enquanto sentia o agradável aroma da esposa, então não demorou para levar os lábios para o pescoço dela e beijá-la com suavidade. 

— Eu também te amo, queri-... — Doro não concluiu seu comentário. Ela ao menos imaginava o mesmo iria se declarar para ela.

— Me perdoe. — Rin sussurrou com sinceridade e quase inaudível ao abrir um pouco seu olho ônix, concentrando-o em sua parceira.

— Perdoa-lo? Perdoa-lo pelo que? — Doro perguntou com certa curiosidade, porém seus olhos púrpuros ficaram marejados.

— Por tudo. Pela minha ausência em todos esses anos como marido e pai, pelo meu comportamento com as duas, perdoe-me por tudo, Doro. Me dê mais uma chance para que eu corresponda a altura os seus sentimentos, por favor. — Rin sussurrou, suplicou para a esposa, usando toda a sinceridade possível para aquele pedido de desculpas. 

— Seu bobo… — Doro disse.

A mulher soluçou e baixou sua cabeça ao mesmo tempo que parecia séria e seus olhos fechados, porém de outra visão eram visíveis as lágrimas escorrendo pelo agradável rosto dela e pingando quando alcançava o queixo. Ela levou as mãos para frente dos olhos, assim tentando secar aquelas lágrimas, mas continuava chorando independente de quanto secasse. Aquilo era observado por Rin que sentia-se cada vez mais culpado, afinal estava percebendo o quanto a esposa tinha aguentado em todos aqueles anos.

— …idiota. — Doro disse.

O rosado continuou em silêncio e abraçando a esposa enquanto a mesma chorava e xingava-o de idiota, sequer dando a mínima para Kaori que sorria ao reparar no peso que deixava os ombros de sua mãe conforme a mesma se debrulhava em lágrimas, mas a pequena Uchiha sabia que devia partir, por isso fechou silenciosamente a porta. Rin fechou seu olho ônix e concentrou-se nos soluços da esposa, sabendo que era sua responsabilidade aquele sentimento pesado que a mesma retirava gradativamente dos ombros.


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