Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 198
S08Ch30;




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E o dia vinte e dois chegou. O primeiro dia oficial do inverno, mas isso podia facilmente ser ignorado em Amegakure, afinal o clima esfriou desde o começo de Dezembro e a queda de neve teve início um pouco antes do meio do mês. Era aproximadamente nove e meia da manhã quando um certo rosado ganhou parte da consciência na cama e levou a mão esquerda enfaixada para seus olhos, assim coçando-os enquanto usava a direita para tentar alcançar a barriga de sua parceira e fazê-la uma agradável carícia, porém a mão tocou o colchão e depressa removeu aquela que estava de frente aos olhos e levantou um pouco sua cabeça, assim prestando atenção no espaço vazio e sentando-se na cama e possuindo uma certa confusão, então direcionou a atenção para a porta que dava acesso ao banheiro e escutou a água caindo, por isso que sentiu-se aliviado.

— Querida? — Rin chamou pela Yamanaka e não demorou para levar a mão direita para trás da cabeça e coçou-a com a ponta dos dedos, não levando muito tempo para sair da cama e se aproximar da porta do banheiro e dar continuidade quando a abriu um pouco mais e pôs o rosto para dentro do cômodo. — Eu espero que esse banho esteja quente, está muito frio para que seja um banho morno. —

— Que bom que acordou, querido. — A Yamanaka disse de dentro do banheiro enquanto passava gentilmente as mãos ensaboadas na barriga, direcionando a atenção ao parceiro e soltando uma risadinha com as bochechas ligeiramente coradas antes de continuar. — Está quente, sim. Veja só… — 

A Yamanaka fez uma conchinha com as mãos, então moveu os braços para frente, assim jogando um pouco de água no rosado que a encarou com uma leve seriedade enquanto água escorria de sua cabeça molhada. Ela cruzou os braços e manteve aquela encarada, porém não demorou para se aproximar da noiva que estava nua embaixo do chuveiro e rapidamente passou as mãos em sua cintura e a puxou para mais perto de si enquanto sentia as mãos da mesma em seu abdômen, assim como sentia a água caindo em cima deles. Ele sustentou seus olhos verdes gentis nos azuis da parceira que ganhava um suave rubor em suas orelhas enquanto movia os braços para trás do espaço do rosado, os dois mantiveram aquele contato visual no quase silencioso banheiro.

— Eu vou vencer. — Rin sussurrou. Seus olhos expressavam a gentileza, enquanto sua voz a confiança que necessitaria para aquele dia. Aquelas poucas palavras serviam como uma das promessas que o mesmo odiava quebrar.

A Yamanaka ficou em silêncio. Ela sustentou seus olhos azuis no parceiro e lentamente seus lábios se moveram, dessa maneira sorrindo para o mesmo e não demorando para aproximar-se um pouco mais dele e roçar seus lábios ao dele, assim fazendo-o separar os lábios por hábito e depressa dão início ao beijo embaixo do chuveiro.

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Faltavam cinco minutos para às dez da manhã quando o rosado deixou o quarto que partilhava com sua parceira. O Uchiha vestia uma camisa cinza com uma jaqueta de manga comprida vinho e contendo o símbolo do clã nas costas, além disso concluía sua vestimenta daquele dia com uma calça preta e sandálias com abertura para os dedos, não mencionado que o cabelo róseo e comprido era preso com um elástico vermelho e haviam dois aquecedores pretos em seus pulsos. A Yamanaka usava um vestido que lembrava a um suéter vermelho de ombros largos com legging preta e botins marrons — calçado de couro, mais curto de cano que a bota e ordinariamente com elásticos — e deixava seu cabelo solto. A loira levantou os braços e entrelaçou as mãos no processo, assim se espreguiçando e depois olhando para o rosado que abriu a boca para um duradouro bocejo ao ponto de lacrimejar, porém não demorou em encerrar e levar as mãos aos bolsos da calça. Até mesmo Sirius deixou o quarto aos resmungos e bocejou ao ponto de mostrar as presas afiadas, então sentou-se ao lado do rosado e balançou a cabeça de um lado a outro como se aquilo tivesse alguma utilidade para acordá-lo. 

— Vou tomar café da manhã. Gostaria de me acompanhar? Um café seria bom para tirar essa preguiça que está sentindo, quem sabe um banho gelado. — A Yamanaka disse e sorriu pelo canto dos lábios. Era bem óbvio que a última parte de seu comentário era para soar com divertimento. 

— Eu passo. — Rin disse e não demorou para levar os lábios para a bochecha esquerda da noiva e beijá-la antes de dar continuidade. — Estou a dias namorando algumas lojas com belos presentes para todos vocês, então quero aproveitar que as pessoas vão estar distraídas com pensamentos no Coliseu e esquecendo das possíveis compras natalinas. —

— Sabe que não preciso de presente algum, não sabe? — A Yamanaka disse e levou a mão direita para a barriga e acariciou a região antes de dar continuidade. — Não poderia pedir por coisa melhor do que esse presentinho, querido. —

— Ótimo, então não tenho que comprar roupas bonitas e livros? — Rin perguntou e levantou uma das sobrancelhas. Era óbvio que seu comentário era feito como forma de provocar a noiva. Ele não demorou em continuar após levar sua mão esquerda enfaixada para o queixo e levantar um pouco a cabeça. — Tenho certeza que haviam livros ótimos numa livraria que passei noutro dia, mas já que não está querendo presentes… — 

O rosado podia ser malvado da sua própria maneira quando queria. Óbvio que conhecia alguns dos gostos literários de sua noiva — em geral aventurescos, românticos ou ligeiramente eróticos — afinal a mesma lhe mostrou a algum tempo uma coleção literária — Icha Icha — que recebeu dos sábios do Monte Myoboku, por isso se dispôs a procurar por livros com tais semelhanças. A Yamanaka sentiu as bochechas se esquentarem ao imaginar-se com uma nova coleção de livros, até mesmo mordeu com suavidade o lábio inferior enquanto um arrepio espalhava-se por cada centímetro de seu corpo, então mirou seus olhos azuis verdadeiramente animados e ansiosos no noivo que buscou forças para não sorrir com aquela reação.

— Eu mudei de ideia! — A Yamanaka disse com uma animação contida. Ela quase começava a se imaginar com uma agradável leitura. Ela não demorou em continuar. — Vá comprar tudo isso! —

O rosado balançou a cabeça em confirmação a aquela quase súplica da parceira, não tendo a oportunidade de dizer-lhe quaisquer coisas, afinal a atenção de ambos se desviou para Sirius que pareceu alerta com alguma coisa, mas de certa maneira não parecia sério, apenas animado. O canídeo de pelagem escura saiu correndo em direção a escadaria que dava acesso ao próximo andar. O rosado olhou para a loira e sorriu pelo canto esquerdo dos lábios enquanto aproximava-se daquela mesma escadaria.

— Vou atrás dele, quero saber o que deixou esse cachorro tão animado. Eu te encontro mais tarde, Misa. — Rin disse com tranquilidade e não demorou em continuar quando seu pé esquerdo tocou o primeiro degrau. — Eu te amo. —

— Tenho uma vaga noção. — A Yamanaka sussurrou praticamente inaudível, afinal sentia o chakra de outra figura muito acima de onde se encontravam, por isso não demorou em continuar quando assumiu um sorriso mais gentil. — Eu também te amo. —

O rosado sentiu uma certa satisfação com aquelas poucas palavras da noiva, mas assim mesmo transformou sua expressão calma em algo mais sério e retornou sua atenção para os degraus e suspirou antes de começar sua subida para o próximo andar, mas obviamente que este não seguiu numa caminhada suave. O rosado sabia que estava numa momentânea desvantagem com seu cachorro, por isso seguiu em disparada por aquela escadaria que o levou para o andar superior, então rapidamente olhou em volta na esperança de identificar o canídeo naquele andar, mas um latido já havia lhe indicado que o mesmo não encontrava-se naquele andar, por isso seguiu ao próximo lance de escadas e subiu com a mesma velocidade até acabar acessando o terraço, assim surpreendendo-se com o amontoado de neve que cobria o lugar e levando o braço direito para frente dos olhos semiabertos quando sentiu um vento gélido, mas assim pode identificar o que, ou melhor, quem o esperava sentado na beirada daquele lugar. 

Rin (Mirai) mantinha seus braços cruzados enquanto seus olhos, cansados e ligeiramente sérios, mantiveram-se concentrados no canídeo que agora sentava-se à sua frente, porém o mais velho não demorou para direcionar sua atenção ao recém chegado, ao lado esquerdo do mais velho havia uma caixa pequena com uma corda vermelha para mantê-la fechada.

— Tenho um pedido para você. — Rin (Mirai) disse e descruzou os braços, então deu continuidade quando levou a mão esquerda enfaixada para trás da cabeça e a coçou com a ponta dos dedos. — Coloque o Karasuki num lugar seguro, esconda-o bem para que ninguém o encontre por acidente. —

— Isso dá para ser feito. — Rin disse ao mesmo tempo que aproximava-se do mais velho, então deu continuidade quando olhou para o céu e depois para o mais velho. — Em algum momento pretendia me contar sobre o Jiton? — Rin notou uma certa dúvida em sua contraparte, por isso não demorou em continuar quando removeu as mãos dos bolsos e exibiu algumas bolas escuras do tamanho de um polegar. — No meu encontro com Matatabi-sama, acabei descobrindo da melhor forma que o chakra que Shukaku-sama deu me garante o uso dessa natureza. —

— Eu não tinha ideia. — Rin (Mirai) disse e levou a mão direita ao queixo. Ele pareceu bem pensativo, até mesmo curioso, sobre o assunto da natureza avançada, então deu continuidade ao voltar no tópico principal. — Seria perigoso alguém pôr as mãos em Karasuki, então tem de mantê-lo bem escondido. —

— Posso usar areia de titânio por causa do Jiton, mas ainda tenho que entender sua essência, ou melhor, saber como utilizá-lo. — Rin sussurrou ao mesmo tempo que guardava as esferas nos bolsos de sua calça, então deu continuidade quando cruzou os braços. — Eu concordo que mantê-lo escondido é a melhor solução para evitar problemas futuros, por isso que tenho o lugar ideal que servirá como esconderijo. —

— Ótimo, que assim seja feito. — Rin (Mirai) disse e direcionou sua atenção para a caixa ao seu lado e a segurou com a mão esquerda e estendeu o braço para o mais jovem e deu continuidade. — Essa é a minha forma de agradecê-lo. —

— Agradecimento? — Rin perguntou e direcionou seus olhos verdes para a caixa selada por aquela fita vermelha, então a pegou da mão esquerda de sua contraparte mais velha.

O rosado mais jovem desfez com o nó daquela fita, assim removendo a parte de cima da caixa e levantando as sobrancelhas em óbvia curiosidade quando reparou o que havia no interior: um pergaminho. O mesmo retornou sua atenção para sua contraparte mais velha que agitou os ombros e fez um gesto para que o mais jovem continuasse, por isso que apanhou o pergaminho e o abriu até reparar que em sua longa página havia um selamento, por isso voltou sua atenção para o mais velho.

— Desfaça o lacre. — Rin (Mirai) instruiu ao mesmo tempo que sorria pelo canto dos lábios, certamente divertindo-se com as reações do mais jovem.

O rosado pôs o pergaminho aberto no chão e não demorou para desfazer com aquele selo na página, assim dando seguimento a uma quantidade de fumaça e um objeto peculiar. Um leque largo e marrom com vários tomoe vermelhos nele e tem um cabo longo com ataduras em torno da base, bem como tendo uma corrente longa ligada a ele. Aquilo, sem dúvida, era um Gunbai. 

— Isso pertenceu ao Fantasma dos Uchiha, ou seja, Madara Uchiha. E, por muito tempo, esteve perdido com o fim da última guerra, mas fui capaz de encontrá-lo. — Rin (Mirai) disse quando percebeu uma certa curiosidade de sua contraparte, por isso não demorou para dar continuidade quando mostrou a mão esquerda enfaixada com o dedo indicador a mostra. — E tem acesso a uma técnica específica com esse Gunbai que se chama Uchihagaeshi; ao bloquear um ataque recebido, você pode anula os efeitos do ataque convertendo o chakra recebido em transformação da natureza Fūton, que é refletida de volta. —

— Fūton é uma natureza que não uso com frequência, mas vou guardá-lo como recordação, quem sabe posso acabar usando eventualmente? — Rin disse ao mesmo tempo que pegava o Gunbai pelo cabo e sorriu pelo canto dos lábios, então deu continuidade. — Você já está indo? —

— Não, ainda não. — Rin (Mirai) respondeu ao mesmo tempo que levantava a cabeça, assim prestando atenção no céu e suspirou antes de dar continuidade. Seus olhos nunca estiveram tão cansados quanto naquele momento. — Quero saber se eles ficarão bem, então posso retornar ao meu tempo sem sentir remorso. —

— Eu tenho um plano de combate. — Rin sussurrou ao mesmo tempo que levava a mão direita para a nuca e a coçava com a ponta dos dedos, então deu continuidade. — Ou 12% de um plano, algo que pode evitar que o confronto cause danos em Amegakure. —

— Um plano? — Rin (Mirai) perguntou e levantou uma das sobrancelhas. Era óbvio que sentia um certo interesse. Ele não demorou em continuar quando sorriu com seriedade e confiança, até mesmo divertimento, ao ponto de mostrar os dentes. — Conte-me esse plano. —

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As horas se passaram, assim como o clima de Amegakure mudou em dado momento, dessa maneira a queda de neve tornando-se uma tempestade com nuvens escuras e bem carregadas. O rosado, que já havia concluído suas compras natalinas pensando cuidadosamente nas pessoas que presentearia, então regressado para o cômodo que partilhava com sua parceira e guardado-os cuidadosamente embaixo da cama e deixado o quarto um pouco depois, desapareceu assim que suas obrigações foram terminadas. 

Enquanto isso, no Coliseu as pessoas na arquibancada pareciam ansiosas para aquele último evento do ano. A grande maioria usava roupas apropriadas para combater o frio daquele dia, enquanto outras com itens para prevenir de serem atingidos pela chuva que mostrava-se um pouco rigorosa, porém o terrível eram os raios que iluminavam muitas das nuvens e rendia sustos de muitas pessoas com seus estrondos altos e repentinos. Na área VIP os sustos não eram frequentes, mas causavam um certo desgosto em muitos daqueles que pareciam concentrados na arena que era circundada pela construção. A maioria encontrava-se em assentos confortáveis com vista a arena. 

O líder da Mangetsu suspirou num ligeiro aborrecimento enquanto mantinha o cotovelo direito no apoio de seu assento e o punho em sua bochecha, direcionando sua atenção pela décima vez para o usuário de machados que andava de um lado a outro com nítida apreensão. O habitante do país do ferro mantinha os braços cruzados com as mãos agarradas aos cotovelos e toda a atenção concentrada na arena momentaneamente vazia e rangendo seus dentes. Tsuyu fechou seus olhos, então abriu-os novamente e direcionou os mesmos para a noiva que mantinha as mãos na barriga e usando os polegares para acariciá-la e que parecia bem tranquila por mais que soubesse da situação.

— Doro, pode me recomendar um veneno para matar Musashi? Estou começando a me irritar com essa preocupação dele. — O Hyuga disse ao mesmo tempo que semicerrava suas sobrancelhas e direcionava seus olhos amarelados para o usuário de machados, então continuou enquanto as veias em volta dos olhos ficam nítidas e os mesmos ficam perolados. — Eu juro que vou matá-lo se continuar enchendo o saco. —

Doro levantou uma das sobrancelhas, mirando sua atenção no noivo e pensou sobre aquele assunto, estando disposta a colaborar com um veneno que ao menos causaria a inconsciência do usuário de machados, mas acabou não tendo a oportunidade para oferecer a sua opção.

— Vocês estão despreocupados demais com a situação. — Musashi disse áspero e não sentiu-se incomodado pelo olhar agressivo do líder, então não demorou em continuar. — Estão calmos demais. Como tem a certeza de que… — O mesmo não concluiu seu comentário.

— Ele me disse que vai vencer. — A Yamanaka se pronunciou de braços cruzados abaixo dos seios e olhando discretamente para o usuário de machados.

— Todo mundo diz isso! — Musashi disse um pouco mais irritado do que antes e semicerrando as sobrancelhas antes de dar continuidade. — Esse cara deve estar com medo! Quando as pessoas estão assustadas, elas sempre falam sobre vencer! —

— Rin é uma pessoa gentil. Sempre que ele usa palavras fortes, é como se ele estivesse fazendo uma promessa. Eu acredito que ele fez uma promessa a si mesmo. — A Yamanaka disse e sorriu pelo canto dos lábios e não demorou para acrescentar. — E ele não gosta de quebrar suas promessas. —

Musashi até poderia dizer alguma coisa, mas igualmente a Doro não teve essa oportunidade, ou seja, acabou sendo calado por seu líder antes mesmo de se pronunciar, porém olhou discretamente para o lado direito quando sentiu algo roçando em sua mão direita, assim reparando em Ryūsei que usava o indicador para chamar a sua atenção. A espadachim exibia uma expressão confortável para o usuário de machados que semicerrou as sobrancelhas e sorriu pelo canto dos lábios. 

— Já está na hora do espetáculo ser iniciado. — Tsuyu disse e levantou um pouco as sobrancelhas ao reparar no horário, então suspirou e deu continuidade com um ligeiro tom de divertimento. — Eu odeio essa dor no meu joelho direito, até parece que não sei do problema que está chegando. —

[ ۝ ]

Outro trovão soou e alarmou com um pequeno número de pessoas na arquibancada, mas mesmo assim todas pareciam igualmente dispostas a estarem ali naquele dia. As caixas de som foram ativadas e depressa a conversa fiada entre os humildes observados se encerrou para que ouvissem algumas das calorosas palavras.

— Olá, povo de Amegakure! Posso sentir o quão animados estão com o evento de hoje, afinal será o último do ano e esperam por um espetáculo grande e, sem dúvida, garanto a vocês que alcançaremos as suas expectativas. Além disso, gostaria de anunciar que haverá uma pausa, mas sintam-se confortáveis, pois temos a intenção de voltar com ele no fim do Inverno, ou seja, março do próximo ano. — A voz de Tsuyu nas caixas de som. Houve uma pausa para que as pessoas sentissem aquelas palavras, mas então deu-se continuidade. — Antes de iniciarmos com o evento desse dia, eu gostaria de dar algumas palavrinhas com vocês, espectadores e indivíduos que integram a Mangetsu. Eu gostaria de agradecer por seus esforços nos últimos anos por lutarem ao meu lado contra aquela ameaça, por terem resistido a aquele indivíduo que nos atormentou, que privou a nossa liberdade por incontáveis anos. Vocês carregam em seus corações o que eu pretendo chamar de Vontade da Chuva, muito obrigado Konohagakure. — Houve novamente uma pausa para que as pessoas entendessem e sentissem o peso daquelas palavras, então houve a continuidade. — A Vontade da Chuva é um ideal enraizado na Mangetsu, mas que estou compartilhando com vocês nesse dia. Essa Vontade da Chuva diz que todo verdadeiro shinobi de Amegakure deve amar, acreditar, valorizar e lutar pelo bem da aldeia, como as gerações anteriores tinham feito antes deles, pois é isso que dá aos shinobi de Amegakure a força para continuar a lutar contra todas as adversidades, construindo a força de vontade e um forte caráter. Também simboliza as esperanças e sonhos da geração anterior que estão sendo transmitidos para a próxima. — Houve um momento mais longo para que as pessoas entendessem essencialmente aquelas palavras, então o mesmo continuou. — Vamos ao show. —

Outro trovão soou, assim clareando com algumas nuvens e assustando algumas pessoas que pareciam concentradas na profundidade das palavras do líder da Mangetsu, mas essas mesmas que se assustaram em dado momento voltam suas atenções para portas metálicas do lado esquerdo da arena que facilmente é aberta, assim dando acesso para um número grande de participantes deixarem o interior daquela área e serem bem recepcionados por oitenta mil pessoas que pareciam verdadeiramente animadas com aquela exibição. Alguns grupos, formados por participantes com aparências que demonstravam algum tipo de dominância, já se distanciam e deixam os que julgavam menos capacitados, ou seja, os fracos, para se degladiarem ou servirem como sobremesa para quando não houvesse mais indivíduo forte noutros equipes, ou seja, acabariam mortos mais cedo ou mais tarde.

Esse abandono acabou sendo aproveitado por um deles que possuía olhos azuis profundos e cabelos azul escuro longos e bagunçados que se mantinha amarrado em um rabo de cavalo baixo, contendo uma mecha branca perto do lado esquerdo do cabelo, este nada mais sendo que War — Yuki Kori — que sorriu ao reparar na quantidade de indivíduos que assistia aquele espetáculo mortal, até mesmo gargalhando baixo antes de levar a mão direita para o cabelo e alisa-lo para trás. 

— O significado de guerra é o desespero. A guerra não faz heróis, não trás alegrias. A guerra é o completo desespero. É sombria, apavorante, triste e melancólica. É por isso que as pessoas temem a guerra, por isso que a evitam. — Kori sussurrou praticamente inaudível, mas nem mesmo que tentasse falar mais alto seria escutado, afinal os mais fortes se matavam com execuções de Ninjutsu e a arquibancada parecia verdadeiramente animada, ele não demorou em continuar. — Eu vim trazer o desespero. Hissatsu Hyōsō. —

Ele devia ser grato ao tempo frio, mas também à chuva que potencializou sua técnica. Em questão de um segundo incontáveis espinhos de gelo cresceram e seguiram-se para onde havia mais participantes daquele evento, contudo tais espinhos cresceram e aproximaram-se da arquibancada, ou melhor, da área VIP que ficou sem reação por um momento. Contudo, um novo fenômeno aconteceu pouco antes daqueles espinhos completamente afiados terem a chance de causar algum dano a população. As nuvens carregadas se mostraram bem úteis, pois dessa maneira um relâmpago pode ser controlado e caiu sob aqueles espinhos, assim destruindo-os e atirando fragmentos para todos os lados. 

Um frígido nevoeiro assolou toda a arena, seus participantes, até mesmo a plateia, ficaram confusos com o acontecido, receosos e um breve suor escorreu pelo canto de seus rostos enquanto tentam encontrar o responsável por aquela técnica, mas era difícil dizer quem era num amontoado de gente perigosa, exceto para Kori que sorriu pelo canto dos lábios enquanto mantinha a cabeça levantada, assim prestando atenção no indivíduo que residia no lugar mais alto do Coliseu e tinha o braço direito levantado e uma carga elétrica na palma da mão. Aquele encontro estava acontecendo pela segunda vez, quem sabe pela última. 

Rin, mantendo seu Mangekyou Sharingan ativo para uma maior percepção, assistia daquele topo o último membro da Mokushiroku no Kishu, ao mesmo tempo semicerrando suas sobrancelhas e sorrindo pelo canto dos lábios. "Usar aquele Susano'o e tantas outras técnicas de Katon para aquecer as nuvens, assim criando uma tempestade e me garantindo o uso do Kirin no momento certo…" o mesmo pensou e não demorou para que desaparecesse daquele lugar alto, mas um indivíduo, ou melhor, um participante tomou seu lugar e pareceu confuso e assustado. "...depois aquela habilidade chata para que eu pudesse me aproximar de War, e depois…" o rosado continuou pensando e depressa aproximou-se do único indivíduo que reconhecia, aproveitando-se do acréscimo de velocidade por causa do treinamento em gravidade elevadíssima, então levando a mão direita ao ombro dele, sendo esse o único toque que era necessário e assim, simultaneamente, desapareceram daquele lugar movimentado. 

O ambiente se alterou para uma cachoeira, ambos estando no meio daquele riacho que era cercado por montanhas e abaixo da cachoeira, com duas estátuas bem destruídas — Uchiha Madara e Senju Hashirama — num último confronto entre rivais, ou seja, o reconhecível Vale do Fim. "...levá-lo para longe de Amegakure, no único lugar poético o suficiente para terminar com esse assunto, ou seja, o Vale do Fim…" o rosado concluiu seu pensamento ao mesmo tempo que prestava atenção no indivíduo que parecia confuso com a repentina troca de ambientação, mas não levou muito tempo para que o mesmo se adaptasse e sorrisse com divertimento, bem o oposto do rosado que continuava sério e as sobrancelhas semicerradas.

— Você tem um senso de reação incrível, nunca imaginaria que minha técnica seria destruída por um raio. — Kori disse e levou o polegar esquerdo para o nariz, assim coçando-o e dando continuidade sem abandonar o pouco amistoso sorriso. — É aqui que o assunto será resolvido, não é mesmo? Que um de nós sairá vivo enquanto o outro provavelmente afundará nesse riacho? Bom, sinto muito, mas não está nos meus planos morrer, então… — Kori usou o indicador da mão esquerda para apontar ao Uchiha, então deu continuidade com um olhar mais sério e sem abandonar aquele mesmo sorriso. — …será você. —


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