Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 168
S07Ch31;




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— Ōgama Sennin teve uma profecia a seu respeito. — Fukasaku contou e seu olhar parecia misteriosamente e inconfundivelmente calmo, contudo havia uma leveza de seriedade neles.

O rosado ficou em silêncio ao mesmo tempo que bebia a nojenta sopa, sentindo uma breve curiosidade por aquelas palavras, até por isso não sentiu o gosto muito amargo e leve crocância do conteúdo de sua cumbuca. "Profecia?" o mesmo pensou ao mesmo tempo que aumentava a distância da cumbuca para com seus lábios e olhou somente uma vez para dentro da mesma e sua expressão pareceu de absoluto desgosto quando reparou na metade de uma barata que continuou se mexendo. Ele olhou para o lado quando sentiu um aperto em sua roupa, assim reparando em Shima que carregava uma panela com aquele mesmo conteúdo e uma concha no interior da panela.

— Você adorou. Não adorou? Posso colocar mais um pouco? Do jeito que está comendo, sem dúvida crescerá forte. — Ela disse e mostrou a concha com um pouco da sopa esverdeada e contendo pedaços de alguns insetos.

"Prefiro comer chocolate… uma montanha de doce… do que passar por essa tortura mais uma vez" pensou e engoliu em seco, mas olhou para sua noiva que optará pelo silêncio desde aquela revelação do outro sapo, assim se lembrou das gentis palavras dela, por isso suspirou e balançou sua cabeça, assim concordando com o comentário de Shima que sorriu com vasta alegria e não se demorou em preencher novamente a cumbuca com aquela sopa que preparou com tanto esforço. Ele manteve seus olhos esverdeados concentrados na noiva.

— Uma profecia? Isso é realmente possível, Fuka-sama? — Misa perguntou ao mesmo tempo que mantinha as sobrancelhas erguidas. 

— Muito possível, Misa-chan. — Fukasaku contou e levantou o braço direito um pouco acima do cotovelo e manteve a mão fechada com exceção do indicador a mostra. — Sapos raramente sonham, mas quando eles sonham, o sonho sempre se realiza. Porque o sonho de um sapo é o destino. —

— E o que acontece se ele sonhar com mulheres caindo do céu? — Rin perguntou com descrença. Ele pôs o cotovelo em sua coxa direita e o punho fechado no queixo ao mesmo tempo que usava um tom de zombaria para aquela pergunta.

— Rin! — Misa o chamou em óbvio tom reprovativo. 

— Porque mulheres iam cair do céu? — O sapo perguntou em tom duvidoso. Ele não parecia incomodado pela descrença do outro rapaz.

— Porque o "Ōgama Sennin" hipoteticamente sonhou com isso. E você mesmo disse que o sonho de um sapo é o destino. Então, mulheres cairiam do céu? — Rin perguntou novamente e semicerrou suas sobrancelhas antes de dar continuidade. — Ele pode sonhar com a previsão do tempo para os próximos anos? —

— Você é cético. — Fukasaku disse ao mesmo tempo que assumia uma expressão mais séria, mas igualmente assumindo um pouco de diversão, afinal sabia como as previsões do Ōgama Sennin eram certeiras.

— Você mesmo disse que as previsões de um sapo são originalmente sonhos. Então, é… sou bem cético quanto a veracidade de qualquer informação vinda a partir de um sonho. — Rin disse e semicerrou seus olhos esverdeados enquanto sua atenção era concentrada no anfíbio.

— Rin, cale a boca. — Misa disse, desta vez sua voz era terrivelmente fria e pouquíssimo amigável. 

— Ma-...Mas, Mis-... Misa… — Rin disse ao prestar atenção em sua noiva e acabou engolindo em seco. Ele notava o olhar sugestivo da Yamanaka, por isso baixou um pouco a cabeça ao mesmo tempo que formou beicinho, assim não demorou em dar continuidade. — Certo, desculpe… —

Não havia nada pior para um homem apaixonado do que o olhar de absoluto ódio da mulher por quem era apaixonado, um olhar reprovativo e tão intenso quanto aquela paixão sentida por ambos. E foi essa sensação que o rosado experimentou por alguns segundos e que o fez abaixar sua cabeça, mas assim mesmo sua atenção permaneceu na conversa. 

— Desculpe por isso, Fuka-sama. — Misa disse ao mesmo tempo que retornava sua atenção para o anfíbio e sorria amigavelmente para ele. 

— Desculpas são desnecessárias. — O anfíbio disse e balançou a cabeça de um lado a outro, assim não demorando em continuar. — Posso levá-la até ele? —

A Yamanaka olhou para a cumbuca e uma familiar sensação percorreu seu estômago, sem dúvida alguma necessitaria de outro chá de gengibre para acabar com sua náusea, quem sabe até mesmo com as consequências daquela curtíssima refeição. Ela respirou fundo e com calma, então soltou o ar acumulado lenta e discretamente, assim retornando sua atenção para o sábio anfíbio que aguardava por sua resposta.

— Claro. Eu adoraria conhecer o Ōgama Sennin. — Misa disse e sentiu um imenso alívio por não ter de experimentar mais aquela sopa. 

— Você ficará aqui? — Shima perguntou ao mesmo tempo que esfregava suas mãos umas nas outras. Sua pergunta era direcionada para o rosado, assim não demorou em continuar. — Poderá comer bastante. —

O rosado cuspiu o que bebia. Um belo jato esverdeado com pedaços de insetos saiu de sua boca. Ele olhou perplexo para Shima que parecia não compreender o porquê daquele acontecimento. O rosado tossiu ao mesmo tempo que levava seu punho fechado para o abdômen e dava alguns socos. E olhou muito depressa para a Yamanaka que havia se surpreendido com sua reação, então olhou para Shima que aguardava ainda por sua resposta. "Tenho que ter cuidado com as palavras. Eles são os instrutores da Misa…" pensou e baixou sua cabeça um pouco e prestou uma momentânea atenção no líquido espesso da sua cumbuca. "Isso é nojento. Estou tolerando essa refeição porque não comi nada nos últimos dias, mas continua sendo nojento…" pensou e suspirou antes de retornar sua atenção para a anfíbia.

— Muito obrigado, mas estou curioso com esse evento. Mesmo cético… gostaria de saber o que esse Ōgama Sennin tem para ela, então dispenso por agora sua deliciosa refeição. — Rin disse num ligeiro tom amigável e não demorou em prestar uma reverência para a anfíbia, assim dando continuidade e exibindo um amigável sorriso. — Muito obrigado pela refeição. —

— Tudo bem, mas pode levar alguma coisa para a viagem? — Shima perguntou.

— Eu… ahn… — Rin não sabia o que dizer, além disso sentia que aquela era uma batalha perigosa. 

— Shima-sama… — Misa chamou pela anfíbia. Ela exibia um sorriso dócil, mas se esforçava em deixar segundas intenções nas entrelinhas. — …está tentando conquistar meu noivo? Ele gosta das refeições que preparo. —

Era mentira. Ou parcialmente, afinal até aquele momento a Yamanaka não havia preparado qualquer refeição para o rosado, mas o mesmo não sentia-se incomodado por aquilo, afinal havia aquele acordo que o faria preparar as refeições e inúmeras outras coisas. 

— Ele está magro, então supus que uma boa alimentação o faria ganhar alguns quilos. Você está imaginando coisas, Misa-chan. — Shima disse e não demorou em gargalhar energicamente.

— Olhando melhor… parece que você tem razão. Ele está magro, por isso adoraria se me passasse algumas receitas, Shima-sama. — Misa disse e não demorou em rir com ligeira diversão. 

O rosado ficou em silêncio. Ele não sabia mais se agradecia ou não por aquela incomum conversa, mas tinha noção de que seu corpo era magro, contudo tendo músculos que surgiram a partir de rigorosos treinamentos da necessidade em ficar mais forte. Ele prestou atenção em sua noiva e sabia que a mesma não falsificava aquela risada cheia de gentileza. E não demorou para que o mesmo se levantasse, assim tendo a atenção dos outros três indivíduos para si e coçando a nuca ao mesmo tempo que assumia uma expressão mais suave.

— Vamos até esse Ōgama Sennin? Não quero ser chato, mas ainda temos coisas a serem feitas bem longe daqui. — Rin disse. 

— Ah, certamente. — Fukasaku disse e não demorou para que saltasse ao ombro direito do rosado, assim dando continuidade quando olhou para a outra anfíbia. — Estamos indo, mãe. —

— Está bem, pai. — Shima disse.

— Até outro momento, Shima-sama. — Misa disse no momento que se pôs em pé e ocupou o lado direito de seu noivo por conta do hábito.

— Tchau, Misa-chan. — Shima disse.

Os três saíram da cabana que servia de moradia dos sábios sapos, assim deixando para trás a anfíbia de pele púrpura. Rin olhou discretamente para o sapo que estava em seu ombro e que agora prestava atenção no caminho a frente, ou melhor, seus olhos estavam atentos numa imensa e distante montanha com uma longa escadaria em sua extremidade.

— Vamos para lá? — Rin perguntou.

— Isso mesmo. — Fukasaku disse.

— Levará pelo menos quatro horas se fôssemos de maneira convencional, querido. — Misa disse e levou a mão direita ao seu queixo enquanto prestava atenção na montanha.

— Aham… — Rin disse.

— Vocês têm outra forma de subirem a montanha? — Fukasaku perguntou.

— Ah, pode-se dizer que sim. — Rin disse enquanto movia sua cabeça para o lado e mantinha um breve contato visual com o anfíbio, mas não demorou para que sua atenção se concentrasse na noiva. — Segure-se em mim. A viagem será bem rápida. —

— Ahn? — Fukasaku disse. Era claro como o dia o sentimento de dúvida.

A Yamanaka obedeceu. Ela passou os braços em volta do pescoço dele e não tardou para que sentisse o braço dele passando em seu quadril, assim impedindo que ela ficasse solta. E mais ou menos dois ou três segundos mais tarde havia uma camada de chakra cobrindo as pernas do rapaz e causando a vaga semelhança com pernas de avestruz por serem longas e as patas se remetiam a família dos felinos, assim como não tardou para que essa camada de chakra se tornasse raios e dando mais ainda um aspecto azulado para o Raiton: Hageshi Senkō V2, e não demorou para que o rosado disparasse de encontro a grande montanha com inúmeros degraus e cortando dezenas de metros a cada passo bem executado.

[ ۝ ]

Uma viagem que demoraria quatro horas durou pouco mais de oito minutos. Rin agora mantinha-se de joelhos e passando a mão nas costas de sua noiva que se enjoou por causa da breve corrida. Ele sorria gentilmente pelo canto esquerdo dos lábios ao mesmo tempo que assistia a loira se esforçando para não vomitar. Os dois só estavam sozinhos naquele momento porque Fukasaku insistiu em adentrar para ter um diálogo com o Ōgama Sennin.

— Desculpe. Esqueci que não está acostumada com essa técnica, mas não possuo qualquer marcação para o Hiraishin no Jutsu, então esse era o único jeito. — Rin disse. 

— Está tudo bem. O erro foi… ugh… meu. — A Yamanaka disse com sinceridade. Ela manteve seus olhos azuis nele por um momento antes de acrescentar. — Como você não está ruim? Comeu mais do que eu aquela nojeira… —

— Estômago forte? — Rin disse com um sorriso pelo canto esquerdo dos lábios e levantando as sobrancelhas, mas então continuou assim que suspirou. — Eu não sei. —

— E desde quando é cético? — A Yamanaka perguntou e sentiu um pouco de alívio por sua náusea estar passando durante a conversa. 

— Mais ou menos na mesma quantidade de tempo que descobrimos que um sapo pode sonhar com o futuro… — Rin disse e abandonou aquele sorriso para então sentar-se e dar continuidade quando cruzou as pernas. — Sou cético apenas com os sonhos de um sapo, entendeu? O que acontece se ele tiver um dia ruim e acabar tendo um pesadelo sobre o mundo acabando? —

— Eu não acho que seja assim que funciona. Fuka-sama mesmo disse que os sapos raramente sonham. — Misa disse.

— Você acredita nisso? — Rin perguntou e seu tom não remetia a qualquer julgamento ou reprovação para com a noiva.

A Yamanaka não teve a oportunidade de respondê-lo. Isso porque uma imensa porta foi aberta bem próxima deles, assim revelando o sábio dos sapos com seu manto costumeiro e olhando para os jovens que aguardavam e que agora prestavam atenção nele. 

— Entrem. — Fukasaku disse.

Eles obedeceram. O rosado se levantou e sacudiu um pouco da poeira em sua roupa, então olhou para a noiva e estendeu a mão para ela, assim ajudando a mesma a se levantar. Os dois trocam olhares gentis um com o outro e não demoram para seguirem até a porta em que Fukasaku não estava mais. Os dois entram e depressa não deixam de reparar no incomum espaço interno, ou melhor, numa espécie de trono com uma confortável almofada que era ocupada por um sapo de olhos fechados e da cor marrom, com uma barriga branca e muito enrugado, usando um chapéu de professor com borlas e uma esfera em cima dela, tendo um colar com o símbolo da vila dos sapos para "óleo". Ele sorria com a aproximação dos três indivíduos.

— Eu a trouxe. — Fukasaku disse.

— Olá, Ōgama Sennin. — Misa disse e não demorou para curvar-se em respeito ao líder do Monte Myoboku, ela aproveitou para dar um pisão no pé do rosado para que ele repetisse o mesmo movimento.

— Ai… — Rin sussurrou e repetiu o mesmo movimento que sua noiva.

— Junto de uma companhia. — Fukasaku disse.

— É verdade que eu a chamei… é… hm… hmmm… — Ōgama Sennin dizia. Sua voz era calma e um pouco lenta, mas isso só acontecia por causa da idade avançada. — …bem… quem é você mesmo? — Ōgama Sennin perguntou.

"Esse sapo está à beira da morte… ou esqueceram de levá-lo…" Rin pensou e aproveitou para pôr sua mão no bolso enquanto prestava atenção em Fukasaku que suspirava em desapontamento.

— Yamanaka Misa. — A loira respondeu depois de um breve momento de confusão.

— Ah, sim, sim. É a Misa-chan, é? — Ōgama Sennin disse, contudo não tardou para dar continuidade quando aumentou um pouco daquele sorriso. — Escute, Misa-chan. Eu vi uma profecia que envolvia você. —

— Estou ouvindo. — A Yamanaka disse.

— Nesse caso, escute com atenção. — Ōgama Sennin disse e abriu um pouco seus olhos, assim provando que nada mais era do que cego. Ele deu continuidade. — Em breve você chegará numa bifurcação. —

— Uma bifurcação? — A Yamanaka perguntou com dúvida.

"Uma bifurcação…" pensou o rosado com óbvia descrença e levando a mão para frente do rosto e sacudindo-o de um lado ao outro. "Isso daqui está sendo a maior perda de tempo…" pensou novamente.

— Bem, eu não pude ver claramente, mas estou certo de que era uma bifurcação. — Ōgama Sennin disse com um ligeiro ânimo, porém alterou gradativamente para algo que remetia a seriedade para que pudesse continuar. — Você está se encaminhando para essa bifurcação. Um dos caminhos é curto, enquanto o outro é muito longo. —

— Ahn… pode me dar mais algum tipo de informação? Onde encontrarei essa bifurcação e o que terá nesses caminhos? — A Yamanaka perguntou.

— Não está claro, mas é numa região com construções enormes e metálicas durante um dia de neve. — Ōgama Sennin respondeu parcialmente a pergunta, mas então lentamente moveu sua cabeça de um lado a outro antes de continuar. — Não pude ver o que havia nesses caminhos. —

"Construções grandes e metálicas? Essa parece a descrição de Amegakure…" o rosado pensou com uma surpreendente expressão de surpresa, porém alterou imediatamente para seriedade. "E num dia de neve? Deve significar que ela encontrará essa bifurcação no inverno, ou seja, entre Dezembro e Março, mas o que tem de tão importantes nesses caminhos? E porque estou tentando desvendar essas coisas de um velho e senil sapo?" pensou novamente e levou a mão direita ao queixo, mas não conseguia pensar em nada.

— Vou levá-los de volta. — Fukasaku disse quando percebeu que o assunto já estava encerrado.

— Não precisa. — Rin disse. Ele levou novamente a mão para o bolso da calça enquanto olhava para o sapo consideravelmente menor e que usava manto, assim não demorando em continuar. — Não estamos indo para aquele lugar. Temos outros planos. —

— E como pretende sair daqui sem minha ajuda? — Fukasaku perguntou.

O rosado sorriu pelo canto dos lábios. E não demorou para que se aproximasse mais ainda da noiva que já havia lhe entendido a mão direita e aproveitado a proximidade para agarrar o ombro dele. O sapo ficou em silêncio e ainda duvidoso enquanto prestava atenção no casal e assumiu um pouco de curiosidade quando a invocadora usava a mão disponível para acenar para ele e sorria amigavelmente. Então os dois desapareceram. Rin tinha usado o Hiraishin no Jutsu, seguido direto para Sunagakure, mais especificamente para a casa da amiga que agora se encontrava em Amegakure. Os dois se olham por um breve momento e suspiram aliviados por retornarem para aquela casa. Eles estavam no primeiro andar e no meio da comum sala de estar com apenas um sofá… era uma acomodação um pouco triste e pouquíssimo decorada, mas servia de certa maneira para uma breve hospedagem.

— Você deduziu o mesmo que eu? — A Yamanaka perguntou ao mesmo tempo que tirava sua mão do ombro do noivo e aproveitava para cruzar os braços abaixo dos seios antes de dar continuidade. — Nossas coisas estão no segundo andar. —

— Construções enormes e metálicas, Amegakure. Um dia de neve, ou seja, inverno… então acontecerá entre Dezembro e Março. O que você tirou dessa bifurcação? — Rin perguntou e não demorou para que olhasse a escadaria que levava ao segundo andar e seguisse para lá.

— Uma escolha. O caminho mais curto seria a opção errada e o mais longo seria a certa. — Misa respondeu usando um tom mais alto para que ele a escutasse e aproveitou para se sentar no sofá, assim não demorando em dar continuidade. — Você acredita no que ele disse? —

— Ainda não tenho certeza, mas confesso que é bem enigmático e não parece um texto decorado. — Rin respondeu.

O rosado não demorou para descer a escada e carregando nas costas sua mochila e levando na mão a mochila de sua noiva. Ele estava com uma expressão calma e levou pouco tempo para que se aproximasse dela e a visse se levantar. "Na próxima vez que levá-la para Konohagakure tenho que descobrir com meu pai sobre o Karasuki" pensou. Ele sabia que aquele objeto estava bem guardado dentro de sua mochila. Ele sorriu pelo canto dos lábios quando a noiva pôs a mão direita em seu ombro.

— Ainda temos que passar em Yattsuhoshi para pegar Sírius, então vamos para Amegakure. — Rin disse.

— Está certo. — Misa disse.

E novamente o Hiraishin no Jutsu foi usado, desta vez os dois desapareceram de dentro da casa em Sunagakure para que pudessem reaparecer em frente a uma casa que ficava nas proximidades de um calmo vilarejo que eventualmente usariam como moradia. A Yamanaka olhou na direção do vilarejo enquanto o rosado chegava perto da porta que havia naquela casa.

— Podíamos… — Misa não concluiu seu comentário.

— Sim. Quando houver folga na academia nós faremos um passeio. — Rin disse enquanto prestava atenção na noiva, mas não demorou para pôr sua mão na porta e sorrir com malícia. — Tem alguém do outro lado? —

— Ahn? Ah… — Misa novamente não concluiu seu comentário.

Ela só não concluiu porque a porta foi aberta, assim revelando um certo escritor com um olhar pouquíssimo amigável enquanto ouvia-se um murmúrio mais para dentro da casa e um latido que qualquer um reconheceria como pertencendo ao canídeo preto daquele casal à porta. Rin manteve o sorriso malicioso mesmo quando foi recepcionado por Chishiki.

— Que pena. — Rin disse.

— Vai tomar no cu. — Chishiki disse com um olhar ríspido e direcionado para o rosado, assim não demorando em dar continuidade. — Minha sorte é que esse vira-lata sentiu a porra do seu cheiro. —

— É… imaginei que isso aconteceria. Então, se comportou? — Rin perguntou.

Antes que Chishiki pudesse responder a pergunta, eis que Ontake aparece um pouco curvado e com a mão direita segurando uma coleira vermelha que estava em volta do pescoço do canídeo de pelagem escura e ondulada e olhos carmesins que parecia verdadeiramente contente pelo retorno de seus donos. 

— Você está falando de Sírius ou dele? — Ontake perguntou e direcionou seus olhos carmesins para o escritor que ficou ao seu lado a todo momento, assim não demorando em continuar. — Porque confesso que lidar com Sírius é bem mais fácil. —

— Cale a boca. E tire aquele maldito cheiro do seu quarto, ou queime a porcaria do colchão. — Chishiki disse com um olhar ríspido.

— E onde eu dormiria? — Ontake perguntou.

— Na rua ou no meu quarto até desinfestar com aquele cheiro bem desagradável. Aí você escolhe. — Chishiki disse mantendo aquele olhar ríspido.

— Vocês estão namorando e não dormem na mesma cama? — Rin perguntou e levantou uma das sobrancelhas.

— Cuide da sua vida. — Chishiki e Ontake disseram em uníssono e com olhares reprovativos para o rosado.

O rosado ficou em silêncio, porém olhou discretamente para o lado esquerdo, assim reparando na noiva que levou a mão direita para frente da boca e conseguia abafar uma gargalhada por causa daquela ignorante resposta. 

— Vocês machucam meus sentimentos… — O rosado sussurrou. 

— É assim que eu gosto. Quem sabe você aprende e não me visita mais? Será que isso pode acontecer? — Chishiki perguntou.

— Coitado dele… — A Yamanaka disse e passou seus braços em volta do noivo e levou seus lábios para a bochecha esquerda dele, assim dando um beijo e depois continuando. — …eles ferem seus sentimentos? —

 — Agora você está me provocando… — O rosado disse enquanto suas bochechas estavam ligeiramente coradas e suas sobrancelhas levantadas. 

— Vão levar ou não esse animal que não faz nada o dia inteiro? — Chishiki perguntou e manteve o olhar ríspido.

— Porque levaríamos você? — Rin perguntou com óbvio tom provocativo e sorrindo pelo canto dos lábios.

Chishiki estava para responder na mesma moeda, mas acabou olhando para o lado quando escutou Ontake gargalhar da resposta que o rosado deu, por isso semicerrou seus olhos e retornou sua atenção para Rin que sorria com a breve vitória, até mesmo a Yamanaka estava rindo.

— Que seja. Vai querer o cachorro ou não? — Chishiki perguntou.

— Não. Só viemos aqui para saber se você estava bem de saúde, sabe que nos importamos com você. — Rin disse.

Chishiki semicerrou mais seus olhos e rangeu os dentes. Ontake gargalhou mais alto e a Yamanaka levava a mão direita para as barriga e curvou seu corpo enquanto ria por causa das respostas entregues por seu noivo.

— Você vai dormir fora de casa hoje. — Shiki disse enquanto olhava para o moreno que imediatamente parou de gargalhar, assim dando continuidade. — E não me importo onde e com quem vai dormir, mas sei que hoje não dorme aqui. E você… — O escritor olhou para o rosado e não demorou em dar continuidade. — …vá para o inferno. Leve esse maldito cachorro e não volte tão cedo para cá. —

— Vou aparecer aqui para buscá-los no Natal. — Rin disse com um ligeiro divertimento. Ele realmente gostava do relacionamento que tinha com seus amigos.

— Sirius, aqui. — Misa chamou pelo cachorro.

O canídeo não se esforçou muito, afinal era consideravelmente mais pesado que Ontake, por isso um reles avanço foi suficiente para se soltar do distraído moreno que parecia pronto para argumentar com o escritor que mantinha a atenção no rosado que estava à porta da casa e que agora possuía a mão direita da Yamanaka em seu ombro enquanto a esquerda da loira se mantinha na cabeça do cachorro que parecia visivelmente contente.

— Faça como quiser. — Chishiki disse e aproveitou para cruzar os braços, então deu continuidade. — Até. —

— Tchau, até breve. — Ontake disse.

O rosado não disse mais nada. Ele só aumentou seu sorriso como se aquilo servisse como uma rápida despedida. E não demorou para que o desaparecimento dos três de frente daquela casa. O rosado tinha usado o Hiraishin no Jutsu. E mais ou menos um segundo depois os três aparecem em outro lugar… aparecem próximos de um grande portal com duas guaritas e ao fundo estavam os imensos prédios metálicos da região conhecida por seus períodos chuvosos. Ele se lembrava da primeira vez que esteve em Amegakure e da chuva naquele dia. O rosado pareceu incrivelmente satisfeito por naquele momento não estar chovendo, então olhou para a Yamanaka que parecia bem concentrada no horizonte, ou seja, na região cheia de prédios.

— Bem vinda a Amegakure. — Rin disse ao mesmo tempo que andava e passava por baixo daquele portal que representava a entrada e saída de Amegakure.


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