Tales of a Uchiha escrita por Saberus


Capítulo 141
S07Ch04;




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Era a mesma noite que o rosado partiu em sua viagem. Não passava das duas da manhã quando o mesmo decidiu por um descanso após horas caminhando com o mapa em sua mão, por isso adentrou um pouco na floresta e acomodou-se num tronco caído e não demorou para juntar algumas pedras num círculo cheio de gravetos e folhas. O que considerou uma grande dificuldade acabou sendo criar fogo com apenas um dos braços, por isso que ele acendeu uma fogueira usando o Katon: Hōsenka no Jutsu depois de concluir os selos que foram mais difíceis do que se imaginava, mas ao menos conseguiu disparar da boca uma bola de fogo que pegou nos gravetos e folhas e assim uma fogueira foi acesa. 

Ele levou a mão para o cabelo e suspirou preguiçosamente e depois olhou para o mapa que estava ao seu lado. "Ainda tenho que me organizar e encontrar horários para descansar" pensou e levantou sua cabeça, desta forma apreciando o céu estrelado e alguns morcegos que passavam, mas depois ouvindo corujas nos galhos de algumas árvores mais próximas. "O melhor a fazer seria descansar perto da fogueira para afugentar os animais, ou dormir num lugar alto" pensou novamente e levou sua mão para o estômago no instante que ouviu um barulho familiar. Ele deixou o tronco caído para se sentar no chão e assim manter-se escorado na madeira, então pôs a perna direita por cima da esquerda e levou a mão para a encomenda e com dificuldade — e recorrendo a dentadas — desfez o único nó e abriu, desta forma revelando a primeira de quatro marmitas e sentindo o aroma dos Onigiris.

Os bolinhos de arroz tinham um formato oval, não o tradicional triângulo, sem contar que haviam expressões em cada um deles — desde alegria até coraçõezinhos no lugar dos olhos — o que o rosado achou muito incomum, mas serviu para um sorriso tomar conta de seus lábios e seus olhos expressarem um pouco de suavidade. "Você pediu para que eu esperasse por causa disso. Foi muita gentileza" pensou o rosado que pegou o primeiro — uma expressão sorridente com olhinhos eram azuis — o que deixou o rosado com um pouco de receio em comer, mas uma hora ou outra teria de fazer aquilo, por isso abocanhou um pedaço muito pequeno e mastigou silenciosamente. Ele respirou profundamente e depois levantou sua cabeça, desta forma retornando sua atenção para o céu estrelado e abocanhando mais um pedaço e sentindo novamente o sabor do salmão. E voltou sua atenção para o mapa que estava em seu colo enquanto terminava de mastigar, se concentrando no caminho que deveria percorrer até o País dos Vales, mas sua atenção se desviou por um breve momento.

Ele manteve sua cabeça baixa e fingindo olhar o mapa, mas seus olhos estavam concentrados no espaço à frente dele coberto por vegetação e árvores. Ele acabará de ouvir um graveto sendo partido, por isso levantou um pouco sua guarda e mordeu outro pedaço do bolinho de arroz. O tom verde esmeralda de seus olhos é substituído pelo vermelho sangue do Sharingan. E moveu seus olhos para o lado esquerdo no momento que escutou outro galho e observou uma moita se mexendo. "Predador? Inimigo?" pensou e semicerrou suas sobrancelhas enquanto continuava observando com o máximo de atenção possível e a cabeça baixa. "Não está se aproximando por causa do fogo? Se for por causa disso, então é um animal selvagem, mas pode ser um inimigo que está fazendo porcamente o serviço de reconhecimento antes de me atacar. Então, qual vai ser?" pensou e mordeu seu lábio inferior no momento em que um graveto se partiu na fogueira. Ele respirou com lentidão e voltou sua atenção para frente quando outra moita se mexeu, mas dessa vez algo sairá de lá. Sem dúvida não era humano, afinal era quadrúpede e pelos escuros e ondulados, assim como um focinho, além de olhos puramente vermelhos e um corpo magro. Aquilo era um…

— ...cachorro? — Rin sussurrou com curiosidade e levantou sua cabeça ao ponto de deixar o animal ver seus olhos avermelhados. 

O cachorro caminhou de cabeça baixa, mas mantendo contato visual com o garoto de cabelos rosados que o olhava com um certo interesse. O animal — um cachorro de raça até então desconhecida — não possuía outra cor em seus pelos desgrenhados e compridos senão o preto, sem contar, como dito, seus olhos inteiramente vermelhos e um focinho relativamente curto. Ele passaria despercebido com muita facilidade por toda aquela escuridão. O rosado continuou olhando-o com muito interesse e não demorou a entender o motivo da aproximação. O estômago do cachorro roncou e ele ganiu baixo enquanto deitava-se e mantinha sua atenção no rosado.

— Você parece com fome… e não tem cara de que está querendo meu pescoço, além disso não acho que sentirá um tipo de atração bizarra por mim se eu ajudá-lo. — Rin murmurou com um pouco de divertimento e pôs o bolinho de arroz em seu colo e depois o partiu ao meio e deixou a metade maior na palma da mão, então estendeu o braço na direção do cachorro, então assobiou para ele.

O cão levantou suas orelhas, depois o corpo e assim se aproximou do rosado e levou o focinho para a mão dele, cheirou o conteúdo e devagar começou a comer depois que a comida foi colocada no chão. Rin aproveitou a oportunidade e levou sua mão à cabeça do cachorro e fez um primeiro contato, além disso usou a chance para o Shōsen Jutsu. "Ele está bem… só está um pouco desnutrido, mas está bem" pensou e removeu em seguida a mão quando ouviu o cachorro rosnar como se já se cansasse do contato.

— Como veio parar aqui? Você não tem coleira e parece que não há vilarejo nas redondezas. — Rin disse enquanto olhava para o cachorro que usava a pata direita para esfregar o focinho enquanto seu estômago roncava novamente. — Você está com fome, né? Bom, para a sua sorte a minha noiva preparou o suficiente, então não acho que ficará incomodada se eu repartir a comida. O que me diz? — Rin perguntou. Ele sorriu pelo canto dos lábios com um pouco de desgosto ao perceber que enfim estava enlouquecendo ao conversar com um animal. — E eu pensando que o deserto iria me enlouquecer. Bom… quer comer? —

O cachorro pareceu entender, por isso latiu para o rosado que não se assustou com aquilo. Rin observou que o cachorro ficou um pouco mais animado e não demorou para deitar ao seu lado e pôr a cabeça em sua coxa esquerda. O rosado pegou o segundo bolinho de arroz — desta vez com uma expressão que mandava um beijinho — e dividiu em dois e pôs o pedaço maior em cima de uma folha para o cachorro e aproveitou para comer enquanto ele comia. "Parece que em minhas viagens sempre arrumo um amigo, mas dessa vez não é humano" pensou enquanto prestava atenção no cachorro que terminava de comer o que foi colocado para ele. Rin aproveitou aquele período para guardar a encomenda de Misa em sua mochila — tendo dificuldade novamente em fazer o nó — e depois levantou o braço com o punho fechado e bocejou. Ele olhou para o cachorro que voltou a acomodar a cabeça em sua coxa.

— Certo, parece que ficará comigo por enquanto, então faça a primeira vigília, ahn… você precisa de um nome… — Rin disse e levou a mão ao cabelo e o coçou enquanto pensava no provável nome que daria ao cachorro. — Inugami? — O rosado propôs, mas o cachorro não deu interesse por aquele nome, na realidade pareceu ofendido. — Ahn… — Ele olhou para o céu estrelado novamente e repousou sua mão na cabeça do cachorro. — ...Sirius. — 

As orelhas do cachorro se ergueram com a menção daquele nome. O rosado manteve sua mão na cabeça do recém adquirido — e provavelmente temporário — cachorro que abriu a boca e bocejou enquanto o rosado parecia satisfeito em nomeá-lo. Ele retornou sua atenção para a fogueira e imaginou que levariam horas ainda para os gravetos e folhas serem completamente consumidas, ou seja, estariam protegidos até determinada hora da manhã. Rin não demorou em pegar no sono, assim como o cachorro não esperou muito para descansar.

[ ۝ ]

Era uma da tarde. Yamanaka Misa estava com sua turma no lado de fora da Academia e segurando em sua mão direita uma prancheta com algumas informações relevantes. Ela pôs a mão esquerda na cintura e olhou cuidadosamente para os alunos que fingiam indisposição para aquela específica aula, mas ela tinha conhecimento de que havia aquela necessidade, por isso removeu a mão da cintura e usou o indicador para apontar o lugar que Uzumaki Ichigo estava e depois apontou para o lugar em que Hyuga Hanmä — um garoto de olhos perolados e cabelos negros compridos, vestindo uma jaqueta cinza com o símbolo do clã e uma bermuda legging — conversava com dois outros estudantes. Aquela aula estava sendo ao ar livre porque o espaço aberto era necessário, afinal de contas os estudantes iam demonstrar suas capacidades com o Taijutsu. Ela percebeu o quão descontente as duas crianças ficaram. Ichigo possuía uma pontuação boa com Taijutsu — 2 — enquanto Hanmä, por pertencer ao clã Hyuga que obviamente tinha técnicas de Taijutsu, possuía a pontuação máxima — 3. A única curiosidade era que as pontuações faziam parte do invencionismo da Yamanaka.

— Vamos lá. Quero ver o quanto melhoraram desde a última aula. — Misa disse e levou a mão esquerda para a cintura novamente, então sorriu pelo canto dos lábios. — Façam pelo Rin. Tenho certeza que ele adoraria vê-los bem dispostos e participando das aulas. —

— Ah, tá bem. — Ichigo disse. Ela obviamente parecia descontente e não escondia o beicinho e a grande indisposição. 

— Que seja… — Hanmä disse e revirou seus olhos perolados enquanto caminhava para a pequena arena demarcada com os braços cruzados. — ...eu não tava afim, mas se for pelo Rin-Sensei, dá para fazer alguma coisa. —

— Obrigada. E não se esqueçam do selo de confronto. — Misa disse. Ela não parecia incomodada por seus alunos preferirem o noivo e aceitarem fazer alguma coisa com a menção do nome dele.

Ichigo e Hanmä obedecerem. Cada um moveu o braço direito à frente do corpo com o punho fechado, exceto pelo dedo médio e indicador à mostra, desta forma entrelaçaram os dedos por alguns segundos. As duas crianças demonstraram expressões relativamente sérias enquanto eram vigiadas por toda a turma — inclusive pela professora — e aguardavam por um sinal que jamais ocorreria, afinal de contas a partir do selo o confronto já deveria ter início. E Hanmä atacou após um balançar das folhas da árvore que havia naquela área. Ele usou a palma esquerda para um golpe bem direcionado ao abdômen de Ichigo. Não era o Jūken, mas apenas um golpe comum. E a Uzumaki reagiu depressa ao ataque, por isso pôs o antebraço esquerdo à frente da área que receberia o ataque, desta forma se protegendo, mas não parou com apenas aquilo. A pequena ruiva com agilidade segurou o pulso esquerdo do moreno e depois tentou — e conseguiu — jogá-lo por cima de seu corpo para derrubá-lo no chão. Seria um golpe bem executado se Hanmä não reagisse a tempo e firmasse os pés no chão e usasse a mão direita — aberta — para acertar o queixo da Uzumaki que afastou-se por dois metros depois de receber o ataque, mas aconteceu do Hyuga cair de costas no chão.

"Estão melhorando. Ichigo jamais faria esse tipo de ataque, sem dúvida o que estou fazendo tá dando resultado" pensou a Yamanaka que sorriu pelo canto esquerdo dos lábios e exibiu um olhar confiante, sentindo um pouco de admiração pela jovem ruiva. E depois olhou para Hanmä que sentava-se depois de ter caído de costas. O moreno sem a menor dificuldade se levantou e olhou para a ruiva que acabou se levantando pouco depois. Ichigo soprou uma mecha de seu cabelo que atrapalhava a visão, então disparou de encontro a Hanmä que não saiu do lugar mesmo com o avanço da garota. A Uzumaki saltou e tentou um chute que seria no lado esquerdo do rosto do moreno, mas o Hyuga deu um passo para o lado esquerdo, dessa maneira evitando o ataque e depois cruzando os braços enquanto via a garota ajoelhada no chão.

— Sério que tentou um chute? — Hanmä perguntou e levantou a sobrancelha esquerda. 

— Podia ter funcionado. — Ichigo respondeu e agitou seus ombros ao mesmo tempo que um sorriso surgia em seus lábios. — Não custava tentar. —

— Misa-Sensei! — Hanmä chamou pela Yamanaka, então deu continuidade quando percebeu a atenção da mais velha em si. — Eu não tô afim de continuar. —

— Hã? Se for assim nem eu tô, Misa-Sensei! — Ichigo disse e aproveitou para sentar no chão e abraçar as pernas enquanto olhava para a mais velha. 

— Tudo bem… — Misa disse. Ela aproveitou aquele momento para fazer uma anotação em sua prancheta sobre a melhora de Ichigo quanto ao Taijutsu. E logo deu continuidade. — ...façam o selo de reconciliação. —

Hanmä se aproximou de Ichigo e assim fizeram o selo de reconciliação, então o Hyuga usou a mão esquerda para segurar o pulso direito da Uzumaki e a ajudou a se levantar. E depois levou as mãos aos bolsos da jaqueta e tornou a se afastar da ruiva e da atenção dos colegas de mesma idade para retornar aos dois amigos e continuar a conversa. Misa olhou para a lista de estudantes com notas aproximadas — com separação de meio ou um ponto — e depois retornou sua atenção para os rostinhos preguiçosos. "Será um longo dia…" a Yamanaka pensou e sorriu pelo canto dos lábios.

[ ۝ ]

Enquanto isso, a uma certa distância, mas no mesmo horário, o rosado terminava de arrumar suas coisas para reiniciar a viagem depois de uma noite de descanso e até mesmo jogou um pouco de areia sobre o que restava da fogueira. Ele olhou para o cachorro que continuava deitado e olhando-o com uma nítida preguiça ou desinteresse, ou quem sabe, um pouco das duas coisas. A cabeça de Sirius estava por cima de sua pata direita e ele acaba abrindo a boca para bocejar, assim mostrando seus dentes e sacolejando a cabeça, mas retornando a mesma posição de antes. Até parecia que o cachorro estava dizendo silenciosamente ao rosado algo como um "vamos descansar por mais algumas horas", mas Rin achou que era sua imaginação, porém sentiu-se na obrigação de respondê-lo.

— Já tivemos o luxo de descansar, então levante-se, ou vou continuar minha viagem sozinho. — Rin disse ao mesmo tempo que ajeitava a mochila em suas costas. 

O cachorro gemeu. E por um momento o rosado se enxergou naquele animal por causa da preguiça, por isso sorriu e um brilho suave passou por seus olhos verdes como esmeraldas. Ele estava contente por ter encontrado alguém que compartilhava de uma preguiça equivalente. E observou o cachorro se levantando e depois se espreguiçando e sacudindo novamente o corpo como se quisesse deixar toda a preguiça para trás. Rin pareceu satisfeito, por isso acariciou a cabeça do animal que correspondeu com um animador latido que afugentou os pássaros de algumas árvores mais próximas. O rosado olhou em volta para se certificar de que não havia deixado nada, então olhou para o cachorro que o seguia para fora da floresta que tinham usado na noite anterior.

— Vamos correr. — Rin disse e assumiu um olhar um pouco mais sério.

Ele obviamente não usaria o Raiton: Hageshi Senkō ou qualquer outra técnica, afinal de contas tinha a companhia de um cachorro que provavelmente não passaria dos vinte quilômetros, então dependeria apenas do esforço físico e sabe-se lá por quantas horas. E não demorou para que corressem enquanto seguiam o mapa para o País dos Vales.

[ ۝ ]

A viagem demorou menos tempo do que o previsto pelo rosado. Isso porque o rosado criou uma rotina não muito perfeita, mas funcional — por volta das dez da manhã, ou antes disso, os dois iriam levantar, após o meio-dia os dois iriam correr e assim seria até em determinado momento do anoitecer com pausas para hidratação. Por causa disso, chegaram em quatro dias no alto de uma montanha depois de meio dia viajando num bote por um rio que dividia uma floresta. Rin tinha um pouco de suor em seu rosto enquanto o cachorro estava ofegante depois de tanto esforço. O rosado deixava a mão no bolso da calça e prestava atenção no vale abaixo deles coberto por um denso nevoeiro, mas ao horizonte, em determinada parte, era nítido um caminho pela montanha com um guarda próximo de um portão. Em mais alguns minutos o rosado e o cão chegaram em frente ao portão. E Rin observa atentamente o guarda tomando uma posição ofensiva com o bastão que segurava. 

— Vim de Konohagakure. O Daimyo de vocês deve estar me esperando. — Rin disse. E só então percebeu o quão ridículo aquilo soava, afinal de contas não tinha a sua bandana e nem comprovação de que o Daimyo realmente o aguardava, ou seja, poderia ser um mentiroso acompanhado do cão. E ele percebeu isso quando o guarda pareceu duvidar de seu comentário, por isso deu continuidade. — Diga ao seu Daimyo que o rapaz que o salvou muito recentemente está o aguardando na entrada. —

O guarda ficou em silêncio, mas certamente que fez isso, por isso abriu o portão de entrada e passou por ele com intenção de avisar um superior. Rin olhou para o cachorro e depois em volta e apreciou o pouco que dava para ver e que não estava coberto por aquele nevoeiro. E não demorou para se sentar e cruzar as pernas e ficou movendo sua mão perto do focinho do cachorro que tentava abocanhar, mas por puro divertimento e livramento de tédio que faziam aquilo. A atenção do rosado desviou para o portão uns dez minutos depois quando ele foi aberto o suficiente para a passagem de alguém. E lá encontrava-se o homem que salvou a algum tempo. O Daimyo parecia mais saudável do que a última vez que o viu, sem contar que suas roupas eram diferentes, mas o olhar era penetrante e sério. Ele estava acompanhado por dois guardas que pareciam bem capacitados em protegê-lo caso necessário.

— Vamos, entre de uma vez e de preferência me siga. — O Daimyo disse com um tom áspero.

— Certo, senhor. — Rin disse.

O rosado — que a essa altura já estava de pé — apressou um pouco seus passos e não demorou para ficar a uma distância de dois metros do homem e de seus guardas. E os quatro acessaram um elevador cuja praticidade — função — era levá-los mais fundo ainda no vale. Rin olhava para o cachorro negro que mantinha a atenção nos guardas como se eles fossem lhe machucar, mas depois sua atenção se voltou ao Daimyo que estava em silêncio e olhando pelo vidro.

— Responda-me, garoto. — O Daimyo quebrou o silêncio que durava alguns segundos. E seus olhos se moveram um pouco do vidro do elevador e fitou o garoto que estava em suas costas. — O que acha das pequenas nações? —

"Ele está testando meu caráter?" pensou o rosado que continuou com um olhar sério, mas fora isso parecia bem relaxado, afinal de contas sabia que daria conta dos guardas se eles tentassem alguma coisa. O rosado suspirou. Não era um questionamento tão complicado, mas ainda poderia ser bem entediante em oferecer uma resposta.

— Eu sinceramente não ligo se são grandes ou pequenas nações. Uma nação continua sendo uma nação. Claro, houve uma guerra que uniu as cinco grandes nações, mas que acabou causando mais conflitos nas pequenas, no entanto o tempo de união das pequenas nações há de se aproximar também. Eu ajudaria qualquer pessoa independente da nação a que pertence. Todos estamos conectados pelo chakra, por isso acredito que nós, humanos e principalmente shinobis, deveríamos nos unir mais ainda, nos conectar ainda mais, porém essa ideia parece muito distante, tão distante quanto a união das pequenas nações. — Rin disse e não sabia se estava certo ou falando bobagem, mas era o que pensava depois da história que Shukaku lhe contou.

Rin ficou em silêncio e esperou por algumas palavras do Daimyo, mas nada lhe foi dito. O silêncio voltou a tomar o elevador que enfim terminou a sua descida e as portas foram abertas, desta maneira revelando construções e árvores mais adiante junto de algumas pedras, mas era natural quando se lembrava que estavam no fundo de um vale. Rin foi o penúltimo a sair do elevador e novamente se adiantou para ficar a dois metros do Daimyo e dos guardas.

— Vamos para a minha residência. Haverá um jantar como agradecimento, além de uma recompensa por ter salvo a minha vida. — O Daimyo disse, mas não demorou para continuar depois de um prolongado suspiro. — E também… oferecendo a você uma importantíssima missão rank S. —

— Uma missão de Rank S? — Rin perguntou e levantou suas sobrancelhas. Era bem óbvio que estava surpreso com a informação, afinal não esperava que um Daimyo o deixasse encarregado por um tipo de missão tão importante.

O Daimyo olhou para os guardas e os dispensou com um simples aceno de sua cabeça, depois prestou atenção no rosado que entendeu aquilo como uma ordem para se aproximar enquanto os guardas se distanciavam mais e mais deles. Rin ficou ao lado esquerdo do Daimyo e prestando o máximo de atenção nele para entender claramente o conteúdo da missão.

— A alguns dias houve um atentado contra a minha pessoa, mas não deu resultados efetivos e outra acabou sendo machucada em meu lugar. O que estou querendo lhe dizer é que estou correndo o risco de vida e quero descobrir quem está querendo me matar. — O Daimyo disse.

"Ah, cara… estou me metendo num problema gigantesco" pensou o rosado que imediatamente levou a mão para a nuca e a coçou. Sua maior vontade naquele momento era fingir não ter escutado aquilo e usar o Hiraishin no Jutsu para retornar em seguida para Konohagakure, assim alertando o Hokage de que o Daimyo do País dos Vales necessitava de ajuda. "Esse parece um bom plano" pensou o rosado que abriu a boca para fazer sua renúncia.

— Só para que esteja ciente. Dobrarei a recompensa por salvar minha vida se aceitar a missão, mas caso recuse… será considerado um inimigo da minha nação e sua cabeça colocada no Bingo Book por alguns crimes hediondos com um generoso valor. — O Daimyo disse.

"Ou seja, aceito a missão e ganho mais do que naturalmente ganharia, ou rejeito e sou caçado como um desgraçado por crimes que nem cometi…" pensou o rosado que continuou olhando para o Daimyo que não parecia incomodado em fazer aquele tipo de ameaça. "Eu poderia usar um Genjutsu nele e fazê-lo esquecer de mim? Em mais quantos tenho que fazer isso?" pensou, mas logo rejeitou aquela ideia e levou a mão novamente a nuca e a coçou. "Isso é um problema gigantesco, mas ainda é uma vida que eu estaria ignorando…" pensou novamente e não se incomodou pelo homem estar o olhando ainda a espera de uma resposta, mas acabou suspirando.

— Certo, eu aceito essa missão. — Rin disse. 


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