Doce Inverno escrita por SrtaAthena


Capítulo 1
Sweet winter - Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Depois de não sei quantos anos volto a atualizar o conjunto e One-short's, na qual começou com Doce Verão.
Espero que gostem.

Boa leitura!



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Depois do crépusculo incandencente

As estrelas, assumiram o seu lugar no céu e cada uma toca sua própria melodia

 Mayonaka no Orchestra, Aqua Timez

A penumbra da noite preenchia o horizonte, acomodando as estrelas brilhante na primeira noite de inverno, deixando que o vento fosse protagonista, assim como uma fina geada que tinha começado desde o entardecer. 

Anna estava com Olaf e Sven no salão, ao redor de uma lareira quentinha, com muitos travesseiros coloridos e doces enfileirados em bandeijas brilhantes, embalando suas brincadeiras, enquanto Kristoff fazia desenhos com os dedos desengonçados, arrancando risadas da rena, tal como do pequeno boneco de neve.

— Ah, um beija-flor?_ Anna era sempre a mais agitada daquele pequeno grupo, seu sorriso era contagiante, assim como sua risada gostosa de ouvir.

— Não! Mais uma vez, presta atenção!_ ralhou o ruivo, fazendo uma careta pra ajudar na adivinhação.

— Err, um corvo? Um alce? Uma nuvem!

— Samantha!_ abafo uma risada com o nome inventado por Olaf, arrancando gargalhadas de todos, deixando o coletor de gelo desconcertado entre as almofadas, não conseguindo parar de rir.

— Não! Era um pavão!_ Kristoff derrotado, secava algumas lagrimas do rosto vermelhom normalizando sua respiração, assim como a ruiva.

— Minha vez!

Anna tomou o palco improvisado de lençois, me dando uma breve olhada, junto com um sorriso convidativo, mas neguei com a cabeça suavemente, abraçando minha cintura, sendo apenas uma telespectadora. Não gostava de muita socialização, apesar de ouvir alguns bons conselhos do namorado da minha irmã, as vezes, preferia ficar no meu gabinete, estudando e assinando papéis, bem longo dos portões abertos e da aglomeração de pessoas.

Me afasto da sala, deixando a diversão rolando solta entre aquele grupo barulhento e caloroso, caminhando pelo corredor iluminado por velas amareladas, tendo a companhia das estrelas, que, mesmo na fina geada preenchendo o clima naquela noite, ainda conseguiam brilhar com todo o seu esplendor.

— Chegada minha estação favorita_ sussurro, admirando a paisagem gelada, observando os funcionários do Castelo iluminando o pátio com lamparinas a óleo, deixando as vigas e passagens principais ao redor bem iluminadas. A noite prometia ser longa e frívola.

Apoio meus braços, me esticando pra reconhecer alguns rostos naquele tempo, mas não consegui distinguir nada além dos pontos amarelados do primeiro andar, era mais fácil achar uma agulha num palheiro do que tentar distinguir alguém. Solto uma risada abafada, abraçando minha cintura com um pouco de força, prosseguindo meu caminho até meu quarto, deixando a luz da bancada de madeira azulada ligada, iluminando apenas minha poltrona esverdeada e uma parte da cama grande e confortável.

Aquilo trazia lembranças de quando meus poderes ainda não tinham tanto espaço na minha vida, quando meus pais ainda estavam vivos e felizes.

Acaricio o braço da poltrona felpulda, afundando no tecido, puxando a manta de minha mãe, deixando meus ombros aquecidos, enquanto abraçava meus joelhos, escondendo meus pés pálidos na camisola de seda, me permitindo mergulhar nas sensações de quando ainda era inocente.

***

Cantando a canção da meia noite
A verdade é que eu odeio ficar sozinho
Eu vim para saber o que importa desde aquele dia

***

Memória On

O cheiro de Pinheiro era tão bom, suas roupas exalavam com intensidade, se misturando com o jasmim do perfume em seus cabelos castanhos, sussurrando cantigas antigas que lhe contavam, enquanto admirava suas filhas se acomodando em seus braços a cada refrão.

— Mamãe?

— Diga, Elsa _ Iduna sussurrou, acariciando o nariz de sua filha mais nova, ouvindo a resmungar enquanto lutava pra se manter acordada.

— Quem é Jack Frost?_ seus olhos azuis admiravam o rosto da mulher, que mantinha seu sorriso largo é gentil, rindo baixinho da curiosidade de sua pequena com aquela história que seus pais sempre lhe falavam quando era mais nova.

— Pergunta peculiar pra quem passa a maior parte do dia na biblioteca_ Elsa fez bico manhosa, tentando soar menos curiosa com aquela acusação.

— Eu gosto quando explica, mamãe _  platinada respondeu a pergunta sem ponto de interrogação, encarando a mulher de frente, enquanto Anna roncava no colo da morena.

— Está bem_ Elsa sorrio animada com a resposta que queria, com a mãe retribuindo o gesto afetuoso_ venha cá.

O corpo pequeno e pálido da irmã mais velha se acomodou com cuidado pra não acordar a ruiva, puxando a manta de sua mãe, que a acomodou como fazia quando ainda nem conseguia dizer seu nome.

— Dizem que quando o inverno chega, na primeira noite quando a neve cai nos campos vastos, e possível ver o espírito do inverno chegando com seu cajado de madeira, dando piruetas pelo ar, provocando a primeira geada da estação_ Elsa sorrio, ouvindo atentamente cada palavra dita como num sussurro pela mãe_ Jack Frost trás o inverno e os ventos gelados dos confis dos países gelados, onde os dias são mais curtos e o sol mal consegue tocar suas geleiras majestosas por causa das nuvens fofinhas e carregadas de flocos de neve.

"Dizem que quando alguém vê o espírito travesso, ganha uma flor de gelo, tão brilhante quanto diamante, como um sinal de que ele realizará seu desejo, como quando trás o inverno, todo ano, em todo o Globo, desde que me lembro. Se uma vez encontrar um menino pálido, carregando seu companheiro de madeira, tenha certeza de que, tudo que quiser, será, basta, acreditar"

Iduna sorrio, acariciando as madeixas platinadas da mais velha, velando seu sono, enquanto admirava a paisagem gélida pela janela grande do quarto das pequenas, conseguindo ver uma pequena e fina flor azulada se formando, como um cristal de gelo que logo desapareceria quando o sol se levantasse mais uma vez.

— Então estava aí, que menino curioso.

***

Não havia ninguém para aquele garoto que
Sentava sozinho na cidade sem estações
Mas apesar disso
As crianças com frio que olhavam para as estrelas

***

As palavras daqueles versos pareciam flutuar pelas minhas memórias mais antigas, me arrancando sorrisos e risadas, ainda de olhos firmemente fechados, pensando o quão absurdo aquilo soava.

E pensar que flores geladas e azuis poderiam realizar sonhos infantis e, o pior, que poderiam crescer em sacadas e janelas, sem condições climáticas pra tal. Era bobeira pensar no conto do menino de capuz azul e um cajado de madeira cheia de arabescos, como flocos detalhamente desenhados na superfície escura, como se um pintor minucioso tivesse realizado seu maior feito.

— Era pura imaginação.

— Mas uma imaginação que você gosta, querida rainha_ abafo uma risada, abrindo os olhos suavemente, dando de cara com o rosto carrancudo do menino dos contos gelados, com seus intensos orbes azuis me encarando, visivelmente ofendido.

— Sabe que é falta de educação espiar? _ debocho, ajeitando a manta ao redor dos meus ombros, observando o corpo esguio do platinado flutuar pelo quarto, sentando na minha cama como se fosse uma pluma.

— Falta de educação e não acreditar em mim, seria como se não acreditasse no inverno, Elsa!

O rosto de Jack era expressivo como o de Anna, mas quando o tocava, não tinha as mesmas saliências, era liso como um cubo de gelo.

— Eu acredito_ dito, alto e bom som, o espírito do inverno sorrio satisfeito, me lembrando de Anna quando ganhava seu chocolate favorito. Eram tão parecidos, mas tão diferentes.

— Viu

— Desculpe, não vi nada_ levanto de.forma preguiçosa, escondendo o decote da camisola com a manta de minha mãe, sentando do lado do platinado, querendo sentir seu presença o máximo que podia.

— Elsaa_ solto uma risada, apoiando minha cabeça no ombro largo de Jack, fechando os olhos de forma suave.

— Meu doce inverno_ sussurro, sentindo os dedos calejados de Jack acariciando a costa da minha mão, antes de se envolverem entre meus dedos, apertando com um pouco de força, enquanto os fios bagunçados de sua juba platinada fazia cócegas em minhas bochechas.

— Minha pequena flor de cristal. Meu desejo realizado.

Seus lábios procuraram os meus como um pedido urgente, sem tirar a atenção carinhosa que tinha em minhas mãos frias, saboreando o gosto de menta que Jack estranhamente possuía. Poderia gostar de ficar entre as quatro paredes do meu quarto, sem os olhos curiosos das pessoas que andavam pelos corredores querendo algo ou se perguntando o que deveriam servir no jantar, mas se pudesse ficar ali, com ele, enquanto a geada cobria os campos com seu manto fofo e branco. Tenho certeza que não iria reclamar.

Nenhuma vez.

Apenas iria aproveitar meu doce e masgestoso inverno.

***
Nós devemos nos despedir agora?
Nós devemos nos unir?
Nós devemos só cantar?
Qualquer coisa estará boa
Só existe a questão se você
Estará ou não aqui para a compartilhar

 


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Notas finais do capítulo

Qual será o ship final?
Palpites?



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