Heiress Of Azkaban escrita por proudofdraco


Capítulo 4
IV. sun




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Fazia quase dois dias que o mais novo quarteto havia se formado. Crabbe e Goyle não eram muito de falar, apenas acompanhavam Black e Malfoy de um canto para outro enquanto os dois conversavam e riam. As garotas do dormitório onde Jessica dormia não eram muito sociáveis. Na verdade, evitavam até olhar para a garota a qual chamavam de Herdeira. 

 

Estavam em um dos corredores da Escola de Magia e Bruxaria. Draco apresentava uma das mais novas colegas que havia se juntado a eles repentinamente. 

 

— Jessica Black, essa é Pansy Parkinson. – disse Malfoy, esperando que as duas apertassem as mãos, mas nada aconteceu. 

 

Black não havia gostado nada da forma que Parkinson havia olhado para ela, e provavelmente a garota só seria mais uma das pessoas que falavam mal dela por trás. Então não tinha muita vontade de cumprimentá-la ou ser gentil. 

 

— Você tem uma cara de sangue ruim. – falou Parkinson

 

— E você tem uma cara de mal amada.. Ah, claro. 

 

Black olhou para Malfoy, o qual não entendeu a indireta, apenas tentava entender o motivo de se odiarem de primeira. 

 

— Draquinho, por que está andando com essa sangue ruim? – perguntou Pansy, fazendo Black ter uma quase ânsia de vômito ao ouvir o apelido que a sonserina havia dado a Malfoy. 

 

— Ela é uma Black, Parkinson. Trate ela bem, até porque o sangue dela é mais puro que o seu. – respondeu rispidamente, fazendo Crabbe e Goyle tentarem esconder as gargalhadas e Pansy olhar mais feio ainda para Black. – Você vem ficar com a gente, Jess?

 

— Não, eu.. – Black discordou, olhando para o trio que conversava animadamente mais à frente. Não queria ter se afastado tanto dos outros amigos, e, como pensava que a culpa era dela, estava juntando coragem para falar com eles a um tempo. 

 

— Ela vai ficar com os idiotas da Grifinória, Draquinho. – Pansy se intrometeu, puxando Draco pelo braço – Vamos logo. 

 

— Cala a boca por um minuto, garota – respondeu Draco, com raiva. Puxou seu braço pra si, fazendo Pansy se calar e olhar novamente com ódio para Black – Jess? Você vem?

 

— Vou ficar com vocês, Dra. – respondeu ela, um tanto cabisbaixa. Viu o garoto esbarrar propositalmente nela, sorrindo e tentando arrancar algum pingo de felicidade da amiga, a qual sorriu envergonhada. 

 

O quinteto se direcionou até a parte externa da escola. Draco e Jessica se apoiaram a uma grande árvore do local, enquanto Pansy reclamava baixo para Crabbe e Goyle, que fingiam não ouvir. 

 

— Aconteceu alguma coisa? – a indefinida perguntou baixo, vendo Draco negar com a cabeça – Sei que aconteceu, pode me contar. 

 

— Bom, andam falando de você e do seu pai e... Não sei explicar muito bem. 

 

— O que andam falando?

 

Draco desviou o olhar, como se aquilo fosse automaticamente mudar o assunto. Sentiu Black beliscar seu braço, o fazendo voltar a atenção a ela e receber um olhar raivoso da mesma. 

 

— Doeu! – reclamou, vendo a garota continuar com sua feição insatisfeita. O garoto bufou, voltando ao assunto – Andam dizendo que você...

 

— Que você é uma traidora, uma assassina. Igual ao seu pai. – ofendeu Pansy. 

 

— Cala a boca, Parkinson! – gritou Draco, fazendo a sonserina se assustar. – Não vê que ninguém aguenta mais você falando merda? 

 

— Você diz da boca pra fora.. 

 

— Tem certeza? – questionou ele, fazendo a garota se calar, mas continuar ali de braços cruzados com ódio em suas veias. Draco olhou para Black com extremo contraste, como se antes estivesse falando com o diabo e, ao se referir a Black, falando com um anjo. – Tudo bem, Jess? 

 

— Tudo, Draquinho. – respondeu irônica, fazendo o garoto rir e revirar os olhos. 

 

A garota refletiu, se perdendo em seus pensamentos por alguns segundos e pensando no que Pansy havia falado. Sabia que nada daquilo era verdade, mas por que aquilo a afetava tanto? Por que tentavam convencê-la que o pai dela era um monstro se ele sempre a tratou como o oposto? Black pensava demais, sempre pensou, e aquilo com certeza acabaria com ela algum dia. 

 

A garota suspirou e olhou novamente para o grupo, com um sorriso satisfeito no rosto. 

 

— Bom, talvez seja verdade. – disse ela, fazendo todos a olharem confuso  – Talvez eu seja realmente uma assassina traíra. 

 

— Como assim? – perguntou Malfoy intrigado, mas com um sorriso nascendo em seu rosto. 

 

— Se eu continuar andando com a Parkinson do meu lado me chamando de assassina, talvez eu vire uma com orgulhosa. Quer me matar com os olhos, Medusa supremacista? Peço perdão à santa Medusa por ter dito isso agora.. 

 

Pansy, que ainda estava em um canto bem próximo com cara de poucos amigos e braços cruzados, bufou e revirou os olhos. 

 

— Gosto de você, Black. Não sei o motivo daquele chapéu idiota não ter te colocado na Sonserina. 

 

— É, ele ia, mas foi melhor assim. Bem melhor, até. 

 

— Pelo menos ele teve pena, não te colocou na mesma casa que os Weasley's. – debochou, fazendo Crabbe, Goyle e Pansy rirem, enquanto Black se manteve neutra – Patéticos, todos eles. 

 

Black se sentia bem com os amigos, mas não concordava muito com as coisas sobre os Weasley's. Não tinha nada contra, nem nada a favor. Apenas conhecia Ron e o achava um garoto muito legal. 

 

— Seu pai.. ele.. é realmente é um assassino? – perguntou Malfoy, com certa cautela. 

 

— Descobri sobre esse assunto a pouco tempo, pra ser sincera. Mas acho que não. 

 

— O que te faz achar que não? – insistiu Malfoy, realmente confuso. Tentava mostrar um tom de voz doce, para não magoar a amiga – Até porque ele já foi preso em Azkaban, não foi? Faz sentido. 

 

— Ele teria me matado também, não?

 

— Quem me dera. – murmurou Pansy. 

 

Dessa vez Black não conseguiu se segurar. Já havia perdido toda a pouca paciência que a restava, fazendo com que pegasse sua varinha e a direcionasse ao pescoço da sonserina, que engoliu em seco. 

 

— Talvez a linhagem seja de assassinos, Parkinson. – disse Black, em tom ameaçador. A varinha era apertada

contra a pele da garota assustada, que tentava manter uma pose confiante e não parecer tão intimidada – Quer descobrir?

 

Draco riu fraco, mas se aproximou das duas antes que algo realmente sério acontecesse. 

 

— Não perca tempo com essa idiota, sun. – sussurrou no ouvido da garota, a qual o olhou e abaixou a varinha – Vão embora, todos vocês. 

 

Era quase que final de tarde. Os dois se direcionaram até o topo da árvore em que antes estavam apoiados, vendo os outros três se afastarem de onde estavam. A árvore não era grande, então subir nela não foi uma tarefa difícil. Ficaram ali, juntos, admirando o pôr do sol. 

 

— Você me chamou de que?

 

— Quando? – perguntou loiro, confuso 

 

— Na hora em que ameacei Pansy. Você me chamou de alguma coisa, não estou maluca. Me chamou do que? 

 

— De Jess. – mentiu – A gente não tinha combinado assim? Você me chama de Dra e eu te chamo de Jess. Mas não conta isso pra ninguém. 

 

— Já ouviram você me chamando de Jess na cara dura... – brincou Black, fazendo o garoto revirar os olhos – Você, Draco Malfoy, caiu direto no poço da perseguição e não tem mais como subir de volta. 

 

— Você só me leva pra esses caminhos.. 

 

— Ah, claro. Ontem quem teve a ideia de "Vamos fazer uma pena seguir o Longbottom" fui eu, né? Com certeza.. 

 

— Esqueça isso, se perguntarem foi o Crabbe. 

 

— Claro, claro.. Com certeza vão acreditar... Seu loiro sonso. 

 

Draco riu fraco, e então ficaram novamente em silêncio admirando a vista e o ar fresco do exterior de Hogwarts. Até que novamente pensamentos cercaram a cabeça de Black, e ela decidiu novamente puxar assunto. 

 

— Pode me contar sobre você? 

 

— O que?

 

— Eu conto muito sobre mim. – respondeu ela, ainda olhando para o horizonte – Agora me conta sobre você. 

 

— É melhor não – disse quase em um murmúrio, fazendo o silêncio voltar ao local por alguns longos segundos 

 

— Dra? 

 

— Oi – respondeu, olhando para a dona dos cabelos encaracolados 

 

— Dra? – chamou novamente, como se ignorasse o garoto. 

 

— Oi, Black 

 

E ficaram ali, como se não ouvissem um ao outro. Repetiram o diálogo contínuo por longos segundos, enquanto o rosto de Malfoy levemente se ruborizava de raiva. Obviamente Black estava fazendo aquilo para irritar o garoto, e havia conseguido ótimos resultados: agora Draco bufava indignado. 

 

— Fala logo, Black.

 

— Eu gosto de te irritar, não percebeu? – admitiu ela, e Draco bufou desacreditado – Agora eu ordeno que me conte sobre você. 

 

— Você é insuportável.. 

 

— Você também, princesa. Agora conte logo. 

 

— Bom, minha mãe e seu pai são primos, mas não somos parentes! – falou autoritário, fazendo a garota gargalhar – Sorte sua que não temos o mesmo sobrenome. 

 

— Por que? – questionou confusa

 

— Porque se não você pegaria toda a minha fama. E vamos concordar, eu sou incrível. 

 

— Grande fama, filho do puxa saco.. 

 

— Eu não sou.. – ele discordou calmamente, até perceber o que a garota havia falado – Me chamou de filho do puxa saco? 

 

— Pois é, Malfoy. Andei sabendo dos seus podres.. Filho do maior puxa saco do Ministério, que coisa feia.. 

 

— Não sou filho do puxa saco. – discordou raivoso 

 

— É sim. – insistiu, sorrindo. 

 

— Não sou. 

 

— É sim. 

 

— E a Pansy gosta de você. 

 

—  Droga, você é muito aleatória. – reclamou o garoto, ouvindo a risada da garota e tentando esconder o sorriso que nascia em seu rosto sempre que aquilo acontecia – Estávamos em uma discussão, respeite isso!

 

— Você sabia?

 

— Até o Crabbe e Goyle sabem, e eles nunca sabem de nada. 

 

— E então? – questionou curiosa

 

— Não quero falar sobre isso. Podemos continuar com aquele papo de "É/Não sou"?

 

— Tá com vergonha, Malfoy? – perguntou irônica 

 

— Não, só não gosto dela. E também isso não é da sua conta, não se mete. 

 

— Desculpa aí, princesa. 

 

Draco bufou, olhando incrédulo para a garota que sorria ao fitar o céu alaranjado. 

 

— Por que gosta de me irritar? – questionou Malfoy – Nos conhecemos a uma semana e você tenta de todos os jeitos fazer com que eu te odeie. 

 

— Não quero que você me odeie. É que você fica com as orelhas vermelhas quando está com raiva, e eu adoro orelhas. 

 

— E eu tenho medo de você. – ele respondeu gargalhando, fazendo o sorriso da menina se abrir ainda mais. 

 

Faltava poucos minutos para a próxima aula, então desceram de seu lugar de paz e andaram pelo jardim até o interior do castelo. 

 

— Faz a próxima aula comigo – falou autoritário – E não foi uma pergunta

 

— Você é um loiro insuportável, sabia disso? 

 

O garoto tentou esconder o sorriso novamente, virando o rosto e disfarçando a felicidade que sentia ao lado da mais nova amiga. 

 

• • • • •

 

Novamente a aula que teriam seria com os primeiranistas da Sonserina e Grifinória. Já estavam ali a alguns minutos, e Severo Snape, professor de Poções, já havia feito uma leve introdução sobre o assunto da aula de hoje. Black pôde perceber que, de certa forma, o professor não gostava muito de crianças, muito menos de pessoas que não fossem de sua casa. 

 

— Sr. Potter, nossa nova celebridade.. – disse o professor, com voz arrastada – Diga-me, o que eu obteria se adicionasse raiz de asfódelo em pó a uma infusão de losna?

 

Harry não soube responder, ao contrário de Hermione que ficou com a mão levantada e foi completamente ignorada pelo homem de cabelos escuros. 

 

— Srta. Granger, se eu quisesse que você me desse a resposta, não teria perguntado à Harry Potter. Menos cinco pontos para a Grifinória. 

 

— Com licença, Professor Snape – Black chamou entre os murmúrios insatisfeitos dos grifinórios. – Sinto informar, mas ela sempre quer ser o centro das atenções, meus sinceros pêsames..

 

O professor sorriu de lado, assustando quase que toda a sala. Aquilo não era comum. 

 

—  E você seria..?

 

— Black, Jessica Black – respondeu ela

 

— Vejo que há futuro, Srta. Black. Finalmente alguém que salve essa sala de.. – disse Snape, fazendo uma pausa dramática e olhando feio para Potter  – Pessoas desnecessárias para o mundo da magia

 

O professor se permitiu novamente de olhar para Malfoy e Black, sentados lado a lado, e mostrar um pequeno sorriso. 

 

— Abram na página 394. 

 

 


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Notas finais do capítulo

brigada a quem tá comentando, isso me motiva mt :) espero q estejam gostando.



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