Heiress Of Azkaban escrita por proudofdraco


Capítulo 1
I. you're a pureblood!




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— Malfoy! – gritei ofegante, o chamando. O mesmo abriu as portas alterado, correu em minha direção e gritou o feitiço "Confundus" com a varinha em mãos e o direcionou para o cachorro de três cabeças, o deixando automaticamente desnorteado.

Quando nos aproximamos, senti sua mão se juntando a minha e corremos o mais rápido possível para fora dali. Antes que as faculdades mentais de Fofo voltassem ao normal e as coisas piorassem ainda mais.

— Eu te disse, Black! – reclamou Malfoy, olhando a porta sumir rapidamente da parede – Não era uma boa ideia, você não precisava correr esse risco.

— Eu sei, Malfoy. – retruquei, revoltada – Mas sempre imaginei como Fofo era, estava curiosa.

— Essa sua curiosidade ainda vai te matar. Juro por Merlin, eu não vou mais me meter nessas furadas, não quero uma namorada mort...

Draco não terminou a frase, só me admirou por alguns segundos e sorriu, de braços cruzados e desviando o olhar.

— Além de assassina mirim, está se tornando um tanto suicida. – ele disse em tom de deboche.

Sorri sarcástica, e ele se aproximou, me beijando rapidamente. Não se afastou muito, apenas ficou ali, me fitando com um sorriso. Sua admiração era compreensível: eu sou um tanto irresistível.

— Não vai contar à ninguém, certo? – perguntei

— Não, traria problemas à mim e à você. – respondeu em tom baixo, se afastando um pouco – Precisa parar de se meter em problemas, Black. Não é porque você não tem uma casa definitiva que pode fazer o que quiser, eu perco pontos para a Sonserina de qualquer jeito por entrar nas suas furadas.

— Tudo bem, loiro idiota, mil perdões. Agora vamos, antes que Filch nos veja.

Ele me seguiu em direção ao Salão Comunal da Sonserina, que seria a casa escolhida da vez para passar a noite.

— E parabéns pelo trabalho – o elogiei, fazendo o sorrir convencido e assumir uma pose metida – Espero que seu pai não saiba disso.

Gargalhei de sua feição nada amigável, mas logo depois o vi sorrir também, me acompanhando. Draco não conseguia sentir raiva de mim, o que era hilário em certo ponto. Parecia que toda a raiva que Malfoy não conseguia ter por mim, eu tinha acumulada.

— Eu te odeio, Black. – mentiu, ainda sorrindo

— Vamos lá, Malfoy. – debochei, o abraçando de lado e sendo carinhosamente correspondida – Você não vive sem mim.

— Certo. – assumiu, me olhando sério – E, como não vivo sem você, eu adoraria admirar seu lindo rosto amanhã de manhã no campo de Quadribol. Vou treinar com o time da Grifinória, quero você torcendo por mim. É meu último ano no Quadribol, quero uma líder de torcida decente. Crabbe e Goyle não sabem diferenciar a vassoura do pomo, e olha que são batedores.

— Eu adoraria torcer por você, de verdade. Mas irei torcer por Harry, nesse caso.

— Como? Não! – reclamou em tom baixo, tentando evitar que descobrissem dois alunos andando por ai no horário do jantar – Granger e Weasley já vão estar torcendo por ele. Qual é, Jess! Nem você vai torcer por mim?

— Você pagou pra entrar, Malfoy – debochei, o fazendo fechar a cara – Realmente liga pra isso?

— Claro que ligo, preciso da minha maior fã aumentando meu ego ou vou morrer de carência. Você sabe como é, faço a mesma coisa com você.

— Sei. Somos dois bostinhas egocêntricos. – admiti, o fazendo voltar a sua feição agradável – Aceito, mas com uma condição.

— E qual seria, minha deusa impecável?

— Precisa admitir que só eu trago felicidade e perigo para a sua vida monótona, Draquinho.

Draco sorriu, desviando o olhar rapidamente. Depois de de negar com a cabeça por alguns segundos, admitiu a realidade, mostrando um belo sorriso irônico à mim.

— Claro que traz. Você é a Herdeira de Azkaban, não é?

 

3 anos antes.
01/09/1991, início do ano letivo

 

[Plataforma 9 3/4]


Olhei para o cachorro que me acompanhava durante minhas compras no Beco Diagonal e que agora havia me trago até a plataforma para meu embarque em direção à Hogwarts. Seria meu primeiro ano na Escola de Magia e Bruxaria, e digamos que o cachorro ao meu lado estava tendo mais emoções do que um simples canino poderia ter. Ele fez um barulho em sinal de choro, então agachei para que o olhasse melhor.

— Almofadinhas, vou sentir saudade. – cochichei, e vi seu olhar triste mais uma vez – Não fique assim, irei passar o Natal com você, prometo.

Vi o ser canino abanar o rabo em forma de contentamento, então sorri. Levantei percebendo que o Expresso de Hogwarts iria partir, então me despedi concretamente.

— Tchau, pai. – falei baixo, quase em um sussurro – Eu te amo.

Ele me lançou um olhar acolhedor, no qual supus que significava um "Eu também te amo". Peguei o grande malão e embarquei no Expresso de Hogwarts, procurando uma cabine vazia. O que foi em partes uma perda de tempo imensa, já que aparentemente estava lotado.

Agora, por Merlin, por que aceitavam tantos alunos se não havia um lugar decente para que sentassem durante a viagem?

Como grande parte delas estavam ocupadas, tive que fazer uma busca um tanto meticulosa e entrar cabine por cabine. Então, após andar pelos corredores, já cansada, avistei dois garotos a sós sentados em uma delas.

— Eu.. posso ficar aqui? – perguntei, com a sobrancelha arqueada.

— Sim! – um deles respondeu, animado.

— Não! – discordou o outro.

Ri fraco, vendo o garoto que havia apoiado a minha permanência começar a suar, e tentar convencer o amigo aos gritos.

— Ela é bonita, cara! E é uma garota. Uma garota quer ficar na mesma cabine que nós.. Isso nunca mais vai acontecer nas nossas vidas.

— Não quero nem quero saber. – falou o outro, em tom quase de covardia – Malfoy irá reclamar porque deixamos uma qualquer entrar e ficar conosco.

— Não tem problema, garotos. – falei, tentando ignorar a ofensa e sair dali rapidamente – Acho que tem outra cabine vazia mais na frente.

Virei, procurando sair da porta da cabine e localizar outra o mais rápido possível. Fui interrompida ao esbarrar com um garoto loiro parado na minha frente. Senti rapidamente algo estranho fluir por mim, como um arrepio, e então ele sorriu fraco, parecendo um tanto desnorteado. Possuía olhos cinzentos frios, cabelo loiro-branco e era pálido, mas não deixava de ser bonito.

— Oi – falou o garoto, um tanto surpreso – Desculpe a ignorância, mas quem diabos é você?

— E importa? – respondi, o fazendo rir fraco e revirar os olhos.

— Importa e muito. Se você não tiver um bom sobrenome eu te expulso da cabine.

Ri fraco, um tanto incrédula. Me retirei da cabine, ignorando o garoto e procurando outro lugar que não estivesse ocupado, ou que não me expulsassem sem mais nem menos.

Logo achei uma que me agradava bastante: havia um garoto com cabelos ruivos, uma menina que parecia um tanto antipática e um garoto... familiar, até demais.

Era Harry Potter, o famoso, Harry Potter. O qual de certa forma eu já havia ouvido falar bastante. A menina era Hermione Granger, que era metida até demais. Já o menino de cabelo ruivo era Ron Weasley, que literalmente só pensava em comer. A porta da cabine estava aberta, então pude perceber quando, após me sentar ao lado de Ron, vi alguém no qual o cabelo loiro me chamou atenção, passando por ela. Era o garoto da cabine, que parecia me procurar.

— Oi de novo, tem espaço na outra cabine, se quiser ficar lá -– anunciou ele, parado a porta. Tentou parecer menos antipático, mas quando viu minhas companhias fez uma cara de nojo nada discreta.

— Sai daqui, Malfoy! – reclamou Weasley, com certa raiva na voz – Ela tá bem com a gente, vaza.

— Cale a boca, Weasley. – retrucou o loiro – Você quer ficar comigo, na outra cabine?

Estranhei o modo que ele havia falado comigo, pois rapidamente havia abaixado o volume da voz e foi um tanto gentil. Apenas comigo.

— Estou bem aqui, obrigada.. – agradeci com um sorriso, não completando a frase e esperando que ele se apresentasse.

— Draco, Draco Malfoy. – respondeu, também com um sorriso gentil direcionado a mim.

Ele saiu da cabine, fechando a porta com força e provavelmente voltando para a dupla de amigos que ele já havia feito. Olhei para o trio novamente, vendo Rony quase vermelho de raiva, abrindo um sapo de chocolate, enquanto os outros também não estavam nada felizes.

— Até que gostei dele – anunciei, sorridente – Não é tão ruim.

— Não diga isso! – repreendeu Hermione

— Por que não? – perguntei – Ele parece ser legal. Duvidoso, mas legal.

— Não, ele não é legal. Draco é da família Malfoy, é filho de Lúcio Malfoy
São mesquinhos, rudes e interesseiros.

— Ah, tudo bem. – falei, desistindo de insistir na conversa – Só estou tentando dizer que ele foi gentil comigo.

— Qual o seu nome mesmo? – perguntou Harry, curioso. Parecia querer mudar de assunto, tentando evitar uma possível discussão.

— Desculpa! – disse ao estender a mão em sua direção: havia esquecido completamente de me apresentar ao entrar. – Meu nome é Jessica Black, prazer.

— Black?! – questionou Granger, assustando Ron com o tom alto

— O que que tem? – estranhou Harry

— Black é uma das famílias com sangue mais puro que tem. Dizem que eles casam com primos, para que a linhagem de sangues-puro continue. Você é filha de quem?

Meus padrinhos haviam me aconselhado a não contar essa informação a ninguém, não até que eu tivesse certeza do que estava fazendo. Porém alguma coisa me dizia que eles eram de confiança, e que não falariam coisas cruéis a mim – como meus padrinhos haviam me alertado que fariam.

Mesmo não entendendo muito o motivo de todos temerem o meu pai, talvez eu não devesse nada contar nada sobre no momento. Mesmo não entendendo muito bem o porquê odiavam e temiam Sirius. Ele sempre foi um ótimo pai, mesmo que um pouco ausente.

— Não posso contar. – admiti sinceramente.

— Ah, por favor! – implorou Ron, sorrindo – Nós guardamos segredo. Estou bem curiosa, já que a família Black está quase extinta ultimamente.

— É, Jessica. – concordou Harry – Por favor.

Suspirei fundo, pensando se deveria mesmo contar. Monstro, o elfo que cuidava de mim a maior parte do tempo junto aos meus padrinhos, havia dito que iriam dizer coisas realmente cruéis sobre meu pai, e que manter o sigilo sobre minha família era importante. Mas bem, iriam descobrir de uma forma ou de outra, já que meu nome costuma aparecer com frequência nos jornais acompanhado de notícias maldosas sobre Sirius. Não que Monstro me deixasse ler essas notícias.

— Sirius Black – cochichei, como se estivesse assumindo um crime.

— Siri.. – gritou Weasley espantado, então o impedi de continuar, tampando sua boca rapidamente. Depois de o ver se acalmar, afastei minha mão e o ouvi cochichar assustado – Sirius Black? Ele não está em Azkaban?

— Ele está lá há 10 anos, tenho 11. – respondi, estranhando o pensamento do garoto

Vi Harry me oferecer alguns dos doces que havia comprado para o trio, e aceitei com um sorriso de agradecimento. Ele parecia não ligar nada para o assunto, talvez por que não soubesse sobre, ou por que não gostava de ser questionado sobre quem era o tempo inteiro também. Vi Hermione me olhar estranho, então supus que o interrogatório começaria de novo.

— Uma última pergunta – ela falou, e concordei com a cabeça – Quem é sua mãe?

— Eu não sei. Meu pai não concorda muito com essas coisas de sangue puro, mas acabou se apaixonando por uma. Ele disse que ela morreu após fazer o Voto Perpétuo com seu pai e descumprir.

— Meus pêsames – Ron e Harry disseram em uníssono.

— Obrigada, meninos. Mas realmente não sei muito sobre ela, ou o que aconteceu exatamente. Ele não gosta muito de mencionar a mamãe, preferiu manter segredo sobre o nome também, eu entendi e não fiz questão de descobrir. Ele é um ótimo amigo, mesmo estando preso em Azkaban.

— Ele pode mandar cartas de Azkaban? – perguntou Harry, confuso.

Sorri sem graça, e provavelmente ele entendeu que eu também não poderia contar sobre no momento, porque também riu e ignorou o assunto. Continuamos comendo os doces por um tempo, em completa paz, e finalmente deixei de me sentir um pouco sufocada desde que entrei.

— E como vai se apresentar em Hogwarts? – perguntou Weasley, voltando ao assunto e recebendo um olhar feio de Harry – Ah, desculpe.

— Deixem que descubram minha descendência. Eu que não vou contar.

Hermione me olhou com uma feição pensativa e uma sobrancelha arqueada, cessando o interrogatório e iniciando a sessão de falas desconfortáveis. Acho que eu deveria ter acompanhado o tal de Malfoy para a outra cabine, afinal.

— Sua família tem certa relação com os Malfoy – disse Hermione, se dirigindo a mim – Consequentemente, os Malfoy também tem relação com os Weasley!

— Não é algo que eu queira me orgulhar – falou Weasley, nos fazendo rir fraco. Parecia que, sempre quando Hermione tentava deixar o clima desconfortável, os outros dois tentavam amenizar de alguma forma. Era estranho.

Ron e eu tentamos explicar um pouco sobre o mundo bruxo para Harry, que até então estava um pouco perdido sobre a relação Sagrados 28. Até que o assunto voltou, novamente, à família Malfoy, então aproveitei para que soubesse o motivo do desentendimento.

— Já conheciam Draco Malfoy? – perguntei ao trio, que concordaram com a cabeça

— Já ouvi falar na família dele – falou Ron, em tom sombrio. – Foram os primeiros a voltar para o nosso lado depois que Você-Sabe-Quem desapareceu.

— Ron disse que eles juraram ter sido enfeitiçados. – disse Harry.

— Papai não acredita nisso. – completou Weasley – Diz que o pai de Draco não precisou de desculpa para ir para o lado das Trevas.

Granger interrompeu a conversa, nos alegando que Hogwarts já estava próxima e que deveríamos nos trocar, o que fizemos logo depois. Quando nos arrumamos por completo, o trem foi diminuindo a velocidade e finalmente parou.

As pessoas se empurraram para chegar à porta e descer na pequena plataforma escura. Havíamos finalmente chegado. A famigerada Hogwarts.


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