Sobre piratas, tesouros e laranjas escrita por distopya


Capítulo 8
Sobre o molho de laranja, rum e a carta.


Notas iniciais do capítulo

sei que o mês de julho passou e estamos no final de agosto mas eu quis fazer uma one bonitinha do aniversário da nami e saiu isso. espero que não chorem, tá bem?
menção ao meu querido zosan. e os eventos se passam depois de wano.



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Você sente isso, você sente isso?

Você sente que eu posso ver a sua alma?

Você sente isso, você sente isso?

Você sente a batida em seu coração?

Do You Feel It? — Chaos Chaos 

 

O dia anterior parecia ter sugado todas as suas energias e acordou tarde no dia seguinte. Se espreguiçou e se sentou na cama e estranhou a ausência de um certo alguém ao lado esquerdo da cama. 

Estranho... Luffy nunca era alguém que acorda cedo. 

Deu de ombros e foi ao banheiro tomar um banho gelado e relaxante já que o início de Julho era totalmente regado ao calor. Mas hoje é um dia especial e um sorriso brotou em seus lábios.

Nojiko, Genzo... Cocoyashi. O que estavam fazendo naquele exato momento?

Era o seu aniversário! Mal podia esperar para comemorá-lo com sua família. Se passaram alguns meses desde que saíram de Wano e Jinbei, Carrot e Yamato eram os novos companheiros do bando. As recompensas aumentaram bastante e sua cabeça valia 366 milhões de berries e por incrível que pareça, Chopper valia 100 milhões de berries e a recompensa de Usopp subiu para 500 milhões de berries. Não era só isso que aconteceu. Durante o grandioso banquete da vitória, Luffy disse em um alto tom:

— Oe Nami, você aceita se casar comigo?!

As relações entre o capitão e a navegadora eram uma tempestade de sentimentos. Confiavam um no outro e protegiam um ao outro. Luffy só se deu conta daquela manifestação misteriosa quando ela ficou ao seu lado depois dos eventos da Ilha de Punk Hazard. Depois disso, os companheiros comemoram o relacionamento dos dois e viram como fazia bem a Luffy. 

Seu jeito criança hiperativa recheada de piadas e brincadeiras continuava a todo vapor, passava escutar e prestar atenção a Nami e com certeza sua dieta mudou muito. Carne era o alimento que consumia todos os dias mas agora sempre acompanhado de ovos e bacon para dar uma pequena mudança em seu metabolismo. Achava chato mas Nami sempre se preocupava com a saúde de seu noivo.

Assim que terminou de tomar banho, vestiu suas roupas íntimas, um short curto, uma blusa vermelha sem manga e por incrível que pareça, o chapéu de Luffy estava lá. Será que ele esqueceu de botar? Deu de ombros e o pôs na cabeça. 

Quando saiu do quarto, avistou Chopper, a rena médica fofa do grupo vindo em sua direção e Nami automaticamente o carregou em seu colo e o abraçou fortemente.

— Feliz aniversário, Nami!

— Obrigada Chopper!

— Venha, todo mundo está te esperando na cozinha.

Assim que o pôs no chão, Chopper segurou sua mão e a puxou delicadamente até a cozinha. Assim que entrou no cômodo, foi recebida com uma montanha de confetes, balões sendo estourados por toda parte levando um susto da mesma e de todos; e bandeiras por todo lado e sorrisos lindos. 

A mesa estava recheada dos sucos clássicos do seu pomar, doces, biscoitos, chás, carne, sanduíches, algodão doce, hambúrgueres, cola, peixe-frito, onigiris, sushis de vários sabores e pato assado ao molho de laranja. Estava tudo perfeito. 

Eram os pratos favoritos de seus companheiros quando notou e uma pontada do seu coração lhe fez relembrar os eventos ocorridos na ilha de Whole Cake quando Sanji deixou o grupo. Não era primeira vez que sentia aquele sentimento tão conhecido. Ela, Robin, Usopp e Sanji foram as pessoas que carregavam e dividiam essa tal sensação. 

— Feliz aniversário, Nami!!!

A ruiva deu uma risada.

E agora, ouvia a canção desafinada de Usopp, Yamato e Luffy abraçados lado a lado. Sanji rodopiava com corações nos olhos arrancando um ‘tsc’ de Zoro ao som do violino de Brook. 

“Parabéns pra você

Nesta data querida

Muitas felicidades

Muitos anos de vida!

A futura navegadora e Rainha dos Piratas!

Princesa das Laranjas

A famosa Gata Ladra

Esquecemos o presente

Por que não temos

E por favor, pare de roubar nosso próprio dinheiro.”

Cascudo em cada um. 

— VOCÊS SÃO ESTÚPIDOS! 

Todo mundo bateu palmas enquanto olhavam os três atirados no chão com um calombo enorme na cabeça. 

Sentia seu coração numa manifestação de emoções dentro de seu peito.

— SANJI, VAMOS COMER?? POR FAVOR? POR FAVOR??

— Idiota, a Nami que vai servir!! — deu um chute na sua cabeça. O segundo calombo do dia. 

O bolo de laranja era grande e Nami repartiu em 12 pedaços. O primeiro foi para o cozinheiro, que agradeceu com uma cara apaixonada.

— Esse é gado.

— O quê??!!

— Relaxa, Zoro-kun, eu não vou roubar seu namorado.

— Como é que é, sua bruxa?!

— Tenha mais respeito com a mellorine! É por isso que nenhuma mulher é capaz de ficar com um coração de pedra que nem você.  

— EU VOU TE CORTAR AO MEIO, SUA SOBRANCELHA ENCARACOLADA! 

— VEM PRA CIMA! 

— NAMI e SANJI, QUERO BOLO!!! — pediu Luffy já impaciente de fome. 

A discussão não teve fim e Nami continuou a distribuir os pedaços para cada um de seus companheiros sem se importar com a confusão do cozinheiro e espadachim.. Seria pelo menos a milésima vez que iam duelar por bobagens. 

Comeram calmamente a refeição e Nami foi a primeira a se servir do pato assado com molho de laranja, assim que o colocaste em cima do prato. Quando deu a primeira garfada, o mundo parou. 

A fumaça do cigarro de Bellemere impregnou suas narinas e o som da pequena música que saíam de seus lábios era a única coisa que ouviam. A risada de Nojiko e as duas tossindo ao provar do rum. 

Só faltavam 7 milhões de berries... A Vila Cocoyashi, o pomar de laranjas, o meu sonho. 

Eram aquelas palavras cansadas que retumbavam em sua mente. E se nunca tivesse conhecido Luffy naquela ocasião? 

Respirou fundo para conter as lágrimas que queriam sair de seus olhos. Quando todos terminaram a refeição, Nami ajudou a lavar as louças junto com Sanji enquanto o resto da tripulação estava reunida no deque. 

— Sanji-kun… — o chamou. 

— Sim? 

— Como você aprendeu… aprendeu a fazer aquele pato assado ao molho de laranja? Era o mesmo que a Bellemere fazia, sabia? O mesmo sabor, a textura… Sua ideia era me fazer chorar?! 

— Quando saímos de Cocoyashi, antes disso pedi o livro de receitas da Bellemere-san  para Nojiko-san. Devia ter te contado isso antes mas não sobrou tempo... Deixei guardado no armário. E NÃO ERA IDEIA MINHA DE TE FAZER CHORAR. 

— Eu amei demais, Sanji… Mas espera como assim?  — uma singela lágrima escorreu pela sua bochecha mas tratou de secar rapidamente. 

— A ideia do pato foi do Luffy. Aquele desgraçado sortudo. — Luffy? —  Ia me esquecendo… Nojiko escreveu uma carta à você.

Abriu a portinha do armário e retirou o envelope decorado. 

— Melhor lê-la sozinha. 

Antes de sair do cômodo, abraçou o loiro de novo.

Enquanto as risadas estridentes eram ouvidas no deque, Nami andava até o seu pomar de laranjas e se sentou atrás de uma delas. Pegou uma caixa escondida entre as laranjeiras e retirou um rum e um pequeno copo. 

Se serviu da bebida e sussurrou baixinho: 

— Kanpai… 

O líquido desceu ardendo e deixando um sabor  adocicado no paladar. 

De repente, foi tomada pelo cenário da sua casa em Cocoyashi, colhendo as laranjas do pomar e vendendo-as no comércio para obter dinheiro. 

Nami, profundamente, se arrependia de ter dito aquelas palavras que a machucaram demais bem antes da tragédia que marcou muito a sua vida. 

A tatuagem e a cicatriz eram a prova disso. 

Respirou fundo e começou a ler a carta. 

“Querida Nami, 

Leia isso quando estiver perto de seu sonho sendo realizado. 

Está completando mais um ano de vida e eu sinto muita felicidade enchendo meu peito. Depois de tudo o que aconteceu com Arlong, a vila Cocoyashi começou a crescer e eu me sinto muito grata por você ter companheiros fortes e gentis ao seu lado. 

O pomar de laranjas continua sendo hidratado e quase East Blue inteira vem aqui para comprá-las. Quando Sanji me contatou, eu fiquei surpresa demais. Quando peguei o livro de receitas

Antigamente, essa palavra era uma espécie de tabu para você, né? Agia por conta própria para que ninguém se machucasse. Voltava para casa suja e machucada e tinha vezes que dava banho em você. Também odiava a tatuagem da marca dele e para não se sentir sozinha, fiz uma para não se sentir só. Era apenas uma arte. Agora entendi o porque da sua tatuagem em seu ombro, lembra do Genzo e da Bellemere.

Irmãs apoiam uma à outra, não é? Protegem uma a outra e sou sortuda por ter uma irmã como você. Sabia que Genzo guarda uma foto grande sua na delegacia? Um pai super protetor que nós duas temos apesar das todas brincadeiras que fazemos para irritá-lo. De vez em quando escuto ele gritando na delegacia para mudar a foto da sua recompensa. 

Você está quase realizando seu mapa-múndi. Viu todas as ilhas do mundo e com certeza deve ter cartografado tudo. Com seus mapas. Criados com sua coragem, ousadia e determinação. As notícias do bando sempre são sempre compartilhadas. Corsários e Imperadores? Acho que isso vai além do meu limite de imaginação, sabia? 

Pelo menos eu sei que Luffy, seu noivo, está libertando os mares de todos os seres maléficos que existem por aí que tiram a liberdade das pessoas. 

Ele lhe deu a sua. Com esse ato permitiu que você se apaixonasse verdadeiramente por ele e deve ter um monte de histórias para contar quando seu sonho estiver sendo realizado. As cicatrizes são permanentes mas são uma prova que você foi forte, lutou e lutou muito para carregar a minha vida e a de todos em suas costas. É um ato de bravura. 

Eu sinto sua falta. De verdade. 

Quando voltar a Cocoyashi, poderemos saborear um rum com pato assado ao molho de laranja. Do jeito que nós duas gostamos. 

Com amor, Nojiko.

 

Secou suas lágrimas e bebeu mais um gole de rum. Guardou a garrafa junto com a garrafa e o copo junto com a carta de Nojiko. A manhã passou voando aos seus olhos entre brincadeiras, risadas e mais uma vez o chapéu de palha sendo posto em sua cabeça. Depois de um delicioso churrasco sendo o almoço do bando, Nami e Luffy se deitaram na cama, abraçados. 

A ruiva acariciou a cicatriz do seu peito. Desenhos aleatórios invisíveis na pele morena. 

— Podemos mudar um pouco do nosso percurso? 

— Ahn? Pra que? 

— Quero agradecer Nojiko pela carta que ela escreveu pra mim. 

— Por mim tudo bem shishishishi! 

— Mas... 

— Como você mesma disse, o One Piece não vai sair dali tão cedo. E Franky, Brook, Robin, Chopper, Yamato, Jinbei, Carrot vão ter a chance de conhecer nossa terra natal! East Blue é o mar onde os mais fortes vem de lá! Zoro pode visitar sua vila, Usopp também e quem sabe levar Kaya junto, e quem sabe podia comer aquelas laranjas do pomar! 

Levou um tapa na sua cabeça. 

As laranjas do pomar nem pensar, seu guloso! 

— Obrigada, Luffy. — beijou seus lábios apaixonadamente — E sobre o café da manhã, Sanji me contou que foi sua ideia de trazer o pato assado ao molho de laranja. 

— É por que você me disse que era seu prato favorito shishishishi e só mandei ele fazer do jeito que sua mãe fazia. Shishishishi 


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado!



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