You are the music in me escrita por Lari Black


Capítulo 2
Shape of you


Notas iniciais do capítulo

Chegou a vez de BLACKINNON!



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A vida de Sirius Black estava correndo muito bem.

Ele, depois de anos sofrendo com a família, saiu de casa e foi viver da música.
Ele tinha três amigos maravilhosos que o apoiavam em tudo.
Ele tinha sido reconhecido pelo seu talento quando estava prestes a desistir e, assim, ganhou uma melhor amiga que sempre estava disposta a ajudá-lo.
Ele tinha um emprego como cantor em um bar e não precisava de mais nada daquela maldita família.
Além do mais, ele sempre tinha todas as mulheres que queria.

A vida de Sirius Black, definitivamente, estava correndo muito bem.

—__________

—E, novamente, obrigado pela presença de todos. Até a próxima! - o moreno disse no microfone antes de se levantar e descer do palco.

O bar estava cheio e ele via muitas pessoas sorrindo para ele naquela noite. Sentia-se vivo. A música o deixava assim.

Sirius se sentou próximo ao balcão e pediu uma cerveja ao barman que ali estava.

Nunca havia se sentido tão leve como naquele momento de sua vida e não tinha como ser diferente. Foram 23 anos seguindo as regras de seus pais... quer dizer, ele fingia seguí-las.
A verdade é que Sirius Black sempre fora um rebelde.
A família Black era reconhecida no mercado. Anos e anos formando médicos de todas as áreas, os donos do Black Hospital passavam sua tradição aos seus filhos e mantinham sempre a direção de sua rede de saúde nas mãos do filho homem mais velho.
Sirius não podia reclamar do conforto. Seus anos na mansão da família lhe deram tudo do bom e do melhor, mas isso não era o bastante. Haviam coisas mais importantes.

Durante sua adolescência, o garoto comprou um violão. Levava para a escola e fazia sucesso com as garotas, não só pelo instrumento, mas pela beleza, inteligência e talento.

O problema todo começou quando o moreno demonstrou uma dificuldade na área de saúde, odiando a ideia de ver sangue e tendo um resultado mediano nas matérias essenciais, como biologia e química.
Sua mãe, literalmente, jogou seu violão na lareira da mansão e berrou pela casa que ele deveria se preocupar com seus estudos, não essas besteiras, se não queria ser expulso de casa e deserdado.
O Black ficou sentado em frente à lareira até que os últimos restos do antigo instrumento virassem cinza.

Naquela noite, Sirius não dormiu.

Ficou sentado em posição fetal, sentindo o peso da responsabilidade o acertar. Tinha que se tornar um médico e honrar sua família. Precisava.
Mesmo que em seu coração, em seus sonhos, desejasse viver da música.

No dia seguinte, foi à aula estampando enormes olheiras em seu rosto.
Potter e Lupin, seus melhores amigos, perceberam que havia algo errado. Aquela foi a primeira vez que Sirius chorou na frente dos amigos.
Ele não planejava, mas ouvir tamanha frieza na voz da mãe e saber que, se seguisse seu sonho, seria a vergonha da família o atingiu mais que ele esperava.
Ninguém soube o que falar, então eles se abraçaram em silêncio.

A verdade era que aos 18 anos de idade, Sirius Black quase desistiu de seu sonho.

—Sirius, quer ir lá para casa? - James perguntou depois da aula, antes de irem para casa.
A verdade é que ele estava preocupado com o amigo. Vira o quanto ele havia se abalado com tudo que tinha acontecido e tinha certeza que a família Black não merecia alguém tão bom como Sirius.

—Não, eu vou sair para comer alguma coisa e depois vou para casa mesmo - Sirius queria não precisar voltar àquele lugar, mas sabia que não era uma opção.

James assentiu contrariado.

Naquele dia, Sirius esteve a um passo de desistir.
Naquele dia, Sirius pegou um microfone no Karaokê desejando por um sinal que lhe dissesse o que fazer.
Naquele dia, Lily Evans elogiou sua voz e o encorajou.
Naquele dia, Sirius ganhou uma irmã.

O moreno sentado ao bar sacudiu a cabeça, tirando as memórias de sua família do pensamento. Aquilo só lhe trazia sentimentos ruins.

Em uma mesa afastada, ele notou uma mulher de cabelo loiro escuro e olhos azuis muito penetrantes o observando e sorriu em sua direção. Ela, automaticamente, desviou o olhar e se levantou.
Black sentiu o ego inflar. Aquela mulher lhe trazia um sentimento diferente que ele não sabia explicar.

Ela, por sua vez, pagou a conta e foi em direção a saída, sem sequer olhar para trás.
A pontada de decepção o atingiu com força.

Sirius Black não sabia quem era aquela mulher e nem o motivo por se importar tanto, mas torcia para que ela voltasse e estava disposto a desvendá-lá.

—______

Na semana seguinte, Sirius viu a mesma mulher sentada no bar. Sem perder tempo, ele foi até ela.

—Olá - sentou no banco ao lado dela e sorriu.

—Oi... Sirius Black, né? Parabéns, você é um bom cantor - ela disse, apesar de parecer entediada.

—Obrigado! E qual seu nome?

—Marlene... mas não acho que seu interesse seja em saber meu nome - ela sorriu sugestiva.

—Na verdade, não. Eu me interessei por você na semana passada e...

—E quer ficar comigo - ela o interrompeu e jogou o cabelo com um sorriso presunçoso.

Sem enrolação, Marlene se inclinou e uniu seus lábios aos do moreno a sua frente. Ela não podia negar que Black era bonito e havia lhe atraído. Que mal faria aproveitar?

Sirius sorriu entre o beijo enquanto sentia a mulher lhe puxar o cabelo. Aquele estava sendo um dos melhores beijos de sua vida e ele queria mais.

Com um sorriso malicioso, Sirius desceu os beijos ao pescoço da loira e ouviu um gemido baixo sendo reprimido em sua garganta.

—O que acha de terminarmos isso no meu apartamento? - ele sussurrou no ouvido dela e deixou ali uma mordida.

Marlene se sentiu arrepiar e concordou com a cabeça. Podia até soar como loucura sair com um cara que acabou de conhecer, mas não seria a primeira e nem a última vez.

Sirius a guiou até sua moto e lhe entregou um capacete.

—Espero que não tenha problemas com a moto - ele disse, lembrando de quantas garotas reclamaram e até desistiram de sair com ele por ter medo de andar de moto.

Marlene fechou a jaqueta de couro que, por sorte, já vestia e sorriu maliciosamente.

—Vai ser preciso muito mais que uma moto pra você me fazer gritar, Black.

Sirius sorriu malicioso, mas não respondeu. Ele prometeu a si mesmo
que a faria gritar naquela noite...

... e ele, definitivamente, cumpriu a promessa!

—_____

Sirius acordou no sábado e viu a cama vazia ao seu lado. Com a sobrancelha arqueada, ele se levantou com preguiça. Normalmente ele precisava expulsar as mulheres de sua cama no dia seguinte, explicando que não queria nada além de uma noite de diversão, e por isso foi tão visível a expressão surpresa no rosto do moreno.

O Black vestiu a cueca e andou pelo apartamento a procura de Marlene, mas não viu nem sinal da loira.

E, novamente, a decepção o atingiu.
E ele não soube explicar esse sentimento.

—______

Mal tinha dado tempo do moreno sair do banho quando a campanhia tocou. Vestindo uma bermuda jeans, com os cabelos compridos molhados e ainda sem camisa, Sirius foi abrir a porta para Remus.

Aos sábados os Marotos - como se denominavam - sempre se reuniam. A cada semana na casa de um deles, e naquele fim de semana, era a vez do apartamento de Black.

James e Remus tinham combinado de chegar às dez horas, mas o moreno já sabia que apenas Lupin, o único pontual entre eles, estaria na porta.

—E aí, cara? - Sirius cumprimentou o amigo enquanto ele entrava e já se sentava no sofá.

—Tudo bem! Como foi a noite ontem no bar?

—Foi ótimo, no bar e fora dele - Sirius sorriu maroto.

—Você não toma jeito nunca - Lupin riu, já acostumado com o jeito do amigo.

—Jamais - o Black riu - quando o James chegar eu explico tudo. Vou pegar uma cerveja para a gente - levantou-se rapidamente e foi em direção à cozinha.
Ele nem se deu o trabalho de ir até a porta quando ouviu a campanhia tocar, sabendo que James chegara e que Lupin abriria.
Sirius pegou três latinhas de cerveja e foi para a sala.

—E aí, James? - o moreno de óculos respondeu e pegou a lata de cerveja em sua mão.

—Estou cansado - James bufou - aparentemente, a estagiária que vai trabalhar comigo me odeia. Fui lá hoje para entregar os documentos e ela nem tentou disfarçar.

—Claro que não, ela é uma ótima pessoa... vocês vão se dar bem - Remus disse.

—Provavelmente ela não estava em um bom dia - Sirius sugeriu e todos concordaram com a possibilidade.

—Fala o que você ia me contar aquela hora, Sirius - Remus pediu e o moreno sorriu malicioso.

Contou sobre o bar e como as coisas estavam dando certo e também sobre Marlene.

—Acho que ela não gostou muito não, hein - James debochou e todos riram.

—Duvido! Deve ter ficado com medo de não resistir e se apaixonar - Sirius se gabou e todos riram.

—Já vejo Sirius Black apaixonado e torcendo para ela aparecer novamente no bar.

—Já vejo James Potter apaixonado pela estagiária mau humorada - Black rebateu, fazendo os amigos rirem.

—Só não posso negar que quero vê-la de novo. Mas me apaixonar, jamais - Sirius decretou entre as risadas dos amigos.

Os três passaram a tarde desse jeito. Com muita cerveja, conversa e gargalhadas.

—_______

"Ruiva, como vai? Tenho novidades para te contar, mas sei que você está enrolada com TCC e com o estágio. Quando puder, me liga. Estou muito animado com o bar... Fica bem, viu?! Beijos!"

"Hey, Sirius! Mal posso esperar para saber as notícias, mas estou, de fato, toda enrolada. Prometo tentar te ligar semana que vem. Juízo, hein... Beijo!"

—_______

Na sexta seguinte, a loira estava sentada novamente em uma das mesas mais próximas ao palco do bar. Sirius sorriu maroto enquanto olhava na direção dela, sabendo o efeito que aquele sorriso causava na maioria das mulheres.

Mas, nela, não gerou reação alguma.

Entre os pedidos, Black escolheu uma música para cantar diretamente para ela.

The club isn't the best place to find a lover
So the bar is where I go
Me and my friends at the table doing shots
Drinking fast and then we talk slow

Come over and start up a conversation with just me
And trust me, I'll give it a chance
Now take my hand, stop, put Van The Man on the jukebox
And then we start to dance
And now I'm singing like

Ele viu a sombra de um sorriso se formando no rosto de Marlene, mas nada além disso.
Como ela podia estar tão inexpressiva?

Sirius decidiu não pensar nisso agora. Depois do show falaria com ela.

E foi o que ele fez.

Depois de descer do palco sob muitos aplausos, o moreno foi até a mesa dela.

Girl, you know I want your love
Your love was handmade for somebody like me
Come on now, follow my lead
I may be crazy, don't mind me
Say, boy, let's not talk too much
Grab on my waist and put that body on me
Come on now, follow my lead
Come, come on now, follow my lead

—Boa noite, Marlene - se aproximou.

—Boa noite, Black.

—Posso me sentar? - perguntou já puxando a cadeira.

Ela deu de ombros, não se importando.

—Como você está? - ele não sabia porque, mas se preocupava se a falta de expressão dela significava alguma coisa com ele ou se ela estava com problemas.

—Estou ótima. Foi um belo show - ela elogiou e o Black sorriu.

—Fiquei feliz por ter voltado.

—Voltei porque gosto do ambiente e, não posso negar, sua música é boa. Mas nem se iluda. Eu não voltei por sua causa.

Sirius murchou internamente. Não sabia explicar de onde vinha todo aquele interesse na mulher, mas ela o fazia sentir bem.

—Tudo bem, deixa eu ver se eu entendi... você não quer mais ficar comigo? - ele questionou só para ter certeza.

—Sim, você entendeu perfeitamente bem.

—Não foi bom para você? - o moreno perguntou baixo e hesitante.

—Foi incrível, mas eu conheço seu tipo e por isso mesmo não me apego. Foi só uma boa noite de sexo, Black, nada mais.

—Tudo bem, mas eu ainda queria te conhecer, mesmo que como amigos - Marlene estreitou os olhos para o moreno. Era estranho aquele comportamento. Normalmente os homens levantavam e iam embora, sem nenhum interesse.
Bem, que mal poderia fazer?

—Tudo bem... Sobre o que você quer falar, Black?

—Primeiramente, me chame de Sirius - ele disse e sorriu para ela - fale sobre o que você quiser... o que gosta, o que faz da vida... me conte o que quiser.

—Bem... eu trabalhei em uma gravadora. Trabalhava em edição e composição.

—Espera, você compõe? - Sirius se animou.

—Não, parei há anos... agora só edito mesmo.

—Por que você parou? Eu sempre quis compor, mas não tenho jeito para isso.

—Eu perdi a fé no amor, Black... passei anos namorando um cara e descobri que fui traída. Não consegui mais compor depois disso, não fazia sentido escrever se não era real - ela disse e Sirius sentiu o coração apertar.

Black odiava traições. Exatamente por isso ele nunca namorou: se não tivesse amor, ele sabia que não ficaria preso a alguém e preferia morrer a trair alguém com quem se importava.

—Sabe, Lene... eu acredito no amor. Nunca tive nada sério com ninguém porque não sou babaca. Jamais iludiria alguém com sentimentos que eu não sinto. Mas, eu acredito que um dia vou encontrar alguém que eu ame e que me ame também... - Sirius suspirou.

—Eu não me iludo mais, Sirius, eu só aproveito a vida. Eu não nasci para o amor e eu entendi isso quando descobri aquela traição.

—Você nasceu para o amor sim, Lene. Todo mundo nasceu. Não é porque você namorou um babaca que você não merece ser amada. Você é uma pessoa incrível, ele que não te mereceu - Sirius disse, mas depois completou - mas, eu entendo porque você pensa assim... já estive uma situação em que, por causa dos outros, eu achei que estava errado.

Marlene sorriu para ele.

—Eu vou embora, Sirius. Já está tarde - ela se levantou e ele a segurou pelo pulso.

—Escuta, eu não estou tentando te iludir, eu juro. Mas, eu quero te conhecer, quero ser seu... hm... amigo - Sirius gaguejou. Sabia que ela lhe fazia bem. Seria apenas amizade? - a gente pode trocar telefones e nos encontrar?

A loira suspirou e assentiu. Eles trocaram os números e Sirius se levantou e deu um abraço nela. Quando se separaram, Sirius, rapidamente, lhe roubou um selinho e sorriu. Marlene riu e revirou os olhos antes de ir embora se perguntando em que furada ela estava se metendo.

I'm in love with the shape of you
We push and pull like a magnet do
Although my heart is falling too
I'm in love with your body
And last night you were in my room
And now my bedsheets smell like you
Every day discovering something brand new
I'm in love with your body

—______

"Sirius, me encontra no Três Vassouras mais tarde? Eu realmente preciso conversar. Beijos"

"Claro, ruiva! Quando estiver indo, me avisa. Aconteceu algo grave?"

"Nada grave, Sirius. Apenas sua ruiva favorita surtando mais uma vez. Nos vemos mais tarde. Beijos."

—__________

As palavras que Lily disse a Sirius naquela noite não saíram de sua cabeça. Como assim apaixonado? Sirius, de fato, tinha ficado confuso com os sentimentos que Marlene lhe trouxe, mas não podia ser paixão. Sirius Black não se apaixonava!

"Lene, é o Sirius. O que acha de tomar um café comigo hoje à tarde? Tem uma cafeteria ali perto do bar chamada "Caldeirão Furado"... Beijos!"

Poucos minutos depois a resposta chegou.

"Topo sim... nos encontramos lá às 15h. Apenas como amigos, não se esqueça!"

O moreno riu da resposta dela e sentiu uma alegria o envolver ao saber que a encontraria.

Que droga de sentimento era esse?

—___________

Sentada em uma mesa do Caldeirão Furado, Marlene olhava em volta a procura de Sirius. Cinco minutos depois do horário marcado, ele apareceu.

—Hey - ele disse sentando na cadeira à frente da loira.

—Está atrasado - ela respondeu, mas o sorriso em seu rosto denunciava que estava brincando.

—Podemos dizer que eu não sou bom com horários - ele diz e ela sorri.

—Como você está, Black?

—Estou ótimo, loira. E você? - ele observou o rosto dela com cuidado. Os olhos azuis se destacavam e na pele clara os lábios finos chamavam a atenção de Sirius, que sem poder evitar, desejava beijá-la novamente.

—Estou bem também... fiquei surpresa pela sua mensagem - Marlene disse distraída.

—Eu senti sua falta - Sirius disse impulsivamente.

—Black, Black... já disse que essas suas frases não me atingem - a loira disse rindo, mas, ao mesmo tempo, sentindo o coração acelerado.

—Só disse a verdade, Lene, se você não acredita, sinto muito. Eu gostei muito de conversar com você aquele dia no bar e é apenas isso. - Sirius foi sincero e viu a incredulidade nos olhos da mulher à sua frente.

—E isso não tem a ver com o fato de eu não ter passado mais que uma noite na sua cama? - ela perguntou com deboche.

Sirius suspirou. Ele tinha chegado a algumas conclusões sobre Marlene: ela não acreditava no amor porque um babaca a traiu um dia, ela não gostava de se apegar às pessoas e ela não enxergava quão incrível podia ser.

—Olha, eu não sei o motivo para você pensar assim, mas você é incrível. Claro que eu queria te levar de novo para minha cama, porque aquela noite também foi incrível, mas eu também gosto de conversar com você sobre qualquer coisa, porque você tem esse dom... você fala sobre tudo de forma natural, você... você não sabe o potencial que tem - Sirius falou tudo de uma vez e viu um olhar de choque em Marlene.

—Eu... hm... Sirius, eu não quero ser grossa, mas, olha, palavras bonitas não me farão mudar de ideia.

O coração de Marlene batia loucamente em seu peito. Ela não queria se deixar afetar pelo moreno, mas era difícil resistir quando ele falava coisas tão lindas, coisas que ela precisava ouvir desde o dia em que sua vida amorosa foi arruinada. Desde o dia em que Marlene se fechou para o mundo e abriu mão de se apegar às pessoas.

—Você não ouviu nada que eu falei? Eu não estou aqui só por isso, Lene. Eu só quero te conhecer melhor... eu gosto de passar meu tempo com você - ele disse e as palavras de Lily voltaram à sua mente. Será que Sirius Black tinha se apaixonado?

Marlene suspirou resignada. Nao estava mais habituada a ser tratada com todo esse carinho que ela via em Sirius e temia por isso. Temia exatamente por saber que ele despertava sentimentos que ela não queria sentir.

—Tudo bem, tudo bem... vamos mudar de assunto? - ela disse e Sirius sorriu.
A conversa entre eles fluiu como se nada tivesse acontecido.

Sirius sentia o coração se aquecer perto de Marlene.
Que droga de sentimento era aquele?

—___________

Mais um fim de semana no bar tinha se passado. Dessa vez, Marlene não apareceu e Sirius sentiu a falta dela.
Ele planejava reunir todas as pessoas importantes para ele naquela noite, mas não se preocupou em convidá-la, já que ela sempre ia.
Bem, ele se enganou...

Sirius já estava se conformando... estava apaixonado por Marlene.

—__________

—Como é, Sirius? - James perguntou, surpreso pela confirmação do amigo.

—Eu acho que me apaixonei, James, e eu não sei o que fazer - o moreno disse.

—O que você não sabe? - James perguntou.

—James, eu nunca quis nada sério com ninguém, eu nunca senti isso... eu só quero fazer a coisa certa, eu tenho medo de perder a única mulher que eu já amei na vida.

—Sirius, você tem que ser você mesmo... eu não sei o que te dizer... fala com o Remus, ele é melhor com sentimentos do que eu. Ou a Lily, acho que a Lily vai te ajudar melhor que eu...

—Falando nela, James, eu vi que você a beijou aquele dia no bar.... - Black comentou sorrindo malicioso.

—Eu tenho sentimentos muito fortes por ela, mas ela me odiava. Agora a gente se dá bem, mas acho que não dá em nada - a expressão no rosto de James era triste.

—Pois eu acho que ela gosta de você. James, você e a Lily são como meus irmãos e eu quero ver os dois felizes... eu vi o brilho nos olhos de vocês aquele dia. Anota, James, eu vou ser padrinho do casamento de vocês um dia - Sirius disse sorrindo e arrancando uma risada do melhor amigo.

—__________

"Oi, loira! Senti sua falta essa semana no bar. Está tudo bem? Beijos."

"Hey, Sirius. Está tudo bem sim, só tive um probleminha e não pude ir... e você, como está?
Ps.: já disse para não me chamar de loira!!!"

"Estou ótimo, loira! Apenas sentindo saudades mesmo... acho que me acostumei a sua companhia. Levei uns amigos ao bar essa semana e queria que você os conhecesse.
Ps.: já disse que não me importo e continuarei te chamando de loira :)"

"Ah, Black, vá à merda! ;) essa semana irei ao bar, senti falta da música!"

"Da música ou do cantor?"

"De ambos"
"Eita, foi errado... só da música mesmo, Black"

"Hahahhahahhaha! Até sexta, loirinha!"

—_____________

Aproximadamente dois meses se passaram. Sirius se sentia estranho. Há aproximadamente dois meses ele não ficava com ninguém, apenas contentava-se com os poucos beijos que roubava de Marlene, que, às vezes, acabavam se tornando um amasso.
Mas nada além disso.

Ele, Sirius Black, tinha se apaixonado.

Seguira o conselho de James e foi conversar com Remus, afinal, ele deveria entender mais de sentimentos do que Black, que nunca namorara.

O conselho de Lupin foi direto e sincero: aja com seu coração, mas pense antes. Se você se precipitar, pode acabar se machucando e machucando a garota.

Sirius aceitou o conselho e manteve a amizade com Marlene.

Mas, isso não lhe bastava.

Novamente, ele procurou sua melhor amiga em busca de mais conselhos.
Lily entenderia melhor a mente feminina.

—Eu me apaixonei, ruiva, e não sei o que fazer com esse sentimento.

Lily foi mais direta.

—Se permita sentir, fale com ela e a faça acreditar no que você sente...

Sirius assentiu e decidiu que era hora de Marlene saber seus sentimentos.

—________

"Lene, você irá ao bar essa sexta? Preciso muito falar com você. Beijos."

"Irei sim, Sirius! Estou curiosa. Beijos."

—_________

A tão esperada sexta feira havia chegado. Sirius chegou ao bar e viu Marlene já sentada, usando um vestido vermelho com mangas curtas.

—Boa noite, querida - ele se aproximou dela.

—Boa noite, Sirius - ela levantou e o abraçou.

—Espere o show acabar, eu quero muito conversar com você - o moreno disse e McKinnon assentiu.

Sirius subiu ao palco e começou a cantar. Marlene admirava aproveitava o momento para apreciar a beleza do homem - ela negava a si mesma, mas ele havia despertado um sentimento enorme nela.

One week in we let the story begin
We're going out on our first date
You and me are thrifty, so go all you can eat
Fill up your bag and I fill up a plate
We talk for hours and hours about the sweet and the sour
And how your family is doing okay
Leave and get in a taxi, then kiss in the backseat
Tell the driver make the radio play, and I'm singing like

Sirius decidiu fechar com "Shape of you" porque essa música sempre lhe lembrava Marlene. Fechou os olhos durante a canção - como sempre fazia -, mas decidiu que cantaria olhando nos olhos de Marlene. Precisava que ela entendesse que o que ele sentia era verdade.
O que ele não esperava é ver parte de seus familiares passando em frente ao palco e sentando em uma das primeiras mesas: Regulus, seu irmão, Belatriz e Narcisa, suas primas e seus pais.
Por um instante, Sirius quis sair correndo, mas se controlou e focou seu olhar apenas em Marlene. Seria por ela que terminaria a música.

Ele havia dito várias vezes que queria conversar com Marlene, mas não se sentia capaz de ficar sentado naquele lugar. Não enquanto eles estivessem lá. Portanto, assim que desceu do palco, correu em direção à área externa do bar.

Mal teve tempo de se sentar em um banco e viu que a loira estava parada em sua frente.

—O que houve? - ela perguntou.

—Eles.... - Sirius murmurou - minha família de sangue está lá. Eu não posso ficar lá, eu os odeio - era visível para Marlene que ele estava nervoso.

Sirius sentiu os braços da loira o envolvendo em um abraço e se permitiu relaxar.

—Está tudo bem, eles não vão fazer nada, Sirius - ela disse com delicadeza.

As lembranças da época em que vivia com os pais o atingiram. Todas as palavras ruins que ouvira de cada um dentro daquela casa e depois de fugir.

—Eles são médicos... todos eles. Eu também deveria ser, mas desde novo eu sabia que não era para mim. Minha mãe jogou meu violão na fogueira, eles viviam dizendo que eu era a vergonha da família - Sirius desabafou - meu irmão era o único a respeitar, mas com o tempo ele mudou de ideia e passou a me ignorar. Foi aí que eu decidi sair.

Marlene escutou tudo em silêncio, ainda abraçando Sirius. Ela queria voltar lá dentro e dizer boas verdades na cara daqueles idiotas. Como eles não viam o talento de Sirius e o destratavam por isso?

Ele se afastou um pouco e enxugou uma lágrima teimosa que ele não conseguiu segurar.

—Vamos mudar de assunto - ele pediu, a voz ainda mais rouca que o normal.

—Claro... o que você queria me dizer?

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Come on now, follow my lead
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Sirius sentiu uma pontada no estômago. Com a chegada dos Black, ele se esquecera do nervosismo para falar com Marlene.

—Eu descobri que eu... ahn... eu estou apaixonado por você, Lene... eu sei sua opinião sobre isso, se você não quiser se envolver eu entendo, mas eu precisava te falar. Você merece saber que eu... te amo - ele disse de forma rápida, enquanto ainda tinha coragem.

Marlene o olhou espantada, mas não respondeu. Sentia um misto de emoções: medo de tentar, mas também estava apaixonada.

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Oh—I—oh—I—oh—I—oh—I
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Movida pela emoção, ela puxou Black pela camisa e uniu seus lábios em um beijo urgente, desesperado e cheio de sentimentos.

—Me dá uma chance, Lene. Se permita tentar, se permita amar - ele disse baixinho, com a testa colada na dela.

—Eu tenho medo - a voz de Marlene não passava de um sussurro.

—Prometo que jamais te trairia. Eu não quero te magoar, eu juro.

Come on, be my baby, come on
Come on, be my baby, come on
Come on, be my baby, come on
Come on, be my baby, come on
Come on, be my baby, come on
Come on, be my baby, come on
Come on, be my baby, come on
Come on, be my baby, come on

McKinnon suspirou em desistência. Não adiantava lutar contra o sentimento.

—Tudo bem, Black.

—Acho que você deveria chamar seu namorado pelo primeiro nome, não? - ele abriu um daqueles sorrisos que poderiam fazer todo mundo se encantar.

—Tudo bem, Sirius - ela disse sarcástica e ambos riram.

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Sirius segurou a cintura dela e a beijou novamente. Nunca enjoaria daquele beijo.
Nunca enjoaria de Marlene.

Every day discovering something brand new
I'm in love with the shape of you
—_______

A vida de Sirius Black estava correndo muitíssimo bem.

Ele namorava Marlene McKinnon, a mulher de sua vida.
Ele tinha dois melhores amigos de infância que lhe apoiavam em tudo.
Ele tinha uma melhor amiga ruiva que lhe ajudava a tomar juízo.
Sua namorada agora compunha músicas para ele.
Ela também o levara para a gravadora e o ajudou a se tornar um cantor profissional.

A vida de Sirius Black definitivamente estava correndo muitíssimo bem.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, comente, please!!



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